Via de regra, os portadores de TDAH são injustamente rotulados de preguiçosos, mal-educados "bicho-carpinteiro", avoados, irresponsáveis ou rebeldes, mas na realidade possuem um funcionamento cerebral diferente, que os fazem agir dessa forma. O TDAH ou simplesmente TDA é caracterizado pela seguinte tríade de desatenção, impulsividade e hiperatividade mental e/ou física. Manifesta-se ainda na infância e está presente em 3 a 7% nas crianças em idade escolar. Tais crianças frequentemente apresentam dificuldades de concentração e de relacionamentos, ocasionando incompreensão de amigos, pais e professores. Um dos maiores problemas que permeiam o TDA é a falta conhecimento sobre o assunto, tanto na população leiga quanto nas áreas médica, psicológica e educacional. Muitas pessoas com TDA passam a sua vida inteira sem ter a mínima noção de que o problema tem solução e de que precisam de um diagnóstico e tratamento adequados. Menos conhecido do público em geral é o fato de que a hiperatividade física nem sempre está presente nos portadores de TDA. Somente 50% desses indivíduos apresentam agitação física. Por isso, a condição básica para se firmar o diagnóstico de TDA é a hiperatividade mental (uma mente inquieta, ruidosa, que vive "a mil por hora"). Isso dificulta sua concentração, em função da tempestade de pensamentos e ideias que pairam em suas mentes. Os meninos estão mais propensos a apresentarem o TDA com hiperatividade física. Já as meninas são mais quietas, desligadas, sonhadoras e, por isso mesmo, não chamam a atenção quanto ao seu comportamento. Os meninos são mais acometidos que as meninas, numa proporção de 3:1. Ninguém adquire TDA na vida adulta. O transtorno do deficit de atenção é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, sendo constitucional e inerente à sua biologia. A pessoa nasce TDA.
Médica graduada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) com residência em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Curso de Avaliação e Tratamento em Psiquiatria no Departamento de Psiquiatria da University of Chicago Hospitals, sob a supervisão do Dr. Elliot Gershon e Dra. Deborah Spitz. Membro da Academia de Ciências de New York e Professora Honoris Causa pela UniFMU (SP)
Entre 2008 e 2009, prestou consultoria à Gloria Perez, na novela Caminho das Índias, para a construção da personagem Yvone, uma psicopata vivida pela atriz Letícia Sabatella.
Consultora do Programa Mais Você (Rede Globo), desde 2009, em assuntos relacionados ao comportamento humano e do Programa Sem Censura (TV Brasil), desde 1996.
Ministrou cursos na Casa do Saber (RJ) sobre transtornos alimentares, psicopatia, transtorno do déficit de atenção (TDAH) e transtorno de ansiedade, entre março e abril de 2010.
Autora da cartilha Antibullying, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), direcionada aprofissionais da educação, em 2010.
Em 2014, prestou consultoria à Glória Perez para a construção do personagem Edu, no seriado Dupla Identidade, vivido pelo ator Bruno Gagliasso.
Em 2017, prestou consultoria à Glória Perez para a construção de diversos personagens na novela A Força do Querer.
Nascida na cidade do Rio de Janeiro, Ana Beatriz é referência nacional no tratamento dos transtornos mentais. Atende pacientes em consultório, realiza palestras, conferências, consultorias e entrevistas nos diversos meios de comunicação sobre variados temas do comportamento humano e é autora de diversos livros.
TDAH assumida e que já passou por psicologos especialistas para ajudar na dificil tarefa de não sentir exausta no final do dia por diversos e mais variados pensamentos achei este livro muito construtivo e esclarecedor.
Inicialmente é muito dificil ser TDAh, quando há muita energia e as pessoas não entendem o motivo pelo qual você é diferente. Com o passar dos anos é mais fácil controlar toda essa inquietação e fazer uso positivo disso, que eu acredito, ser uma maneira incrivel e maravilhosa de pensar. E este livro ajuda muito nessa tarefa.
Ler este livro foi como reviver vários e vários momentos da minha vida como se eu estivesse lendo minha história.
Super recomento para aqueles que tem filhos, amigos ou até mesmo é TDAH.
Livro ótimo para o entendimento da mente tda, mesmo que ao final tenha uma tendência a solução medicamentosa ao melhor estilo patrocinado... porém isso não interfere na maior parte do livro, que traz informações preciosas de um jeito simples e didático
Esclarecedor, de fácil e rápida compreensão, este livro aborda um assunto real e presente na vida de muitos de nós e que finalmente alguém conseguiu explicar. Meu filho foi diagnosticado um TDA e eu idem. A partir do entendimento dos sintomas e características, consegui compreender muitos aspectos da minha vida e momentos que até hoje não sabia como tratar ou mesmo seus significados.
Didático, porém falta uma abordagem profunda da complexidade de quem vivencia o TDAH ou DDA na fase adulta, e as comorbidades mais comuns que potencializam os sintomas do transtorno.
O livro apresenta uma análise acessível e estruturada em torno dos principais pilares do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): desatenção, hiperatividade e impulsividade. A autora explora como esses sintomas afetam a vida cotidiana, as relações pessoais e profissionais, e critica a falta de compreensão em instituições como escolas, que nem sempre promovem a inclusão de pessoas com essas características. Um destaque é o capítulo voltado para crianças, contendo dicas práticas para pais e educadores distinguirem entre a agitação natural infantil e sinais de TDAH, facilitando o manejo da condição desde cedo.
Além de desmistificar estereótipos que associam o TDAH apenas à infância ou à falta de esforço, Ana Beatriz destaca aspectos positivos do transtorno, como o potencial criativo e a energia diferenciada dessas pessoas. Ela defende a importância da autoestima e do diagnóstico correto, realizado por profissionais qualificados, descartando abordagens simplistas e superficiais. O tratamento multidisciplinar sugerido envolve organização, terapias comportamentais e apoio emocional, mostrando como o TDAH pode acompanhar a pessoa durante toda a vida, exigindo adaptação e autoconhecimento.
No entanto, o livro também sofre com a subjetividade inerente à área da psicologia, que não se apoia em critérios científicos tão rigorosos quanto os das ciências exatas. O diagnóstico depende muito do julgamento do profissional e das narrativas pessoais, o que pode gerar vieses e incertezas. A aplicação do rótulo de TDAH a personagens históricos, por exemplo, é especulativa e carece de base científica robusta. Essa abordagem flexível favorece a empatia, mas também evidencia as limitações da psicologia em termos de objetividade e mensurabilidade.
Uma questão que o livro não aborda diretamente, mas que merece reflexão, é o ponto de vista moral e cristão sobre comportamentos atribuídos ao TDAH. Até que ponto podemos considerar que certas ações são culpa do transtorno e em que medida recaem sobre a responsabilidade pessoal e a vontade de cada indivíduo? Essa distinção é fundamental para orientar práticas de autocontrole, julgamento ético e busca por crescimento pessoal em consonância com valores cristãos, que ressaltam o papel da liberdade e da responsabilidade na construção do caráter. Como equilibrar compaixão e cobrança diante desse desafio? A autora apoia a ideia de que comportamentos inadequados são muito dependentes do funcionamento da mente - e rechaça a abordagem moral dos comportamentos TDAH.
Dentre os livros de TDAH que li até agora, esse é o melhor dentre eles. Creio que seja o ideal para quem descobriu que tem TDAH e/ou conhece alguém que possui TDAH. A Dra. Ana Beatriz Barbosa comenta um pouco sobre a história do diagnóstico, explica conceitos e processamento humano (tal como o que é uma dopamina e como ela funciona no corpo), mas sem entrar em grandes detalhes. Ela é excelente em explicar as principais características (impulsividade, desatenção e hiperatividade) e criar cenários para explaná-los. Ela também toca na importância da informação adequada sobre o tema, acompanhamento médio e em formar estratégias para minimizar o impacto prejudicial e aumentar a qualidade de vida. Confesso que não apreciei os recortes de músicas a cada capítulo e alguns argumentos serem construídos ao redor de celebridades a fim de explicar traços do transtorno. Entendo que isso foi feito para facilitar a compreensão dos leitores, mas me deixa desconfortável (embora, eu não saiba o porquê). Minhas seções favoritas foram: 1. aquela que combate o perfil típico de uma criança com TDAH (um menino que causa atrito durante a aula devido sua hiperatividade), desconsiderando as demais crianças de outros gêneros e desconsiderando as demais características que fazem parte do transtorno; 2. e seguindo o raciocínio do ponto anterior, a sub-representação de mulheres com diagnóstico de TDAH, não apenas porque meninas e mulheres tendem serem podadas mais cedo e mascarando mais e por mais tempo, mas também porque desatenção e hiperatividade mental são mais comuns em meninas e mulheres e esse não é o perfil típico de meninos hiperativos; e 3. a crítica ao comportamento de profissionais da saúde que parecem mais comprometidos em resolver um mistério para si, ao invés de manejar os prejuízos causados aos pacientes. Por último, creio que esse seja um bom livro para qualquer pessoa que tenha interesse em saber mais, mas não é da área de biológicas [para ser o mais abrangente possível]. Acredito nisso, pois ela refuta a maioria dos mitos envolvendo TDAH, oferece informação de forma didática a professores, pais e mães, assim como frisa o potencial criativo e determinado de pessoas com TDAH.
Foi engraçado porque, depois de uns dois capítulos, eu pensei "Não tem nenhuma maneira que a autora me descreva melhor que com essas características dos capítulos que eu acabei de ler" e a cada novo capítulo eu pensava "Meu Deus Isso É Literalmente Eu".
Ela é incrivelmente didática, explica vários pontos de vista sobre um mesmo objeto e detalha cada possível grupo de TDAs, o que é maravilhoso porque nem todos nós nos reconhecemos no grupo mais conhecido. Trata também de assuntos mais difíceis que outros evitam, como vício em drogas, problemas familiares, etc.
O único problema que achei foi que ela ser bastante vaga quanto a modos de gerar uma melhora significativa na vida de pessoas TDA; é compreensível, já que ela é psiquiatra e quer que outras pessoas se tornem seus clientes (e de outros psicólogos/psiquiatras) e não iniciem o "tratamento" por si mesmos (e com tratamento digo mudanças no dia-a-dia que gerem melhoras no comportamento), e é óbvio que é necessário acompanhamento. Dito isso, para quem o livro foi uma luz no fim do túnel, também foi um balde de água fria, pois o capítulo de tratamentos em si cita vários medicamentos (que sinceramente, pulei as linhas sem prestar atenção no nome de nenhum) mas as mudanças que podemos começar a fazer por nós mesmos (logo após fechar o livro) são muito poucas, como crie um horário regular e compre uma agenda. Faltou algo substancial nessa área.
Primeira impressão: desinteressante, batido, análise barata.
Impressão intermediária: muito bom. As pessoas são diferentes. Se se sentem desencaixadas de seu contexto profissional, social, familiar, etc., pode ser porque funcionam de maneira peculiar, com estímulos e atrações distintas daquele contexto. Não necessariamente precisam descobrir como se encaixar, mas talvez descobrir que não se encaixam porque possuem qualidades tão distintas, especiais, que andam abafadas e não são facilmente compatíveis com o ambiente que vivem, pode ser um grande passo de autoconhecimento. A partir daí podem se libertar para deixar aflorar tudo aquilo que têm de potencial, entendendo que carregam dentro de si químicas e profundidades que a princípio dificultam o viver, causam desconforto ("quanto maior a sensibilidade, maior o sofrimento...muito sofrimento"), mas que justamente por isso também são tão qualificadas. As mesmas qualidades que fazem alguém sofrer podem ser exatamente o que há de melhor nessa pessoa. Resta tentar melhor compreender essas erupções internas, esse hiperfoco em preocupações, essas distrações e dispersões, essa sensibilidade anormal e deixar isso tudo emergir de forma de forma favorável a si mesmo, ao outros.
Impressão de final de leitura: moderado a forte sentimento de viés conspirando a favor de indústria médica-farmacêutica.
"Mentes Inquietas" expõe sem rodeios e com incrível nível de precisão, como funciona a mente TDA/H e suas angústias. O livro é especialmente reconfortante aos que estão em busca do entendimento de suas frustrações e dificuldades, trazendo esperança por mostrar que existem saídas e, em especial, que há pessoas 'lá fora' que entendem como você se sente!
Infelizmente muitos profissionais seguem desacreditando todo o combinado de sintomas e o grito por ajuda dos TDA/Hs, o que torna o processo ainda mais difícil e frustrante (estou passando por isso), mas não se deixem abalar! Graças à Dra. Ana Beatriz, mais pessoas estão descobrindo um 'norte', recobrando a esperança perdida e buscando ajuda adequada. Não se deixem abalar!
Igual ao anterior livro que li desta autora, este também já o conhecia e fiquei interessada, mas por um motivo especial - o meu afilhado tem TDAH, e eu queria perceber mais sobre como seria o funcionamento do seu cérebro para o perceber melhor. É um livro bem informativo, de fácil compreensão - principalmente para quem não conhece também a terminologia médica. Aconselho muito a leitura deste livro para quem quer perceber melhor sobre esta diferença de cérebros. É muito bom conhecermos algo sobre o qual poderemos estar a lidar e não sabemos bem como lidar de forma correta.
Um livro que me ajudou bastante a entender porque eu agia de certas maneiras e como minha mente funciona, me identifiquei bastante com várias passagens do livro a achei a adição de relatos reais de pessoas com tda muito boa também. A linguagem é simples e facil de entender fazendo com que a leitura seja mais simples e leve, bom livro porém não mergulha mais profundamente em detalhes acerca da condição do tda(em como ela pode influenciar sua sexualida por exemplo) porém é o suficiente para entende-la melhor.
Este livro, curiosamente descreve detalhadamente os comportamentos e sentimentos de TDA. Facilmente qualquer adulto portador desta patologia, se identifica com determinadas descrições da autora, chegando mesmo a sentir foi escrito baseado nos seus sentimentos. Achei o livro incrível, contudo, não encontrei no mesmo sugestões para melhorias no comportamento e o fato de mencionar determinados medicamentos para tratamento da patologia em questão.
Li por volta de 2010. Mesmo sendo direcionado a não profissionais, achei-o superficial demais, quase como uma descrição de signo: qualquer pessoa um pouco desajeitada, desatenta e bagunceira pode se sentir incluída, quando, na verdade, trata-se de um diagnóstico específico que não deveria soar genérico. Vejo isso como um ponto negativo da autora, não apenas neste livro, mas em outros momentos também, o que considero mais do que um simples excesso de didática.
Excelente leitura para aprofundar na inquietude que é um cérebro TDA. Fiquei encantada em como a autora é sensível ao tratar do tema, alternando com relatos de pacientes. Impossível não se emocionar com a importância que é se ter um diagnóstico.
Sensacional, acho que todos deveriam ler esse livro para ter pelo menos o conhecimento básico sobre o tdah, até pq esse transtorno tá cada vez mais comum em nossa sociedade