A chegada do ano novo traz consigo o desejo de renovação. Renovamos nossas esperanças, nossos desejos, nossas metas... E, ao início, não sabemos o que esperar do novo ciclo, mas e se... Pudéssemos medir a intensidade de um ano através de suas histórias? Essa é a proposta do “Doze por Doze”. Trazer variados contos, dos mais variados gêneros, para nos fazer enxergar quantas coisas incríveis podem acontecer no período de 12 meses; de 365 dias.
Bem, sou suspeita de comentar no livro por que sou autora do conto de janeiro, mas por que não comentar sobre o livro em geral? Doze por Doze é uma iniciativa pra lá de legal em um país que claramente desperta para a leitura e vê nascer uma geração de escritores dinâmicos, antenados, divertidos, talentosos e de bem com a vida. A junção de todas essas qualidades está ali, entre as páginas da coletânea. São doze contos, todos com uma personalidade diferente, todos refletindo o mês a que se destinam, e todos têm o seu charme. O livro é destinado a jovens que querem se ver retratados na literatura atual, que querem ler situações de sua vida, que gostam do simples prazer de abrir o tablet/ celular / computador e se esquecer da vida enquanto se reconhece nela. Recomendo!
Gostei da premissa do livro, a capa é bonitinha, a diagramação ficou fofinha - mas não tem índice, o que me deixou levemente irritada porque não dá pra ficar navegando entre os contos. Contudo, no geral, achei os contos muito bobinhos e abruptos - a maioria não tem uma trama bem fechadinha, nem um bom ritmo. É só mais uma história a ser contada... e que carece de umas 5 páginas a mais, normalmente, pra dar um final condizente. Lembrando que um conto "curto" não é sinônimo de "rápido".
Fico chateadíssima em perceber, também, que não há muito cuidado (ou cuidado algum), tanto por parte dos autores quanto da "organizadora", em sequer passar um corretor ortográfico nos textos. Sério. Isso desanima muito! Uma revisão superficial já corrigiria MUITOS erros tanto de digitação/grafia, quanto de desenvolvimento da trama. Será que não dá nem pra reler o próprio texto uma única vez? Mas, né, se essa releitura aconteceu, passou muita coisa batido. Mais uma vez.
Enfim, a nota geral é para uma média de todos os contos.
Uma mini-resenha de todos em separado: Janeiro - 4/5. Clichê, mas ritmo bom, bem escrito e personagens bem construídos. Fevereiro - 1/5. Ritmo totalmente errado, personagens nada críveis, escrita que parece confundir autor-narrador e autor-personagem. Março - 3/5. Bonitinho e só. Vai bem até a passagem no tempo no finalzinho, mas personagens são bastante inverossímeis. Abril - 1/5. Quis dar "lição de moral" e acabou mergulhado em estereótipos horríveis! Maio - 3/5. Clichezinho; a passagem no tempo ficou estranha (começa e termina o conto no mesmo mês, mas "dentro" dele não parece ter se passado um ano). Escolha infeliz do nome da personagem. Junho - 4/5. Único que realmente me prendeu até então, mas achei a nomenclatura (de tudo) ruim e sem coerência. Julho - 2/5. Mash-up de tudo o que conheço de John Green. Gostei do protagonista, mas.... Não deu. Agosto -3/5. Gostei da trama, da ideia e da "maturidade" do conto no meio dos outros... Uma coisa bem vinda para diversificar. Mas achei arrastado, um ritmo muito ruim; fora que os personagens não me convenceram e caiu num clichê melancólico sofrível. Setembro - 4/5 só pela naturalidade que merece destaque! (Apesar de ter achado rápido e sem muita coerência). Outubro - 3/5. Tava gostando, achando super infantil (mas condizente com a ideia, digamos), até as passagens no tempo ficarem cada vez mais sem coerência e a mentalidade dos protagonistas também. A escrita é bonitinha, porém. Novembro -2/5. Clichês aplicados de forma bobinha, e a protagonista não transmite nada ao leitor - não convence, não gera simpatia... Nada. Dezembro - 4/5 e, junto com o de Junho e Janeiro, foi o mais bem escrito. Personagens críveis e coerentes, apesar de ter caído em alguns clichês (que poderiam ter passado longe), e do final ter sido abrupto DEMAIS.
Esse livro começou um pouco fraco no geral, com um ou dois contos muito bons e uma maioria mediana. A situação é invertida na segunda metade, em que gostei muito de... bom, todos. Teve um deles que de fato me emocionou, com uma história mais densa e chocante, mas a maior parte dos doze contos são romances feel-good -- alguns, poucos, até bobos demais. Contos favoritos: fevereiro, março, todos a partir de agosto. Só conhecia, dali, a escrita da Larissa Siriani e da Thati Machado, que também é a organizadora do "Doze por Doze". Gostei muito dos livros e contos da Lari que li até hoje, e com o encerramento dessa coletânea não foi diferente. Por outro lado, não curti muito o outro conto que tinha lido da Thati, em Papel, Caneta e Ação, então outubro foi uma surpresa bem positiva. Ainda tem algumas falhas, mas gostei muito. Por fim: curti a iniciativa, a ideia e a execução. Apesar de não ter curtido todos os contos e de o livro precisar de uma revisão urgente, daria um 3,5/5.