Jessé Souza, autor do best-seller Pobre de direita, reforça a urgência de que as forças populares respondam às transformações do capitalismo no inédito livro Por que a esquerda morreu?
Exercícios críticos de conjuntura são fundamentais para que se tenha uma visão ampla do momento político pelo qual passamos. De tempos em tempos, surge uma interpretação do agora, tão fiel à realidade, que seus argumentos se mostram insuperáveis.
Este livro é exatamente assim. Não expõe apenas uma crítica bem-feita; é exemplo do momento de maturidade intelectual de um dos mais inovadores intérpretes do Brasil, desde Florestan Fernandes. Jessé Souza é um pensador do mundo simbólico, amante das paixões. Seu trabalho não refuga da dificuldade de exibir raios-x de nossa atualidade política.
Assim foram pelo menos três de seus grandes o primeiro, que criticou severamente o golpe de Estado de 2016 e foi premiado com o Jabuti; o segundo, que cunhou o termo “elite do atraso” e inspirou o desfile histórico da Paraíso do Tuiuti no carnaval do Rio; e o terceiro, que estudou o comportamento político dos pobres de direita e ficou semanas na lista de mais vendidos.
Desta vez, seu título encarna uma das perguntas mais polêmicas que um sociólogo pode apresentar ao pú Por que a esquerda morreu?
Engana-se quem pensa que o texto reflete um prejuízo à esquerda ou dá palco para a autocrítica tão pedida pelos centristas. Aqui vemos como as transformações do capitalismo estão demandando uma reorganização das forças populares, que acontecem de modo mais vagaroso do que a urgência deste tempo histórico impõe.
Parte de nossa economia assumiu um caráter ultraliberal e popular que impede que o Estado regularize sua exploração econômica. Esse arrombo no pacto social tem efeitos culturais que influenciam o comportamento conservador da população. A esquerda morreu porque o capitalismo mudou. E as insurgências progressistas do século XXI só prosperarão se construirmos uma consciência política capaz de defender os interesses populares das novas formas de exploração. Neste livro, Jessé Souza nos explica como chegar lá.
Jessé José Freire de Souza is a sociologist, university professor and Brazilian researcher who works in the areas of Social Theory, Brazilian Social Thought and theoretical / empirical studies on inequality and social classes in contemporary Brazil. He is the author of the books 'A Ralé Brasileira', A Radiografia do Golpe', 'A Elite do Atraso' and 'A Classe Média no Espelho'.
Graduated in Law from the University of Brasília (1981), he completed his Master's degree in Sociology from the same institution in 1986. In 1991, he obtained a PhD in Sociology from the Karl Ruprecht Universität Heidelberg (Germany), where he obtained free teaching and PhD in the same discipline at the Universität Flensburg in 2006. He also did postdoctoral studies in Sociology at the New School for Social Research, New York, (1994/1995).
From 2009, Souza undertook sociological research across the country to confront the thesis that a "new middle class" had emerged in the country. The result was the configuration of new nomenclature, namely, "ralé", "batalhadores", "classe média" and "elite", the latter two having privileges that the first two do not have.
He wrote and organized 22 books in Portuguese, English and German on political sociology, peripheral modernization theory, and inequality in contemporary Brazil. He is currently a full professor of political science at the Fluminense Federal University, in Niterói, Rio de Janeiro.
On April 2, 2015, he was appointed by the Presidency of the Republic to the position of president of the Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea (Institute of Applied Economic Research), formerly occupied by Sergei Suarez Dillon Soares, but resigned in 2016 shortly after Vice President Michel Temer temporarily took over presidency.
The importance of the scientific production of Jessé de Souza to different fields of study in Brazil, mainly to sociology, is important in the discussion of expensive subjects, both for the political, social, economic and cultural spheres, and for the academy that produces knowledge who aspire to disclose content not given to them.
He is currently writing articles for Carta Capital magazine.