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464 pages, Paperback
First published January 1, 1925


Foram necessárias 384 páginas (em 392), alguns largos meses passados em Lisboa e umas boas libras estoiradas para Artur Corvelo, a personagem principal do livro, entender que "o único amparo de amizade" que alguma vez tivera fora a sua tia Sabina, a quem não deu valor em vida.
Até aí, Eça descreveu um personagem desprovido de vontade própria, deslumbrado e muito influenciável. Sem ideias suas, tão depressa republicano de corpo e alma como a pender para o lado mais conservador da sociedade e das suas soirées. Tão depressa metia na cabeça que não podia viver mais naquela luxúria, como deitava para trás das costas qualquer vislumbre de avareza que lhe passasse pelo nariz. Verdadeiramente apaixonado pelas letras, a elas não se dedicava. Preferia antes perder-se de amores por baronesas e espanholas que amavam mais a sua estimada herança do que outra coisa qualquer.
Obrigada, Artur, por me mostrares aquilo que não quero ser com essa personalidade que tanto me irritou durante a leitura deste livro.
Obrigada, Eça, pelo espírito e pelas palavras de sempre. Sempre bem.
Uma das minhas frases favoritas não podia deixar de ser, também, uma das mais românticas: "E a sua vida seria uma continuação de beijos arrebatados e de rimas sonoras."
Nascem goivos a-a-ah!
E rosas nas sepulturas...