Tudo começa com a mãe, com o “Olha o aviãozinho!” à mesa do almoço. É a mentira inaugural, que vai se desdobrando em outras ao longo da vida. Mas calma lá. Nem sempre a ideia é disfarçar um caso ou ocultar um segredo. Por vezes são apenas eufemismos, ambiguidades, desculpas educadas — tudo com o objetivo um pouco mais nobre de preservar a harmonia social.
Na coletânea de crônicas As mentiras que as mulheres contam aparecem, por exemplo, a senhora que tenta enganar a si mesma fazendo uma plástica atrás da outra e a moça que mente a idade — para mais! — apenas para ouvir que ainda está nova. Há dramas, comédias, tragicomédias — e até histórias que terminam em tragédia. Mas tudo permeado pelo humor irresistível de Verissimo.
Nascido em Porto Alegre e filho do também escritor Érico Verissimo, Luis Fernando Verissimo (Luís Veríssimo, na ortografia legal) é famoso por suas crônicas cheias de ironia humorística. Além de escritor, ele também é jornalista, publicitário, cartunista e tradutor. Entre suas paixões, estão a família, o time de paixão, Internacional de Porto Alegre, e o jazz sendo praticamente inseparável de seu saxofone. Seus amigos o definem como "uma pessoa que fala escrevendo". Em público, ele é tímido e de forma alguma aparenta ser o autor de seus irreverentes textos. É considerado o escritor que mais vende livros no Brasil.
nunca pensei que fosse dar duas estrelas pra Veríssimo, mas... não ri alto como de hábito, nenhuma vez. Muito pelo contrário, o q me surpreendeu foi a qtde de crônicas com fins horrorosos, de sangue e morte. Triste :(
"Depois de uma certa idade é temerário fazer aniversário. Que agonia! Todo parabéns soa, mesmo dito numa boa, como ironia."
Bom passatempo, mas pra mim nada memorável, 48 histórias que ja comecei a esquecer. Só o fato de ter uma Cynara e uma Berenice entre as histórias me cativou.
Esse livro me fez até questionar se As Mentiras que os Homens Contam é bom mesmo. Quero até reler pra ver se realmente era engraçado, pq neste cheguei a me sentir ofendida com o tanto de "piada" machista, de história sem graça nenhuma e com tanta mulher apanhando ~ou quase~ de marido.
Apanhadão: - em uns 30% das histórias quem tá mentindo é o homem, então... ??? - não contei, mas acredito que em pelo menos 10 delas tenha algum tipo violência contra a mulher. - em váaaaarias delas esteriótipos como "mulher louca" ou "mulher recatada" são usados da pior maneira.
Resumindo: as duas estrelas são pra meia dúzia de histórias que me tiraram uma risadela. Que decepção....
Se há um gênero que se ocupa do embaraço é a crônica. Aquelas pequenas situações constrangedoras do dia-a-dia e que nos colocam em apuros diante do julgamento alheio. Distanciadas pelo tempo ou pelo simples fato de não terem acontecido conosco, essas situações são importante matéria-prima para o cronista que pretende divertir os seus leitores. E se há um cronista em nossos dias que se tornou mestre nesse tipo de relato é o Luis Fernando Verissimo. É por conseguir nos revelar como somos realmente, sem as máscaras que a tanto custo tentamos manter, que se explica grande parte do seu sucesso literário. Não admira que ele tenha feito outro livro com o tema da mentira – que é, afinal, o caminho mais rápido pelo qual nos livramos de circunstâncias embaraçosas.
Ah, e nós mentimos, como nós mentimos. Ainda que agora o recorte do cronista privilegie mentiras contadas por mulheres, não há nelas motivações muito diferentes daquelas que compuseram a sua coletânea masculina. Em “As mentiras que as mulheres contam” (Objetiva) mente-se para impressionar, mente-se para manter um relacionamento, mente-se para se vingar, mente-se até para não passar por mentiroso. E a coisa começa muito cedo, desde a mentira inaugural, aquela do “olha o aviãozinho”, que a mãe diz para o filho ainda bebê.
Mas não se espere do livro de Verissimo aquelas mentiras óbvias que são atribuídas à mulher, como diminuir a sua própria idade: em suas crônicas, há mulheres que mentem para aumentar a idade, e tem lá suas razões para isso. O absurdo, nessas crônicas de Verissimo, é um caminho possível se as mentiras forem levadas às últimas consequências. E por vezes elas são mesmo. Muitas vezes perde-se o controle de uma mentira e o resultado não é dos mais agradáveis. Aliás, mais do que ao falar das mentiras dos homens, neste livro são muitos os finais trágicos, e pode-se até falar em certo humor tétrico do autor.
Também é interessante observar o que o livro tem a dizer a respeito das novas formas em que se dá o relacionamento entre homem e mulher. Nesse quesito chamam a atenção crônicas bastante criativas, como aquela em que o cronista relata um encontro entre as antigas heroínas dos contos de fadas, ou aquela em que dois homens, cansados de suas esposas, procuram uma casa suspeita onde as mulheres não fumam, não falam palavrão, ruborizam e só deixam beijar depois de um mês.
De resto, o livro permite muitas risadas, e nem se poderia esperar outra coisa diante de tal profusão de mal-entendidos a que o cronista se dedica. Quando se ocupou do sexo masculino, Verissimo chegou a dizer que “só o vexame é autêntico no homem”. Por esse novo livro, talvez possa se falar efetivamente em igualdade dos sexos.
O q dizer dste livro q decepcionou d forma grotesca....há mtos anos atrás li a mentira q os homens contam,lembro d não ter sido aquela leitura marcante porém foi razoável para uma leitura d distração,algo leve e engraçado,achei q esta versão feminina fosse na msma vibe,porém o q li me deixou cm aquela sensacão d ''oi,era p ser engraçado,jura?''.Violência doméstica,assassinato,esquartejamento d marido,relacionamentos abusivos,onde está a graça?Além do q,mtas crônicas dste livro fogem completamente ao título e possui mtas ideias machistas. Resumindo: sem graça,desconexo,machista e não recomendável.
Luís Fernando Veríssimo é, habitualmente, dotado de um sentido de humor excecional. De entre os seus livros o meu preferido continua a ser “As Mentiras que os Homens contam”.
Talvez por, como é óbvio, o autor conseguir entrar melhor numa cabeça masculina do que numa feminina, as minhas expectativas em relação a este “As Mentras que as Mulheres contam” tenham saído um pouco defraudadas.
Pensei que me divertiria um pouco, como ocorreu com o 'As Mentiras que Os Homens Contam', mas todas as histórias estão repletas de agressões, feminicidios, e desfechos extremamente cruéis para as mulheres... Dissabor a cada página que passa. Abandonado.
Depois de ter lido 'as mentiras que os homens contam' do mesmo autor essa foi uma aquisição natural. Muito bom e bem humorado com toques de Nelson Rodrigues em algumas histórias. As vezes levemente machista, mas nada imperdoável - ao menos não na minha visão - mas quem sou eu, não é mesmo? rs
Já tinha lido muita coisa no passado e gostado muito. Este, porém, não me entusiasmou.
Acho legal manter a mesma fórmula de sempre, mas o risco de cair na mesmice também é grande. Para mim, foi o que aconteceu. Não consegui me empolgar com um conto sequer. A vantagem é que são textos leves e curtos, mas, comparados com os demais, acho que deixou a desejar...
Este livro não foi tão bom quanto os outros. Faltou um pouco de inspiração, as histórias são muito simples, com pouca visão crítica ou sarcasmo, característica que marca normalmente os textos de Veríssimo.
A mais recente coletânea de crônicas de Veríssimo possui seus altos e baixos, trazendo um conjunto um tanto quanto medíocre para o elevado padrão de outras obras do autor.