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«Tolstoi ou Dostoievski procura mostrar que a estatura destes dois romancistas é inseparável do seu compromisso teológico. Se Anna Karénina é, como Henry James viu, uma “coisa tão maior” até mesmo que Madame Bovary, se Os Irmãos Karamázov supera tão formidavelmente Balzac ou Dickens, a razão é a centralidade para Tolstoi e Dostoievski da questão de Deus. Por sua vez, o que faz legitimar as afinidades de Tolstoi com Homero e as de Dostoievski com Shakespeare é uma comunicação partilhada das realidades, individuais e colectivas, físicas e históricas, além do alcance do empírico. Para ambos os mestres russos, como para Pasternak e para Soljenítsin depois deles, o pressuposto de D. H. Lawrence de que, para ser um escritor ou artista maior, há que enfrentar “nu os fogos de Deus” (ou o não-ser de Deus) era por si mesmo evidente. O constante recurso de Tolstoi ao mistério da ressurreição, as figurações de Dostoievski de um niilismo apocalíptico, são simultaneamente actos incomparáveis de realização narrativa-dramática e de pensamento religioso. Este livro invoca as afinidades profundas que se encontram entre a realização russa e a do cenário teológico em Hawthorne e Melville.»
Do Prefácio
336 pages, Paperback
First published January 1, 1959
[New Criticism's] concentration on the single image or cluster of language, its bias against extrinsic or biographical evidence, its preference for the poetic over the prosaic forms, are out of tune with the governing qualities of Tolstoyan and Dostoevskyan fiction. Hence the need for an "old criticism" equipped with the wide-ranging civilization of an Arnold, a Saint-Beuve, and a Bradley. Hence also the need for a criticism prepared to commit itself to a study of the looser and larger modes. In his Quintessence of Ibsenism, Shaw observed that "there is not one of Ibsen's characters who is not, in the old phrase, the temple of the Holy Ghost, and who does not move you at moments by the sense of that mystery."
When we seek to understand Anna Karenina, such old phrases are in order.