Nesta antologia de Contos de horror do século XIX, o escritor Alberto Manguel reuniu, especialmente para o público brasileiro, a fina flor do medo. Tão antigo quanto a civilização, o conto de horror define suas regras e chega a seu apogeu na literatura anglo-saxônica, na linhagem de escritores que vai da "gótica" Ann Radcliffe a Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft. Mas Manguel não se contenta apenas com os mestres mais conhecidos do gênero, como Henry James, Guy de Maupassant ou Robert Louis Stevenson. Convoca escritores de toda estatura e de várias línguas, do português de Eça de Queiroz ao íidiche de Lamed Schapiro. Nesse percurso, o leitor transita por todos os ambientes e resvala em todos os motivos do conto de horror: igrejas em ruínas, subsolos pútridos, jardins ermos, prisões e campos de batalha, criaturas invisíveis, mortos-vivos, animais espantosos e espelhos encantados. Tudo isso em sua poltrona preferida, em (relativa) segurança, desfrutando ainda do último charme deste livro: novas traduções de todas as narrativas, cada uma a cargo de um nome expressivo da cultura brasileira contemporânea. ''
Relação de autores, e respectivas obras, por ordem de aparição: Alberto Manguel - História do terror W. W. Jacobs - A Mão do Macaco Aleksei Konstantinovitch Tolstói - A Família do Vurdulak: Fragmento Inédito de Memórias de um Desconhecido H. G. Wells - O Cone Henry St. Clair Whitehead - Os Lábios Giovanni Papini - A Última Visita do Cavalheiro Doente Ruben Darío - A Larva Joseph Conrad - A Fera Pedro Antônio de Alarcón - A Mulher Alta (conto de terror) Ambrose Bierce - A Janela Vedada Henry James - A Volta do Parafuso Jack London - O Chinago Pierre Louÿs - A Falsa Esther Villiers de L'Isle Adam - A Tortura pela Esperança Jules Verne - Frumm-Flapp Achim von Arnim - Melück Maria Blainville, a Profetisa Particular da Arábia Walt Whitman - Morte na Sala de Aula Theodor Storm - A Casa de Bulemann Lamed Schapiro - Halá Branco George Sand - Esperidião Horácio Quiroga - O Travesseiro de Penas Edgar Allan Poe - Os Fatos no Caso do Sr. Valdemar Guy de Maupassant - Uma Vendeta Léon Bloy - A Fava Hugh Walpole - O Tarn Bram Stocker - A Selvagem Georges Rodenbach - O Amigo dos Espelhos Eça de Queiroz - A Aia Vsévolod Mikháilovitch Gárchin - A Flor Vermelha Fitz-James O'Brien - O Que Foi Aquilo? Um Mistério Thomas Hardy - Bárbara, da Casa de Grebe Edith Nesbit - A Casa Mal-Assombrada Arthur Conan Doyle - O Cirurgião de Gaster Fell Robert Louis Stevenson - O Rapa-Carniça
Alberto Manguel (born 1948 in Buenos Aires) is an Argentine-born writer, translator, and editor. He is the author of numerous non-fiction books such as The Dictionary of Imaginary Places (co-written with Gianni Guadalupi in 1980) and A History of Reading (1996) The Library at Night (2007) and Homer's Iliad and Odyssey: A Biography (2008), and novels such as News From a Foreign Country Came (1991).
Manguel believes in the central importance of the book in societies of the written word where, in recent times, the intellectual act has lost most of its prestige. Libraries (the reservoirs of collective memory) should be our essential symbol, not banks. Humans can be defined as reading animals, come into the world to decipher it and themselves.
Pois são duas coisas que adoro, contos e literatura de terror. A seleção aqui tem todo tipo de suspense, desde o mais sutil, que é aquele medo de algo não visto ou não mensurado até aquele terror mais explícito. Destaco A Mão do Macaco (já foi até seriado na Globo), A Família do Vurdalak, O Cone, A Tortura pela Esperança (sensacional e terrível!), Morte na Sala de Aula, O Travesseiro de Penas, O Cirurgião de Gaster Fell, O Papa-Carniça. Traz nomes como Eça de Queiroz, Conan Doyle, Robert Louis Stevenson, H.G.Wells, Tolstoi, Joseph Conrad, Jules Verne, Henry James, Poe, Quiroga, Bram Stoker, entre outros. Livro para ler, ter, reler aos pedaços, consultar.
Mais uma coletânea de contos desequilibrada, com alguns achados (a mão do macaco como destaque principal), mas alguns contos muito longos que não chegam em lugar algum. Alguns autores clássicos que valem sempre uma visita (Poe, Bram Stroker, Robert Louis Stevenson) e surpresas por não serem normalmente associados ao tema terror (Eça de Queiroz, Conan Doyle).
No fim, vale a leitura espaçada, sem pressa e preparado para esse desequilíbrio. Acredito que o curador procurou fazer uma radiografia histórica, trazendo temas que, de alguma forma, representavam o terror / fantástico no século XIX e que não necessariamente o fazem agora, afinal de contas a realidade tem superado quase sempre a ficção ultimamente...
"Sei, todavia, que o diabólico Tertuliano foi inquietado pela justiça por ter inserido nos enormes flancos daquele bolo amendoado o coração de sua mulher, o pequeno coração em putrefação da deliciosa Clementina." A fava - Léon Bloy
Então mais de 1 ano pra finalizar leitura hahaha, abandonei e voltei decidida, o fato é que cansa, tem contos muito muito legais e outros bem chatos, favoritaria o livro mas ainda em dúvida, caso daqui 1 ano ainda tenha recordações dos contos que gostei ai favorito;)
Întunericul, ființele monstruoase, fantomele, cimitirele, magia, pădurile impasibile și (începând cu secolul al XVIII-lea) ruinele și misterele științei sunt elementele principale ale poveștilor de groază. Ele apar odată cu căderea nopții: în Mesopotamia, Egipt, India, Japonia, China, Grecia. În Roma, în mod curios, groaza se confundă cu ceea ce este interzis sau vulgar. Când tatăl lui Seneca îi cere scriitorului Albucius Silo să enumere câteva teme "îngrozitoare" (sordissima), acesta răspunde: "Rinoceri, latrine și bureți", și continuă: "animale domestice, persoane adultere, surse de hrană, moartea și grădinile".
În lumea anglo-saxonă sunt stabilite regulile acestui gen literar. Deși în secolul al XVIII-lea, prin intermediul literaturii gotice, este oficial proclamată o estetică a groazei, Edgar Allan Poe este cel care, la jumătatea secolului următor, din Bostonul său european, oferă lumii primele sale terori profesionale, astăzi celebre: "Căderea casei Usher", "Butoiul de Amontillado", "Pisica neagră". În opera lui Poe, teroarea este evidentă: apariții îngrozitoare, cadavre înviind, putreziciune vizibilă, toate acestea sunt înfiorătoare dar definibile; au o realitate "tangibilă" pe pagină care, paradoxal, limitează eficacitatea lor. Discipolul său, H. P. Lovecraft, rafinează teroarea prin înlăturarea definirii. Prin recurgerea la ceea ce "nu poate fi spus", Lovecraft îi terorizează pe cititorii săi. Atrocitățile sale sunt atât de îngrozitoare (spun cei care le-au văzut) încât nu există cuvinte pentru a le descrie: în acest vid perfect, cititorul își aplică propriile coșmaruri.
Ótima opção para conhecer novos autores e 33 obras macabras
Organizada pelo argentino Alberto Manguel, está antologia é um convite para o leitor embarcar numa máquina do tempo e viajar até o século XIX, a fim de conhecer '33 histórias sinistras' que assombraram nossos antepassados. Como será que elas se comportaram sob a ação da pátina do tempo? Continuam a ser um bom vinho, ou viraram vinagre?
Antes de mais nada, convém esclarecer a diferença entre horror e terror, uma dúvida frequente entre os leitores. Na Introdução, quem dá esta resposta é a escritora gótica Ann Radcliffe: “O terror e o horror possuem características claramente opostas, enquanto o primeiro dilata a alma e suscita uma atividade intensa de todas as nossas faculdades; o segundo as contrai, congela-as, e de alguma maneira as aniquila. Nem Shakespeare nem Milton em suas ficções, nem Mr. Burke em suas reflexões, buscaram no horror puro uma das fontes do sublime, embora reconhecessem que o terror é uma das causas mais elevadas. Na verdade, a diferença está no fato de que o horror desfruta da companhia de um sentimento de obscura incerteza em relação ao mal que se tanto teme.”
Colocado os pingos nos “is”, o conto de abertura é “A Pata do Macaco”, de W.W. Jacobbs. Perturbador, gira em torno de um bizarro amuleto, capaz de mudar a vida de quem o possui. Já o último, é “O Rapa-Carniça”, de Robert Louis Stevenson, versa sobre a aquisição de cadáveres para o estudo da medicina.
Outros ícones do gênero também fazem parte da antologia. De Edgar Allan Poe, foi escolhido A Morte do Sr. Valdemar”, um relato macabro sobre mesmerização e telepatia. Outro nome é Bran Stoker, criador de “Drácula”, cuja narrativa, intitulada “A Fera”, revela como um mero acidente pode marcar a lua-de-mel de um jovem casal.
E por falar de vampiros, não deixe de ler “A Família Vurdalak”, de autoria de um primo de Leon Tolstói. Chamado Aleksei, o bom ritmo que ele imprime ao conto foi uma grata surpresa. Aliás, surpresas não faltam, como a presença de escritores famosos em outros gêneros que também se dedicaram ao “horror” nas horas vagas. Dois bons exemplos: * Jules Verne - “Frumm-Flapp”: Enfrentando o vento e chuva, um médico decide atender um paciente mediante uma boa soma de dinheiro, sem imaginar o que lhe espera. * Eça de Queiroz - “A Aia”: Aborda o amor materno levado às últimas consequências numa história que se assemelha a um conto de fadas.
Entretanto, a seleção também possui autores praticamente desconhecidos em nosso país, como Léon Bloy e Hugh Walpole que me causaram uma forte impressão com dois contos sobre a vingança. Respectivamente, “A Fava” discorre sobre um plano grotesco posto em prática por um marido traído e “The Tarn” conta a visita de um escritor prestigiado a um fracassado colega.
A narrativa mais longa do livro é a mais conhecida. Com 107 páginas, “A Volta do Parafuso”, de Henry James, exibe um provável caso de obsessão de duas crianças e cabe ao leitor decidir se está diante do sobrenatural ou da fértil imaginação da narradora. Também merece menção a menor de todas e única representante sul-americana. Do uruguaio Horácio Quiroga, “O Travesseiro de Penas” possui 5 páginas e trata da inexplicável doença que acomete uma jovem recém-casada.
Finalmente, o livro foi impresso em papel creme de boa qualidade com acabamento brochura e uma fonte um pouco menor do que a habitual, mas que não chega a comprometer a leitura. Recomendo, mas a editora fica a dever uma edição de capa dura.
Edição indispensável
Esta edição de Contos de Horror do Século XIX, da Companhia das Letras, traz 33 contos de autores famosos, dentre eles Joseph Conrad, Edgar Allan Poe e Bram Stoker. A coletânea foi escolhida por Alberto Manguel, que assina a introdução (mas não é autor nem tradutor de nenhuma das histórias) Todos são contos curtos, de 10 a 20 páginas em média (com exceção da novela A Volta do Parafuso, que tem 107 páginas) Cada história tem uma nota introdutória, escrita pelo respectivo tradutor. Todas as traduções são excelentes. A edição em si é muito bonita e, apesar do aspecto frágil, é bem resistente. As folhas são amareladas e a diagramação é muito confortável para leitura. É um livro indispensável na biblioteca dos fãs de terror.
índice de contos presentes no livro: 1. A Mão do Macaco - WW Jacobs 2. A Família do Vurdalak - Aleksei Tostói 3. O Cone - HG Wells 4. Os Lábios - Henry Whitehead 5. A Última Visita do Cavalheiro Doente - Giovanni Papini 6. A Larva - Ruben Dario 7. A Fera - Joseph Conrad 8. A Mulher Alta - Pedro Antonio de Alarcon 9. A Janela Vedada - Ambrose Bierce 10. A Volta do Parafuso - Henry James 11. O Chinago - Jack London 12. A Falsa Esther - Pierre Louys 13. A Tortura pela Esperança - Villiers de L'isle Adam 14. Frumm-flapp - Jules Verne 15. Meluck Maria Blainville, a profetisa particular da Arábia - Achim Von Arnim 16. Morte na Sala de Aula - Walt Whitman 17. A Casa de Bulemann - Theodor Storm 18. Hala Branco - Lamed Schapiro 19. Esperidião - George Sand 20. O Travesseiro de Penas - Horacio Quiroga 21. Os Fatos no Caso do Sr. Valdemar - Edgar Allan Poe 22. Uma Vendeta - Guy de Maupassant 23. A Fava - Leon Bloy 24. O Tarn - Hugh Walpole 25. A Selvagem - Bram Stoker 26. O Amigo dos Espelhos - George Rodenbach 27. A Aia - Eça de Queiroz 28. A Flor Vermelha - Vsevolod Garchin 29. O Que Foi Aquilo? Um Mistério - Fitz James O'Brien 30. Barbara, da Casa de Grebe - Thomas Hardy 31. A Casa Mal Assombrada - Edith Nesbit 32. O Cirurgião de Gaster-Fell - Arthur Conan Doyle 33. O Rapa-Carniça - Robert Louis Stevenson
CURIOSIDADES: Em 8 de setembro de 1863 nascia W. W. Jacobs, escritor inglês lembrado por um dos contos mais assustadores e impactantes da literatura: "A Pata do Macaco", publicado em 1902.
Uma história é sobre um objeto mágico que concede desejos, só que cada pedido vem acompanhado de consequências terríveis. O conto mostra que mexer no destino nunca sai de graça: cada tentativa de mudá-lo traz consequências duras e um preço alto a pagar.
Embora Jacobs tenha escrito muitos contos cômicos e leves sobre marinheiros e a vida no cais, foi justamente com A Pata do Macaco, uma de suas raras incursões no horror, que ele ficou eternizado.
Stephen King já declarou em entrevistas que este é um dos contos de terror mais importantes da literatura e reconhece nele uma influência direta para O Cemitério, que também trata do tema de desejos com consequências trágicas.
A Pata do Macaco se tornou tão popular que já inspirou adaptações para rádio, teatro, cinema e até desenhos animados. Há registros de versões em séries como The Simpsons e The Twilight Zone, sempre explorando o tema do “desejo perigoso”.
A seleção de contos de horror foi muito boa. Tinha contos que iam mais pro terror psicológico, alguns sobrenaturais, outros bizarros e até alguns bem nojetos. Acho que os fãs de todos os tipos de histórias de horror vão gostar de pelo menos algum conto. Eu dei 5 estrelas pra mais de metade e fui surpreendida pelos contos que eu não conhecia do Bram Stoker, Edgar Allan Poe e Robert Louis Stevenson. Já era fã das obras mais populares deles, mas depois desses contos fiquei com mais vontade ainda de conhecer outras obras. Achei ótimo que tem “A Volta do Parafuso”, que inspirou a séria da Maldição da Mansão Bly e, assim, não precisei comprar o livro separado desse conto hehe.
Gostei bastante da breve introdução que o livro faz falando um pouco da diferença do terror e do horror e achei bem legais as introduções de cada um dos contos que fala um pouco sobre o autor e o conto (os primeiros achei muito divertido).
Enfim, o livro vale muito a pena apesar de alguns contos não terem chamado tanta a minha atenção.
Comecei a ler essa coletânea excelente de contos em maio, e fui lendo aos poucos. Acho a melhor maneira de ler contos, em doses homeopáticas. Como toda coletânea, é um pouco irregular, com contos perfeitos ( A mão do macaco, O tarn, A família do Vurdalak ( o que mais me deixou arrepiada), A aia, A selvagem ( para quem ama gatos rs),), outros medianos como o escolhido do Poe ( O caso do Sr Valdemar), o famoso A volta do parafuso ( que não me envolveu como pensava e achei arrastado), e uns poucos bem fracos, Mas todos bem escritos, e mostram o horror de formas bem variadas, como a loucura, a guerra, a avareza, a inveja, o instinto, a psicopatia, Enfim, o horror. Vale muitíssimo a leitura, Manguel está de parabéns pela seleção.
Muito bom. Contos diferentes, desconhecidos -- à exceção de um ou outro --, bem escritos e bem traduzidos. Não é um livro de fantasia boba, mas de autores sérios, com histórias bem entretidas.
Destaco alguns contos que me agradaram mais:
A Fera - Joseph Conrad O Chinago - Jack London Os Fatos da Casa do Sr. Valdemar - E. A. Poe Uma Vendetta - Guy de Maupassant O Tarn - Hugh Walpole Barbara, da casa de Grebe - Thomas Hardy O Cirurgião de Gaster Fell - Arthur Conan Doyle
Destaque especialíssimo para A Mulher Alta, de Pedro Alarcón, na minha opinião, o conto mais arrepiante da coletânea.
Eu demorei taaaaaaanto para ler esse livro! E no final só queria acabar, mas gostei da maioria dos contos. A Volta do Parafuso, maravilhoso, lendo pela segunda vez após uns 10 anos. A Mão do Macaco, um clássico muito atual, que lida com os sentimentos comuns do ser humano, como a ganância! Vou citar os que gostei mais, apenas para minha lembrança futua, para quem sabe ler novamente: A Família do Vurdalak, A Janela Vedada, A Janela Vedada, O Cirurgião de Gaster-Fell, O Tarn, entre outros.
Como toda coletânea tem seus altos e baixos, mas esses foram meus favoritos que com certeza vão ficar comigo e pretendo ler/reler bastante:
A Mão do Macaco de W. W. Jacobs A Mulher Alta de Pedro Antonio de Alarcón A Volta do Parafuso de Henry James (!!) Os Fatos no Caso do Sr. Valdemar de Edgar Allan Poe O Rapa-carniça de Robert Louis Stevenson
Gostei bastante da escolha dos contos nesta compilação. Alguns deles eu já possuía em outras encadernações, mas no geral, foi bem gratificante ler este livro. Trabalho primoroso!