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Sermão de Santo António aos Peixes
O Sermão de Santo António aos Peixes foi proferido na cidade de São Luís do Maranhão em 1654, na sequência de uma disputa com os colonos portugueses no Brasil.
O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Padre António Vieira, que toma vários peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos vícios daqueles colonos.
Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão pretende louvar algumas virtudes humanas e, principalmente, censurar com severidade os vícios dos colonos. Este sermão (alegórico) foi pregado três dias antes de Padre António Vieira embarcar ocultamente (a furto) para Portugal.
Todo o sermão é uma alegoria, porque os peixes são uma metáfora dos homens.
O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Padre António Vieira, que toma vários peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos vícios daqueles colonos.
Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão pretende louvar algumas virtudes humanas e, principalmente, censurar com severidade os vícios dos colonos. Este sermão (alegórico) foi pregado três dias antes de Padre António Vieira embarcar ocultamente (a furto) para Portugal.
Todo o sermão é uma alegoria, porque os peixes são uma metáfora dos homens.
34 pages, Kindle Edition
First published January 1, 1654
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About the author
António Vieira
459 books57 followersNotável prosador e o mais conhecido orador religioso português, o Padre António Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e faleceu na Baía em 1697. Aos seis anos vai para o Brasil com os pais e fixa-se na Baía.
Em 1623 inicia o noviciado na Companhia de Jesus. Ordena-se sacerdote em 1635, exerce as funções de pregador nas aldeias baianas e começa a granjear notoriedade como pregador.
Os primeiros sermões já reflectem as preocupações sócio-políticas de Vieira porquanto a colónia da Baía lutava contra as invasões dos holandeses. Em 1641, restaurada a independência, regressa a Portugal e cativa o favor de D. João IV. Por isso, inicia em 1646 missões diplomáticas na Europa. Volta ao Brasil em 1653, para o estado do Maranhão, depois de se envolver em questões relacionadas com a Companhia de Jesus.
Aí toma um papel muito activo nos conflitos entre jesuítas e colonos, como paladino dos direitos humanos, a propósito da exploração dos indígenas. No ano seguinte prega o " Sermão de Santo António aos Peixes ". É expulso do Maranhão pelos colonos, em 1661, e regressa a Lisboa. Em 1665 é preso em Coimbra pelo Tribunal do Santo Ofício sob a acusação de acreditar nas profecias do poeta Bandarra. Três anos depois é amnistiado e retoma as pregações em Lisboa.
Em 1669 parte para Roma e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício. Regressa a Portugal em 1675; mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera), retira-se de vez para a Baía em 1681 onde se entrega ao trabalho de compor e editar os seus Sermões.
A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de Vieira admirável.
Em 1623 inicia o noviciado na Companhia de Jesus. Ordena-se sacerdote em 1635, exerce as funções de pregador nas aldeias baianas e começa a granjear notoriedade como pregador.
Os primeiros sermões já reflectem as preocupações sócio-políticas de Vieira porquanto a colónia da Baía lutava contra as invasões dos holandeses. Em 1641, restaurada a independência, regressa a Portugal e cativa o favor de D. João IV. Por isso, inicia em 1646 missões diplomáticas na Europa. Volta ao Brasil em 1653, para o estado do Maranhão, depois de se envolver em questões relacionadas com a Companhia de Jesus.
Aí toma um papel muito activo nos conflitos entre jesuítas e colonos, como paladino dos direitos humanos, a propósito da exploração dos indígenas. No ano seguinte prega o " Sermão de Santo António aos Peixes ". É expulso do Maranhão pelos colonos, em 1661, e regressa a Lisboa. Em 1665 é preso em Coimbra pelo Tribunal do Santo Ofício sob a acusação de acreditar nas profecias do poeta Bandarra. Três anos depois é amnistiado e retoma as pregações em Lisboa.
Em 1669 parte para Roma e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício. Regressa a Portugal em 1675; mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera), retira-se de vez para a Baía em 1681 onde se entrega ao trabalho de compor e editar os seus Sermões.
A sua prosa é vista como um modelo de estilo vigoroso e lógico, onde a construção frásica ultrapassa o mero virtuosismo barroco. A sua riqueza e propriedade verbais, os paradoxos e os efeitos persuasivos que ainda hoje exercem influência no leitor, a sedução dos seus raciocínios, o tom por vezes combativo, e ainda certas subtilezas irónicas, tornaram a arte de Vieira admirável.
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Community Reviews
Displaying 1 - 30 of 85 reviews
June 23, 2025
Soberbo. Que personalidade, que revelação
A forma - Magnífica. Escrito no Século XVII, usando a alegoria de S António aos peixes, o Padre António Vieira, o Jesuíta criou este fabuloso sermão onde com metáforas certeiras faz a descrição dos tempos em que viveu e alude aos valores e hipocrisias que esses tempos e as suas gentes tomavam como seus. Se a mensagem é certeira, e intemporal, também a forma e o estilo o são
Quanto à mensagem em si. Esta não pode ser desinserida do movimento mais amplo de alguns intelectuais e religiosos, onde os jesuítas se incluem, e que viram nessas sociedades de homens livres e iguais as novas possibilidades de organização dos estados de que Jean-Jaques Rousseau foi precursor e que o Iluminismo europeu e americano incorporou. O Padre António Vieira na sua defesa de todas as criaturas de Deus foi vanguarda deste movimento e um injustamente esquecido.
A forma - Magnífica. Escrito no Século XVII, usando a alegoria de S António aos peixes, o Padre António Vieira, o Jesuíta criou este fabuloso sermão onde com metáforas certeiras faz a descrição dos tempos em que viveu e alude aos valores e hipocrisias que esses tempos e as suas gentes tomavam como seus. Se a mensagem é certeira, e intemporal, também a forma e o estilo o são
Quanto à mensagem em si. Esta não pode ser desinserida do movimento mais amplo de alguns intelectuais e religiosos, onde os jesuítas se incluem, e que viram nessas sociedades de homens livres e iguais as novas possibilidades de organização dos estados de que Jean-Jaques Rousseau foi precursor e que o Iluminismo europeu e americano incorporou. O Padre António Vieira na sua defesa de todas as criaturas de Deus foi vanguarda deste movimento e um injustamente esquecido.
January 20, 2016
Sou muito estranha, eu gostei de saber mais sobre esta obra.
Foi engraçado e não achei nada "secante", muito pelo contrário, achei super wow :D
Foi engraçado e não achei nada "secante", muito pelo contrário, achei super wow :D
November 4, 2022
Fanfic do Santo António
February 10, 2016
Aquela altura em que já estudaste a obra tão até ao ínfimo pormenor que te esqueces que a leste na realidade... não sei se acontece só a mim xD É provável.
Esta leitura foi feita nas aulas de português e também aí estudada. Confesso que o facto de ser obrigatória me faz sempre gostar menos, é um facto. Gostei do conteúdo do sermão e de toda esta alegoria aos Homens, muito inteligente. Cansou foi ter de estudar cada capítulo, parágrafo, frase e palavra, mas isso já é outra história :P
Esta leitura foi feita nas aulas de português e também aí estudada. Confesso que o facto de ser obrigatória me faz sempre gostar menos, é um facto. Gostei do conteúdo do sermão e de toda esta alegoria aos Homens, muito inteligente. Cansou foi ter de estudar cada capítulo, parágrafo, frase e palavra, mas isso já é outra história :P
May 3, 2011
religious crap is not for me.
Read
November 24, 2014vois sois o sal da terra
August 14, 2016
O Padre António Vieira foi sem dúvida um "Imperador da Língua Portuguesa", como disse o próprio Fernando Pessoa. É um exemplo supremo da arte de bem falar, mostrando-se um excelente orador bem conhecedor da Retórica.
August 23, 2012
De composição assaz sublime, "O Sermão de Santo António aos Peixes" é, porém, em última instância, mera alegoria apologética das normas e valores do Catolicismo.
November 17, 2022
não percebi se ele andou nas dorgas ou só fechava mal a porta
January 2, 2022
We have to study this book at school but I still decided to read it by myself because we don’t study all of it. This is not a book I would personally pick if it wasn’t for school, tho I actually really liked it.
I loved the clever way the author uses his words: the super intelligent use of metaphors, analogies and irony to criticize the human being. He really spreads some trues we should all listen to.
Inside this type of books I really think it deserves a 5 stars rating (🤷♀️).
I loved the clever way the author uses his words: the super intelligent use of metaphors, analogies and irony to criticize the human being. He really spreads some trues we should all listen to.
Inside this type of books I really think it deserves a 5 stars rating (🤷♀️).
December 16, 2024
Ele comeu imenso.
September 6, 2016
I liked it, but I didn't find it mesmerizing or anything. It's neither too easy, nor too difficult to read.
I appreciated the metaphors and the irony, the language is beautiful, and the subtle hidden messages are noteworthy, I have studied it thorouhgly now and I have to say I have found it a little too pretentious for my liking.
I am not a very religious person, meaning, I am not a religious person, period, and António Vieira, being a priest and all, was all over the place about the good and the evil and God this and God that - sure, the critique was good, I mean, the Human race is always a good target for criticism and mockery, the best creatures to be ridiculed. But God's constant invocations were a turn off to me. Yet, I must keep in mind that this is a homily, so what could I expect?
I appreciated the metaphors and the irony, the language is beautiful, and the subtle hidden messages are noteworthy, I have studied it thorouhgly now and I have to say I have found it a little too pretentious for my liking.
I am not a very religious person, meaning, I am not a religious person, period, and António Vieira, being a priest and all, was all over the place about the good and the evil and God this and God that - sure, the critique was good, I mean, the Human race is always a good target for criticism and mockery, the best creatures to be ridiculed. But God's constant invocations were a turn off to me. Yet, I must keep in mind that this is a homily, so what could I expect?
June 30, 2018
Sempre tive curiosidade em ler este sermão e não as partes que existiam no livro de Português. A linguagem é complicada. Mas as lições são imensas e adequadas ao nosso tempo. Frustante, as pessoas não mudarem ao longo dos séculos.
January 17, 2019
"Oh, maravilhas do Altíssimo! Oh, poderes do que criou o mar e a terra! Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as cabeças de fora da água, António pregava e eles ouviam."
"Quem olhasse nessa altura para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados e no mar os peixes tão calados e tão devotos, que havia de dizer? Poderia pensar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus o uso de razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão."
"Quem olhasse nessa altura para o mar e para a terra, e visse na terra os homens tão furiosos e obstinados e no mar os peixes tão calados e tão devotos, que havia de dizer? Poderia pensar que os peixes irracionais se tinham convertido em homens, e os homens não em peixes, mas em feras. Aos homens deu Deus o uso de razão, e não aos peixes; mas neste caso os homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a razão."
February 1, 2024
É um bom conceito, e o meu maior pesadelo
November 12, 2024
li 2 reviews que diziam “stfu” e “i don’t care about religious crap”. consigo perceber que alguns tópicos mencionados no sermão sejam importantes, mas nunca me identifiquei tanto.
November 23, 2025
"O triste que foi à forca, não o comem os corvos senão depois de executado, e morto; e o que anda em juízo ainda não está executado, nem sentenciado, e já está comido"
June 20, 2025
Adoro esse sermão. Escutei duas ou três vezes, e ainda quero ler o texto para saborear as ideias mas devagarinho, e vou escutar a leitura outra vez por YouTube, graças ao mesmo leitor quem tive lido várias obras do Eça.
December 27, 2015
Primeira leitura no decorrer do ensino secundário (aproximadamente 1995), leitura à memória da qual dei 2 estrelas.
Em releitura 20 anos depois, consegui atribuir mais uma estrela. A metáfora dos peixes representativos dos homens e dos seus defeitos e virtudes foi muito bem conseguida.
Em releitura 20 anos depois, consegui atribuir mais uma estrela. A metáfora dos peixes representativos dos homens e dos seus defeitos e virtudes foi muito bem conseguida.
December 13, 2014
Adorei, é magnífico. Como aluno do 11º ano, sinto-me obrigado a dizer que esta obra é a melhor que já estudei na escola. Isto apesar de saber que daqui a uns meses vou estudar Os Maias, e, assim sendo, tal vai deixar de ser verdade. Grande obra, sinto-me tentado a ler mais Padre António Vieira.
October 6, 2011
Adorei o livro sem dúvida. Uma crítica feita há séculos atrás e que demonstra ainda hoje como o nosso país está! Fantástico, recomendo!
August 13, 2015
Grande sermão. A ler!! Falta-nos muito sal!!
April 30, 2024
(é tudo senso comum)
November 18, 2017
Só [re]conhecendo Vieira pelo nome, por lhe ver aqui e além alguma citação sem nunca lhe conhecer o contexto, resolvi ler este sermão para finalmente sentir o pulso de uma obra deste autor.
Devo confessar que fiquei agradavelmente surpreendido com o que aqui encontrei. Sem outra expectativa além de saber que me encontraria, obviamente, diante de um sermão, cedo fui arrebatado pela facilidade do discurso e pelas vivas retóricas invocadas por Vieira.
No elogio e crítica que faz aos peixes, inspirado em Santo António, este outro António desdobra e identifica o tanto de errado que identifica entre aqueles que o escutam. Com mestria e muito tato, sai Vieira puxando as muitas orelhas dos que têm perspicácia para se descobrir nos humildes peixes que a ele quiseram ficar ouvir.
Vale também este texto pelo retrato de uma época e de uma realidade histórica tão importante como foi a colonização e evangelização do Brasil. No sermão, o instantâneo de um cotidiano complicado, de uma sociedade nova já tão cheia de velhos vícios e do quão difícil foi, e é, lutar por devolver alguma sanidade àqueles que, tendo tanto poder, tão pouca sanidade parecem de facto ter.
Devo confessar que fiquei agradavelmente surpreendido com o que aqui encontrei. Sem outra expectativa além de saber que me encontraria, obviamente, diante de um sermão, cedo fui arrebatado pela facilidade do discurso e pelas vivas retóricas invocadas por Vieira.
No elogio e crítica que faz aos peixes, inspirado em Santo António, este outro António desdobra e identifica o tanto de errado que identifica entre aqueles que o escutam. Com mestria e muito tato, sai Vieira puxando as muitas orelhas dos que têm perspicácia para se descobrir nos humildes peixes que a ele quiseram ficar ouvir.
Vale também este texto pelo retrato de uma época e de uma realidade histórica tão importante como foi a colonização e evangelização do Brasil. No sermão, o instantâneo de um cotidiano complicado, de uma sociedade nova já tão cheia de velhos vícios e do quão difícil foi, e é, lutar por devolver alguma sanidade àqueles que, tendo tanto poder, tão pouca sanidade parecem de facto ter.
September 13, 2025
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregado-res, sois o sal da terra; e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; nu porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verda-eira a doutrina que lhe dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.
Suposto pois que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal, e que se há-de fazer a esta terra?
Suposto pois que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal, e que se há-de fazer a esta terra?
December 20, 2025
Huh. Of all the things I've had to read for school I actually found this incredibly enjoyable. I've been quoting bible stories ever since I learned more because of this book.
It's really easy to read, unlike other old portuguese works that read more like latin than what I would be able to understand as someone who speaks more english than anything else.
Vieira is so iconic. Calling out the exploitation and corruption going on in Brazil (by the portuguese, no fault of the native brazillians of course) by pretending to be speaking to fish? I know it's a reference to Saint Anthony (as said in the title) but it's genius how he jokes about it. There are times where he almost mocks the audience. Saying things like "Oh. But I'm not talking to you, am I? I'm preaching to the fish" wowie!!!!!!!!!!!!!!
I love this so much!!!!!!!!! Old literature doesn't have to be hard to understand. I feel stupid, silly to say this but that's often my problem with older books. Knowing how long ago this was written makes me feel so much better. I'll be trying more classic and historical pieces. I'm not so scared anymore.
You are the salt of the earth!!!!!!
I really really really liked this.
It's really easy to read, unlike other old portuguese works that read more like latin than what I would be able to understand as someone who speaks more english than anything else.
Vieira is so iconic. Calling out the exploitation and corruption going on in Brazil (by the portuguese, no fault of the native brazillians of course) by pretending to be speaking to fish? I know it's a reference to Saint Anthony (as said in the title) but it's genius how he jokes about it. There are times where he almost mocks the audience. Saying things like "Oh. But I'm not talking to you, am I? I'm preaching to the fish" wowie!!!!!!!!!!!!!!
I love this so much!!!!!!!!! Old literature doesn't have to be hard to understand. I feel stupid, silly to say this but that's often my problem with older books. Knowing how long ago this was written makes me feel so much better. I'll be trying more classic and historical pieces. I'm not so scared anymore.
You are the salt of the earth!!!!!!
I really really really liked this.
January 31, 2025
SIM DECIDI RELER ISTO NO ANO DE 2025, E SIM AINDA É BANGER. Okay também não exageremos, não é nenhuma obra prima mas o nosso amigo António Vieira estava mesmo inspirado quando preparou este sermão. Não só é cheio de belas metáforas do bem e do mal segundo a sua visão, mas é importante para a nossa cultura. Possivelmente terá sido uma das figuras mais importantes portuguesas na sua época, não só pela sua posição de poder, mas também por aquilo que fez na sua época, pois não era qualquer um que lutava pelos direitos do outrém explorado pela missão colonizadora.
Pode não ter sido santo, na verdade queiramos ou não já nos basta um Santo António, mesmo que por vezes Antônio Vieira me lembre mais de um Santo Francisco por seus valores e princípios tão humanitários. No entanto, acredito que Antônio Vieira seja alguém que devia ser relembrado, mais estudado, e defendo mesmo que Portugal o reconheça mais do que uma menção num livro de 12° Ano, mas como alguém de histórico, como um Camões, um Eça, e mesmo um Pessoa.
Pode não ter sido santo, na verdade queiramos ou não já nos basta um Santo António, mesmo que por vezes Antônio Vieira me lembre mais de um Santo Francisco por seus valores e princípios tão humanitários. No entanto, acredito que Antônio Vieira seja alguém que devia ser relembrado, mais estudado, e defendo mesmo que Portugal o reconheça mais do que uma menção num livro de 12° Ano, mas como alguém de histórico, como um Camões, um Eça, e mesmo um Pessoa.
Read
June 25, 2021O Sermão de Santo António aos Peixes foi proferido na cidade de São Luís do Maranhão a 13 de Junho de 1654, dia de Santo António, num contexto de conflito entre os colonos Portugueses e os nativos Brasileiros.
Esta obra é uma alegoria, na qual os comportamentos e características dos homens, nomeadamente a arrogância, o oportunismo, a ambição e a traição, são duramente criticados. Esta crítica decorrre tanto pelo contraste com as virtudes atribuídas aos peixes, como pela semelhança com os seus defeitos.
Num tom muitas vezes confrontativo e persuasivo, com recurso a ironia e várias metáforas, articula conceitos religiosos e sociopolíticos para condenar os comportamentos dos homens. Sendo um texto profundamente religioso, poderá não agradar a todos, mas não deixa o leitor indiferente.
Esta obra é uma alegoria, na qual os comportamentos e características dos homens, nomeadamente a arrogância, o oportunismo, a ambição e a traição, são duramente criticados. Esta crítica decorrre tanto pelo contraste com as virtudes atribuídas aos peixes, como pela semelhança com os seus defeitos.
Num tom muitas vezes confrontativo e persuasivo, com recurso a ironia e várias metáforas, articula conceitos religiosos e sociopolíticos para condenar os comportamentos dos homens. Sendo um texto profundamente religioso, poderá não agradar a todos, mas não deixa o leitor indiferente.
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