Em Fazenda Modelo, Chico Buarque tece uma alegoria sobre a sociedade dos homens - falando, no entanto, exclusivamente de bois e vacas. Trata-se de uma parábola sobre o poder, a respeito das formas de dominação social sobre o rebanho humano. E a forma de dominação mais radical é usurpar do indivíduo - sempre em nome dos mais santos princípios - qualquer possibilidade de assumir seu próprio destino pessoal.
Francisco Buarque de Hollanda is popularly known as Chico Buarque, is a singer, guitarist, composer, dramatist, writer and poet. He is best known for his music, which often includes social, economic and cultural commentary on Brazil and Rio de Janeiro in particular.
Son of the academic Sérgio Buarque de Hollanda, Buarque lived in several locations throughout his childhood, though mostly in Rio de Janeiro, São Paulo and Italy. He wrote and studied literature as a child and came to music through the bossa nova compositions of João Gilberto. He performed music throughout the 1960s as well as writing a play that was deemed dangerous by the Brazilian military dictatorship of the time. Buarque, along with several of his fellow musicians, were threatened by the government and eventually left Brazil in 1970. He moved to Italy again. However, he came back to Brazil in 1971, one year before the others, and continued to record albums, perform, and write, though much of his material was not allowed by government censors. He released several more albums in the 1980s and published three novels in the 1990s and 2000s, all of which were acclaimed critically.
Buarque came from a privileged intellectual family background—his father Sérgio Buarque de Holanda was a well-known historian, sociologist and journalist and his mother Maria Amélia Cesário Alvim was a painter and pianist. He is also brother of the singer Miucha. As a child, he was impressed by the musical style of bossa nova, specifically the work of Tom Jobim and João Gilberto. He was also interested in writing, composing his first short story at 18 years old[1] and studying European literature, also at a young age.[2] One of his most consuming interests, however, was playing soccer, beginning at age four, which he still does today.[2] Though he was born in Rio de Janeiro, Buarque spent much of his childhood in Rio de Janeiro, São Paulo and Italy.
Before becoming a musician, Buarque decided at one point to study architecture at the University of São Paulo, but this choice did not lead to a career in that field; for Buarque often skipped classes.
He made his public debut as musician and composer in 1964, rapidly building his reputation at music festivals and television variety shows when bossa nova rhythm came to light and Nara Leão recorded three of his songs.[3] His eponymous debut album exemplified his future work, with catchy sambas characterized by inventive wordplay and an undercurrent of nostalgic tragedy. Buarque had his first hit with "A Banda" in 1966, written about a marching band, and soon released several more singles. Although playing bossa nova, during his career, samba and Música Popular Brasileira would also be widely explored. Despite that, Buarque was criticized by two of the leading musicians at the time,Caetano Veloso and Gilberto Gil as they believed his musical style was overly conservative.[3] However, an existentially themed play that Buarque wrote and composed in 1968, Roda Viva ("Live Cycle"), was frowned upon by the military government and Buarque served a short prison sentence because of it.[3] He left Brazil for Italy for 18 months in 1970, returning to write his first novel in 1972, which was not targeted by censors.
Vi muitas comparações com "A Revolução dos Bichos" e acho muito injusto igualar um livreto pseudo intelectual com uma obra prima da literatura contemporânea. Afinal, de um lado temos uma analogia inteligente entre humanos e animais, um estudo social e da teoria necropolítica; e do outro temos George Orwell flop porcos onik oink.
O Chico é realmente um gênio. Carregado de críticas alegoricas à ditadura e ao moralismo da época, o livro é divertido sem perder a seriedade. Apesar da comparação mais óbvia ser com a revolução dos bichos, o livro lembra muito Admirável mundo novo. Bom demais 4,5/5
Fazenda Modelo é um Chico difícil, mas eu gosto. Quem discorda, lamento, hehehe. Chico apresenta uma metáfora à vida nos dias da ditadura militar, período no qual foi exilado. Ele traz um retrato da repressão e do caos, protegido nessa grande novela pecuarista (você sai sabendo muito de gado). . Por meio de musicalidade e do uso de onomatopeias, Chico constrói uma narrativa boa e interessante, mas pode ser desafiadora a quem não consegue se concentrar. Também podem representar desafios as partes sobre a procriação e cuidado com os animais, a atenção precisa ser redobrada, pois no meio do que parece soar como um livro de medicina veterinária, há muito do desenho social brasileiro à época. Por que isso acontece? Em tempos onde a censura tem marca, é preciso conseguir tecer a crítica de maneira velada. . Apesar de não ser dos mais fáceis para um primeiro contato com a escrita de Chico, o livro apresenta a força da resistência, a sede que o povo tinha pela revolução, a necessidade que existe de fazer com que o coletivo entenda a importância de saber sobre o cenário político e socioeconômico do país, a importância de não se permitir amar a corrente para odiar a liberdade. Chico versa o seu povo e um tempo difícil, o amargor da violência e do pesadelo, assim como o poder da transformação, da educação, das artes, do estímulo ao pensamento e de nunca se perder de si, nem mesmo quando tudo parece perdido
Escrita muito poética, com momentos que parece música! Legal pelo contexto, pelo momento, por tudo que hoje entendemos e o que representa o Chico Buarque. Só senti falta de um enredo mais atraente, com uma linha mais central.
Chico Buarque é mesmo maravilhoso, mas não por essa obra. Maçante, sem sentido, cansativa, confusa. Pode ter valor histórico, não nego, mas, como obra literária é bem sofrida, falo mesmo...
É uma novela de Chico Buarque escrita em 1974, quando do seu exilio na Itália, é a primeira excursão do autor no gênero narrativo. Possui um discurso alegórico, incluso grotesco, utilizado para significar diversas questões concernentes ao Brasil, como o autoritarismo, a censura, o “milagre econômico”, entre outras. No interior do livro também encontramos outros tipos textuais (diário, jornal, ato institucional) que ao lado de outros aspectos (dedicatória, epígrafe, bibliografia técnica, etc.) e, como é típico de Chico, de uma profusa intertextualidade (com o folclore, com outros escritores e até com a Bíblia) dão uma direção bastante inovadora ao texto. Sempre se destacam as semelhanças com A Revolução dos Bichos, de Orwell, outra novela satírica, embora tenham diferenças importantes. Na Fazenda, O Brasil é descrito como uma granja habitada por bois e vacas, que simbolizam os diversos personagens do contexto político e econômico brasileiro dos anos 70
Eu li esse livro por recomendação da escola, e não gostei. No final eu entendi o propósito do livro, que na verdade é uma crítica à sociedade brasileira. Ainda sim achei confuso, os narradores mudavam e você nunca entendia o que estava acontecendo naquela parte da história. Não é um livro que eu leria por livre e espontânea vontade, e não tenho vontade de reler. Ainda sim, é bom mudar um pouco o estilo das leituras.
É um livro curioso e posso dizer que é um misto de outras distopias já famosas como "Admirável Mundo Novo", "1984", "A Revolução dos Bichos" e uma forte crítica ao período da ditadura militar brasileira, principalmente com a questão do êxodo rural e os processos prometidos de que a industrialização seria necessária para suprir todas as desigualdades anteriores e o campo/roça era visto especificamente como mais atrasado em relação a ideia de metrópole, o que acaba sendo o plano de fundo da década de 1970 e o tal milagre econômico brasileiro, promovido pela campanha da ditadura militar brasileira. O boi representado como esse símbolo que marca o antes e depois do processo de industrialização é para mim uma das boas sacadas do livro do Chico. A maneira como o autor conduz a narrativa de maneira rápida e suncinta, sem muitos floreios é fluída, a escrita dele por aqui é de fácil acesso, o que acabou dificultando a leitura de obras posteriores dele. "Fazenda Modelo" é um bom livro paea quem curte distopias e uma não linearidade na narrativa.
This entire review has been hidden because of spoilers.