Uma terrível tempestade lança ao mar a tripulação de um navio, que encontra abrigo numa misteriosa ilha, povoada por monstros e espíritos. Uma ilha governada por um mago enigmático, que comanda os bastidores de uma história na qual um antigo ódio é vencido por um novo amor!
A impressão que tenho ao ler "A Tempestade" é que Shakespeare utiliza-se do realismo fantástico para fazer um belíssimo enredo metafórico sobre o perdão e a redenção; o deixar as mágoas da vida para trás e seguir em frente.
Apesar da variação de personagens que surgem nessa peça: nobres, espíritos, filho de bruxa, feiticeiros e monstros, todos eles parecem de alguma forma nascidos na mente do protagonista: Próspero, um duque traído que sobrevive a um golpe político e naufraga com sua filha em uma ilha.
A ilha assemelha-se muitas vezes ao isolamento emocional que uma pessoa pode viver ao sofrer as traições na vida e os desenganos que geram rancor. Aquele lugar de difícil acesso, em que a entrada se dá por lampejos de bons pensamentos, algum tipo de amor refletido externamente, em símbolos considerados mais puros como a paternidade ou a inocência de uma paixão.
Próspero sofreu uma deslealdade que quase custou sua vida e de sua filha. E arde de vingança e necessidade de justiça. Utiliza-se de suas fantasias e até de seus conhecimentos sobre "forças ocultas e magia" para chegar à esse fim. Qualquer subterfúgio que esteja a seu alcance é um instrumento para isso: da espada à seres sobrenaturais.
No entanto, Próspero mostra-se consciente de suas ações . Acompanhamos a evolução da motivação e de seus atos. Até que em certo ponto, ele reflete sobre a constituição de sua própria existência: "somos feitos da matéria de sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono".
Em outro trecho, o protagonista reflete os caminhos que os relacionamentos políticos amargam nos indivíduos que compõem qualquer relação, onde ele ele foi uma de suas vítimas: "da república o fim esquece o início".
Diferentemente de outras de suas obras, Shakespeare vale-se da vida e da morte em um tipo diverso de intuito como vemos em Hamlet, Macbeth e Rei Lear, por exemplo - o da continuidade, da sobrevivência e realmente de uma espécie de redenção que pode existir ainda em vida e continuar.
Em "A Tempestade", a existência de um indivíduo pode ainda ter chances de avançar, apesar dos pesares, das perdas, das traições, das mutilações emocionais; ela segue, se ele conseguir de alguma forma deixar para trás as ilhas que o isolam e que podem também aprisionar outras pessoas que estão ao seu redor.
De certa maneira, a sensação que dá nesse livro é a da consciência do momento presente e o quanto é difícil estar tranquilo em meio a um furacão; mas se lembrarmos do dito popular "depois da tempestade vem a bonança", quem sabe consigamos resgatar nossa essência mais pura, perdoar e seguir em frente.
A impressão que tenho ao ler "A Tempestade" é que Shakespeare utiliza-se do realismo fantástico para fazer um belíssimo enredo metafórico sobre o perdão e a redenção; o deixar as mágoas da vida para trás e seguir em frente.
Apesar da variação de personagens que surgem nessa peça: nobres, espíritos, filho de bruxa, feiticeiros e monstros, todos eles parecem de alguma forma nascidos na mente do protagonista: Próspero, um duque traído que sobrevive a um golpe político e naufraga com sua filha em uma ilha.
A ilha assemelha-se muitas vezes ao isolamento emocional que uma pessoa pode viver ao sofrer as traições na vida e os desenganos que geram rancor. Aquele lugar de difícil acesso, em que a entrada se dá por lampejos de bons pensamentos, algum tipo de amor refletido externamente, em símbolos considerados mais puros como a paternidade ou a inocência de uma paixão.
Próspero sofreu uma deslealdade que quase custou sua vida e de sua filha. E arde de vingança e necessidade de justiça. Utiliza-se de suas fantasias e até de seus conhecimentos sobre "forças ocultas e magia" para chegar à esse fim. Qualquer subterfúgio que esteja a seu alcance é um instrumento para isso: da espada à seres sobrenaturais.
No entanto, Próspero mostra-se consciente de suas ações . Acompanhamos a evolução da motivação e de seus atos. Até que em certo ponto, ele reflete sobre a constituição de sua própria existência: "somos feitos da matéria de sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono".
Em outro trecho, o protagonista reflete os caminhos que os relacionamentos políticos amargam nos indivíduos que compõem qualquer relação, onde ele ele foi uma de suas vítimas: "da república o fim esquece o início".
Diferentemente de outras de suas obras, Shakespeare vale-se da vida e da morte em um tipo diverso de intuito como vemos em Hamlet, Macbeth e Rei Lear, por exemplo - o da continuidade, da sobrevivência e realmente de uma espécie de redenção que pode existir ainda em vida e continuar.
Em "A Tempestade", a existência de um indivíduo pode ainda ter chances de avançar, apesar dos pesares, das perdas, das traições, das mutilações emocionais; ela segue, se ele conseguir de alguma forma deixar para trás as ilhas que o isolam e que podem também aprisionar outras pessoas que estão ao seu redor.
De certa maneira, a sensação que dá nesse livro é a da consciência do momento presente e o quanto é difícil estar tranquilo em meio a um furacão; mas se lembrarmos do dito popular "depois da tempestade vem a bonança", quem sabe consigamos resgatar nossa essência mais pura, perdoar e seguir em frente.
Não posso avaliar a fundo, já que não li a obra original. Porém, se a intenção era instigar para ler direto da fonte, conseguiram. O básico está lá para entender e valorizar a obra.