Não é a primeira vez que leio contos da Inês Montenegro e a verdade é que os anteriores nunca me conseguiram cativar. Mas ainda bem que resolvi não desanimar e dei nova hipotese à autora.
Sete vezes Sete cativou-me bastante, desde a sua narração, às personagens passando por todo o ambiente descrito pela autora. Sem dúvida um excelente trabalho da Inês Montenegro.
Um conto bem escrito e que, sem dúvida, desperta o interesse dos leitores, principalmente daqueles que gostam das lendas arturianas. No entanto senti que faltava uma pitada de algo. Talvez um pouco mais de envolvimento entre as personagens e o leitor, uma emoção mais enfática. A história é demasiado "morna" para a época e o episódio que retratam.
A execução é competente. Apesar das diversas personagens e do foco ir mudando, há um fio condutor sólido. A trama vai-se desenrolando e os acontecimentos vão mantendo o leitor interessado. Gostaria que o conto se tivesse focado mais na personagem principal, que acabou por ser descrita de um modo muito superficial para o tamanho do conto. As descrições estão bem conseguidas, não se destacando nem se mostrando ausentes. Em suma, um bom conto em que lhe ficou a faltar a vivacidade das personagens. Recomendo a quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho desta jovem escritora.
Admito que está bem escrito e tem alguns bons momentos, mas como já disse noutras ocasiões a minha paciência para narrativas arturianas já está tão mais que coçada. É preciso uma história muito boa para me fazer ultrapassar a impaciência habitual perante a temática. Neste caso em particular acho que a autora teria beneficiado distribuir a narrativa por menos personagens.