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Limite Branco

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Escrito em 1967 e publicado pela primeira vez em 1970, o primeiro romance de Caio Fernando Abreu já antecipava as angústias que dominariam toda sua obra posterior. De construção perfeita, intensa sinceridade e verdade pessoal, Limite branco se caracteriza pelo pleno domínio da expressão que sempre esteve na base do trabalho do autor. Um relançamento imperdível para aqueles que gostam de ler um bom romance.

184 pages, Paperback

First published January 1, 1970

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About the author

Caio Fernando Abreu

59 books234 followers
Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago, no Rio Grande do Sul. Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.

No ano de 1968 — em plena ditadura militar — foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas, São Paulo.

Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais.

Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres — onde escreveu Ovelhas Negras — e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha.

Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo. Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad.

Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde posteriormente veio à falecer.

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8 (2%)
1 star
4 (1%)
Displaying 1 - 30 of 34 reviews
Profile Image for ariel .
31 reviews8 followers
March 2, 2023
3,5!!


“É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será. Ontem, foi com dificuldade que consegui sair de perto do rio. Hoje parece impossível que eu tenha pensado aquilo.”

Um romance de formação que caminha pelo onírico, em uma estrutura bem elaborada de flashbacks com pedaços do diário do personagem Maurício. O que consegue trazer mais aproximação com o protagonista, gosto muito quando o autor faz isso tão bem.

“Acho que meu mal sou eu mesmo, esses círculos concêntricos envolvendo o centro do que devo ser. Mas só poderei me aproximar dos outros depois que começar a desvendar a mim mesmo.”

A Escrita de Caio é deliciosa, bela, fascinante e sedutora de uma forma silenciosa. Acho bem intimista na verdade. As descrições desse livro são poéticas, sublimes, um sonho pintado em um espetáculo — mais uma vez, silencioso. Grande parte dos pensamentos e paranóias interiores do jovem quando adulto se expressam em cada palavra desse livro. E Caio fez isso somente com 19 anos, é difícil encontrar palavras nessa fase da vida que definam o que realmente queremos vomitar para fora quando tudo o que sentimos é o limite branco e a confusão do emaranhado de pensamentos e sentimentos, como o próprio Maurício descreve em um dos diários.

"Eu não me conheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas."

No prefácio Caio inicia nos dizendo que foi insuportável reler esse romance e encontrar medos, egoísmos, inseguranças, preconceitos e arrogância. Tão nitidamente em alguns momentos compartilho desse mesmo sentimento, me senti um pouco incomodado com certas passagens dessa narrativa, porém a escolha de Caio de não alterar muita coisa mantém a integridade e sinceridade que vemos em poucos artistas. Em algum momento já fomos confusos, arrogantes, preconceitosos e egoístas; faz parte do processo de se encontrar, algumas pessoas são assim a vida toda, e é dessas que quero distância.

De alguma forma esse livro mexeu no meu interior. No fim ainda penso numa cena, onde Bruno questiona a Maurício, por que tudo é tão feio e me vejo muito nisso, questiono e sou insatisfeito com a sociedade, com o mundo, com as coisas sujas que temos espalhadas como uma grande mancha em nossa história, em nosso cotidiano, sou insatisfeito até com minha própria sujeira e não a aceito muito.
Profile Image for João Roque.
342 reviews17 followers
July 24, 2015
Este é o primeiro livro escrito por Caio Fernando Abreu, quando tinha apenas 18 anos e já aqui revela não só os seus dotes literários, mas também uma opção de vida já que na personagem de Maurício é impossível não encontrar os traços do jovem Caio.
Curiosamente não é um livro de contos, mas uma ficção, com muito de auto-biográfico, em que alterna o desenrolar da acção, familiar, com considerações pessoais, sob a forma de diário.
Profile Image for alice.
444 reviews107 followers
January 22, 2023
Meio assustadoramente, esse livro chegou para mim no momento exato em que eu estava precisando dele. Tantos dos meus pensamentos e preocupações e paranoias recentes estão descritas nessas páginas, que em certo ponto eu já estava me perguntando se era possível que Caio Fernando Abreu realmente tinha escrito isso em 1967, aos 19 anos, quando parecia que ele estava descrevendo a minha eu de 2022, aos 22 anos. Tanto da Porto Alegre que ele descreve está diferente da Porto Alegre de agora (os bondes, os cinemas no Centro, o Guaíba que ainda era chamado de rio), mas, mesmo assim, eu sabia por quais ruas Maurício estava caminhando, pois são as mesmas que eu caminhei a minha vida inteira. Acho que me identifiquei e me encontrei dentro desse livro mais do que com qualquer outro durante a minha vida.

Eu amo a escrita do Caio. Já li grande parte dos livros dele. Quando peguei esse, sabendo que era o primeiro, que ele tinha escrito mais novo (19 anos!), eu estava preparada para, talvez, não ser tão arrebatada quanto eu havia sido por Morangos Mofados, por exemplo. Eu não estava preparada para ser surpreendida, e receber na história de Maurício o meu mais novo livro de cabeceira. Não sei se eu tenho as palavras para explicar exatamente o que eu senti ao começar ler esse romance e me ver ali dentro de uma maneira tão crua. Muito obrigada, Caio Fernando Abreu, Limite Branco é o livro que eu necessitava ler agora, mas não sabia.
Profile Image for clara.
145 reviews22 followers
July 29, 2025
"Criar alguma coisa, como eu queria. Novos mundos, outras vidas. Não para fugir dos meus, mas para projetá- los em outros, para enriquecê- los e descobri- los. Mas quando sento em frente ao papel em branco, o que aparece nas palavras é só eu, eu e mais nada."

indicaria esse livro pra qualquer jovem perdido nos seus vinte e poucos anos...

seguimos um personagem — o maurício — que flui entre a inocência e a pretensão, a arrogância e a sensibilidade. ele faz afirmações com a grandeza precária típica da juventude, o tipo de afirmação que eu posso encontrar facilmente abrindo o meu diário. o que é deus? o que é amor? o que é solidão? o que sou eu? em certos momentos, a repetitividade das dúvidas de maurício se torna cansativa, mas logo no próximo parágrafo você se pega grifando 10 linhas seguidas por ser tão fácil entendê-lo, afinal de contas, o que é mais humano do que duvidar?

no fim do dia, essa história me encontrou no momento em que eu mais precisava, foi como olhar em um espelho e, assim como o protagonista, estou me esforçando para não baixar os olhos.
Profile Image for ܺachillesongg.
112 reviews1 follower
September 22, 2024
4,5*

rip caio vc teria amado boygenius e o poema i felt a funeral in my brain da emily dickinson 💋
Profile Image for Tainá Piccolo.
153 reviews8 followers
January 23, 2025
a busca de construir a si próprio e se fazer companhia... "ele abriu os olhos. e acolheu todos os sentimentos, mesmo o medo. não queria ficar só."

Profile Image for Caio Leal.
Author 1 book8 followers
February 27, 2024
Esperava algo próximo de qualquer amadorismo, qualquer coisa mais moleque, um tantinho longe do Caio Fernando do auge da sua escrita nos anos 80. Isso porque o livro foi escrito quando ele tinha ainda dezenove anos. Nada disso. Tudo já estava lá, todo o talento, todas as questões caio fernandianas. O personagem sim, moleque, um pré adolescente começando a por o pé na vida adulta, tendo que encarar todas as complexidades que surgem de uma
hora para outra, na medida em que se dá conta que a infância ficou pra trás.

Profundamente lindo, como tudo escrito por ele.
Profile Image for eládja .
91 reviews5 followers
January 9, 2025
"eles tomaram conta de mim, dos meus pensamentos, tenho a impressão de que são mais eu do que eu mesmo. seria necessário um esforço muito grande para me libertar deles. seria como arrancar um braço, uma perna. porque as coisas e as pessoas que fazem parte da minha vida vão aos poucos entrando em mim, depois de algum tempo já não sei dizer o que é meu e o que é delas. mesmo assim, bem no fundo, há coisas que são só minhas."
Profile Image for Leonardo Monteiro.
29 reviews
September 2, 2024
Eu tô bem melancólico, acho que domingo a noite tem sempre esse gosto. Terminei agora, são 01:24, e tem muito o que poderia dizer sobre toda essa passagem da infância para uma juventude, de um eu para um outro eu.

Tem esse capítulo, um dos últimos, que ele sai pra dar um volta pela praça da alfândega, é domingo e nossa como tantos dias são domingo.

Difícil esquecer isso aqui.
Profile Image for Rodrigo.
22 reviews4 followers
February 15, 2008
"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca - a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram. Quanto mais palavras ocorrem para vestir uma idéia, mais essa idéia resiste a ser identificada. As sucessivas roupas sufocam a sua nudez. E todas as palavras são uma grande bolha de sabão, às vezes brilhante, mas circundando o vazio."

Esta passagem define bem como é difícil descrever por completo uma obra de Caio Fernando Abreu.

Limite Branco é um romance fácil de ler, e ao mesmo tempo difícil de assimilar. É um romance adolescente, escrito durante a adolescência, e é possivel sentir nele as diversas experimentações tão bem trabalhadas nas obras posteriores do autor e sua capacidade de escrever do cômico ao trágico.

Não recomendo pra qualquer pessoa, nem recomendo para se começar a ler Caio. Melhor arriscar antes algum conto perdido pela net, e se não bater a antipatia, delicie-se.

Também é preciso dizer que isso não é nem metade da história, precisarei reler o livro (talvez mais de uma vez) pra retirar tudo o que tem dentro.
Profile Image for Angelo.
74 reviews7 followers
Read
February 28, 2008
I've been meaning to read Caio Fernendo de Abreu for a long time (shame!!!!) and the quote Rodrigo added from the book has shown me that I need to do it asap. It is something I have to take to my therapist! Thank you, Rodrigo!
Profile Image for Mari Amaral.
164 reviews1 follower
August 9, 2022
If the Brazilian writer Caio Fernando Abreu were alive today, he would be 73 years old, unfortunately the author died in 1996, at the age of 47, leaving a legacy of award-winning and timeless stories. He began his life in literature at an early age, in 1966 he published the short story “The Frog Prince” and at the age of 18, in 1971, he wrote his first novel: “White Limit”. His inspirations are evident in her writing: Hilda Hilst, Clarice Lispector, Gabriel García Márquez and Julio Cortázar.

Caio has a simple, fluid and unconventional style and has written short stories, chronicles, novels, poems, children's literature, plays, letters, literary criticism, etc., Caio is better known for his short stories. It's the first time I've read Caio, and he's the type of author that you ask yourself, "Why did it take me so long to find you?" and nothing makes more sense than starting with his first published book.

"White Limit" goes beyond conventionalism and challenges the reader of different age groups and literary tastes. The author introduces us to the life of Maurício, the narrator-character, who is very young just like the author. The story takes place in the late 1960s and addresses Maurício's adolescence and maturation, it is as if it were a goodbye to this phase of life, both for the author and the character, and because it is based on Caio's experiences, the plot is so aesthetically beautiful.

There are two voices that alternate the narrative focus, presenting different points of view, but that complete each other: There is an omniscient narrator who tells Maurício's life in some flashbacks and there are also entries in the protagonist's diary at the beginning of the chapters focusing on the present time, pointing out his anguish, fears, needs, the beginning of puberty, the discovery of their sexuality and mood swings. This way we will get to know Maurício and the external and internal changes he will go through, we also get to know the other characters related to the boy's life.

An interesting thing about the book is that we see the formation of Maurício and his transition to adulthood, at the same time that we also see the birth of a new author Caio F Abreu who today we know is a name of great importance for Brazilian literature.

@thereader2408
Profile Image for Mari.
17 reviews
December 12, 2024
“Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar. A gente se debate, busca, segura o fato com duas mãos sedentas e pensa: “Achei! Achei!”, mas ele escorrega, se espatifa em mil pedaços, como um vaso de barro coberto apenas por uma leve camada de louça. A gente fica só, outra vez, e tem que começar do nada, correndo loucamente em busca dos outros vasos que vê. Cada um que surge parece o último. Mas todos são de barro, quebram-se antes que possamos reformular as perguntas. E começamos de novo, mais uma vez, dia após dia, ano após ano. Um dia a gente chega na frente do espelho e descobre: “Envelheci.” Então a busca termina. As perguntas calam no fundo da garganta, e vem a morte. Que talvez seja a grande resposta. A única. Parei um pouco de escrever, reli as páginas anteriores até a frase acima. Às vezes, relendo coisas que eu mesmo escrevo, tenho a impressão de que nasceram de um outro Maurício. Um Maurício muito velho, desiludido, amargo. Levanto, vou até o espelho, investigo meu rosto. Ele não tem rugas, nem sulcos, nem mesmo a sombra de uma tristeza ou dor muito fundas. É um rosto de animal jovem, um rosto de dezenove anos, que ainda não viu nada, não sentiu nada e, principalmente, que não sabe nada. Mas por trás dele, sinto o outro. O outro que um dia virá à tona, talvez sem sequer anunciar a própria chegada. Nesse dia, levantarei bem cedo e, olhando meus traços refletidos nesse mesmo vidro, descobrirei uma luz nova no fundo dos olhos amassados pelo sono. Haverá como uma aura brilhante em torno dos cabelos despenteados, na face que de alguma forma não será mais a minha, e será definitivamente a minha. “Chegou”, pensarei. E tudo será diferente. Ou não?”
Profile Image for Letícia Landim.
29 reviews1 follower
September 15, 2025
Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo.

O primeiro livro de Abreu, que fez aniversário dois dias depois de encerrar a leitura, é interessante, mas morno. Acho, inclusive, que essa era a proposta mesmo. Um retrato da depressão e da solidão, como um náufrago na própria vida.

Queria ter o que ver, quando olhasse dentro ou fora de mim

Sua angústia dilacera. Mas ao ponto de anestesiar; é um ciclo vicioso. Há a ânsia de viver, e por ela existir, o medo de se estar perdido prende.

Tenho vontade de viver só, ser autossuficiente, dispensar o auxílio de qualquer pessoa - e também vontade de conhecer todo mundo, ajudar, ser ajudado, dividir

As reflexões sobre sua solidão e sua desconexão sobre o mundo, sobre querer ser especial, mostram o quão normal ele realmente é. Não queremos todos, tudo ao mesmo tempo? Não queremos ser independentes, mas ser amado? Não queremos saber quem somos em nosso âmago, quando tudo que resta a nos observar é o nada? Não acabamos perdendo essa veia, como uma estrela deixando de querer brilhar, por tantas intempéries da vida?
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Antônio Freitas Júnior .
11 reviews
March 16, 2025
Limite Branco fala da imaturidade de um menino que se encontra em uma fase primordial: aquela em que os sentimentos são ambíguos, difíceis de captar, quase como se fossem seres voadores que escapam quando tentamos olhá-los de perto. É também uma fase de inocência, em que as surpresas e o ineditismo são mais constantes. É sobre as nossas primeiras vezes. Assim, temos um personagem central - Maurício - que é facilmente identificável (e Caio Fernando Abreu faz isso com maestria com sua escrita) porque todos já atravessamos e fomos atravessados por essa fase. Pessoalmente, fala de um momento distante, mas que me recordo bem.
Profile Image for febnvds.
110 reviews
January 16, 2025
O Caio sempre escreveu bem e isso não é surpresa, mas o personagem Maurício é muito reflexo do Caio jovem. Cheio de incertezas, medos e inocência, Maurício chegou a me estressar em alguns momentos (vários), mas relevo porque quem nunca passou por crises existenciais aos 18 anos?
Anos depois, ele mesmo foi reclamar da ingenuidade que tinha e que transbordava no texto, mas acredito que passar por essas experiências é, simplesmente, parte de um ciclo. A única diferença foi que o Caio passou por elas talvez de uma maneira mais sensível do que eu.
Profile Image for Pedro Santos.
182 reviews7 followers
May 13, 2025
Depois de Morangos Mofados, mais um Caio, um Caio de dezenove anos! Um romance fraquinho, mas que me surpreendeu, tem momentos estonteantes mesmo, a prosa do Caio brilha aqui e ali com imagens interessantes e construções simples e potentes, principalmente no olhar do Maurício criança. Limite Branco por si não é muito, mas aponta bastante coisa, se isso faz sentido. Fiquei empolgado pra ler a obra mais madura dele, talvez revisitar alguns dos Morangos.
Profile Image for maria vitória .
69 reviews17 followers
March 17, 2020
É um livro de descobertas e acho que li no momento exato. Em Maurício posso perceber muito de quem eu era, mas também de quem ainda sou. As dúvidas e incertezas que pairam pelo ar, além do medo constante das escolhas e do futuro. Esse é o primeiro livro do Caio, e apesar de ter rolado um estranhamento com a escrita em algumas partes, amei muito a experiência.
Profile Image for luisa.
48 reviews
July 21, 2024
"é fácil morrer. a toda hora, em todos os lugares a morte esta se oferecendo. mais difícil é continuar vivendo. eu continuo. não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo o que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei que será."
Profile Image for Júlia.
183 reviews4 followers
August 25, 2024
»...há um limite branco, que uma pessoa cruza para amadurecer, no qual as emoções se borram e se sobrepõem e não se tem muito uma ideia de onde começa um sentimento e o outro termina."

Essa é uma frase do posfácio desse livro estonteante entregue pelo Caio em 1971 e que descreve perfeitamente as palavras emaranhadas que a gente encontra aqui. Nesse primeiro romance da carreira dele, estamos envolvidos no crescimento de um menino do interior do Rio Grande do Sul: o Maurício.

Como todos sabem e eu faço questão de não esconder, o Caio é um dos meus autores preferidos, mas acho que eu não esperava ainda me encantar tanto com uma obra dele como me encantei com essa.

Acho que até então não tinha lido uma obra tão capaz de descrever os sentimentos confusos que advém do amadurecimento e do discernir o bem, o mal, o prazer, o desgosto – aqueles sentimentos que vamos decifrando ao longo da nossa caminhada. Além das similaridades com a minha própria vida pessoal, afinal crescer no interior do RS é um fato comum a inúmeros jovens daqui, é impossível não se identificar com todas as descobertas e questionamentos que o jovem Maurício faz ao longo dessas páginas.

Queria ter os meios para descrever a experiência única que foi ler esse livro pra mim, mas ainda não sou dotada com o dom das palavras como o Caio. Mas para além de personagens complexos crescendo: a descrição dos espaços de uma Porto Alegre que não existe mais, mas que vive na memória de cada um que conhece, mesmo que minimamente, os recantos da capital gaúcha.

Essa é uma obra que foi revisada pelo autor antes da sua morte prematura e no prefácio da edição encontramos duras críticas de um Caio mais velho, experiente e talvez não tão inocente como o personagem que é muito dele – pra quem conhece um pouquinho do que ele foi consegue fazer essa ligação rapidamente.

Assim como o posfácio da Natalia Borges Polesso, te digo Caio: não seja tão duro com você mesmo. A genialidade de criar um personagem tão complexo: egoísta mas empático, convencido mas realista, medroso mas jovem, é uma habilidade que poucos têm aos 19 anos. E essa habilidade de escrever um protagonista com todos os seus defeitos e qualidades, que são característicos da experiência humana, em um primeiro romance de carreira, esse é um feito único de Caio Fernando Abreu.
Profile Image for jiji.
51 reviews
August 15, 2024
i'm everywhere i'm so mauricio from limite branco! (ah-ah-ah-oh-ah)

li esse livro quando precisava mesmo, peguei um conforto e me identifiquei de uma forma imensurável :(
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