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A Louca da Casa
Em A louca da casa, Rosa Montero propõe aos leitores um jogo narrativo cheio de surpresas. Nele se misturam literatura e vida, num coquetel estimulante de biografias e autobiografia romanceada. E assim descobrimos que o grande Goethe adulava os poderosos até chegar ao ridículo, que Tolstói era um energúmeno, que Rosa, quando criança, via-se como uma anã e que, aos 23 anos, manteve um extravagante e hilário romance com um ator famoso. Mas não devemos confiar em tudo o que a autora conta sobre si mesma: as lembranças nem sempre são o que parecem. Este é, afinal, um livro sobre a fantasia e os sonhos, a loucura e a paixão, os medos e as dúvidas dos escritores, mas também dos leitores. A louca da casa é, antes de mais nada, a tórrida história de amor e de salvação entre Rosa Montero e seu imaginário.
176 pages, Paperback
First published January 1, 2003
479 people are currently reading
5030 people want to read
About the author
Rosa Montero
101 books2,981 followersRosa Montero Gayo is an award-winning journalist for the Spanish newspaper El País, and an author of general fiction and Children's fiction.
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Community Reviews
Displaying 1 - 30 of 623 reviews
December 31, 2018
Faltam-me as palavras para falar deste livro. É o meu favorito de 2018, não tenho dúvidas quanto a isso.
Em primeiro lugar, é-me impossível definir o género literário deste livro. Não é um romance, mas tem a ficção que lhe é indispensável; não é uma autobiografia, mas a autora relata na primeira pessoa episódios concretos da sua vida; não é um ensaio sobre a literatura mas aprendi com ele mais sobre o processo criativo de um autor do que com muitos ensaios literários.
Não há mesmo muito a desvendar sobre esta obra porque ela constroi-se pelo fascínio da boa escrita aliada a histórias geniais que não sabemos muito bem onde deixam de ser autobiográficas e começam, eventualmente, a ser ficção.
É um manjar de boa literatura. Leiam! Mal posso esperar pela releitura.
Em primeiro lugar, é-me impossível definir o género literário deste livro. Não é um romance, mas tem a ficção que lhe é indispensável; não é uma autobiografia, mas a autora relata na primeira pessoa episódios concretos da sua vida; não é um ensaio sobre a literatura mas aprendi com ele mais sobre o processo criativo de um autor do que com muitos ensaios literários.
Não há mesmo muito a desvendar sobre esta obra porque ela constroi-se pelo fascínio da boa escrita aliada a histórias geniais que não sabemos muito bem onde deixam de ser autobiográficas e começam, eventualmente, a ser ficção.
É um manjar de boa literatura. Leiam! Mal posso esperar pela releitura.
August 16, 2022
"Deixar de escrever pode ser a loucura, o caos, o sofrimento; mas deixar de ler é a morte instantânea. Um mundo sem livros é um mundo sem atmosfera, como Marte. Um lugar impossível, inabitável."
Rosa Montero faz, em "A louca da casa", um exercício belíssimo sobre a imprescindibilidade da escrita e da leitura para a humanidade.
É um pouco difícil saber o que é autobiográfico e o que não é, sobretudo porque a própria jornalista e escritora espanhola confessa que pertence à categoria dos "amnésicos" e não à dos nostálgicos. Percebe-se, no entanto, muito bem a importância que a imaginação e a criatividade têm na sua vida.
E se a imaginação é a louca da casa, ela é também válvula de escape, caminho para fora do umbigo, vislumbre de eternidade.
Achei também muito interessante a dissociação que a autora faz entre escritor e obra. Como mostram alguns dos seus exemplos, as más pessoas podem escrever livros formidáveis e escritores talentosos podem descambar mercê, sobretudo, da vaidade desmedida.
Gostei muito.
Rosa Montero faz, em "A louca da casa", um exercício belíssimo sobre a imprescindibilidade da escrita e da leitura para a humanidade.
É um pouco difícil saber o que é autobiográfico e o que não é, sobretudo porque a própria jornalista e escritora espanhola confessa que pertence à categoria dos "amnésicos" e não à dos nostálgicos. Percebe-se, no entanto, muito bem a importância que a imaginação e a criatividade têm na sua vida.
E se a imaginação é a louca da casa, ela é também válvula de escape, caminho para fora do umbigo, vislumbre de eternidade.
Achei também muito interessante a dissociação que a autora faz entre escritor e obra. Como mostram alguns dos seus exemplos, as más pessoas podem escrever livros formidáveis e escritores talentosos podem descambar mercê, sobretudo, da vaidade desmedida.
Gostei muito.
July 29, 2016
Comprei este livro há anos e deixei-o esquecido, por aqui nos montes, acho mesmo que até já esteve numa lista de livros para morrer sem ler...há dias li, num outro livro, uma referência sobre ele e fui procurá-lo.
Foi uma surpresa a vários níveis. Não é propriamente um romance, é mais um ensaio sobre as ansiedades, medos, angústias por que passa um escritor durante o processo de criar arte. Rosa divaga sobre si própria enquanto relata alguns episódios curiosos protagonizados por outros artistas (Goethe, Tolstói, Calvino, Yourcenar, Wilde, Cervantes, etc.)
A escrita de Rosa Montero é simples mas muito envolvente o que torna esta leitura um prazer para qualquer leitor e, creio mais ainda, para um escritor.
Foi uma surpresa a vários níveis. Não é propriamente um romance, é mais um ensaio sobre as ansiedades, medos, angústias por que passa um escritor durante o processo de criar arte. Rosa divaga sobre si própria enquanto relata alguns episódios curiosos protagonizados por outros artistas (Goethe, Tolstói, Calvino, Yourcenar, Wilde, Cervantes, etc.)
A escrita de Rosa Montero é simples mas muito envolvente o que torna esta leitura um prazer para qualquer leitor e, creio mais ainda, para um escritor.
September 14, 2023
Adorei ler este livro.
Não sei se será um livro muito interessante para quem não escreve mas como eu sou muito apaixonada pelo ato da escrita, para mim foi delicioso.
A Rosa Montero disseca a escrita e o escritor mas sempre com muito humor.
Ao longo do livro são mencionados vários escritores e as suas obras e aprendi muito com essas menções e citações. Adorei!
Não sei se será um livro muito interessante para quem não escreve mas como eu sou muito apaixonada pelo ato da escrita, para mim foi delicioso.
A Rosa Montero disseca a escrita e o escritor mas sempre com muito humor.
Ao longo do livro são mencionados vários escritores e as suas obras e aprendi muito com essas menções e citações. Adorei!
July 1, 2025
Antes de que se publicara El peligro de estar cuerda existió La loca de la casa. Y este último tuvo que caminar para que el primero pudiera correr.
Habla de una creatividad que nace de la realidad, del día a día, de pequeños destellos que aparecen y desaparecen, de la gente que se observa o de las frases cortas que elucubran por la cabeza en cualquier instante. Así es como aparecen las ideas que luego se convierten en libros e historias con maravillosas tramas y grandes personajes y motivaciones.
De la fusión de la realidad con la ficción y sus grandes y pequeñas coincidencias, de los fantasmas de los escritores que los persiguen en cada una de sus novelas de forma inconsciente, de la vida de algunos escritores así como sus fracasos y ambiciones, de la venta del alma al éxito o a la fama, de las esposas de los escritores, de la muerte de la infancia y por lo tanto de la creatividad, de la imaginación y la fantasía constante y sonante como una vocecita dentro de la cabeza, y un largo etcétera más también muy interesante.
Amo su parte ensayística pero también me encanta los aspectos autobiográficos (o no) de la propia autora. En especial esas tres historias sobre el actor M o sobre su hermana.
Yo la amo a esta autora. Nada suyo que haya leído me ha decepcionado.
Habla de una creatividad que nace de la realidad, del día a día, de pequeños destellos que aparecen y desaparecen, de la gente que se observa o de las frases cortas que elucubran por la cabeza en cualquier instante. Así es como aparecen las ideas que luego se convierten en libros e historias con maravillosas tramas y grandes personajes y motivaciones.
De la fusión de la realidad con la ficción y sus grandes y pequeñas coincidencias, de los fantasmas de los escritores que los persiguen en cada una de sus novelas de forma inconsciente, de la vida de algunos escritores así como sus fracasos y ambiciones, de la venta del alma al éxito o a la fama, de las esposas de los escritores, de la muerte de la infancia y por lo tanto de la creatividad, de la imaginación y la fantasía constante y sonante como una vocecita dentro de la cabeza, y un largo etcétera más también muy interesante.
Amo su parte ensayística pero también me encanta los aspectos autobiográficos (o no) de la propia autora. En especial esas tres historias sobre el actor M o sobre su hermana.
Yo la amo a esta autora. Nada suyo que haya leído me ha decepcionado.
May 5, 2022
Lido no âmbito do Projeto/Em maio lemos literatura espanhola promovido pela Ana Lopes.
#maioAGespanhol
«A LOUCA DA CASA» de Rosa Montero
#maioAGespanhol
«A LOUCA DA CASA» de Rosa Montero
June 15, 2024
“A louca da Casa. Não é uma frase casual e, sobretudo, não é uma frase banal. A imaginação, sem dúvida, está estreitamente relacionada com o que chamamos loucura, e ambas as coisas com a criatividade de qualquer tipo.”
Um livro que nos fala sobre o processo de escrita, da criatividade, de como as histórias ganham vida e de como o poder das palavras consegue transcender as fronteiras da imaginação.
Com uma mestria singular, a autora encadeia o seu testemunho com outras referências literárias, dando-nos também a conhecer como alguns escritores se sagraram ou fracassaram no universo literário.
O feminismo também é abordado, bem como a paixão, porque afinal “quase todos, algum dia inventámos o amor”.
Excelente leitura!
Um livro que nos fala sobre o processo de escrita, da criatividade, de como as histórias ganham vida e de como o poder das palavras consegue transcender as fronteiras da imaginação.
Com uma mestria singular, a autora encadeia o seu testemunho com outras referências literárias, dando-nos também a conhecer como alguns escritores se sagraram ou fracassaram no universo literário.
O feminismo também é abordado, bem como a paixão, porque afinal “quase todos, algum dia inventámos o amor”.
Excelente leitura!
July 27, 2010
Si hay algo que me encantó de este libro es que incita a escribir.
El libro es un ensayo, un anecdotario, una reflexión personal y profunda, pero al mismo tiempo sencilla, respecto al oficio del escritor y la personalidad del que escribe. ¿Qué es literatura? ¿Qué diferencia hay entre un mal escritor y uno bueno? ¿Es verdad que el tiempo es el mejor juez de una obra de arte? ¿Existe la literatura de género? ¿De dónde proviene la inspiración del escritor?
Son preguntas como éstas las que configuran un libro que baila elegántemente entre el ensayo y la ficción, entre una recopilación de anécdotas de escritores y pensamientos en torno al oficio del mentiroso glorificado, que sería el novelista. Un libro que, a escribidores como yo, nos llega al alma, nos inspira, nos alude, nos da esperanzas y al mismo tiempo nos advierte sobre lo cruel e incierto que es el mundo de la escritura. Un mundo plagado de egos nunca satisfechos, injusticias, éxitos inexplicables y caídas irremediables.
Lo único que lamento del libro es que sea tan corto y ya lo haya terminado. Pero inevitablemente acaba de convertirse en uno de mis textos de cabecera, esos que se releen de cuando en cuando, que se hojean para extraer una buena cita o simplemente para recordar por qué es tan emocionante y tan terrible escribir.
El libro es un ensayo, un anecdotario, una reflexión personal y profunda, pero al mismo tiempo sencilla, respecto al oficio del escritor y la personalidad del que escribe. ¿Qué es literatura? ¿Qué diferencia hay entre un mal escritor y uno bueno? ¿Es verdad que el tiempo es el mejor juez de una obra de arte? ¿Existe la literatura de género? ¿De dónde proviene la inspiración del escritor?
Son preguntas como éstas las que configuran un libro que baila elegántemente entre el ensayo y la ficción, entre una recopilación de anécdotas de escritores y pensamientos en torno al oficio del mentiroso glorificado, que sería el novelista. Un libro que, a escribidores como yo, nos llega al alma, nos inspira, nos alude, nos da esperanzas y al mismo tiempo nos advierte sobre lo cruel e incierto que es el mundo de la escritura. Un mundo plagado de egos nunca satisfechos, injusticias, éxitos inexplicables y caídas irremediables.
Lo único que lamento del libro es que sea tan corto y ya lo haya terminado. Pero inevitablemente acaba de convertirse en uno de mis textos de cabecera, esos que se releen de cuando en cuando, que se hojean para extraer una buena cita o simplemente para recordar por qué es tan emocionante y tan terrible escribir.
March 2, 2018
Montero faz um exercício de bitaitanço pegado sobre o que é ser romancista, entremeado (como certa carne de porco, e usando a harmonia elegante de um talhante) com narrativas de uma autobiografia em mutação (para mostrar ao leitor o quão virtuosa é na concretização formal do muito que alega de bitaite; mas que não passa de um exercício patético na qualidade). Como o livro é esse amontoado de opinadela básica, emitida por um ser sem superego que se torna penoso de acompanhar em certos momentos, adicionado de uma narrativa autobiográfica em mutação, polvilhado de aforismos primários, há alguma dificuldade em catalogar o género literário.
Será mais ensaio que qualquer outra coisa. E como é uma pontinha de outra coisa, escapa um pouco a ser um ensaio apenas mau.
Eu gosto de livros sobre livros. Mas por muito que outros livros e autores sejam ali inseridos, este é o ensaio onanista de uma senhora tipo «taxista erudito» que gosta de ler e de literatura, mas cujo superego esteve de baixa médica durante toda redacção, expondo somente uma romancista (alegadamente fora da caixa) em mint condition de «medianismo até aos quarks».
Será mais ensaio que qualquer outra coisa. E como é uma pontinha de outra coisa, escapa um pouco a ser um ensaio apenas mau.
Eu gosto de livros sobre livros. Mas por muito que outros livros e autores sejam ali inseridos, este é o ensaio onanista de uma senhora tipo «taxista erudito» que gosta de ler e de literatura, mas cujo superego esteve de baixa médica durante toda redacção, expondo somente uma romancista (alegadamente fora da caixa) em mint condition de «medianismo até aos quarks».
dnf
March 15, 2025...a cultura é um palimpsesto e todos nós escrevemos sobre o que outros já escreveram.
Excelente trabalho se o objetivo era aborrecer-me de morte, se não era, excelente trabalho na mesma. Mas, definitivamente, não é para mim.
Muita filosofia genérica sobre escrita, vida e morte, memória e história, mas nada aprofundado. A louca da casa é um livro de reflexões sem nexo, atadas a nada e ilustradas por aparentes situações de quotidiano da vida de Rosa Montero. A ideia, apesar de desconexa, até tem o seu interesse, mas a execução parece-me um pouco cronística demais, redundando numa espécie de verdades La Palice. Comigo não funcionou.
Excelente trabalho se o objetivo era aborrecer-me de morte, se não era, excelente trabalho na mesma. Mas, definitivamente, não é para mim.
Muita filosofia genérica sobre escrita, vida e morte, memória e história, mas nada aprofundado. A louca da casa é um livro de reflexões sem nexo, atadas a nada e ilustradas por aparentes situações de quotidiano da vida de Rosa Montero. A ideia, apesar de desconexa, até tem o seu interesse, mas a execução parece-me um pouco cronística demais, redundando numa espécie de verdades La Palice. Comigo não funcionou.
May 16, 2022
"Não conheço nenhum romancista que não tenha o vício desaforado da leitura. Somos, por definição, bichos leitores. (…)
Um mundo sem livros é um mundo sem atmosfera, como Marte. Um lugar impossível, inabitável." Pág. 125
Os títulos desta escritora atraem-me; prossigo no seu encalço e deparo-me com uma estilista que veste tudo o que conta com uma envolvência cativante.
Achei sublime o seu livro A Ridícula Ideia de Não Voltar a Ver-te.
E, atrevo-me a dizer, que quem é leitor gostará com certeza deste livro. Tem muitas referências literárias e muitas reflexões sobre este ofício. Numa revelação pertinente e acutilante surgem diversas expressões, fundamentações e histórias de outros escritores e de outros nomes sonantes.
"Escrever, enfim, é ser habitado por um amontoado de fantasias, às vezes preguiçosas como lentos devaneios de uma sesta estival, às vezes agitadas e febris como o delírio de um louco. A cabeça do romancista caminha por si só; é possuída por uma espécie de compulsão fabuladora e isso às vezes é um dom e outras vezes um castigo." Pág. 13
Com uma escrita preciosa, Rosa Montero vai desembrulhando episódios sobre o seu passado e os seus múltiplos eu’s; conforme a sua própria teoria "os narradores são seres mais dissociados ou talvez mais conscientes da dissociação do que os restantes" e que "o romance é a autorização da esquizofrenia".
A história sobre o encontro rocambolesco com o actor, contada e recontada, com várias realidades tangíveis demonstra como brinca ao revisitar o passado.
"Para além disso, às vezes também me lembro de uma teoria pessoal, estranha, provavelmente, mas consoladora: penso que talvez a imaginação rivalize com a memória para se apoderar do território cerebral. Pode ser que não se tenha cabeça suficiente para, ao mesmo tempo, ser fantasioso e ter boa memória. A louca da casa, inquilina laboriosa, limpa os salões das lembranças para ficar mais à larga." Pág. 141
Explana a mente irrequieta e fascinante ("essa louca que mora no sótão") do escritor e de como, por exemplo, surge a inspiração:"«Há uma altura em que qualquer viagem se transforma num pesadelo»; e aquelas palavras ancoraram na minha vontade e na minha memória e começaram a obcecar-me, como o estribilho de uma canção pegajosa do qual não conseguimos ver-nos livres por mais que queiramos. Ao ponto de ter tido de escrever um romance inteiro em redor dessa frase para me livrar dela. Foi assim que nasceu Bella Y Oscura."
Analisa como o sucesso ou o fracasso podem silenciar ou entontecer um narrador, assim como o poder também o pode facilmente corromper.
Para definir a essência deste livro diria antes de mais que a literatura está a viver hoje um tempo especialmente criativo no qual predomina a confusão de géneros e este livro é bem prova disso; surge-nos então aqui uma mescla de excertos de biografias avulsas, uma autobiografia onde se começa por dizer que as recordações não são sempre o que parecem ser, um ensaio numa desordem ordenada que vale muito a pena ler.
Em suma, um livro sobre literatura e a imaginação!
Um mundo sem livros é um mundo sem atmosfera, como Marte. Um lugar impossível, inabitável." Pág. 125
Os títulos desta escritora atraem-me; prossigo no seu encalço e deparo-me com uma estilista que veste tudo o que conta com uma envolvência cativante.
Achei sublime o seu livro A Ridícula Ideia de Não Voltar a Ver-te.
E, atrevo-me a dizer, que quem é leitor gostará com certeza deste livro. Tem muitas referências literárias e muitas reflexões sobre este ofício. Numa revelação pertinente e acutilante surgem diversas expressões, fundamentações e histórias de outros escritores e de outros nomes sonantes.
"Escrever, enfim, é ser habitado por um amontoado de fantasias, às vezes preguiçosas como lentos devaneios de uma sesta estival, às vezes agitadas e febris como o delírio de um louco. A cabeça do romancista caminha por si só; é possuída por uma espécie de compulsão fabuladora e isso às vezes é um dom e outras vezes um castigo." Pág. 13
Com uma escrita preciosa, Rosa Montero vai desembrulhando episódios sobre o seu passado e os seus múltiplos eu’s; conforme a sua própria teoria "os narradores são seres mais dissociados ou talvez mais conscientes da dissociação do que os restantes" e que "o romance é a autorização da esquizofrenia".
A história sobre o encontro rocambolesco com o actor, contada e recontada, com várias realidades tangíveis demonstra como brinca ao revisitar o passado.
"Para além disso, às vezes também me lembro de uma teoria pessoal, estranha, provavelmente, mas consoladora: penso que talvez a imaginação rivalize com a memória para se apoderar do território cerebral. Pode ser que não se tenha cabeça suficiente para, ao mesmo tempo, ser fantasioso e ter boa memória. A louca da casa, inquilina laboriosa, limpa os salões das lembranças para ficar mais à larga." Pág. 141
Explana a mente irrequieta e fascinante ("essa louca que mora no sótão") do escritor e de como, por exemplo, surge a inspiração:"«Há uma altura em que qualquer viagem se transforma num pesadelo»; e aquelas palavras ancoraram na minha vontade e na minha memória e começaram a obcecar-me, como o estribilho de uma canção pegajosa do qual não conseguimos ver-nos livres por mais que queiramos. Ao ponto de ter tido de escrever um romance inteiro em redor dessa frase para me livrar dela. Foi assim que nasceu Bella Y Oscura."
Analisa como o sucesso ou o fracasso podem silenciar ou entontecer um narrador, assim como o poder também o pode facilmente corromper.
Para definir a essência deste livro diria antes de mais que a literatura está a viver hoje um tempo especialmente criativo no qual predomina a confusão de géneros e este livro é bem prova disso; surge-nos então aqui uma mescla de excertos de biografias avulsas, uma autobiografia onde se começa por dizer que as recordações não são sempre o que parecem ser, um ensaio numa desordem ordenada que vale muito a pena ler.
Em suma, um livro sobre literatura e a imaginação!
February 15, 2020
Fue extraño, de la misma forma en que La ridícula idea de no volver a verte también es diferente. No es un libro sobre escritura como otros que he leído, de hecho, Rosa juega muchas veces con nosotros al contarnos sobre ella misma. Hay una anécdota que se repite tres veces con tres finales distintos que dan la sensación de ser reales cada una de las veces, pero lo dudo.
En La loca de la casa nos habla de la imaginación, de la memoria y de otros aspectos de la vida de un escritor, pero siempre haciendo énfasis en eso, en la vida. En los escritores como seres vivos que sufren, que mienten, que se equivocan, que quieren más, etc.
Disfruté mucho de la forma de narrar de Rosa, de lo fluido que el paso de un tema a otro, de una historia a una anécdota, de un relato a una mini biografía. Aunque cada capítulo trataba un tema en particular, seguía teniendo anécdotas propias (inventadas, reales, da igual, porque venían de Rosa), historias de otros autores, citas de otras personas y la visión de Rosa del tema.
Es difícil decir a qué estilo pertenece, ya que como dije no habla de escritura como tal, no hay consejos, ni nada así. Pero al mismo tiempo aterriza la idea del escritor y nos muestra realidad que podríamos desconocer de varios de ellos (como fue en mi caso). Es un libro sobre vidas de escritores.
En La loca de la casa nos habla de la imaginación, de la memoria y de otros aspectos de la vida de un escritor, pero siempre haciendo énfasis en eso, en la vida. En los escritores como seres vivos que sufren, que mienten, que se equivocan, que quieren más, etc.
Disfruté mucho de la forma de narrar de Rosa, de lo fluido que el paso de un tema a otro, de una historia a una anécdota, de un relato a una mini biografía. Aunque cada capítulo trataba un tema en particular, seguía teniendo anécdotas propias (inventadas, reales, da igual, porque venían de Rosa), historias de otros autores, citas de otras personas y la visión de Rosa del tema.
Es difícil decir a qué estilo pertenece, ya que como dije no habla de escritura como tal, no hay consejos, ni nada así. Pero al mismo tiempo aterriza la idea del escritor y nos muestra realidad que podríamos desconocer de varios de ellos (como fue en mi caso). Es un libro sobre vidas de escritores.
February 16, 2017
Um autêntico festim literário.
O romance é uma rede para caçar o tempo, como as redes usadas por Nabokov para caçar borboletas; embora, desgraçadamente, tanto os lepidópteros como os fragmentos de temporalidade morram logo a seguir a serem apanhados.
O romance é uma rede para caçar o tempo, como as redes usadas por Nabokov para caçar borboletas; embora, desgraçadamente, tanto os lepidópteros como os fragmentos de temporalidade morram logo a seguir a serem apanhados.
April 6, 2019
A Louca da Casa é um óptimo título, fica no ouvido e dá voz à "história". Adorei a abordagem das teorias sobre escrita, escritores e livros e adorei ainda mais as curiosidades sobre os escritores clássicos de que sempre ouvi falar. Retirei uma boa lista de livros que sempre quis ler e nunca li devido a isso. E são várias as reflexões que a autora nos coloca, às vezes discorrendo bastante, outras vezes só levantando a ponta do véu, como se de uma conversa se tratasse. Mas é-me difícil dizer mais que isto, uma vez que a louca se apoderou e eu não sei bem onde é que ela se enfiou. Vou ter saudades dela.
September 13, 2019
Este libro tiene partes MUY interesantes, partes MUY raras, y partes repetitivas e irritantes.
Especialmente recomendado a gente que les guste escribir.
Especialmente recomendado a gente que les guste escribir.
September 11, 2018
GUAU. Muy inesperado. Lo mejor que me ha tocado el último tiempo.
Inesperado porque nunca había leído nada de la autora, y de verdad no veía venir que fuera tan buena.
Hace tiempo, además, que no me pasaba sentir que un libro me hablara DIRECTAMENTE A MÍ. Pero aquí fue así, y eso que Rosa dice - y le encuentro razón - que al final en cada ser particular existen todos los demás. O sea, que mi yo personal, no existe, jajaja... pero aún así me sentí así.
Muy, muy inteligente e interesante y bien escrito. Muy especial. Muy acertado. Fue como si volviera a leer algo que hace tiempo ya había sido escrito. Me pasaron cosas muy raras con este libro.
Citas que destaqué:
1.
Siempre he pensado que la narrativa es el arte primordial de los humanos. Para ser, tenemos que narrarnos, y en ese cuento de nosotros mismos hay muchísimo cuento: nos mentimos, nos imaginamos, nos engañamos. Lo que hoy relatamos de nuestra infancia no tiene nada que ver con lo que relataremos dentro de veinte años. Y lo que uno recuerda de la historia común familiar, suele ser completamente distinto de lo que recuerdan los hermanos.
A veces intercambo unas cuentas escenas del pasado con mi hermana Martina, como quien cambia cromos: y el hogar infantil que dibujamos una y otra apenas si tiene puntos en común. Sus padres se llamaban como los míos y habitaban en una calle con idéntico nombre, pero eran indudablemente otras personas.
2.
- Hoy quería escribir, tenía todo el día para escribir, y lo he tirado por la borda contentando e-mails.
- ¿Por qué?
- No sé. A veces evitas ponerte a trabajar. Es una cosa extraña.
- ¿Por pereza?
- No, no.
- ¿Por qué?
- Por miedo.
No se lo supe explicar, pero anoche, en la indefensión extrema de la noche, mientras daba vueltas en la cama, comprendí exactamente lo que quería decir. Por miedo a todo lo que dejas sin escribir una vez que pasas a la acción. Por miedo a concretar la idea, a encarcelarla, a deteriorarla, a mutilarla. Mientras se mantienen en el rutilante limbo de lo imaginario, mientras son sólo ideas y proyectos, tus libros son absolutamente maravillosos, los mejores libros que jamás nadie ha escrito. Y es luego, cuando vas clavándolos en la realidad palabra a palabra, como Nabokov clavaba a sus pobres mariposas sobre el corcho, cuando los conviertes en cosas inevitablemente muertas, en insectos crucificados, por más que los recubra un triste polvo de oro.
3.
La realidad siempre es así: paradójica, incompleta, descuidada. Por eso el género literario que prefiero es el de la novela, que es el mejor se pliega a la materia rota de la vida. La poesía aspira a la perfección; el ensayo, a la exactitud; el drama, al orden estructural. La novela es el único territorio literario en el que reina la misma imprecisión y desmesura que en la existencia humana. Es un género sucio, híbrido, alborotado.
Escribir novelas es un oficio que carece de glamour; somos los obreros de la literatura y tenemos que colocar ladrillo tras ladrillo, mancharnos las manos y baldarnos la espalda del esfuerzo para levantar una humilde pared de palabras que a lo peor luego se nos derrumba.
Inesperado porque nunca había leído nada de la autora, y de verdad no veía venir que fuera tan buena.
Hace tiempo, además, que no me pasaba sentir que un libro me hablara DIRECTAMENTE A MÍ. Pero aquí fue así, y eso que Rosa dice - y le encuentro razón - que al final en cada ser particular existen todos los demás. O sea, que mi yo personal, no existe, jajaja... pero aún así me sentí así.
Muy, muy inteligente e interesante y bien escrito. Muy especial. Muy acertado. Fue como si volviera a leer algo que hace tiempo ya había sido escrito. Me pasaron cosas muy raras con este libro.
Citas que destaqué:
1.
Siempre he pensado que la narrativa es el arte primordial de los humanos. Para ser, tenemos que narrarnos, y en ese cuento de nosotros mismos hay muchísimo cuento: nos mentimos, nos imaginamos, nos engañamos. Lo que hoy relatamos de nuestra infancia no tiene nada que ver con lo que relataremos dentro de veinte años. Y lo que uno recuerda de la historia común familiar, suele ser completamente distinto de lo que recuerdan los hermanos.
A veces intercambo unas cuentas escenas del pasado con mi hermana Martina, como quien cambia cromos: y el hogar infantil que dibujamos una y otra apenas si tiene puntos en común. Sus padres se llamaban como los míos y habitaban en una calle con idéntico nombre, pero eran indudablemente otras personas.
2.
- Hoy quería escribir, tenía todo el día para escribir, y lo he tirado por la borda contentando e-mails.
- ¿Por qué?
- No sé. A veces evitas ponerte a trabajar. Es una cosa extraña.
- ¿Por pereza?
- No, no.
- ¿Por qué?
- Por miedo.
No se lo supe explicar, pero anoche, en la indefensión extrema de la noche, mientras daba vueltas en la cama, comprendí exactamente lo que quería decir. Por miedo a todo lo que dejas sin escribir una vez que pasas a la acción. Por miedo a concretar la idea, a encarcelarla, a deteriorarla, a mutilarla. Mientras se mantienen en el rutilante limbo de lo imaginario, mientras son sólo ideas y proyectos, tus libros son absolutamente maravillosos, los mejores libros que jamás nadie ha escrito. Y es luego, cuando vas clavándolos en la realidad palabra a palabra, como Nabokov clavaba a sus pobres mariposas sobre el corcho, cuando los conviertes en cosas inevitablemente muertas, en insectos crucificados, por más que los recubra un triste polvo de oro.
3.
La realidad siempre es así: paradójica, incompleta, descuidada. Por eso el género literario que prefiero es el de la novela, que es el mejor se pliega a la materia rota de la vida. La poesía aspira a la perfección; el ensayo, a la exactitud; el drama, al orden estructural. La novela es el único territorio literario en el que reina la misma imprecisión y desmesura que en la existencia humana. Es un género sucio, híbrido, alborotado.
Escribir novelas es un oficio que carece de glamour; somos los obreros de la literatura y tenemos que colocar ladrillo tras ladrillo, mancharnos las manos y baldarnos la espalda del esfuerzo para levantar una humilde pared de palabras que a lo peor luego se nos derrumba.
September 15, 2022
En verdad que disfruto enormemente este tipo de libros que Rosa Montero nos da.
Ella los denomina “artefactos literarios” ya que destruyen la composición cotidiana de las novelas y los ensayos. Es un hijo entre ambos géneros.
Creo que es un libro muy entretenido y además muy interesante. Explora anécdotas de autores que no sabía. Lo que si sentí es que este libro funciona como una “antesala” para su más reciente libro “el peligro de estar cuerda”. Hay ideas o anécdotas que recicla en este último y lo desarrolla más a fondo. Entre los dos, disfruté más el segundo.
Algo que nunca había notado, y que sentí muy presente en esta lectura, es que este tipo de libros tienden a ser un poco repetitivos. Hay anécdotas a las que vuelve una y otra vez cuando ya les había dado cierre con anterioridad. No creo que sea algo malo, pero si es algo que en lo personal me cansó.
¿Lo recomiendo? En definitiva. Rosa Montero la disfruto enormemente.
Este es un libro sobre la creatividad, la creación literaria y la pasión por las letras.
Ella los denomina “artefactos literarios” ya que destruyen la composición cotidiana de las novelas y los ensayos. Es un hijo entre ambos géneros.
Creo que es un libro muy entretenido y además muy interesante. Explora anécdotas de autores que no sabía. Lo que si sentí es que este libro funciona como una “antesala” para su más reciente libro “el peligro de estar cuerda”. Hay ideas o anécdotas que recicla en este último y lo desarrolla más a fondo. Entre los dos, disfruté más el segundo.
Algo que nunca había notado, y que sentí muy presente en esta lectura, es que este tipo de libros tienden a ser un poco repetitivos. Hay anécdotas a las que vuelve una y otra vez cuando ya les había dado cierre con anterioridad. No creo que sea algo malo, pero si es algo que en lo personal me cansó.
¿Lo recomiendo? En definitiva. Rosa Montero la disfruto enormemente.
Este es un libro sobre la creatividad, la creación literaria y la pasión por las letras.
August 31, 2023
Buenísimo, fundamental para todo aquel que quiera dedicarse a escribir.
video reseña completa en:
https://www.instagram.com/p/CuMmV1zvV4c/
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https://www.instagram.com/p/CuMmV1zvV4c/
January 12, 2025
A páginas tantas, escreve a autora: este livro é uma espécie de ensaio sobre a literatura, sobre a narrativa e sobre a profissão de escritor – e que cocktail fascinante, acrescento eu.
Sinto-me sempre apoucado lendo esta gente que já leu tudo (pelo menos o que é bom!). Acho sempre que me falta tempo… como farão para criar mais tempo? Pergunto-me.
Curioso também como quando abordam as questões relacionadas com a sua actividade como escritores e a literatura em geral, acabam sempre citando o mesmo (pequeno) grupo de autores. Nos últimos meses, parece que toda a gente cita, Vila-Matas, Robert Walser, Carrère, George Eliot, Bioy Casares mas também, e tanto, Tolstói, Stevenson, Conrad, Márquez, Cervantes e Yourcenar. Delicioso.
Não entendi, e não gostei, do facto de ter contado (longamente) por três vezes, a estória de um encontro sexual com um actor estrangeiro, em Madrid, no final do franquismo. Limitando-se a realçar algum detalhe específico de cada vez...
Amei quando escreve que Ulisses só lhe interessa, e não demasiado, como artefacto modernista 😊
Li o original espanhol.
Sinto-me sempre apoucado lendo esta gente que já leu tudo (pelo menos o que é bom!). Acho sempre que me falta tempo… como farão para criar mais tempo? Pergunto-me.
Curioso também como quando abordam as questões relacionadas com a sua actividade como escritores e a literatura em geral, acabam sempre citando o mesmo (pequeno) grupo de autores. Nos últimos meses, parece que toda a gente cita, Vila-Matas, Robert Walser, Carrère, George Eliot, Bioy Casares mas também, e tanto, Tolstói, Stevenson, Conrad, Márquez, Cervantes e Yourcenar. Delicioso.
Não entendi, e não gostei, do facto de ter contado (longamente) por três vezes, a estória de um encontro sexual com um actor estrangeiro, em Madrid, no final do franquismo. Limitando-se a realçar algum detalhe específico de cada vez...
Amei quando escreve que Ulisses só lhe interessa, e não demasiado, como artefacto modernista 😊
Li o original espanhol.
July 15, 2023
A "Louca da Casa" é um livro que começa por ser uma reflexão sobre o processo de escrita, mas que se vai transformando em mais, sem perder, contudo, o foco.
É muito o estilo de Rosa Montero, escritora que muito admiro, até pelas suas reflexões sobre o feminismo. Nesta caso, a sua ligação com a escrita:
"Agora que, pela primeira vez na história, pode haver tantas escritoras como escritores; agora que já não somos excepções, agora que a nossa participação na vida literária se normalizou, dispomos de uma total liberdade criativa para nomear o mundo."
A autora estabelece também um paralelismo entre loucura e capacidade criativa. Ou seja, é preciso uma certa dose de loucura, de fuga ao normal, para que a criatividade flua. É neste precário balanço, entre loucura e sanidade, que o escritor trabalha. E que deixa a sua marca no mundo.
"Também somos eternos enquanto inventamos histórias."
É muito o estilo de Rosa Montero, escritora que muito admiro, até pelas suas reflexões sobre o feminismo. Nesta caso, a sua ligação com a escrita:
"Agora que, pela primeira vez na história, pode haver tantas escritoras como escritores; agora que já não somos excepções, agora que a nossa participação na vida literária se normalizou, dispomos de uma total liberdade criativa para nomear o mundo."
A autora estabelece também um paralelismo entre loucura e capacidade criativa. Ou seja, é preciso uma certa dose de loucura, de fuga ao normal, para que a criatividade flua. É neste precário balanço, entre loucura e sanidade, que o escritor trabalha. E que deixa a sua marca no mundo.
"Também somos eternos enquanto inventamos histórias."
August 23, 2015
A necessidade de escrever. A experiência de escrever. Viver intensamente o que se escreve como se escrever um romance fosse habitar uma vida paralela que se afunila na vida real consumindo tudo.
Ler “A Louca da Casa” é entrar na espiral de loucura de escrever um romance, ou pelo menos, ter uma visão bastante real da necessidade de entrega à escrita. Mas, acima de tudo, da necessidade da necessidade de entrega, da constante sede de imaginar e criar. De, mesmo quando se está a ler, deixar a imaginação, a louca da casa, à solta, e reescrever linhas que se soltam sozinhas dos livros.
Disseram-me que não há nada que se compare ao tempo em que se está a escrever um romance. Nada como os anos que se dedicam a um projecto que permite uma fuga tão intensa. Nada como as saudades de voltar a esse lugar e começar tudo de novo. É isso que alimenta a fonte que seca no fim da viagem. A vontade de voltar. A necessidade de quem não pode viver sem querer cair mais uma vez nesse abismo.
“Tenho saudades de estar a escrever. De viver a pensar que saio do trabalho e vou escrever. De dedicar todos os minutos do meu dia, acordado ou a dormir, a imaginar o que vai acontecer.” Isto também me disseram.
Neste livro Rosa Montero convenceu-me definitivamente que é tudo verdade.
http://planetamarcia.blogs.sapo.pt/a-...
Ler “A Louca da Casa” é entrar na espiral de loucura de escrever um romance, ou pelo menos, ter uma visão bastante real da necessidade de entrega à escrita. Mas, acima de tudo, da necessidade da necessidade de entrega, da constante sede de imaginar e criar. De, mesmo quando se está a ler, deixar a imaginação, a louca da casa, à solta, e reescrever linhas que se soltam sozinhas dos livros.
Disseram-me que não há nada que se compare ao tempo em que se está a escrever um romance. Nada como os anos que se dedicam a um projecto que permite uma fuga tão intensa. Nada como as saudades de voltar a esse lugar e começar tudo de novo. É isso que alimenta a fonte que seca no fim da viagem. A vontade de voltar. A necessidade de quem não pode viver sem querer cair mais uma vez nesse abismo.
“Tenho saudades de estar a escrever. De viver a pensar que saio do trabalho e vou escrever. De dedicar todos os minutos do meu dia, acordado ou a dormir, a imaginar o que vai acontecer.” Isto também me disseram.
Neste livro Rosa Montero convenceu-me definitivamente que é tudo verdade.
http://planetamarcia.blogs.sapo.pt/a-...
August 1, 2023
Um desabafo da escritora sobre a maneira como escreve, a inspiração, os dias em que as palavras saem a correr e a produção é imensa e outros em que por mais que se esforce tudo sai coxo e sem graça.
“Para mí, escribir es una manera de pensar; y ha de ser un pensamiento lo más limpio, lo más libre, lo más riguroso posible.”
“…uno escribe para expresarse, pero también para mirarse en un espejo y poder conocerse y entenderse.”
Rosa Montero com a sua escrita límpida e a sua clarividência fala-nos neste livro da “Loca da casa” a imaginação, a inspiração, aquilo que vem de dentro de cada um e que permite a escrita .
Fala-nos de êxitos , compadrios , frustrações e de muitos exemplos de escritores que foram e deixaram de ser famosos e de outros que só depois de mortos foram reconhecidos.
Também nos conta a sua opinião sobre a crítica literária e sobre os críticos .
Como eles podem massajar o ego ou pelo contrário destruir uma carreira pela frustração que o escritor pode sentir .
Gostava de saber o que ela pensa das reviews e das estrelas que nós - críticos amadores - damos aqui no GR de acordo com o mood em que acordamos nessa manhã .
Não sei se erradamente ou de propósito é contada uma história no capítulo 3 e uma história com os mesmos protagonistas no capítulo 10 mas com outro desenvolvimento e outro desfecho.
Qual delas será a verdadeira?
Talvez sejam as duas invenções ou fantasias da escritora .
Afinal , ( vou escrevendo as minhas apreciações aos livros à medida que os vou lendo ) quando chego ao capítulo 18 volta novamente a mesma história da sua noite com um actor de cinema mas com um desenrolar e um desfecho ainda mais espatafurdio .
A Loca de la casa deu uma grande maluqueira na cabeça de Rosa Montero .
Gostaria que lhe escrevessem na sua necrologia : “Nunca se contentó con lo que sabía “.
Gostei da ideia .
“En la pequeńa noche de la vida humana, la loca de la casa enciende velas “.
Este livro é difícil de classificar. Um ensaio, uma autobiografia, um artigo panfletário, um mix de vários géneros e tendências.
Não adorei.
“Para mí, escribir es una manera de pensar; y ha de ser un pensamiento lo más limpio, lo más libre, lo más riguroso posible.”
“…uno escribe para expresarse, pero también para mirarse en un espejo y poder conocerse y entenderse.”
Rosa Montero com a sua escrita límpida e a sua clarividência fala-nos neste livro da “Loca da casa” a imaginação, a inspiração, aquilo que vem de dentro de cada um e que permite a escrita .
Fala-nos de êxitos , compadrios , frustrações e de muitos exemplos de escritores que foram e deixaram de ser famosos e de outros que só depois de mortos foram reconhecidos.
Também nos conta a sua opinião sobre a crítica literária e sobre os críticos .
Como eles podem massajar o ego ou pelo contrário destruir uma carreira pela frustração que o escritor pode sentir .
Gostava de saber o que ela pensa das reviews e das estrelas que nós - críticos amadores - damos aqui no GR de acordo com o mood em que acordamos nessa manhã .
Não sei se erradamente ou de propósito é contada uma história no capítulo 3 e uma história com os mesmos protagonistas no capítulo 10 mas com outro desenvolvimento e outro desfecho.
Qual delas será a verdadeira?
Talvez sejam as duas invenções ou fantasias da escritora .
Afinal , ( vou escrevendo as minhas apreciações aos livros à medida que os vou lendo ) quando chego ao capítulo 18 volta novamente a mesma história da sua noite com um actor de cinema mas com um desenrolar e um desfecho ainda mais espatafurdio .
A Loca de la casa deu uma grande maluqueira na cabeça de Rosa Montero .
Gostaria que lhe escrevessem na sua necrologia : “Nunca se contentó con lo que sabía “.
Gostei da ideia .
“En la pequeńa noche de la vida humana, la loca de la casa enciende velas “.
Este livro é difícil de classificar. Um ensaio, uma autobiografia, um artigo panfletário, um mix de vários géneros e tendências.
Não adorei.
December 2, 2017
Primera vez que leo a una autora que no teme decir lo que piensa, que esta orgullosa del oficio que escogió en la vida y que narra y escribe estupendamente. Me mantuvo cautivada en cada una de sus páginas, y fue increíble entrar en sus pensamientos más profundos, cada capítulo está dedicado a la imaginación, la escritura, la literatura, y a los locos, si precisamente a los que no, nos contentamos con este mundo común y vulgar.
December 30, 2023
No tenía ni idea de que iba la verdad, lo compré después de leer la ridícula idea el año pasado 😊 otro #librospendientes
a la saca! 🎉🎉🎉
Si eres escritor o escribes lo vas a disfrutar más creo.
Es una recopilación de anécdotas y reflexiones sobre las sensaciones que sientes cuando estas en un proceso creativo, la inspiración, esa inspiración cuando se acaba, esos bloqueos.
La forma en que muchos escritores célebres han escrito verdaderas obras maestras y al final no se sabe cómo han terminado con esa maestría pariendo verdaderas mierdas.
Los escritores que no saben escribir pero publican y venden. Las buenas historias que no lee nadie y de las que se venden poco o nada.
Las listas en los primeros puestos de ventas, el terror cuanto no apareces ya en esas listas, el ego del escritor y el querer ser leído a toda costa.
Las reseñas que hacen terceros y parece que están hablando de otro libro cualquiera porque no han entendido nada.
Mi último pendiente del año 💜
Rosa con sus habituales juegos narrativos conjuga anécdotas de su vida con anécdotas de la vida de un montón de escritores incluso de las mujeres que estuvieron ligadas en determinados momentos a sus vidas.
Recuerdos de su niñez y adolescencia regados con sus pensamientos como hace en muchas de sus obras (al menos en las pocas que he leído yo, repite el mismo esquema narrador).
La niña de la portada es su "yo" de cinco años, una foto que odiaba y que con los años terminó colocando en su escritorio una vez concluida la reconciliación con su "enana".
Me ha parecido entretenido a pesar de sus 247 pág. se lee fácil es muy Rosa Montero.
Tiene un estilo peculiar a caballo entre ensayo, biografía, anecdotario, inclasificable 😉
'La imaginación es la loca de la casa".
Santa Teresa de Jesús
Mi valoración 3,5/5
⭐⭐⭐✨
a la saca! 🎉🎉🎉
Si eres escritor o escribes lo vas a disfrutar más creo.
Es una recopilación de anécdotas y reflexiones sobre las sensaciones que sientes cuando estas en un proceso creativo, la inspiración, esa inspiración cuando se acaba, esos bloqueos.
La forma en que muchos escritores célebres han escrito verdaderas obras maestras y al final no se sabe cómo han terminado con esa maestría pariendo verdaderas mierdas.
Los escritores que no saben escribir pero publican y venden. Las buenas historias que no lee nadie y de las que se venden poco o nada.
Las listas en los primeros puestos de ventas, el terror cuanto no apareces ya en esas listas, el ego del escritor y el querer ser leído a toda costa.
Las reseñas que hacen terceros y parece que están hablando de otro libro cualquiera porque no han entendido nada.
Mi último pendiente del año 💜
Rosa con sus habituales juegos narrativos conjuga anécdotas de su vida con anécdotas de la vida de un montón de escritores incluso de las mujeres que estuvieron ligadas en determinados momentos a sus vidas.
Recuerdos de su niñez y adolescencia regados con sus pensamientos como hace en muchas de sus obras (al menos en las pocas que he leído yo, repite el mismo esquema narrador).
La niña de la portada es su "yo" de cinco años, una foto que odiaba y que con los años terminó colocando en su escritorio una vez concluida la reconciliación con su "enana".
Me ha parecido entretenido a pesar de sus 247 pág. se lee fácil es muy Rosa Montero.
Tiene un estilo peculiar a caballo entre ensayo, biografía, anecdotario, inclasificable 😉
'La imaginación es la loca de la casa".
Santa Teresa de Jesús
Mi valoración 3,5/5
⭐⭐⭐✨
February 13, 2025
"A minha casa é o interior da minha cabeça." 💙
"A louca da casa" é um livro diferente de tudo o que já li até hoje. É um ensaio? É uma autobiografia? Um livro de memórias misturado com biografias de outros autores? É uma espécie de mixórdia disto tudo e eu achei maravilhoso 🥸
Rosa Montero leva-nos numa viagem, pega na nossa mão e diz "bora!". Não sabemos bem para onde vamos, qual é o destino, mas a escrita e o sentido de humor da autora fazem com que este seja um livro surpreendente e difícil de esquecer.
É um livro sobre o processo de escrita, sobre criatividade e conta ainda com inúmeras curiosidades sobre vários escritores. Tem imensas referências a outros livros (além de outros escritores, claro) e terminei esta leitura com uma lista enorme de recomendações - pena que grande parte não esteja editado em Portugal. Editoras portuguesas, quando andarem perdidos em relação a que livros querem editar, peguem n'A Louca da Casa e tomem notas 😉
Não é um livro que vá agradar a muitas pessoas, sobretudo porque é um livro que não cabe em nenhuma categoria - e nós leitores bem gostamos das certezas que um livro pertencer a uma certa categoria ou género acarreta. Pode ser um livro confuso ou caótico, pode ser um livro que causa frustração ao leitor, porque é um livro que deixa muitas perguntas, mas traz poucas respostas (ou nenhumas). E, mais uma vez, é maravilhoso.
No que toca à vida da autora, não sabemos o que é real ou o que é inventado, nunca temos certezas de nada, ficamos nós próprios a beirar a loucura. O que Rosa Montero faz aqui com uma história da vida dela... meu deus do céu!! 🤯🤯 Que mulher absolutamente genial. Fiquei abesbílica. Foi o primeiro livro que li da autora e já só quero ler mais e mais (sobretudo a não-ficção).
O meu livro terminou todo sublinhado e comentado, foi impossível para mim não sublinhar certas frases e, acima de tudo, foi impossível não tornar esta leitura uma conversa entre mim e a Rosa 🫶🏻
"A louca da casa" é uma ode à arte de escrever, à literatura e à imaginação. E é absolutamente maravilhoso ❤️
"A louca da casa" é um livro diferente de tudo o que já li até hoje. É um ensaio? É uma autobiografia? Um livro de memórias misturado com biografias de outros autores? É uma espécie de mixórdia disto tudo e eu achei maravilhoso 🥸
Rosa Montero leva-nos numa viagem, pega na nossa mão e diz "bora!". Não sabemos bem para onde vamos, qual é o destino, mas a escrita e o sentido de humor da autora fazem com que este seja um livro surpreendente e difícil de esquecer.
É um livro sobre o processo de escrita, sobre criatividade e conta ainda com inúmeras curiosidades sobre vários escritores. Tem imensas referências a outros livros (além de outros escritores, claro) e terminei esta leitura com uma lista enorme de recomendações - pena que grande parte não esteja editado em Portugal. Editoras portuguesas, quando andarem perdidos em relação a que livros querem editar, peguem n'A Louca da Casa e tomem notas 😉
Não é um livro que vá agradar a muitas pessoas, sobretudo porque é um livro que não cabe em nenhuma categoria - e nós leitores bem gostamos das certezas que um livro pertencer a uma certa categoria ou género acarreta. Pode ser um livro confuso ou caótico, pode ser um livro que causa frustração ao leitor, porque é um livro que deixa muitas perguntas, mas traz poucas respostas (ou nenhumas). E, mais uma vez, é maravilhoso.
No que toca à vida da autora, não sabemos o que é real ou o que é inventado, nunca temos certezas de nada, ficamos nós próprios a beirar a loucura. O que Rosa Montero faz aqui com uma história da vida dela... meu deus do céu!! 🤯🤯 Que mulher absolutamente genial. Fiquei abesbílica. Foi o primeiro livro que li da autora e já só quero ler mais e mais (sobretudo a não-ficção).
O meu livro terminou todo sublinhado e comentado, foi impossível para mim não sublinhar certas frases e, acima de tudo, foi impossível não tornar esta leitura uma conversa entre mim e a Rosa 🫶🏻
"A louca da casa" é uma ode à arte de escrever, à literatura e à imaginação. E é absolutamente maravilhoso ❤️
July 5, 2024
Sabem aqueles livros que logo nas primeiras páginas pensamos que a ideia de sublinhar passagens afinal não é tão boa assim, tal é a quantidade de lápis que vamos gastar (e, pior, por vezes nem lápis temos à mão)?
Nessas alturas, a minha vontade de estragar livros desvanece-se um pouco, até sucumbir a uma segunda abordagem... Dobrar o canto inferior de todas as páginas que contém parágrafos que me fazem ficar em pele de Galindro.
Esta solução tem uma desvantagem e duas desvantagens:
Vantagem: É sempre giro tentar descobrir, anos mais tarde, o que me fez arrepiar naquela página. Uma revisita que me permite aferir a evolução (ou involução) da minha sensibilidade
Desvantagem 1: Por vezes as dobras desfazem-se. Nesses casos restam-me.a esperança de que o vinco sobreviva ao tempo.
Desvantagem 2: Por vezes, as dobras são tantas que no final, ficamos com um livro assimetricamente gordo, como se no canto inferior direito tivesse o dobro das páginas.
O pequeno "A louca da casa" de Rosa Montero, é um destes livros. Já o queria ler há muitos anos, porque me foi altamente recomendado pela querida Manuela Firmino uma das pessoas da minha vida e que infelizmente, já não está entre nós. Era um dos livros da sua vida.
Obrigado amiga, pela tua bela sugestão. Tantos anos depois, contínuas a influenciar-nos com a tua luz. É este poder que mede a sucesso de uma vida. Nada mais.
Nessas alturas, a minha vontade de estragar livros desvanece-se um pouco, até sucumbir a uma segunda abordagem... Dobrar o canto inferior de todas as páginas que contém parágrafos que me fazem ficar em pele de Galindro.
Esta solução tem uma desvantagem e duas desvantagens:
Vantagem: É sempre giro tentar descobrir, anos mais tarde, o que me fez arrepiar naquela página. Uma revisita que me permite aferir a evolução (ou involução) da minha sensibilidade
Desvantagem 1: Por vezes as dobras desfazem-se. Nesses casos restam-me.a esperança de que o vinco sobreviva ao tempo.
Desvantagem 2: Por vezes, as dobras são tantas que no final, ficamos com um livro assimetricamente gordo, como se no canto inferior direito tivesse o dobro das páginas.
O pequeno "A louca da casa" de Rosa Montero, é um destes livros. Já o queria ler há muitos anos, porque me foi altamente recomendado pela querida Manuela Firmino uma das pessoas da minha vida e que infelizmente, já não está entre nós. Era um dos livros da sua vida.
Obrigado amiga, pela tua bela sugestão. Tantos anos depois, contínuas a influenciar-nos com a tua luz. É este poder que mede a sucesso de uma vida. Nada mais.
December 14, 2025
Cuando Rosa Montero escribe sobre el oficio de escribir, leerla es como recibir un abracito al alma y a todas las inseguridades que se puedan tener como escritora.
Con una mezcla de realidad, ficción y autobiografía, Rosa Montero te lleva de la mano por cada temor, para manía, cada detalle triste y feliz que pueda tener el haber nacido para escribir novelas. Amo mucho cómo ella hila partes de las vidas de otros escritores con retazos de su propia experiencia para mostrar que hoy y hace cien o doscientos años, los escritores comparten más de lo que uno pensaría.
Una narración hermosa, atrapante y apasionada, eso es La loca de la casa. Enamorada quedé ♥
Con una mezcla de realidad, ficción y autobiografía, Rosa Montero te lleva de la mano por cada temor, para manía, cada detalle triste y feliz que pueda tener el haber nacido para escribir novelas. Amo mucho cómo ella hila partes de las vidas de otros escritores con retazos de su propia experiencia para mostrar que hoy y hace cien o doscientos años, los escritores comparten más de lo que uno pensaría.
Una narración hermosa, atrapante y apasionada, eso es La loca de la casa. Enamorada quedé ♥
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