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Esaú e Jacó

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Nosso diferencial: a melhor formatação do texto para o seu prazer em ler este clássico da literatura brasileira.

Esaú e Jacó é o penúltimo livro de Machado de Assis, lançado 4 anos antes da sua morte e, segundo a maioria dos críticos, em pleno apogeu literário, depois de escrever, em 1899, Dom Casmurro, o mais célebre de seus livros.

Esaú e Jacó se destaca por consolidar esta suave maestria no domínio da narrativa. Machado despoja-se da excentricidade ocasional num texto que abandona resquícios do picaresco e envereda num realismo que retoma a melancolia e o lirismo que se iniciara na primeira fase de sua produção literária. Destaque são os personagens muito próximos da vida real. (Clássicos da Literatura Brasileira)

194 pages, Kindle Edition

First published January 1, 1904

84 people are currently reading
1488 people want to read

About the author

Machado de Assis

1,136 books2,448 followers
Joaquim Maria Machado de Assis, often known as Machado de Assis, Machado, or Bruxo do Cosme Velho, (June 21, 1839, Rio de Janeiro—September 29, 1908, Rio de Janeiro) was a Brazilian novelist, poet, playwright and short story writer. He is widely regarded as the most important writer of Brazilian literature. However, he did not gain widespread popularity outside Brazil in his own lifetime.
Machado's works had a great influence on Brazilian literary schools of the late 19th century and 20th century. José Saramago, Carlos Fuentes, Susan Sontag and Harold Bloom are among his admirers and Bloom calls him "the supreme black literary artist to date."

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1 star
33 (1%)
Displaying 1 - 30 of 138 reviews
Profile Image for Alice Gonçalves.
70 reviews18 followers
October 4, 2016
A literatura de Machado de Assis trata de sujeitos que insistem no erro de serem sempre iguais a si mesmos: eles não mudam, ou mudam muito pouco. A personalidade do homem burguês é irremediável e, por isso, ele é, de saída, um "cadáver adiado que procria". Em "Esaú e Jacó", o que surpreende não é a diferença que existe entre os gêmeos Pedro e Paulo, mas sim a sua profunda semelhança: Flora morre confrontada com a escolha entre os dois porque não há escolha. Mais uma vez, o tempo e a morte simplesmente arrastam tudo: "Contadas todas as horas de agonia que tem havido no mundo, quantos séculos farão? Desses terão sido tenebrosos alguns, outros melancólicos, muitos desesperados, raros enfadonhos. Enfim, a morte chega, por muito que se demore, e arranca a pessoa ao pranto ou ao silêncio".
Profile Image for Oziel Bispo.
537 reviews85 followers
March 24, 2019
Escrito em 1904, conta a história de dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo que apesar de obviamente serem fisicamente parecidos,desde o ventre da mãe já demonstram um caminho de hostilidade inimizade e desavenças , causando uma grande preocupação a mãe, Natividade, que até consulta uma vidente, que lhe diz que ambos seriam grandes homens no futuro.

Pedro e Paulo eram inimigos em quase tudo. Na área política , um era monarquista o outro republicano, um estudava direito outro medicina e assim por diante.Para complicar ainda mais a situação , ambos se apaixonam pela mesma moça, Flora, que terá que escolher apenas um dos rapazes… Flora no entanto é uma moça indecisa , vai postergando a decisão e complicando ainda mais a situação..

Quem será que Flora irá escolher???

Como diria várias vezes o conselheiro Aires, um importante personagem do livro : “ a inexplicável Flora”.

O livro cobre momentos políticos importantíssimos da história do Brasil ,desde a abolição da escravatura , queda do império,até a ascensão da república. É impressionante como Machado de Assis nos ajuda a compreender  e pensar o século XIX no Brasil, então não pensem que o livro é apenas uma briguinha dos rapazes pela mesma moça, está muito além disso, é um confronto de ideias, um confronto político, é a própria história do Brasil.

Um livro magnífico de Machado de Assis, tratando de assuntos delicados com uma sutileza incrível.  Penúltimo livro escrito pelo mestre! Uma obra-prima !!!
Profile Image for Joselito Honestly and Brilliantly.
755 reviews430 followers
March 15, 2015
Because this has one whole chapter with my favorite game as the centerpiece, and because it has moments which has made me chuckle, I have decided to more than like this book.

I read this like I was analyzing a chess game. This last (1904) of Joaquim Maria Machado de Assis's four great novels (1880, The Posthumous Memoirs of Bras Cubas aka The Epitaph of a Small Winner; 1891, Quincas Borba; 1899, Dom Casmurro). After this, only Quincas Borba remains in my to-read list. But Dom Casmurro, I suspect, would forever be my favorite.

I could have swore that the Santos twins here (upon which the story revolves) were really sired by the diplomat Aires. But Dain Borges had patiently dissected this novel in his excellent Foreword and there was nary a hint of this imagined scandal. So it must have been just a faulty analysis on my part.

As my personal reference, I reproduce here the chess chapter (the 13th) entitled "The Epigraph"--


"Well, that is precisely the epigraph of the book, if I wanted to write one for it and none other occurred to me. It is not only a way of completing the characters in the narrative with the ideas they evoked, but it also serves as a pair of spectacles with which the reader can penetrate what is less clear or totally obscure.

"On the other hand, there is an advantage in having my characters collaborate in the story, helping the author, through an act of solidarity, a kind of exchange of services, between the chess player and his pieces.

"If you accept the comparison, you will distinguish the king and the queen, the bishop and the knight, knowing that the knight cannot substitute for the rook nor can the rook become the pawn. There is also the difference of color, white and black, but that does not restrict the movements of any piece, and finally one or the other can win the game, which is how the world works. Perhaps it would be a good idea, from time to time, to insert a diagram of beautiful or difficult positions, just as they do in chess literature. Not having a chessboard, this means of following the moves is a great help, but it could be that you have enough vision to reproduce by memory the different moves. I think so. Away with diagrams! Everything will happen as if you really were watching a game between two players, or more clearly, between God and the Devil."
33 reviews3 followers
October 1, 2008
This is probably the best book you've never heard of. The writing style is amazing, but also the story itself is spectacularly crafted. The style is extremely witty and engaging in itself, but also a funny parody of the author's contemporaries. An example:

"Faithful reader, you will guess that both went to the cemetery. You will not have guessed, nor should it be an obvious conclusion, that each carried a wreath of flowers. I do not say they were the same flowers, not only to respect the truth, but also to discourage any idea that there was intentional symmetry in the act and in the coincidence. One was forget-me-nots and the other, I believe, was of immortelles. Which was which is not known, nor does it have any bearing on the tale."
Profile Image for Laura.
7,132 reviews606 followers
March 14, 2018
Title: Esau e Jacob

Author: Machado de Assis

Release Date: March 14, 2018 [EBook #56737]

Language: Portuguese

Produced by Laura N.R. & Marc D'Hooghe at Free Literature


Free download available at Project Gutenberg.

I made the proofing of this book for Free Literature and it will be published by Project Gutenberg.

Advertencia:

Quando o conselheiro Ayrcs falleceu, acharam-se lhe na secretaria sete cadernos manuscriptos, rijamente encapados em papelão. Cada um dos primeiros seis tinha o seu numero de ordem, por algarismos romanos, I, II, III, IV, V, VI, escriptos a tinta encarnada. O setimo trazia este titulo: Ultimo.



A razão desta designação especial não se comprehendeu então nem depois. Sim, era o ultimo dos
sete cadernos, com a particularidade de ser o mais grosso, mas não fazia parte do Memorial, diário de lembranças que o conselheiro escrevia desde muitos annos e era a materia dos seis. Não trazia a mesma ordem de datas, com indicação da hora e do minuto, como usava nelles. Era uma narrativa; e, posto figure aqui o proprio Ayres, com o seu nome e titulo de conselho, e, por allusão, algumas aventuras, nem assim deixava de ser a narrativa extranha á matéria dos seis cadernos. Ultimo porquê?

33 reviews3 followers
January 27, 2021
Eu queria dizer que adorei. Me sentiria muito culta. Mas só gostei.
Profile Image for natasha  ♡.
88 reviews7 followers
June 23, 2025
Achei esse livro de uma experimentação incrível por parte do Machado. Aqui, parece que "nada acontece, feijoada" no que diz respeito à trama, mas a escrita dele está extremamente afiada. O narrador puxa o leitor para o diálogo o tempo inteiro. Além disso, eu notei que o narrado quase que narra a história como se estivesse editando essa mesma história (?), indo contar algo, mas que muitas vezes ele repensa que não vale contar e deixa a gente muito curioso. Como falei em outras atualizações, os capítulos sobre a Proclamação da República são um verdadeiro primor de puro deboche. Adorei demais essa leitura :)
Profile Image for Walter .
463 reviews6 followers
March 11, 2018
Em Esaú e Jacó é mais que possível observar todas as características que fizeram a Machado de Assis conhecido mundialmente. Ironia, sátira, sucessos históricos, diálogos existenciais...tudo isso e muito mais é compreendido em sua penúltima obra. Gostei-o mesmo parecendo que, no enredo do livro, pouco enredo há. Esaú e Jacó apaixonam-se por Flora e por enquanto essa trama principal do livro avança 0,0001% por página, coisas mais interessantes vão acontecendo, como, por exemplo, o cenário político do Brasil do século XIX. A descrição da sociedade carioca da época, assim como os acontecimentos políticos e tudo o que isso gera, salvam uma obra que, mesmo sendo boa e excelente em uns curtos momentos, não alcança a maestria das suas produções mais conhecidas.
Profile Image for Vartan.
67 reviews52 followers
February 18, 2024
کتاب عیسو و یعقوب با اینکه از زبان اصلی با همکاری حوزه فرهنگی سفارت برزیل برگردانده شده در ایران اصلا دیده نشد. گمان می‌کنم بیشتر بخاطر انتشاراتی بود که کتاب را منتشر کرد. به هر روی برای دوستانی که همه‌ی آثار ماشادو دِ آسیس را خوانده‌اند کتاب عیسو و یعقوب هم می‌تواند تجربه‌ی دلنشین و مهمی باشد.
Profile Image for Vanessa.
147 reviews3 followers
December 12, 2021
Machado que me perdoe, mas Esaú e Jacó é entediante demais kskksksks
A estrutura narrativa e a questão da dualidade do livro é genial. Mesmo que a intensão do Machado seja um romance onde nada acontece, e isso seja brilhante, ainda é bem chatinho de ler.

Terminar esse livro foi a vitória de dezembro kskskks
Profile Image for Ana Luiza Alfaya.
86 reviews2 followers
April 24, 2023
QUE LIVRO. Fiquei imaginando como teria sido bom como livro didático, na escola eu havia lido outros dele. Esse porém pode ser estudado por tantas óticas além da literatura em si, política, sociedade, geografia urbana, psicologia…. Fiquei muito encantada com a beleza da escrita e com a possibilidade de olhar a minha cidade com outros olhos. Enfim, antes tarde do que nunca!

WHAT A BOOK. I wished I could have read it in school besides other great Machado’s books, since it can be studied through so many different optics: history/politics, psychology, urbanism, specially for those of us that live in Rio, socioeoconomic approaches… I was struck by the beauty in the writing and seeing my city before it was so much transformed through the last century. A must
Profile Image for Gabriel Franklin.
504 reviews29 followers
May 29, 2024
"O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio."
Profile Image for Guilherme Zeitounlian.
318 reviews10 followers
June 8, 2021
O livro trata de Pedro e Paulo, dois irmãos gêmeos, destinados a grandes coisas, e que são essencialmente irreconciliáveis. Um médico, outro advogado; um monarquista, outro republicano; um conservador, outro revolucionário. E claro: amam a mesma mulher.

Tudo isso se passa na transição do Império para a República no Brasil, e a política e suas consequências práticas (o que escrever numa tabuleta de padaria, por exemplo) acabam ocupando boa parte das páginas do livro.

A trama em si é simples, mas o estilo de Machado de Assis é divertido: o narrador dialoga diretamente com o leitor, e brinca com a forma e a organização do livro, o que traz mais entretenimento à leitura.

O livro é curto e leve, e uma das últimas obra de Machado (de fato, o nome original desta seria "O Último"). Um bom livro. 4/5.
Profile Image for lin.
575 reviews
April 28, 2022
Machado!!!! acho que esse pode roubar o posto de meu livro favorito dele, mas primeiro preciso reler Brás Cubas.
1,212 reviews164 followers
February 14, 2018
"Selling my birthright for a mess of pottage

In the Book of Genesis, Isaac and Rebekah have two sons, one hairy and red, the other smooth. These are Esau and Jacob, who struggled with each other even in the womb of their mother. Genesis Chapter 25, verse 23, "And the Lord said unto her, Two nations are in thy womb and two manner of people shall be separated from thy bowels; and the one people shall be stronger than the other people; and the elder shall serve the younger." Later, Esau, the hunter sells his birthright to Jacob, the farmer for a simple meal.

I don't know if my tribal history of well over 3,000 years ago is an apt resource for creating allegories regarding 19th century Brazil, but Machado de Assis gave it a shot anyhow. The entire novel is a rather tedious allegory of Brazilian society at the time. In my opinion, it would have made an excellent short story while a 287 page novel is far too long. The two boys born in 1871 to a wealthy Rio de Janeiro family are alike as two peas in a pod, though their temperaments differ. Their mother, named Natividade ( in case you don't "get it"), represents Brazil, the loving figure who nurtures her twin sons, two contradictory spirits who represent conservative and liberal forces in society. These boys conflict throughout the novel, loving the same frail girl (the future ? the present ?) who never consumates marriage with either. Ah, poor Brazil ! What could the future hold ? The author avoids the question as to which brother is the elder and which the younger by making them identical twins. The novel's title alludes to the Bible story, but the narrative bears only some relation to it. Are petty political chicanery, romantic quarrels, suspicious behavior, and useless arguments based on personal pride or ambition, a mess of pottage ? In fairness, it is a clever idea, but I feel it was over-ambitious and ultimately only partially successful. If you take the novel as a simple story about late 19th century Brazil, it is without much life---a girl who can't choose between two jealous and quarreling brothers, some other plot features found in the author's other works. The style of the novel is the same in the two better known books "Epitaph of a Small Winner" and "Dom Casmurro", with many small chapters with titles that pilot the narrative. There is very little description and much lyrical philosophy, attempted irony and wit. These do not sparkle as in the above mentioned novels. ESAU AND JACOB is not up to the standard of the other two, and will attract only the most dedicated readers; perhaps those who are studying Latin American, Nineteenth Century, or Brazilian Literature. I cannot imagine any average reader undertaking this for pure pleasure in the 21st century, because both style and topic are too far from modern sensibilities. You also need to have a fairly comprehensive understanding of Brazilian society in the last quarter of the 19th century. My final word---J.M. Machado de Assis wrote many better works. Try them.
Profile Image for Erick Carvalho.
80 reviews11 followers
November 13, 2025
Em Esaú e Jacó, Machado de Assis constrói uma narrativa fascinante, onde a rivalidade entre os irmãos Pedro e Paulo vai muito além de uma simples disputa pessoal. A genialidade do romance está em como essa dicotomia reflete a própria divisão política do Brasil no período de transição do Império para a República.

Embora o livro tenha o ritmo gostoso de uma novela, Machado não hesita em interromper a trama para conversar diretamente com o leitor. Essas digressões, por vezes previsíveis para quem conhece seu estilo, são parte fundamental do livro e daquilo que tanto gosto em Machado.

Contudo, o aspecto mais brilhante da obra é, sem dúvida, o que se poderia chamar de uma espécie de "Machado historiador". Com uma sensibilidade aguçada, o autor não apenas retrata o final do século XIX; ele imerge o leitor no clima da época. As aspirações da República e as tensões do Império (que de forma abrupta encontra seu fim) não são apenas pano de fundo, mas estão costuradas na psicologia dos personagens e em seus conflitos. Através de Pedro e Paulo, Machado oferece sua visão crítica sobre as transformações do país, sugerindo que a política e a natureza humana são um eterno retorno de disputas e contradições. É uma lição de como a grande literatura pode iluminar a História, de forma sutil e, ao mesmo tempo, deslumbrante. É de tirar o chapéu.
Profile Image for Yuri.
32 reviews3 followers
June 17, 2025
A única coisa que redime esse livro é a escrita do Machadão que, mesmo numa narrativa medíocre, continua sendo o Machadão.

Pedro e Paulo são dois princesos, os protagonistas mais cabaços que li em muito tempo, como aliás, quase todos os personagens dessa obra, com a exceção do Conselheiro Aires, que suspeito ser um alterego do próprio Machado. A disputa de Pedro e Paulo gira em torno da moça Flora, que tal como eles é uma passivona indecisa. Tudo isso talvez sirva bem como alegoria do embate entre progressistas e conservadores (representados na figura dos gêmeos) no Brasil, que se dá sobretudo no campo das ideais, com raros desenvolvimentos no plano da ação, já que os irmãos não tomam nunca a iniciativa de sair no soco nem figurativa nem literalmente.

É interessante ver como a representação da politicagem num romance de mais cem anos atrás ainda encontra eco nos dias de hoje, principalmente na figura de Batista, que mais parece uma personificação do (P)MDB: político de carreira cuja única convicção é seguir para onde sopra o vento.

O ponto alto do livro é anedota da placa da confeitaria, no momento em que os militares depõem Dom Pedro II e instauram a república.
Profile Image for Tiago.
240 reviews19 followers
August 26, 2025
"Esaú e Jacó", publicado em 1904, é para mim um dos romances mais interessantes de Machado de Assis. Nele, acompanhamos a vida dos gêmeos Pedro e Paulo, filhos de Natividade Santos, que parecem nascer predestinados à rivalidade. Enquanto um é defensor ferrenho da monarquia, o outro parece disposto a fazer uma revolução para tornar o Brasil uma república. O livro começa com Natividade, em sua busca desesperada por respostas a respeito do futuro dos seus gêmeos ainda bebês, indo visitar e a cabocla do Castelo, uma vidente. Aliás, a cabocla no seu "veredicto" lembra Tirésias em Édipo Rei. Não há como fugir do seu destino.

Outro aspecto que gostei da obra foi como vários eventos históricos do Brasil apareceram como pano de fundo: da Lei do Ventre Livre à Abolição, do Baile da Ilha Fiscal à Proclamação da República. Machado consegue inserir esses eventos na história naturalmente.

Quanto aos personagens, o Conselheiro Aires, é um dos pontos altos da obra. Ele é um narrador-personagem, que se apresenta na terceira pessoa. A sua narração não é tão mordaz como as de outras obras de Machado e soam como um comentário social opinativo mas ao mesmo tempo distanciado. Ele também dá ao romance um tom de metaficção, como se já víssemos esboçado o "Memorial de Aires", último livro de Machado. Entre os outros coadjuvantes, considero a família Batista a crítica mais direta de Machado à elite brasileira. Batista é um político maleável, pronto para se adaptar às circunstâncias, e dona Cláudia é movida pela ambição de prestígio social. Flora, a filha do casal, é enigmática, bela e, como diz Aires, “uma inexplicável”.

Para quem está acostumado à mordacidade da narração em "Memórias Póstumas" e "Quincas Borba", "Esaú e Jacó" pode soar mais lento, quase conciliador. Talvez Machado tenha escolhido esse tom de propósito: um profeta que anteviu a polarização de um país condenado (e conformado) a ser de Pedros e Paulos.
588 reviews49 followers
September 22, 2023
Dos hermanos destinados a convertirse en enemigos, de acuerdo a una adivina de población, nacen en Brasil…
En cualquier caso, no dejen que eso les engañe: en realidad, los jóvenes no tienen tanta prominencia en la historia, a pesar de que ellos son los protagonistas. La verdadera historia es sobre Brasil, y cómo fue su transición de monarquía a república… excepto que la novela mantiene eso más bien de fondo, por no ser el tema central de la novela.
Ése era el problema en ocasiones con las novelas publicadas en forma serial: el autor podía olvidarse del enfoque original y comenzar a prestarle atención a otra cosa, haciendo que la historia se pierda un poco durante la narrada.
Los hermanos están eternamente enemistados, sea por política, por romance o, cuando eran más niños, por berrinches. El problema es que eso es todo; no pasa nada emocionante con esa información. De hecho, en general no pasa mucho de interesante con nada. Lo único que hace interesante la novela es, como siempre, la narración de Machado de Assis, con esa típica actitud suya de no tomarse la cosa muy en serio. Me reí en algunas partes por ello, pero estoy mejor leyendo otras novelas suyas que hacen lo mismo.
Profile Image for Danilo Teobaldo.
10 reviews
March 11, 2025
Machado, no que era para ser o seu último livro, mais uma vez usa a sua fórmula de triângulos amorosos, desta vez com uma pitada a mais de política — de uma forma até um pouco estereotipada: Pedro, remetendo aos imperadores, é monarquista, e Paulo, batizado em honra a São Paulo, é republicano e vai estudar Direito na cidade homônima. Essa rixa transcende meras ideologias, já que visam conquistar a mesma moça, que dá graças aos dois.

Apesar de a ironia machadiana, que tanto estimo, ainda estar aqui em peso, o livro não me foi marcante como os da Trilogia Realista. Ainda assim, Conselheiro Aires é um personagem de substância: nem é outra a grandeza dos sacrifícios, mas se a verdade acerta com a convicção, então nasce o sublime, e atrás dele o útil...
Profile Image for Pedro Santos.
181 reviews7 followers
October 16, 2025
Da fase madura do Machado, lembra os outros que já li (os de que me recordo bem, Quincas Borba já é um nevoeiro pra mim), mas enche menos os olhos. Demora umas sessenta páginas para engatar, mas quando te fisga — realmente, é muito difícil competir com Machado de Assis. As observações políticas são bem interessantes, mais do que o enredo amoroso, que interessa mais pelo matiz político do que por qualquer outra coisa. Aires é um personagem incrível, tanto gostei dele que até encomendei o seu Memorial. Mas, quanto a Esaú e Jacó, escrita de alto nível, afiada e envolvente, claramente o trabalho de um gênio.
Profile Image for Daniela Carvalho Dias de Souza.
107 reviews14 followers
July 20, 2020
Um testemunho histórico sobre o nascimento da república brasileira.
Machado é um investigador da alma brasileira, todas as ideias, inclusive as mais ocas e fúteis aparecem ali.
Não é uma obra divertida e prazeirosa de ler, mas ela encanta pelo modo de escancarar a elite brasileira do século XIX.
Profile Image for Giuliana.
21 reviews
March 16, 2025
gostei mt de observar as passagens do tempo de acordo com os acontecimentos históricos; gostei da temática dos gêmeos opostos mas o enredo em si é bem fraquinho a partir da metade do livro :/

3,5 estrelas
Profile Image for camylla.
157 reviews6 followers
July 31, 2025
duas paixões, dois amores - calcinha preta
Profile Image for Pedro.
79 reviews
February 25, 2020
Esta foi a primeira obra de Machado de Assis que li. A princípio, muito me cativou, com a sua narração surpreendentemente viciante; a forma como o narrador se expressa, tão excêntrica, comparada às habituais dos livros, já me vende a obra. Surpreendi-me com o formato novelesco das coisas: há muitos momentos que parecem não levar diretamente a um desfecho, um objetivo principal do livro, mas que desenvolvem tão deliciosamente os personagens, fazem-nos mais humanos, mais fantoches das próprias emoções e ideias; e o escrutínio do narrador a tudo isso é a melhor parte.

De fato, tão boa é a história que, muito embora ainda após o fim do livro eu tenha fortes dúvidas quanto a seu propósito, após mais de um mês sem lê-la, consegui retomá-la sem qualquer prejuízo, lembrando de diversos momentos marcantes que definiram cada personagem. Pedro, Paulo, Natividade, Perpétua, Agostinho (o Santos), Aires (o Conselheiro), Batista, Flora, Cláudia, Gouveia, Nóbrega, Plácido, Cármen, Rita, Custódio, Bárbara... de todos esses nomes, lembro um tanto; e poderia, decerto, descrever cada um de forma bastante fiel à da narração. Isso é algo que me surpreende, porque nunca me julguei alguém de memória muito boa.

Mas a escrita de Machado é, apesar dos seus muitos termos que me renderam interessantes pesquisas em dicionários, memorável, razão pela qual todos esses personagens habitam a mente e dela se recusam sair.

Sobre o fato de não ter identificado exatamente o "propósito" do livro, refiro-me a mais do que o óbvio da briga entre gêmeos; certamente há que existir mais nas entrelinhas que o que o título expõe com todas as letras. Acho que lendo mais de cem páginas da obra em um único dia para enfim terminá-la, acabei encontrando muitos temas, deparando-me com muitos desfechos que Machado se dispôs a abordar.

E talvez minha parte favorita seja um personagem: o conselheiro Aires, um homem sensato, prudente, aquele a quem as pessoas recorrem quando as fantasias de dias, semanas, meses, anos malogram. Aires, assim como o resto dos personagens, começa na narração de uma forma e termina da mesma forma. Os outros personagens, também; mas a diferença está no fato que Aires consegue ver além das convencionais molduras sociais, despir-se das ilusões. Posto que tenha ele também os seus sonhos de uma vida que lhe não mais pertence, diferentemente dos outros personagens, ele se consegue analisar externamente a si, o que o torna, verdadeiramente, o mais sábio entre todos.



Estive pensando em avaliar este livro com quatro estrelas, mas o final, suas reflexões e a forma como ainda agora lembro dos personagens de forma tão viva, como se os conhecesse, obriga-me a dar-lhe nota máxima.
Profile Image for Igor Nolasco.
22 reviews19 followers
October 13, 2021
Pouco sabia eu de "Esaú e Jacó" antes de começar a leitura; não esperava que o componente político fosse estar presente com tanta força na narrativa, ainda que pudesse intuir que ele estaria presente de alguma forma (como o está nos outros romances de Machado que li até então). Sabendo vagamente que o conflito dos gêmeos era motivado por um mesmo amor, supus que o livro se assemelharia mais aos textos de uma obra como "Contos Fluminenses", onde, a meu ver, os conflitos pessoais estão acima dos políticos, que existem, se muito, como um dado de contextualização.

Ledo engano. No "Esaú e Jacó" o componente político é tão importante quanto o pessoal; estão intrinsecamente ligados de modo que não me lembro de ver até agora em Machado, mais até do que em "Brás Cubas", no qual a personalidade digna de ojeriza do protagonista é estampada desde o princípio a partir da maneira como ele se relaciona, na infância, com a escravidão. Isso me surpreendeu positivamente - como eu já havia me surpreendido ao ler, tardiamente, "Iaiá Garcia", romance pré-"Brás Cubas" onde a Guerra do Paraguai norteia a história de modo importante. Aqui, a transição do Segundo Reinado para a República é um dos aspectos principais do que o autor põe nas páginas, bem como os primeiros anos da República sucedendo o golpe de Deodoro; o jeito com o qual Machado de Assis trabalha esse período temporal vai muito além de um pano de fundo ilustrativo que busque colocar um irmão como monarquista e outro como republicano.

É verdade que hoje entendo muito mais dos aspectos geográficos, sociais e históricos do Rio de Janeiro do que eu entendia, por exemplo, na adolescência, ao ler "Brás Cubas". Hoje a Botafogo extremamente residencial machadiana, com suas chácaras agrícolas e sua praia ainda bucólica, me soa mais palpável e tangível. Um sempre crescente interesse por história geral do Brasil também me faz gostar de como Machado integra a história de vida dos gêmeos a esse período de transição do final do século XIX para o começo do XX; lembro de, quando adolescente, me surpreender com Floriano Peixoto aparecendo como personagem vivo e ativo nas páginas do "Triste Fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, e se aqui a participação direta do Marechal de Ferro não é tão significante, sinto que é possível traçar, entre as duas obras; uma proximidade pela maneira frutífera como integram o que era então a história política recente do Brasil a uma narrativa ficcional. Sem contar que Machado e Lima são dois gigantes, cada um à sua maneira.

Muito mais coisas podem ser ditas sobre "Esaú e Jacó", claro. Uma louvação ao personagem maravilhoso que é o Conselheiro Aires; um elogio às narrativas secundárias que aparecem às voltas com a principal (como a do irmão da misericórdia Nóbrega, ou a do confeiteiro que muda o nome de seu estabelecimento); uma pontuação de que a dualidade de Pedro e Paulo é trabalhada com maestria do começo ao fim; uma sugestão de que Flora poderia ser possivelmente bígama. Muito o que pensar, muitas ideias. Certamente um daqueles livros que jamais irão deixar, de todo, as nossas cabeças.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Amanda Alexandre.
Author 1 book56 followers
February 6, 2019


Twin brothers are inseparable before the love of a woman causes a rivalry with fatal results.
Damn.
If someone has the chops to pull it off, that would be Machado de Assis. The man knows decadence. He wrote about the downwards spiral of Quincas Borba with a skill that rivaled Tolstoy in Ilych and Kafka in Metamorphosis. Dom CasmurroDom Casmurro is a tour de force, a masterclass on jealousy and suburban paranoia. When I picked Esau and Jacob, it seemed to have all the epic superiority of an uber classic.

But it fell short. Not because Machado isn't skilled, but because he did not seem to give a crap. He wrote this in the end of his life, probably after enjoying the prestige of his masterpieces. So he wrote what he wanted to write. He experimented with chess allegories (which I didn't understand, for I am an uncultured bum). He compressed dozens of characters in 200-ish pages.

Of course, no one would expect Machado to be the 3-act-classical-structure kind of guy. He always made his own rules. And his keen observation on human nature is still there. In his canvas, humans are inevitable animals, always simplistic, always petty. Yet, in Casmurro or Quincas it all served a central motif: there was no ramdonness in Machado's criticism. Every criticism of human nature in Casmurro serves to show how Bentinho might or not be crazy; every one in Quincas served to show his arrogance and how everyone around him used him.

But in this novel, it feels too scattered. (Seriously, even the random beggar or coachman has a spotlight.) It still has its beauty, of course. It's not bad writing. But still feels like a missed opportunity.
Displaying 1 - 30 of 138 reviews

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