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O comboio do Luxemburgo

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Um livro que revela que nem todos os refugiados da Segunda Guerra Mundial se conseguiram salvar através de Portugal.
A 7 de Novembro de 1940 partiu do Luxemburgo, país onde o nazismo tentou fabricar o primeiro país “livre de judeus”, um comboio com 293 passageiros que tinha Portugal como destino. Mas ao contrário de outros comboios com judeus em fuga, não foi dada autorização na fronteira de Vilar Formoso para que entrasse no país. Os refugiados ficaram mais de uma semana fechados nas carruagens, numa atmosfera desumana, sujeitos a um frio intenso e alimentando-se do pouco que a população pobre da zona tinha para lhes oferecer: pão, café e, por vezes, sopa.
Ao fim de cerca de dez dias, o impasse foi quebrado. Já com as negociações em curso para instalar os judeus no Luso, o governo de Salazar negou-lhes a entrada em Portugal, empurrando-os assim para uma morte mais do que provável. De regresso a França, estiveram ainda vários dias confinados ao comboio até os alemães decidirem interná-los em Mousserroles, perto de Baiona, num antigo campo de internamento. Libertados meses depois, alguns conseguiram partir para outras paragens e outros acabaram por ficar na França do regime de Vichy – destes, poucos sobreviveram aos campos de extermínio. Mas porque foram os refugiados impedidos de entrar em Portugal?
Após a análise de documentos inéditos e de entrevistas a sobreviventes e seus familiares, as historiadoras Irene Flunser Pimentel e Margarida de Magalhães Ramalho explicam-nos as razões deste acontecimento histórico muito pouco conhecido que deixa cair por terra a ideia de que Portugal, na figura do seu chefe de Governo, António de Oliveira Salazar, acolhia todos os refugiados da Segunda Guerra Mundial. Num momento em que vivemos tempos conturbados e assistimos diariamente ao drama dos refugiados que procuram escapar à guerra e à morte, "O Comboio do Luxemburgo" é uma obra essencial para compreender o passado e o presente da Europa, fazendo-nos também reflectir sobre o pode acontecer caso os refugiados actuais não sejam acolhidos.


Índice
Preâmbulo, Margarida de Magalhães Ramalho.
Capítulo I. A Chegada de Hitler ao poder; Portugal e o Luxemburgo
numa Europa de portas fechadas. 1933-1939, Irene Flunser Pimentel.
Capítulo II. A invasão e a ocupação do Luxemburgo, em 1940, Irene Flunser Pimentel.
Capítulo III. O terceiro transporte, Margarida de Magalhães Ramalho.
Capítulo IV. O novo caso de um comboio vindo do Luxemburgo, impedido de entrar em Espanha, em 1941, Irene Flunser Pimentel.
Capítulo V. Os terríveis anos do Holocausto no Luxemburgo, entre 1942 e 1945, Irene Flunser Pimentel.
Conclusão: A lista dos passageiros do comboio de Novembro de 1940 e algumas notas concusivas, Irene Flunser Pimentel e Margarida de Magalhães Ramalho
Entre os vários apêndices, conta-se ainda a Lista completa dos passageiros do comboio.

400 pages, Paperback

Published September 1, 2016

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About the author

Irene Flunser Pimentel

44 books34 followers
IRENE FLUNSER PIMENTEL nasceu a 2 de Maio de 1950, em Lisboa. Licenciou-se em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1984) e conclui o mestrado em História dos Séculos XIX e XX, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese Contributos para a História das Mulheres no Estado Novo: as organizações femininas do Estado Novo (Obra das Mães pela Educação Nacional e Mocidade Portuguesa Feminina), 1936-1966 (1996), onde se doutorou em História Política e Institucional Contemporânea, com a tese A polícia internacional de defesa do Estado/Direcção Geral de Segurança (PIDE-DGS) 1945-1974 : história da polícia política do Estado Novo (2006). Foi bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com um projecto sobre a justiça política pós-25 de Abril, e é investigadora do Instituto de História Contemporânea (IHC-FCSH/UNL). Colaborou ainda, entre 1994 e 2008, na revista História, da qual foi editora até final de 2001. Publicou diversos artigos de História em jornais e revistas portuguesas e estrangeiras, sobre diversas instituições do Estado Novo - organizações femininas e de juventude, polícia política -, a Segunda Guerra Mundial, o nacional-socialismo alemão e o Holocausto, entre outros temas. Colaborou em enciclopédias, dicionários e obras conjuntas. Participou em exposições, colaborou em documentários e programas de rádio e televisão e intervém regularmente em colóquios, conferências e seminários. Distinguida com o Prémio Pessoa (2007), com o Prémio Seeds of Science, na categoria «Ciências Sociais e Humanas» (2009) e com a a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (2025) e foi condecorada com a Ordem Nacional da Legião de Honra pelo Governo de França (2015).

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March 20, 2018
"O comboio do Luxemburgo" analisa em grande detalhe o drama do terceiro comboio de refugiados judeus oriundos do Luxemburgo que foi impedido de atravessar a fronteira portuguesa em Vilar Formoso, contrariamente aos dois comboios anteriores. O contexto histórico da segunda guerra em Portugal e sobretudo no Luxemburgo é também amplamente explicado. Sem dúvida uma obra de referência, mas que pelo nível de detalhe e secura do texto (própria de um manual de história) dificilmente atrairá um grande número de leitores, o que é pena já que este é um episódio que merece ser mais conhecido e recordado.
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