A Revista Trasgo de FC e Fantasia chega a sua oitava edição com conteúdo exclusivo dos melhores autores brasileiros do gênero. Clara Madrigano apresenta "A Noiva Diminuta", uma linda releitura da Polegarzinha, narrada com maestria. Bruno Magno Alves traz "Um Ladrão de Cores", um conto tão incrível que você vai pensar estar lendo uma HQ. "Envelope a Écadro", de Cristina Pezel, já começa com sua intensa descrição de uma materialização, enquanto "A Casa do Prefeito" é o primeiro conto da Trasgo rejeitado, reescrito e então aprovado, por Ariel Ayres. Do sul do país trouxemos Simone Saueressig, com "A Linha do Necrotério", um conto de fantasia urbana que começa suave, mas que se torna cada vez mais intenso com o rodar do ônibus. Fecha esta edição o épico "Deuses de Metal", um conto sobre samurais e exo-esqueletos robóticos, de Lucas Rezende de Paula. Também temos a tradicional galeria de Victor Strang, criador da linda capa que abre a edição, além de todas as entrevistas com os autores.
Rodrigo van Kampen é escritor, editor da Revista Trasgo, redator publicitário e foge de moto nos fins de semana. Já publicou em coletâneas da Aquário, Draco e em publicações independentes. Mora em Campinas com sua esposa e uma vira-lata, escreve em viverdaescrita.com.br e pode ser encontrado no Twitter como @rodrigovk.
Esta edição da Trasgo não traz nenhuma história ruim, mas também são poucas que saltam os olhos. De toda forma, a seleção continua se destacando pela variedade. - A Noiva Diminuta, da Clara Madrigano, apresenta uma releitura de A Polegarzinha, com boa dose de feminismo e inventividade. Achei divertida e poética; - Um Ladrão de Cores, de Bruno Magno Alves, traz uma prosa de difícil leitura e com problemas de ritmo, embora por outro lado fuja do comum tanto em estilo quanto em premissa; - Envelope a Écadro, de Cristina Pezel, é o meu favorito deste volume. Curto, sem maiores dramas, mas com uma pequena reviravolta e uma construção de mundo deveras interessante, que me deixou muito desejoso de ler mais, tanto sobre Beatriz quanto sobre Écadro; - A Casa do Prefeito, de Ariel Ayres, tem boas ideias, mas uma condução um pouco confusa e que falha ao gerar identificação com o leitor; - A Linha do Necrotério, de Simone Saueressig, é o mais diferente do volume, com bons toques de terror e uma pitada de fantasia urbana; - Por fim, Lucas Rezende de Paula apresenta Deuses de Metal, que tem um ritmo interessante, focado em praticamente uma única cena, mas algo ficou faltando.