Publicado pela primeira vez em 1972, Sombras de reis barbudos foi tido como alegoria do regime militar brasileiro, ao contar a história de uma cidade que recebe a Companhia Melhoramentos de Taitara, símbolo da modernidade. Aos poucos, porém, a empresa impõe uma rotina tirânica aos moradores. Décadas depois de sua estreia literária, os críticos de José J. Veiga lançam nova luz à obra do autor, ampliando seu alcance. Embora tenham influência do realismo mágico, seus livros não se encaixam nessa vertente; exploram o universo infantojuvenil, mas vão além do romance de formação. O leitor pode agora atestar por si só por que José J. Veiga é considerado um dos melhores autores brasileiros do século XX.
Nasceu no dia 2 de fevereiro de 1915, em Corumbá de Goiás. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Faculdade Nacional de Direito. Foi comentarista na BBC de Londres e trabalhou como jornalista d’O Globo e da Tribuna da Imprensa, entre outros veículos. Aos 44 anos, estreou na literatura com Os cavalinhos de Platiplanto. Seus livros foram traduzidos para diversos países, entre eles Portugal, Espanha, Estados Unidos e Inglaterra, e pelo conjunto da obra ganhou o prêmio Machado de Assis, outorgado pela Academia Brasileira de Letras.
"Belki şehre bir şirk gelir, bir güzel orman olur yazılarda, İklim değişir, Amazon olur, gülümse..."
Her zaman da öyle, gülümsetecek şeyler gelmiyor ama. Ya da gelenler her zaman aynı kalmıyor. Değişiyor, gelişiyor, değişerek gelişiyor falan... Neyse, bunlar bilindik şeyler. Unutulsa da hep bilinen şeyler. Fakat bir kez daha, tıpkı Gevişgetirenler Zamanı'nda olduğu gibi, dünyanın ta öteki ucunda gerçekleşen bir şey aslında buradaymış gibi anlatılıyor.
Çünkü öyle.
Veiga, en çok atmosfer kurmada başarılı bence. İnsanı yarattığı evrenin bir parçası hâline getiriveriyor, sadece üç-beş paragrafla. Bunu yapmayı başardıktan sonra da zaten, kendi kuralları, saçmalıkları, mantık silsilleleri ve absürtlükleriyle, her şey sahici geliyor.
"É curioso como certas coisas vão acontecendo em volta da gente sem a gente perceber e quando vê já estão firmes e antigas”.
Sombras de reis barbudos é um curto romance de José J. Veiga, escritor do interior de Goiás, contador de histórias perante o Eterno, por vocação, natureza e arte, que publicou seus livros mais importantes entre 1960 e 1975. José J. Veiga se distingue de seus pares nacionais pela preferência ou antes afinidade e facilidade que demonstra de lidar com o simbólico, o mágico, o absurdo e o non-sense, num Brasil do realismo naturalista, do romance de tese, da descrição minuciosa à francesa.
Esse é o seu traço distintivo: no livro, tudo vai correndo normalmente, com algumas mudanças, é certo, mas até a expulsão do Tio Baltazar da Companhia a narrativa é corriqueira e até mesmo prosaica. A partir da saída da figura de Tio Baltazar, o elemento fantástico entra em cena: os muros, os urubus, os vôos (assim mesmo, com circunflexo desafiando a porcaria de reforma ortográfica) e as proibições.
Embora a narrativa siga entremesclada de cenas altamente realistas, inclusive o machadeano capítulo machadeanamente intitulado de “O Caderno proibido”, em que Lucas, o narrador da história, se envolve romanticamente com sua Tia Dulce, enfim, em que pesem os lances prosaicos, sem dúvida alguma é o elemento fantástico que impulsiona a história.
A escolha estilística de narrar do ponto de vista de um pré-adolescente que escreve um livro de memórias como passatempo permite ao autor algumas conquistas líricas e formais: em primeiro lugar, uma linguagem simples, envolvente, intuitiva, de quem conta um causo, em que o lirismo está presente na mesma proporção em que a inocência do menino com poucas palavras e muitas emoções procura expressar suas experiências e impressões. Em segundo lugar, e talvez o mais importante, a escolha de um narrador jovem e inexperiente permite ao autor dizer verdades desagradáveis, muitas vezes de passagem, como quem põe uma observação com o último sopro da frase, conseguindo atingir por vezes um tom de sinceridade brutal.
O elemento fantástico, no caso específico de Sombras dos Reis Barbudos, é comprometido, talvez, pelo fato de vir da memória de um rapazote, que pode muito bem estar confundindo coisas passadas com imaginadas, o que não ocorre no romance gêmeo deste, “A Hora dos Ruminantes”, onde o autor optou pela narrativa externa de 3ª pessoa. Mas essa desconfiança quanto à veracidade de tão inverossímeis relatos não prejudica o que o autor busca: através do non-sense provocar situações e reações em suas personagens que tragam à tona todas as cores, contradições e complexidades do ser humano enquanto paciente de emoções e sujeito moral. Como nas experiências científicas em que se ressaltam antinaturalmente determinados elementos para obter comportamentos únicos das moléculas ou das cobaias, assim José J. Veiga sujeita suas pobres personagens a sofrimentos, baixezas, humilhações, perplexidades e situações de extrema complexidade moral, obtendo resultados diafanamente naturais, que mais naturais e realistas se tornam com a linguagem despojada e temerariamente inocente em que são narradas, ou antes - contadas. Em outras palavras, através de uma situação em que fantástico e prosaico se misturam, sendo aquele o elemento dinâmico, o autor produz as reações e ações mais humanamente naturais e exatas possíveis. E também o crescimento de Lu, o narrador, quando por exemplo descobre que “a pessoa, qualquer pessoa, é responsável única pelo que faz e pelo que não faz nesta vida; não adianta querer fugir ou se fazer de desentendido. Eu precisava achar o rumo sozinho, ou não achando arcar com as conseqüências”.
O que nos leva a outro problema, o do tema: muitos trabalhos disponíveis sobre José J. Veiga concluem rápida e comodamente demais que o autor está tratando da ditadura militar em linguagem simbólica. O próprio José J. Veiga negou isso em entrevista, na qual deu a entender que sua crítica era contra o domínio da técnica (aqui representada pela Companhia) e contra a subserviência e pusilanimidade geral do povo brasileiro. Quanto a esse último ponto, não deixa dúvidas: apesar de as miudezas do dia-a-dia narrado poderem retratar basicamente qualquer qualquer país ocidental daquela época (não há menção a regime político, a gostos culturais específicos, e nem mesmo os onipresentes futebol e samba são mencionados), enfim, apesar de tudo isso, o autor escolhe simbolicamente nomes em tupi-guarani para as cidades mencionadas, inclusive para a cidade assolada pelo domínio totalitário da Companhia.
Mas tenho que discordar tanto da crítica esquerdista fácil, quanto do próprio autor – afinal, os autores se enganam muitas vezes sobre suas próprias obras. O que é narrado é uma situação de totalitarismo, do tipo nazista ou soviético para ser mais específico. Não sei se é coincidência simbólica ou genialidade casual, mas o fato de o objeto social da Companhia ser vagamente definido como “de melhoramentos” lembra bastante as constantes, vagas e inalcançáveis promessas com que os governos totalitários logram justificar à população e muitas vezes a si mesmos de que tanto controle e proibição são necessários. Com efeito, o crescimento paulatino das proibições e da violência arbitrários contra os próprios patrícios lembra vivamente as descrições de Stefan Zweig, observando de seu palacete em Salzburgo o outro lado da fronteira, onde todas as noites treinavam, em número cada vez maior, os jovens que futuramente formariam a S. S., a tropa de elite nazista. E assim como na Áustria nada fictícia de Zweig o povo foi simplesmente se acomodando, afastando com risos as “teorias conspiratórias”, até o momento em que a bota nazista esmagou sua liberdade, assim a cidade de Lucas vai sendo subjugada pouco a pouco a um regime de falta de liberdade sem enfrentar qualquer reação séria (afora inócuas pixações de muros), onde a bem dizer as proibições são instituídas apenas pelo prazer de limitar qualquer liberdade, de ver fenecer qualquer veleidade de alegria entre os moradores.
Mas ainda não estou satisfeito com essa breve investigação: também a comparação com os regimes totalitários é fácil, e na verdade lendo crônicas de pessoas que viveram sob esses regimes vemos que a imaginação distópica de José J. Veiga não é páreo para o trabalho incansável (o Diabo nunca dorme) das mentes revolucionárias.
Estou a pensar agora que talvez a afirmação do pai da obra, de que ela é denúncia do domínio social da técnica, traduza melhor sua natureza: será que ele poderia imaginar que hoje em dia, em plena “democracia”, outras proibições talvez mais absurdas que as da Companhia estariam em voga? Que estaríamos sendo monitorados, conectados constantemente? Que a possibilidade de filmar sem interrupção, por exemplo, ou de patrulhar visitas de sites na internet serviria às perversões de controle total mais inconfessáveis não só de chefes de Estado, como de chefes de empresas, de escritórios, de departamentos e de repartições?
E o mundo que descreveu então: sem qualquer liderança, sem qualquer contestação da autoridade, sem possibilidade de comunicação com o mundo externo, sem justiça e sem Deus, esse é o mundo em que, parece, estamos vivendo.
A saída para os moradores daquela cidade esquecida dos homens e de Deus é voar: quando a proibição parecia alcançar um nível insuportável – mas lembremos: não há nada insuportável – então os moradores começam a voar. O vôo é, segundo o Dicionário de Símbolos de Chevalier, um símbolo da alma que procura a vida do espírito; por conseguinte, uma alma sedente de vida espiritual avisa dessa necessidade pelo sonho do vôo. Nesse sentido, o que parecia ser um expediente bastante estranho, como que feito para encerrar à força uma inencerrável história, é explicado simbolicamente pelo senhor de branco no final: sonha-se que se voa para fugir à loucura. Trata-se, é verdade, de um Deus Ex Machina, mas é um desfecho muito adequado – dir-se-ia eloquente – para uma obra que tem conexão direta com o inconsciente.
Que livro! Realismo fantástico de altíssima qualidade!! As metáforas sobre o autoritarismo e a ditadura militar são ricas e ainda vou passar um tempo pensando e tentando decidrá-las!
Öncelikle çeviri çok iyi, Türkçe sözdizimi sağlam. Gelgelelim kitabı okurken çok sıkıldım. 72'de yazılmış bir metin, güncelliğini yitirmiş bir seçim. Kapitalist distopyaya dair çok daha yetkin anlatılar var bugün.
Pintaba para gustarme, dado el desarrollo acerca de "La Compañía" como referencia al gobierno. Donde los ciudadanos son oprimidos por ella. Sin embargo, el final ha sido muy flojo, realmente no me gusto ni era lo que esperaba.
La historia es narrada por Lucas, un niño que se va convirtiendo en adolescente mientras presencia la instalación en su pueblo de La Compañía, el emprendimiento soñado por su tío Baltasar para generar prosperidad y progreso. Cuando su tío es expulsado de la Compañía, comienza un proceso que le va otorgando más y más poder a la Compañía mientras se imponen prohibiciones, restricciones y controles cada vez más abusivos a la población, que comienza a sumirse en el miedo y la desesperanza. La construcción de enormes muros para separarse y vigilar a los ciudadanos hace que la ciudad misma se convierta en un laberinto del cual sólo se puede escapar volando. ¿Acaso alguien se atreverá?
A mitad de camino entre el realismo mágico y la pesadilla kafkiana, el relato de Veiga alegoriza de forma brillante los procesos represivos que Latinoamérica ha sufrido una y otra vez, no sólo a manos de dictaduras militares (como la que gobernaba Brasil en 1972, cuando se publicó la novela), sino también a través de la instalación de empresas monopólicas extranjeras o de la oligarquía local que explotan los recursos naturales y sumen a la población local en la dependencia y el terror, montando verdaderos estados paralelos, como ocurrió con el quebracho y el azúcar en el norte de Argentina, el caucho en Brasil, el salitre y el cobre en Chile, las bananas en Centroamérica, etc. Desconocía a este autor y me sorprendió muy gratamente!
É fácil imaginar como uma simples ideia, se posta em ação, pode mudar toda a vida de uma cidade pequena, principalmente se você já viveu em uma. Em Sombras de reis barbudos, é exatamente isso o que acontece: a Companhia, criada com empolgação pelo tio do narrador e, mais tarde, tomada dele, altera radicalmente a rotina de uma cidadezinha. O protagonista, Lucas, cresce em meio à opressão dessa misteriosa empresa, sobre a qual o leitor nunca chega a descobrir muito, e vê o mundo mudar à sua volta, sem poder fazer muito a respeito. O realismo mágico de José J. Veiga está presente aqui nos mínimos detalhes e, embora eu, com base em resenhas, tenha adicionado o livro à minha lista de leituras de ficção científica, não acredito que cheguemos a abraçar de vez o gênero — com algum esforço, vemos que os assuntos tocados são semelhantes ao de uma distopia, mas não chega a ser uma de fato. Sombras é, isso sim, um romance curto, competente e de narrativa simples (mas não simplória) sobre liberdade, repressão e sobre a vida que segue em um ambiente opressor.
Otoriter rejimlerin bir eleştirisi olarak okunabileceği gibi herhangi bir otorite karşısında toplumun ve bireylerin yaşadığı değişimi ve sergiledikleri farklı davranış şekillerini sorgulamaya açması açısından değerli.
"Bir şehrin en büyük eğlencesinin akbabalar olması için o şehrin başına ne gelmiş olması gerekir? Veiga'nın yarattığı fantastik görüntü korkutucu olsa da anlaşılabilir, zira bizim de kendi akbabalarımız var. Sakallı Kralların Gölgeleri ile içinde yaşadığımız gerçeklik arasındaki ilişki hiç de uzak değil. […] Belki de şimdilerde, yükselen duvarları yıkmak için kadınlara ve uçan insanlara her zamankinden çok daha fazla ihtiyacımız var.” Arthur Souza (Homoliteratus)
“O zor günlerde anladım ki kim olursa olsun, her insan bu hayatta yaptıklarının ve yapmadıklarının tek sorumlusudur; kaçmak veya anlamazdan gelmek hiçbir işe yaramaz. Yolumu kendim bulmalıydım, bulamazsam da sonuçlarına katlanmalıydım.”
“Ve bir gün erkenden, daha yataklarımızdan çıkmamışken, o bağıran hoparlörleriyle sokaklarda dolaşan yepyeni arabaların hangi bahaneyle olursa olsun gökyüzüne bakmanın yasaklandığını duyurmalarıyla birlikte şaşkınlığa kapıldık. Böyle bir yasak koyup sıkı cezalar getiren Şirket’in son derece iyi hazırlandığı ve şakasının olmadığı ortadaydı. Bize düşen, herhangi bir yanlış anlamaya mahal vermemek için itaat ederek boynumuzu eğmekti. Ancak gökyüzüne bakmamak için başımızı sürekli öne eğerek yürümemiz, boyun ağrısı çekmemize sebep oluyordu. İnsanlar, istemeden de olsa kaslarını rahatlatmak için başlarını kaldırınca bir anlık dikkatsizlikleri yüzünden ağır sonuçlarla karşı karşıya kalıyordu. Bu tehlikeye karşı önlem olarak, halktan biri, gelecekte depolarımızda ya da çöp yığınlarının arasında bulunduğunda insanlara şaşkınlık verecek bir alet icat etti. Torunlarımız ve onların çocukları, bir tarafında menteşe, diğer tarafında kilit bulunan, ortasında boynun geçebileceği kadar boşluğun bırakıldığı ve merkeze doğru bükülmüş bir çivinin asılı olduğu o iki tahta parçasının ne işe yaradığını nereden bilecekti? Aleti, sokağa çıkarken boynumuza taktığımızı ve çivinin de dikkatimiz dağılıp da başımızı hafifçe doğrulttuğumuzda bizi ensemizden dürtmeye yaradığını bir gün keşfeden olacak mıydı?”
seguimos na saga livros de realismo mágico (pesquisa E prazer, amém). José j Veiga nos narra a história de Lucas, um menino que mora em uma cidade que fica de cabeça pra baixo depois que seu tio Baltazar tem a ideia de montar "a Companhia", empresa de negócios, que rapidamente vira influente e acaba por... desviar suas funções e exercer papéis cada vez maiores na cidade. percebi muitas marcas do que gosto em outros autores aqui em veiga, o que me interessou muito. é um realismo mágico claro, contado de forma oral e fluida, a leitura corre rapidamente, sem dificuldades. fortes proximidades com o gabo, especialmente no episódio da chuva! contudo, o que mais gostei foi a crítica ferrenha, mas discreta à ditadura militar, já que esse livro foi lançado em 1972.
Após ter conhecido a literatura de José J Veiga através do excelente a Hora dos Ruminantes, adquiri rapidamente Sombra dos Reis Barbudos. É mais um romance que trata da pequenez das pessoas frente à ditadura do progresso e tem ideias interessantes, mas boa parte da narrativa, que é feita por um jovem de 16 anos, parece demasiada ingenua. Dá para dizer que o livro é uma critica sócio-política em formato de romance de formação. O melhor do texto se encontra nos capítulos da visita do protagonista à sua tia. Mesmo não sendo tão surpreendente e de impacto com A Hora dos Ruminantes, é uma leitura que vale a pena.
Excelente. A vida de Lucas e o que ocorre em volta dele faz muita referência a regimes totalitários (piscadinha), desde a fundação da Companhia, com seu pai e seu tio Baltazar felizes da vida, até o outcome de tudo isso. Mostra a importância da liberdade de uma pessoa na sociedade, e, em tempos como os que estamos, pode-se dizer que esse livro, apesar de ter sido escrito em 1972, é muito atual.
esse livro é 10/10, daqueles que a gente lembra vez ou outra ao longos dos anos, de tão bom. uma cidade, uma Companhia, um menino. São tantas as camadas, tem muito o que pensar sobre tudo. Os muros que não desmancham nunca, só ficam mais forte, me pegou muito, muito mesmo. Esse livro foi publicado em 1972, me pergunto se o censor responsável era burro, preguiçoso ou vai ver ele mesmo estava insatisfeito com a Companhia.
esse livro é 10/10, daqueles que a gente lembra vez ou outra ao longos dos anos, de tão bom. uma cidade, uma Companhia, um menino. São tantas as camadas, tem muito o que pensar sobre tudo. Os muros que não desmancham nunca, só ficam mais forte, me pegou muito, muito mesmo. Esse livro foi publicado em 1972, me pergunto se o censor responsável era burro, preguiçoso ou vai ver ele mesmo estava insatisfeito com a Companhia.
Meu primeiro contato com a obra do José J. Veiga e eu adorei! Um misto de romance de formação com realismo fantástico e com uma crítica ácida a ditadura militar, mas com uma dose de humor e um pouco de esperança no final. Quero ler outras coisas dele ainda esse ano!
3.5/5 É como um Zona de Interesse tupiniquim, substituindo o nazismo pela ditadura militar e seguindo a tradição latino-americana do realismo mágico. A crítica à arbitrariedade dos regimes autoritários se equilibra com um bem-humorado e envolvente romance de formação à moda brasileira.
In 1964 pleegt het Braziliaanse leger een staatsgreep en daalt een duistere nacht van vrijheidsberoving, censuur en geweld neer over het land die twintig jaar zal aanhouden. Geconfronteerd met zo veel onheil gaan schrijvers op zoek naar nieuwe mogelijkheden. Vele Latijns-Amerikaanse auteurs omarmen, vaak vanuit ballingschap, het magisch-realisme. De gruwelijke werkelijkheid vraagt veel magie.
Onheil over Taitara is het tweede deel uit een trilogie die begon met Drie plagen van Manirema (1966), maar beide boeken zijn ook afzonderlijk perfect te lezen. De waanzin begint klein, maar neemt toe naarmate het boek (en de rampspoed) vordert. In deze allegorisch coming-of-age-roman voert José J. Veiga vreemde gieren en vliegende mensen op.
In dit dromerige verhaal over onschuld en menselijkheid baadt toegankelijke symboliek in een sprookjesachtige sfeer. Bovendien is het erg vlot leesbaar. Dat laatste is ook de verdienste van Harrie Lemmens, een vertaler die binnen ons taalgebied is uitgegroeid tot een kwaliteitslabel.
Mesmo que o autor tenha dito que o livro não é especificadamente uma alegoria para o regime militar, durante a leitura, as ações da famigerada companhia se parecem muito sobre o que eu aprendi sobre a ditadura. Essa história me chamou muito a atenção, mas do meio pro fim as coisas foram acontecendo sem muito rapidamente e sem muita profundidade, e isso me chateou. Mas o fim, mesmo que seja algo em aberto ainda, achei espetacular.