Camilo Castelo Branco é, sem sombra de dúvida, um dos maiores vultos da história da literatura portuguesa. Autor de obras tão emblemáticas como Amor de Perdição, Memórias do Cárcere ou A Queda de Um Anjo, foi o expoente máximo do Romantismo e o primeiro escritor português a viver exclusivamente da escrita. A sua existência foi bastante atribulada e por vezes escandalosa – aquilo a que poderíamos chamar «digna de um romance» – mas quase nada sabemos das suas origens: afinal, donde vem Camilo e quem foram os seus antepassados? O presente romance, escrito por um dos admiradores confessos do grande escritor romântico, revisita de forma genial a história dos «Brocas», a família de quem Camilo terá herdado não só uma personalidade algo viciosa e doentia, mas sobretudo uma forma exacerbada de amar, que acabaria por marcar tragicamente o seu destino. Camilo Broca, obra indispensável em qualquer biblioteca, foi aplaudido pelo público e pela crítica e venceu vários prémios literários.
Mário Cláudio, pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1941. Frequentou o curso de Direito em Lisboa, tendo-o terminado na Universidade de Coimbra. Frequentou a Universidade de Londres, graduando-se como Master of Arts. De regresso a Portugal, tem exercido funções como técnico do Museu Nacional de Literatura e como professor universitário. Ganhou o prémio APE de Romance e Novela em 1984 com a obra 'Amadeo'. É considerado um dos mais importantes autores portugueses das últimas décadas. Embora se tenha dedicado à poesia, ao teatro e ao ensaio, é no romance que Mário Cláudio mais se tem destacado. Em 2004 foi agraciado com o Prémio Fernando Pessoa. Criou um heterónimo, o poeta Tiago Veiga, hipotético bisneto de Camilo, de quem publicou em 2011 uma extensa biografia. Vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2014, com a obra 'Retrato de Rapaz'. Grande Prémio de Romance e Novela, da APE, em 2019.
A saga dos "Brocas" num registo fértil em criatividade e erudição, como fica demonstrado nas cartas que algumas personagens escevem e na verve generosamente desafiante, mas nunca gongórica, com que M. C. nos brinda. O final é irónico e algo surpreendente, a revelação última da personagem principal.