„Eu sunt un păgân decadent din timpul toamnei Frumuseţii /.../ mistic intelectual al tristei rase de neo-platonicieni din Alexandria.“ (Fernando Pessoa)
„Angloman, miop, curtenitor, timid, înveşmântat în culori sumbre, reticent şi familiar, cosmopolit predicând naţionalismul, investigator solemn al lucrurilor futile, umorist care nu surâde nicicând, dar ne îngheaţă sângele, inventatorul de alţi poeţi şi distrugătorul de sine însuşi, autor de paradoxuri clare ca apa limpede şi la fel ca ea de vertiginos, căci pentru el a simula înseamnă a se cunoaşte pe sine, misterios, dar fără să cultive misterul, misterios ca luna la amiază, fantomă taciturnă a sudului portughez, cine este Fernando Pessoa?“ (Octavio PAZ)
„Cazul acestui scriitor portughez intrigă de mai bine de o jumătate de veac, pe măsură ce au devenit perceptibile dimensiunile halucinante ale proiectului său de viaţă şi de creaţie, ambiţia lui de a se multiplica printr-un soi de familie infinită. Faptul că a scris enorm de mult, în mai multe genuri literare, sub câteva zeci de nume diferite încă nu ar fi fost decât o excepţională performanţă cantitativă. Dar ambiţia de a-şi multiplica propria personalitate într-un proces de permanente transmutări, pare ea însăşi o «fugă» pe care numai limita biologică a putut-o opri. Proiectul său «heterologic» a devenit treptat exemplul unic de ficţiune somatizată care în literatura mondială îi poartă numele.“ (Dinu FLĂMÂND)
Antologia de faţă conţine principalele poeme semnate de Fernando Pessoa el însuşi, dar şi o bună parte din poemele atribuite de el lui Alberto Caeiro, Ricaerdo Reis şi Álvaro de Campos, precum şi texte critice, scrisori şi eseuri prin care membrii acestei vaste familii se comentau unii pe alţii.
Antologie, traducere din portugheză, prefaţă, tabel cronologic şi note de Dinu Flămând
Fernando António Nogueira Pessoa was a poet and writer.
It is sometimes said that the four greatest Portuguese poets of modern times are Fernando Pessoa. The statement is possible since Pessoa, whose name means ‘person’ in Portuguese, had three alter egos who wrote in styles completely different from his own. In fact Pessoa wrote under dozens of names, but Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos were – their creator claimed – full-fledged individuals who wrote things that he himself would never or could never write. He dubbed them ‘heteronyms’ rather than pseudonyms, since they were not false names but “other names”, belonging to distinct literary personalities. Not only were their styles different; they thought differently, they had different religious and political views, different aesthetic sensibilities, different social temperaments. And each produced a large body of poetry. Álvaro de Campos and Ricardo Reis also signed dozens of pages of prose.
The critic Harold Bloom referred to him in the book The Western Canon as the most representative poet of the twentieth century, along with Pablo Neruda.
~~~ Amo como o amor ama. Não sei razão pra amar-te mais que amar-te. Que queres que te diga mais que te amo, Se o que quero dizer-te é que te amo? Não procures no meu coração... ~~~ Fernando Pessoa
Bem, reler Fernando Pessoa tem sido, como sempre, um verdadeiro "mergulho na Portugalidade" e numa Alma que as palavras traduzem mas que consegue estar e viver para além delas também.
Muito em Fernando Pessoa é para ser intuido. Curiosamente, quqndo o começo a sentir "excessivo" - como por vezes me acontece - é quando ele começa a "pensar" de mais, em vez de apenas deixar escorrer a poesia como sangue da Alma...
De qualquer forma, é maravilhoso e tão vasto! A mesma pluridimensionalidade que dá origem, nele, a vários " outros", traz-nos também diferentes perspectivas poéticas e simbólicas de Portugal, da História e do Mito. E o Mito é "o nada que é tudo"!
No segundo volume estão Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, que foram onde comecei de fato a ler Pessoa, ainda adolescente. Enquanto que as obras de Caeiro e Reis eu já tinha lido em sua totalidade, esta foi a primeira vez em que li tudo de Álvaro de Campos; também foi meu primeiro contato com as demais obras de Pessoa (o Pessoa ele próprio ) que não fossem Mensagem , e estou tão impressionado quanto enfurecido comigo mesmo por não ter tratado de ler essas obras antes.
Dá pra falar de Fernando Pessoa eternamente, mas aqui vou só comentar um pouquinho a proximidade de Álvaro de Campos com Walt Whitman.
Quando digo Walt Whitman digo o WW que é aquele I de seus poemas, aquele personagem perfeito, que não somente quer conter em si tudo e a todos, mas também é o mais capaz para tal.
Álvaro de Campos é Pessoa (entre outras coisas) extrapolando o personagem whitmaniano até ficarmos desconfortáveis, e pouco depois até o próprio AdC fica desconfortável . O exemplo mais incrível disso é a Ode Marítima , que tenho por mim consegue ser simultaneamente horrenda & o maior poema da literatura de Portugal.
Fernando Pessoa é excepcional. Este é um livro de cabeceira, que devemos ter para ler a qualquer hora, se inpirar com poesias Fernando Pessoa em Mensagem:
"Triste de quem vive em casa Contente com o seu lar Sem que um sonho, no erguer de asa, Faça até mais rubra a brasa Da lareira a abandonar!
.... "
Ou Odes de Ricardo Reis:
"Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive."
Este volume que reúne todas as poesias é um presente para quem gosta de F. Pessoa! Assim podemos ir e vir no tempo e percorrer os vários e ricos momentos da obra deste gênio! Imperdível!