«Escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. É uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.»
Pedro Paixão nasceu em Lisboa, em 1956, vive em Stº António do Estoril e tem um filho. É doutorado em Filosofia, que ensina na Universidade Nova de Lisboa. Com Miguel Esteves Cardoso fundou a agência de publicidade Massa Cinzenta, que mais tarde vendeu. Com o seu primeiro romance, "A Noiva Judia", inaugurou um estilo que tem vindo a marcar a cultura portuguesa desde o início dos anos 90. Tem somado sucessos atrás de sucessos, entre eles "Viver Todos os Dias Cansa", "Muito Meu Amor", "Nos Teus Braços Morreríamos", "Quase Gosto da Vida que Tenho" e "Amor Portátil".
Mais um livro de Pedro Paixão, que deve ser lido com os olhos no diagnóstico do escritor. É difícil ler, compreender e gostar das obras de Pedro Paixão, que muitas vezes se assemelham a “Filosofia caótica” (Ana Garganta, 2012), se não soubermos um pouco da vida do escritor. Aos 19 anos foi-lhe diagnosticada a doença maníaco-depressiva, hoje chamada Transtorno Bipolar, Aos 29 anos doutorou-se em Filosofia na Universidade Católica de Lovaine (Bélgica), escrevendo a sua tese de doutoramento em 2 dias. Depois, mergulhou numa depressão profunda. Aos 31 anos inicia a medicação para controlar as “descidas de humor”. (Grande Reportagem SIC: Mentes Inquietas, 2009) Para Pedro Paixão, a questão mais pertinente sobre a sua personalidade é o problema de identidade: “tu és aquele que rebenta as portas, que é capaz de tudo, que faz tudo em 5 minutos, que domina o mundo, que não tem freio. És esse ou és aquele que está enviado na cama há 15 dias, sem conseguir ver luz? É fisicamente doloroso, como se o teu corpo estivesse possuído por fogo”. “Escrever faz-se na solidão e a solidão é cada vez maior. É uma doença. Eu escrevo para escapar, para fugir do mundo porque o mundo é insuportável, é uma ferida aberta. Protejo-me escrevendo, dando sentido àquilo que não tem sentido absolutamente nenhum que é quando não estou a escrever e estou 3 semanas deitado na cama, sem ver luz nenhuma e a tomar comprimidos à espera que aquilo passe.” A obra de Pedro Paixão é marcada pelo Transtorno Bipolar da Personalidade. Esse diagnóstico foi sempre tornado público pelo escritor. Este livro reúne um conjunto de textos, histórias muito pequenas, desabafos, pensamentos e emoções. «Escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. É uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.» “Eu digo-lhe com o ar mais sensato que tenho: a vida são muitas coisas. O amor é só uma entre muitas. E ela responde (…) : a vida pode mudar muito mais do que se espera, o amor é que está acima de tudo, tudo altera. Nos teus braços morreria. E fico envergonhado.”
Comprei este pequenito livro numa venda de usados e o título despertou a minha atenção. O autor nada me dizia. Nunca tinha ouvido falar. Pensei para com os meus botões: "A este preço, vou experimentar". Abençoada a hora que lhe peguei.
Que absoluta surpresa BOA.
Fiquei fascinada. FASCINADA com a escrita deste autor.
Quando comecei a ler as primeiras páginas não tinha comigo nenhum marcador de página nem daqueles post-it todos fancy. A única coisa que comigo tinha - um lápis - teve de servir. E lá comecei a sublinhar aqueles maravilhosos parágrafos.
EU! O.0 A sublinhar um livro! Eu! Que detesto livros riscados, e sublinhados, e sujos, e...
Por favor. Por favor. Se alguém vir este livrinho em algum sítio à venda. Por favor. Pegue nele. Dê-lhe um pouco de carinho e atenção que ele vai devolver-lhe tudo e mais um pouco.
* "Nunca se sabe o que é para sempre, sobretudo nas coisas do amor. E era uma coisa do amor, isto tudo. São tão estranhas as coisas do amor que não se compreendem por inteiro. Tem de se estar sempre a fazer suposições. Nunca se sabe como e até que ponto a até quando. Esta obsessão chega para impedir a vida, o amor pode impedir o amor, amaldiçoá-lo como um espectro". *
Reflexivo e intelectualmente estimulante. Dá-nos uma perspetiva muito crua e real do amor. Para mim, foi desafiante ler este livro, pois não estou habituado a esta abordagem mais original e espontânea dos temas. Porém, achei a escrita muito distinta de tudo o que li até hoje e muito enérgica, com uma mistura de conversa caseira e discurso rebelde. Aconselho vivamente a leitura:)
Antes deste livro, nunca tinha lido nada de Pedro Paixão e, para dizer a verdade, quando o comecei a ler não me cativou muito por aí além, pois achei-o um pouco leve demais... No entanto, comecei a ver nalguns textos alguns rasgos de grande criatividade (veja-se "Kant" ou "O beijo", a título de exemplo).
Se bem que não seja um escritor imprescindível, gostei de ler este livro.
Comprei este livro na vinted, o nome chamou me à atenção e pelo preço pensei “vou experimentar”! Levei o livro para ler na praia e logo nas primeiras páginas já sabia que ia gostar e assim foi. Demorei muito a ler pois prometi que ia ser a minha leitura de praia MAS a quem o encontro aconselho que o leve!!