A atualidade e a originalidade da obra de Louis Lavelle encerram-se em duas palavras: espiritualidade filosófica. Não se trata de uma espiritualidade religiosa, como a que caracteriza os grandes santos. Poder-se-ia dizer que o único predecessor de Lavelle é Nicolas Malebranche (1638-1715), contemporâneo de Luís XIV; e Lavelle reconheceu sua dívida para com esse filósofo. É preciso destacar ainda que Malebranche visa expressamente reconciliar a fé cristã e a démarche racional, enquanto Lavelle não é um filósofo explicitamente religioso, embora o cristianismo esteja muito amiúde presente como pano de fundo de seu pensamento. Mas, precisamente, a atualidade de Lavelle decorre de ele propor ao homem de hoje em busca de alimentos para a alma uma espiritualidade que não se supõe nenhuma fé religiosa, nenhum envolvimento particular em determinada confissão. Essa espiritualidade filosófica, que já a era de Platão, foi renovada por Lavelle, e as "Regras da Vida Cotidiana", que ele havia escrito para seu próprio uso como um "livro de razão", são disso um maravilhoso testemunho.
Louis Lavelle was Professor at the College de France; at the Sorbonne; and lectured at German, Italian, Swiss, Belgian and Dutch universities. In 1947 he was recognized for his many philosophical and religious writings, and named to the Académie des sciences morales et politiques.
"Não há força maior que encontrar nos pontos mais essenciais, em toda a sua luz, as afirmações mais comuns da humanidade. Elas permanecem como fórmulas vãs e banais se não saem do fundo de nós mesmos como se fôssemos nós mesmos quem as tivesse inventado."
Este pequeno livro tem um formato peculiar. Não é propriamente um texto, é mais uma coleção de notas que o autor compilou durante sua vida. Essas notas, apesar de conter experiência e conhecimento, não estão explicadas ou desenvolvidas neste livro. Portanto, exige reflexão em cima de cada nota para entender o contexto. Isso às vezes é mais fácil, outras vezes mais difícil, principalmente por se tratar de uma obra de mais de meio século atrás do velho mundo. Ainda assim, é uma leitura rápida e apropriada para pequenas pausas no dia.
Este livro trata de reflexões não publicadas pelo filósofo Louis Lavelle acerca da conduta do homem. Após a sua morte sua filha decidiu reunir os seus pensamentos e partilhar com a humanidade. É, como vários outros livros do gênero, mesmo depois de ser lido, pra ser consultado de vez em quando. Há melhores, mas não deixa de ser interessante.
Se você é cristão católico, para quem Deus permeia todas as atividades, todas as relações e todo o Universo mesmo, este pode ser um livro para você; mas, se você não for, nem perca seu tempo: fora algumas obviedades que poderiam ter sido ditas pelo Karnal, o livro não passa de panfletarismo.