Paulo Henrique Amorim, um dos mais influentes jornalistas brasileiros contemporâneos, ao completar 50 anos de carreira profissional nos mais importantes órgãos de imprensa e TV do país (Globo, Veja, Jornal do Brasil) reúne em livro meio século de atividade profissional com tudo aquilo que as notícias nunca deram: o lado de dentro do jornalismo e do poder.
O quarto poder - uma outra história é um livro de memórias e um livro de história: a história pouco conhecida dos meios de comunicação no Brasil desde os primórdios, no período Vargas, passando pela criação e pelo apogeu da Rede Globo, a partir do governo militar, e incluindo os bastidores de grandes momentos da história contemporânea (ditadura, período de transição, governos Sarney, Collor, FHC e PT) - além de encontros reveladores com os principais nomes da mídia e do poder que fizeram e desfizeram a história recente do país e os bastidores dos episódios mais marcantes (Plano Cruzado, Plano Collor, negociação da dívida externa, Plano Real, debate eleitoral Collor x Lula...), até os dias de hoje.
Qual era o salário do Boni no auge do seu poder na Globo? Como Roberto Marinho se relacionava com o governo de turno em Brasília (e vice-versa)? O que Paulo Francis tinha de mais ácido além de seu estilo? Quem inventou o PiG (Partido da Imprensa Golpista), Carlos Lacerda ou a Folha de S.Paulo? Os ministros da Economia eram escolhidos em Brasília ou no Rio? O modelo da mídia brasileira segue o padrão americano, europeu ou nenhuma das alternativas? É possível (ou desejável) regulá-lo (democratizá-lo)? Paulo Henrique Amorim é dono de uma memória, de um estilo e de um cabedal de informações de bastidores que, juntos, fazem de O quarto poder - uma outra história um livro ao mesmo tempo muito sério e nada sisudo. A história recente do país e da imprensa brasileira jamais serão as mesmas.
Paulo Henrique Amorim nasceu no Rio de Janeiro e é formado em Sociologia e Política. Foi pioneiro em diversos projetos: primeiro correspondente da Veja em Nova York; abriu o escritório da Globo, na Big Apple; iniciou as coberturas em tempo real para WebTV, no antigo ZAZ. Atualmente apresenta o programa Tudo a Ver, da Rede Record e é diretor de jornalismo do Portal UOL. Não é por acaso que está lançando Plim Plim. Sua primeira cobertura foi sobre o levante gaúcho, em 1961, quando o presidente Jânio Quadros renunciou e o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, mobilizou soldados e jornalistas para garantir a posse do vice, João Goulart.
O lado escuro da imprensa e como a Globo mandou, manda e desmanda no Brasil. Um livro para ser divulgado e assim fazer cair algumas mortalhas que entorpecem a visão.
Sem dúvida Paulo Henrique Amorim é um dos grandes jornalistas do Brasil. Viu de perto os principais fatos políticos do país nas últimas décadas, e muitos deles estão relatados em detalhes aqui. Essa é a parte boa do livro. Mas, para mim, as reproduções das anotações do jornalista não acrescentam quase nada (talvez sirvam de prova contra eventuais processos, mas não para a leitura). Outra coisa: o quarto poder a que PHA se refere não é a mídia, nem a Globo: é precisamente Roberto Marinho, a quem várias dessas páginas são dedicadas. Mas me incomoda o silêncio em relação aos outros barões da mídia, em especial à emissora que se consolidou no segundo lugar da audiência no país, a Record, de Edir Macedo. Vamos esperar que PHA saia de lá para contar os podres da empresa em um novo livro, quem sabe?
Ah, e entre as matérias de bônus ao fim do livro, ele teve a coragem de reproduzir um post do Conversa Afiada em que classifica as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio como ecológicas.
Excelente livro. É claro que é a visão dele. Seria interessante ler a visão das outras pessoas mencionadas no livro. Mas da leitura fica claro que a imprensa tinha poder demais no Brasil. Este poder está diminuindo e graças à Internet. E diminuirá cada vez mais, espero.
O livro conta diversos bastidores interessantes sobre a cobertura política e os órgãos de imprensa brasileiros. Porém, ao contrário do "Notícias do Planalto", que mesmo sendo limitado ao período Collor, tem um objetivo parecido, o estilo do Paulo Henrique Amorim me incomodou. É excessivamente sensacionalista e senti falta de uma maior contextualização em algumas histórias. Não que "Notícias do Planalto" seja perfeito, mas é um livro melhor. Mesmo assim, "O quarto poder" é bem mais crítico aos proprietários dos órgãos de imprensa (menos Nascimento Britto, do Jornal do Brasil), algo que "Notícias do Planalto" peca.
Um presente de um dos meus mais importantes amigos: O prof. Carlos C. Dantas.
Li com consideração mas o Sr. Paulo H. Amorim redefine neste texto a expressão "cuspir no prato que comeu", aliás, comeu E MUITO até não ser mais útil à platinada (não por falta de esforço, diga-se de passagem). Ainda assim, bem verdadeiro na descrição das amizades na esquerda que são parecidas com algo que foi dito por Tuxedo Mask sobre as amizades de adolescentes para Serena (Sailor Moon): São como pétalas de rosas ao sabor dos ventos...se desprendem facilmente umas das outras....
Se como apanhado das experiências de alguém que passou décadas tendo contato com as pessoas mais poderosas do Brasil o livro funciona, como literatura não oferece tanto. Curioso ler ele dez anos depois do lançamento da edição original, vendo em retrospecto o quanto os acontecimentos depois de 2013 são apenas uma extensão e modernização de tradições brasileiras.