Nina não é uma mulher de tipos. E não apenas por conta dos seus noventa e dois quilos... Nina possui atitude e amor próprio. Talvez não nessa ordem. Quem se importa? Ao namorar Marco, ela achava que estava subindo mais um degrau rumo ao topo de sua autoestima. É claro que alguns sinais lhe alertavam exatamente do contrário, mas o ego pode ser bastante ensurdecedor, quando nos convém. Após se dar conta da grande farsa que era o seu relacionamento, Nina decide deixar toda sua vida em São Paulo em "stand by" e parte rumo à Buenos Aires, para um mês regado a argentinos sedutores e obviamente, muito doce de leite. talvez não nessa ordem. Definitivamente, não nessa ordem! Nina só não esperava que o país dos "hermanos" pudesse lhe trazer muito mais do que uns quilinhos extras..
Comecei a ler esse livro há um bom tempo, no Wattpad — plataforma de compartilhamento de histórias gratuitas, para quem não conhece — e, por aleatoriedades, acabei não acompanhando corretamente e dado momento ele foi retirado a pedido da editora para virar livro físico. A Thati é uma pessoa que eu admiro muito. Passei a me relacionar com ela mais recentemente, mas não é de hoje que considero seu trabalho e seu empenho para com a comunidade LGBT de enorme importância, logo eu estava bem ansioso para finalmente ler seu livro.
Sua escrita é super levinha, descompromissada. Carrega o livro de forma fluida, fazendo as páginas virar muito rápido; mas torna-se um ponto meio ambíguo. Ao mesmo tempo em que ela é muito engraçada, tipo real oficial, em certos momentos, para dar ênfase nessa vibe engraçada rodeando o assunto de gordinhas de uma forma geral (não foi intencional hahaha), ocorrem muitas repetições de termos. Como todas as vezes que Nina cita seu próprio peso, que durante grande parte do livro é o mesmo, tornando a leitura repetitiva em pontos específicos. E o tempo todo me vinha uma sensação de que Poder Extra G é um livro feliz demais??? Talvez seja meu lado negro que adora uma desgraça falando, mas sempre que surgia um empecilho qualquer tudo culminava para chegar num ponto X, em que X significa: felizes para sempre lalaialaialaia.
O que mais me tocou, e o que eu mais queria saber sobre o livro inteiro, foi o Noah e toda a representatividade que gira em torno dele. Thati teve um carinho e um apreço muito grande na hora de dar voz a um personagem trans que, mesmo as pessoas mais desinformadas sobre o assunto são capazes de se afeiçoarem pela causa. E, com certeza, abre muitas portas para que a transexualidade seja mais abordada na literatura nacional; pois representatividade importa sim! Ainda mais desse jeitinho tão simples e verdadeiro. Admito que queria um pouco mais, mas sei que tem spin-off focado nele, então eu mesmo me calo.
O que mais me incomodou no livro, mas que não compromete a leitura de um modo geral, é que, ao contrário do que eu esperava, ele não foi reescrito. Como já havia dito, esse livro foi lançado inicialmente no Wattpad, onde é comum os capítulos serem postados por semana com pequenos plots no final para instigar o leitor a voltar na semana seguinte; logo seu texto assemelha-se à narrativa de uma fanfic, em um gráfico de altos e baixos entre os capítulos e não numa linha crescente reta como num livro já inteiramente planejado. Por exemplo: um capítulo termina com uma bomba, que logo na primeira linha do capítulo seguinte ela é abordada novamente ou rapidamente solucionada. É uma técnica que instiga no Wattpad, mas não funciona muito bem no livro finalizado.
Foi uma leitura que, para mim, pontos bons estavam diretamente proporcionais a pontos conflitantes, mas, em suma, foi muito divertida e em momento algum tenta passar uma mensagem importante sem enraizá-la numa história interessante. Nina é uma personagem maravilhosa que cativa o leitor, provoca-o a questionar o que merecemos e impor o que queremos. Finalizar esse livro é como dar um up na autoestima, olhar no espelho e mesmo que só por um instante sentir-se mais à vontade com a imagem refletida, e pensar naquelas relações venenosas que você não sabe o motivo de ainda as manter por perto e naquelas que você já deus graças por terem ido embora. Então é muito válido afirmar que ele cumpre seu dever.
Fui esperando toda a ideia de representatividade e auto estima e me deparei com piadas sarcásticas e desnecessárias, uma sequência de fatos sem nexo e absurdos, páginas e páginas com cenas de sexo para esconder a falta de profundidade do livro e trechos interessantes que, coincidência ou não, eram os que não eram narrados pela protagonista.
Amei o livro, finalmente uma protagonista gordinha que não faz sua vida girar em torno de seu peso, porém a autora tentou desenvolver várias tramas ao mesmo tempo e acabou meio que se perdendo em tudo isso, mas no geral é um ótimo livro! Recomendo!!!
Amei que o livro tem representatividade e toca em assuntos importantes, no entanto os conflitos são resolvidos muuuito rapidamente e isso me irritou um pouco.
Que história empoderada SENSACIONAL! Deu vontade de entrar no livro e abraça a protagonista. Acredito que ao ler, você terá uma empatia imensa com ela. Eu amei esse livro, recomendo muito.
Queria muito gostar desse livro mas não consigo, pelo final eu ficava adiando a leitura de tanto que não queria ler. Mas tenho que dizer que a parte da filha adotiva me comoveu bastante, já que tenho um irmão mais novo e a maioria dos meus amigos trans também. Além disso tem eu né, não sou trans mas esse ano a nutricionista me diagnosticou obesa e não tenho nem 18 anos, eu adoro ver representatividade de mulheres gordas e body positivity e tal, mas não isso que eu li. Fica bem claro pra mim que a autora se divertiu escrevendo e sinceramente isso é ótimo para ela, mas eu não chamaria isso de história, se parece mais com uma fanfic bem longa sem plot, conflito, ou sequer desenvolvimento de personagem. Os personagens começam e terminam perfeitos, não tem nenhuma evolução ou mudança porque nunca tiveram o que evoluir. Então seria de se pensar que o enredo compensaria, mas não, toda vez que um conflito parecia começar a se formar, ele era imediatamente resolvido porque os personagens são tão perfeitos que nada pode dar errado, então fica complicado de defender. Sei que a intenção era ser um romance bobo que a gente pode usar como escapismo, mas não consigo nem fantasiar com as situações ou personagens porque são perfeitos demais para parecerem pessoas reais, o relacionamento deles começa no ponto em que se conhecem e não tem nenhuma chance de ser construído aos poucos, porque eles imediatamente se amam! Enfim, o livro tinha muito potencial mas não alcançou ele, com certeza não me deu vontade de ler os outros desse universo, mas ainda tenho que dar certo crédito por toda a representatividade especialmente rara de se ver.
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