Jorge Amado was a modernist Brazilian writer. He remains one of the most read and translated Brazilian authors, second only to Paulo Coelho. In his style of fictional novelist, however, there is no parallel in Brazil. His work was further popularized by highly successful film and TV adaptations. He was a member of the Brazilian Academy of Letters from 1961 until his death in 2001. In 1994, his work was recognized with the Camões Prize, the most prestigious award in Portuguese literature. His literary work presents two distinct phases. In the first, there is a clear social critic and political focus, with works such as Captains of the Sands and Sea of Death standing out. In his more mature phase, he adopts an aspect of good-humored and sensual chronicler of his people, abandoning ideological motivations, with works such as Gabriela, Clove and Cinnamon, The Double Death of Quincas Water-Bray and Dona Flor and Her Two Husbands.
resumo da trilogia dos subterrâneos da liberdade: operários vanguarda do povo, camponeses que a terra lavrais! libertai-vos do jugo para sempre, é o povo que em vós libertais! unidade unidade unidade, do trabalho contra o capital, camaradas lutemos unidos, porque é nossa a vitória final!
Este é trilogia com uma carga emocional muito elevada. Neste 3º livro da trilogia é a asfixia e, por outro lado, o refúgio numa breve leveza de esperança pela igualdade, justiça e liberdade. É incrível como Jorge Amado o faz através de descrições de simples olhares, breves discursos, e até silêncios dos personagens.
Inicialmente torna-se importante referir que ao longo desta obra, Jorge Amado surge como uma espécie de sociólogo, procedendo a uma análise social, na qual relata e descreve uma parte da história do Brasil.
Debruça-se sobre a opinião, os ideais e as convicções das diferentes classes sociais, discorrendo simultaneamente e em forma de protesto incendiário a situação política, social, cultural e económica do país.
Nesta obra, Amado procurou denunciar o avanço das forças políticas de extrema-direita não só no Brasil, mas em todo o globo, enumerando vários exemplos, como o de António Salazar (Portugal), Adolf Hitler (Alemanha), Francisco Franco (Espanha) e Benito Mussolini (Itália). Este avanço era visto como uma potencial e perigosa ameaça à forma de organização e constituição das diferentes sociedades, visto que todos estes ditadores estabeleciam coligações para dilacerar os seus oponentes. Uma das coligações apresentadas em vários trechos da obra é o Pacto Anti-Komintern.
No decorrer do livro, o autor através de contos idealiza que luta do Partido Comunista, neste caso o Brasileiro, mais que um movimento de resistência, é a principal “arma” da nação para derrubar o Estado Novo, a Estrutura Nacional.
O autor também expõe que o partido luta pelos interesses da classe proletária/trabalhadores, que é composta por pessoas que «ganham a vida vendendo a sua força de trabalho» à classe burguesa/capitalista que é a detentora dos maiores Meios e Objectos de Produção, «meios pelos quais ganham o seu sustento». O que leva a que a classe proletária se assemelhe a «servos, trabalhando a terra sem outros instrumentos que os seus próprios braços e sem nenhum direito possuir sobre os frutos da terra» (Jorge Amado, Os Subterrâneos da Liberdade I – Os Ásperos Tempos, pág. 328). Assim, Amado vocifera que o partido combate igualmente a pobreza, a miséria e a exclusão social dentro de uma sociedade. Nesse sentido, o partido torna-se num produto das massas operárias, e simultaneamente um sistema de produção dessas mesmas massas.
Jorge Amado conseguiu transmitir a sua aspiração, defendendo que a vida e o rumo do país devem ser pensados e levados a cabo em torno, e de acordo com a maioria, isto é, do povo para alcançar-se o tão desejado bem comum.
Resumidamente, o autor proclama a sua crença no sucesso do Partido Comunista, vendo-o, com base no seu discurso, como uma “máquina ilegal” no Brasil, mas que «sem limites nem fronteiras, se estende pela vastidão do mundo, vitorioso na União Soviética, em armas na Espanha, nas montanhas da China, nos subterrâneos da Alemanha, combatendo um duro combate nos demais países, um mar subterrâneo que se levantará um dia em ondas colossais, lavando da superfície do mundo a podridão e a injustiça» (Jorge Amado, Os Subterrâneos da Liberdade I – Os Ásperos Tempos, pág. 257), tendo em vista, sempre que necessária, a revolução democrático-burguesa e a reforma agrária, caracterizando-a como a luta infinita, até à morte.
Esta trilogia foi o último sopro, assumidamente comunista, de Jorge Amado. Ou seja, representou o fim de uma escrita político-partidária.
O romance "A Luz no Túnel" é o terceiro livro da triologia "Os Subterrâneos da Liberdade" que conta ainda com os livros "Os Ásperos Tempos" e "Agonia da Noite". Este é, provavelmente, o livro mais violento dos três. A luta do Partido Comunista Brasileiro continua ainda que de forma igualmente clandestina com um grande amor à Pátria e ao Partido. Neste livro são presos alguns dos dirigentes do partido, com o objectivo de erradicar os comunistas do país, é aqui que são descritas detalhadamente as torturas o que torna mais dolorosa a leitura deste livro. Ao longo de toda a história vai-se fazendo o paralelo entre os comunistas na clandestinidade e a classe alta disposta a tudo para conservar o seu poder. Há nesta história um grande jogo de interesses e de poder, medo e conspiração, por outro lado, há muito amor, lealdade e gratidão. Os limites do comunismo não são aqui alvo de discussão mas a ideia de que o bem comum se sobrepõe ao bem individual é uma constante em toda esta triologia. Assumindo esta triologia como um livro só, foi sem dúvida dos mais interessantes, instrutivos e dilacerantes que já li.
É evidentemente claro o contraste de problemas, vida... entre as classes. Também destaca-se que quanto mais a industrias se fortaleciam no território nacional mais fortes ficam os personagens da elite, denunciando, de um certo modo, a podridão e seus pequenos e dramaticos problemas. O autor consegue expôr excepcionalmente o discurso anticomunista da época (que querendo ou não permanece até ou dias atuais) caracterizando a marginalização de classe. Demonstrando as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores da época, de tal maneira, refugiavam-se "a luz do túnel", o socialismo, em busca de uma libertação.
Uma trilogia obrigatória brilhantemente escrita, relatando a revolta do povo brasileiro aquando da implantação do Estado Novo, na ascensão ao poder de Getúlio Vargas. Brilhante.