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Jesus Cristo Bebia Cerveja

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“Parece que a morte vem sempre à tona da água.”, frases como estas marcam o tom do novo e esperado romance de Afonso Cruz.
Com a originalidade que o caracteriza, Afonso Cruz, constroí uma narrativa de personagens singulares e marcantes, numa terra quase imaginária, que é o Alentejo.
Uma pequena aldeia alentejana transforma-se em Jerusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria, são algumas das personagens que compõem uma histórica comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida, como o amor, o sacrifício e a cerveja.
Este livro inclui a oferta do mini-western A Morte Não Ouve O Pianista.

375 pages, Paperback

First published January 1, 2012

135 people are currently reading
2463 people want to read

About the author

Afonso Cruz

98 books1,977 followers
Nasceu em 1971, na Figueira da Foz e estudou nas Belas Artes de Lisboa, no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e na António Arroio. É escritor, músico, cineasta e ilustrador.
Escreveu seis livros: A Carne de Deus (Bertrand), Enciclopédia da Estória Universal (Quetzal - Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010), Os Livros Que Devoraram o Meu Pai (Caminho - Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009), A Contradição Humana (Caminho - Prémio Autores 2011 SPA/RTP; escolha White Ravens 2011; Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2011) e A Boneca de Kokoschka (Quetzal), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças (Caminho). Participou ainda nos livros Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas (Saída de Emergência), O Prazer da Leitura (FNAC/Teodolito) e O Caso do Cadáver Esquisito (Associação Cultural Prado).
Ilustrou, desde 2007, cerca de trinta livros para crianças, trabalhando com autores como José Jorge Letria, António Torrado, Alice Vieira. O livro Bichos Diversos em Versos foi seleccionado pela Biblioteca Internacional de Juventude /White Ravens 2010 e Galileu à Luz de uma Estrela ganhou o Prémio Ler/Booktailors 2011 - Melhor Ilustração Original. Também tem publicado ilustrações em revistas, capas de livros e publicidade.
Em 2007 gravou um disco (Homemade Blues) com a banda de que é membro, The Soaked Lamb, para o qual compôs todos os originais, escreveu letras, tocou guitarra, harmónica, banjo, lap steel, ukulele e cantou. Em 2010, lançou um novo CD, Hats and Chairs, apenas de originais e com vários convidados.
Trabalhou como animador em vários filmes e séries tais como A Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas; pilotos de A Demanda do R, Toni Casquinha, Óscar, As aventuras de João sem Medo; e vários filmes de publicidade.
Fez layouts para alguns episódios da série Angelitos e realizou vários filmes de O Jardim da Celeste, Rua Sésamo e Ilha das Cores.
Juntamente com mais duas pessoas, realizou uma curta-metragem chamada Dois Diários e um Azulejo, que ganhou duas menções honrosas (Cinanima e Famafest), um prémio do público e participou em diversos festivais internacionais. Também foi o realizador de O Desalmado e da série Histórias de Molero (uma adaptação do livro de Dinis Machado, O Que Diz Molero). Para publicidade destaca-se a campanha Intermarché onde realizou mais de duzentos filmes durante os anos de 2006 e 2007.

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245 (6%)
1 star
70 (1%)
Displaying 1 - 30 of 421 reviews
Profile Image for Pakinam Mahmoud.
1,018 reviews5,157 followers
April 2, 2025
أكتفي بقراءة نصف الرواية..مملة بشكل غير طبيعي...شخصيات كتير جداً وحكايات أكتر و مش شايفة أي هدف لكل دة في الأخر...
قرأت لأفونسو كروش كتابه المميز الكتب التي التهمت والدي بس الرواية هنا كانت مخيبة للأمال للأسف..
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
September 7, 2014
Este é o quarto livro de Afonso Cruz que leio. Se tivesse sido o primeiro seria o último.

Até metade contei 25 personagens depois, desisti de as contar. Da maioria apenas conhecemos o nome e alguma característica extravagante (talvez este romance pretenda inserir-se no género "realismo mágico de carregar pela boca".)
Fico com a ideia de que o autor, enquanto andava na vidinha dele, foi anotando, num caderninho, uns pensamentos e umas máximas sobre a vida; imaginando umas personagens com uma manias estranhas e decidiu - utilizando uma cadeia, infinita e insuportável, de floreados e retóricas de algibeira - fazer uma colagem (com cuspo) e editar mais um romance...

Um livro dá luz e calor. Ler é aprender, crescer, viver.
Estas duas frases são parvas, não é verdade? Se Afonso Cruz pode, eu também posso!

Seleccionei, para oferecer aos leitores desta minha opinião, uma pequenina colecção de pérolas:

"As flores do campo são baratas, as das lojas são excêntricas, caras. Mas menos felizes, pois vivem em vasos."
(Ele está mesmo a referir-se a flores.)

"- Dantes não era cega das orelhas e ouvia tudo."

"O sol atira-se contra o chão, com toda a força,"

"Duas pernas, um sinal entre as duas mamas recém-nascidas, a esquerda e a direita,"

(Rosa não tem duas mamas esquerdas mas, tem duas pernas e a marca do biquini no rabo, sem nunca ter ido à praia - irrealismo mágico -)

"A morte é uma curva na estrada, é o lugar mais distante, onde não há correios nem telefone."

"A dentadura dentro do copo de água mostra o trabalho da morte, como ele é contínuo e não algo que acontece de repente. Os dentes já morreram todos, diz o copo de água com um sorriso lá dentro."


Vou parar, senão ainda transcrevo o livro todo...
Profile Image for César.
229 reviews55 followers
October 4, 2016
O problema deste livro não é o talento de Afonso Cruz, que é mais que evidente e consensual. O problema é o deslumbramento com o exercício estilístico. É absurdo o exagero de figuras de estilo: torna-se difícil não encontrar uma ou mais por parágrafo. As comparações, analogias e frases para citação fazem fila e acotovelam-se. Isto, ao fim de algum tempo, torna-se muito cansativo. Muito mesmo.
Profile Image for Amani Abusoboh (أماني أبو صبح).
541 reviews328 followers
September 14, 2024
بعض الأعمال من فرط جمالها، تشعر أنك غير قادر على تركها. هذا العمل فاق لفظة الجمال: لفكرته، أسلوبه، ولغته.

يغلب على أعمال أفونسو كروش الغرائبية، وفي كثير من الأحيان الكوميديا اللطيفة والخفيفة. لكن، في هذا العمل فهو مختلف تماماً. قد تبدو القصة التي يتناولها العمل بسيطة. عن روزا، الطفلة التي مات والدها وتركتها والدتها لتعيش مع جدتها لأبيها. تضطر روزا للعمل كخادمة لفترة، ويتم طردها بتهمة "العهر" وأنها نامت مع رب عملها (وهي المهنة التي ستنتهي بها بالمناسبة)، لينتقل بنا أفونسو لمحطات حياتها من علاقتها بالراعي الهمجي آري، إلى علاقتها بالأستاذ الطاعن في السن.

رغم ما تبدو عليه هذه القصة من بساطة، إلا أنها تطرح مفهوم الحياة والموت بشكل مختلف وعميق. هناك العديد العديد من العبارات التي استوقفتني والتي كان يتحدث من خلالها الكاتب عن ماهية الحياة والموت. عبارات قد تبدو بسيطة، لكن عندما تتأملها وتتعمق فيها، تضعك في حالة من التفكير العميق. فهو عمل لا يقف عند حدود الكلمة، إنما يدفعك للتأمل والتفكير.

جمال هذا العمل في لغته، ولا بد هنا من الإشادة بالترجمة الأكثر من رائعة للعمل للمترجم سعيد بنعبد الواحد، لأنه لولاها لما انتقل لنا هذا الجمال والألق. لن أذكر اقتباسات هنا، لكنني أدعوكم لقراءة هذا العمل والذي كان من أفضل ما قرأت لهذا العام. سأكتفي باقتباس واحد :" أموت من أجل الحب، فمن دونه لا تستحق الحياة أن تُعاش. لقد خُلقت حياتي لتنغرس في حياتك، مثل سكين ينغرس في القلب."

باختصار، هذا العمل تحفة أدبية.
Profile Image for Paula Mota.
1,666 reviews563 followers
November 8, 2020
“Os bombeiros deveriam andar a combater o fogo, o elemento de Heráclito. Em vez disso, lutam contra o tempo. Uma luta quimérica. Para combater o fogo usam o seu grande inimigo, a água, mas para combater o tempo só têm uma maca, um medidor de tensão e uma garrafa de oxigénio. E claro, os velhos continuam a morrer. Os bombeiros deveriam ter mangueiras a deitar juventude, deveriam andar a apagar a velhice."

As minhas últimas leituras de Afonso Cruz não têm sido as melhores, já que não fiquei impressionada com “Os Livros que Devoraram o meu Pai” e larguei “Flores” passadas algumas páginas, mas o início de “Jesus Cristo Bebia Cerveja” parecia que ia quebrar o enguiço com um enredo diferente e frases memoráveis. Rosa quer dar uma última alegria à avó, cujo AVC a atirou para o estado mais degradante a que pode chegar a velhice, e todas as cenas entre as duas são irrepreensíveis e tocantes, mas sempre que a jovem se relaciona com os homens há uma hipersexualização da personagem, que passa das mãos do padre, para a de um velhote com idade para ser seu avô, para a do pastor que tem saídas bucólicas como “Queres acasalar?” E é assim que o livro começa a resvalar para a brejeirice e Afonso Cruz se inspira nesse marco que é Quim Barreiros, mas onde o outro falava de bacalhau, Cruz prefere o odor a sereia.

"É a substância que é comum ao peixe que se começa a putrefazer e aos líquidos vaginais. Há uma grande afinidade entre os odores de Afrodite e o peixe velho. É como se a primeira mulher tivesse nascido sereia (...).

Continuo a achar que Afonso Cruz tem uma imaginação fora de vulgar, no entanto, neste caso, não conseguiu manter uma narrativa equilibrada ao longo das 270 páginas nem sequer apresentar um final satisfatório ou, no mínimo, coerente. O estilo aforístico que tanto aprecio nele não é o suficiente para contar uma história nem combina bem com os termos à cavador que decidiu semear pela obra, tornando-a mais castiça do que genuína.

“Gritar é coisa de pessoa sozinha, pensa. Quando temos pessoas para nos ouvir não precisamos de gritar, pois não? Pergunta Rosa a si mesma. E, no entanto, apesar de gritar lhe trazer uma grande solidão, continua com vontade de o fazer, de abrir a boca e deixar escapar palavras selvagens, ferozes.
Profile Image for Célia M. Martins.
42 reviews1 follower
May 28, 2016
Cada minuto perdido com um livro de Afonso Cruz é sempre tempo bem investido, escreva ele o que escrever.

Que mais se pode dizer?
Ainda não li muitos livros do autor, mas os que li foram suficientes para me conquistar e convencer a continuar estas viagens a preto e branco pelos seus livros.

Aquilo que à primeira vista nos parece uma simples história descritiva não de uma, mas de muitas (mesmo muitas) personagens, ganha outros contornos à medida que vamos avançando na leitura.

São as histórias dos habitantes de uma pequena aldeia alentejana, personagens distintas entre si, cada uma com a sua personalidade, com as suas opiniões, com os seus episódios. Claro que há uma personagem principal, a Rosa, que vai vendo a sua história sendo escrita (e descrita) não só da sua perspectiva, mas também da perspectiva e do ponto de vista das restantes personagens.

E foi isso o que mais me agradou neste livro, as vidas de muitas personagens e a forma como o autor as relacionou, criando através de pequenos episódios e histórias, uma grande história onde todos os caminhos se cruzam.

Neste livro os capítulos são curtos, a escrita fabulosa (sem nunca desiludir), fluída, cheia de belas e magníficas passagens, daquelas que não podemos mesmo deixar de marcar e tomar nota.

Não fosse este final meio abrupto, demasiado triste, teria dado as cinco estrelas.


Profile Image for Maria Lavrador.
510 reviews33 followers
November 11, 2013
Gosto de ler géneros diferentes, escritores diferentes, recentes ou não. Foi o que fiz com este autor, quando surgiu a oportunidade de ler este livro, não hesitei, até porque achei piada ao titulo. Enfim, não sei bem o que esperava mas acho que esperava mais. O final não foi de todo o que esperava mas também não sei o que queria. Foi um livro estanho, que não me prendeu mas que parece ter tido bastante sucesso, como tal ainda bem que não gostamos todos de amarelo :)
Profile Image for Sofia Teixeira.
607 reviews132 followers
June 18, 2013
Antes de se pegar em qualquer livro deste autor, é preciso respeito. É preciso respeito porque pura e simplesmente sabemos que, independentemente da obra que colocamos nas nossas mãos, vamos estar perante uma obra de arte. Afonso Cruz tem-se revelado uma maravilhosa novidade nas minhas estantes e se tinha adorado A Boneca de Kokoshka , é certo que venerei Jesus Cristo Bebia Cerveja.

" A sabedoria vem com a idade, com a velhice, e suspeito que nos come os órgãos pois quanto mais sabemos das coisas, mais o fígado se queixa, mais os rins têm insuficiência, mais o coração pára. A sabedoria come tudo ."
Espero sinceramente que o autor se encontre de boa saúde pois este grau de sabedoria para a sua idade é algo notável. Entramos na sua história de mansinho, sem percebermos muito bem onde nos leva ou que sentido é que aqueles primeiros capítulos fazem. Quando damos por nós já estamos de tal maneira enredados na narrativa que dei por mim muitas vezes nas minhas próprias reflexões sobre as palavras do autor.

" - O amor não se compra.
- Mas paga-se caro. "
Rosa é uma rapariga do campo, das terras alentejanas, que se vê deparada com uma avó enferma, com a morte a sussurrar-lhe ao ouvido. Com uma infância particularmente burlesca, Rosa tornou-se numa adolescente, posteriormente mulher, diferente, marcada. Quando o professor entra na sua vida, começa a experienciar novas sensações - boas e más -, deixando o leitor muito reticente quanto ao que está para vir. A sensação de tragédia é iminente.

" De cada vez que deixamos de ser percebidos, morremos. "
De facto a morte é um tópico que nos acompanha ao longo de toda a obra. Aliás, a própria cerveja vem do cereal que morre, formando o malte e dando origem à bebida dos pobres. Como pode Jesus ter bebido vinho na última ceia, quando vinho era a bebida dos ricos e eles eram pobres? Ora aqui está algo que dá que pensar... A forma como o autor aborda este tema e as perspectivas que nos dá sobre o mesmo são fenomenais.

Tal como é possível não pisar a merda, é possível dar a volta ao impossível.
Eu amei este livro. Se ainda não o tinham percebido pela quantidade de citações nesta opinião, fica agora aqui explicitamente dito. Jesus Cristo Bebia Cerveja é uma obra profunda que mistura temas como a morte, a religião, o amor e a efemeridade. O enredo, as personagens e estas temáticas foram os ingredientes perfeitos para uma obra que merece ser lida por toda a gente.

Como Valter Hugo Mãe disse e muito bem, Afonso Cruz é aquele autor que temos vontade de impingir a toda a gente quanto mais não seja por via da força física! Mas eu sei que não é preciso recorrer a tal porque é impossível ficar indiferente à sua escrita. Para mim foi uma leitura que me provocou diversas emoções díspares. No fim, confesso que até fiquei um pouco letárgica no bom sentido, se é que isso é possível.
Penso que quem lê Afonso Cruz uma vez, não mais o deixará de fazer e estará sempre ansioso pela próxima obra. Eu sei que eu estou. Muito, muito bom.

ENTREVISTA a Afonso Cruz: http://branmorrighan.blogspot.pt/2013/01/entrevista-afonso-cruz-escritor.html
OPINIÃO A Boneca de Kokoshka: http://branmorrighan.blogspot.pt/2012/12/opiniao-boneca-de-kokoschka-de-afonso.html
Profile Image for Ana.
633 reviews119 followers
March 27, 2019
Apresentando um enredo muito original, personagens caricatas e uma acção com bastante humor, Afonso Cruz mostra-nos novamente que é um escritor verdadeiramente original e inteligente.
Bastou um livro para me render incondicionalmente à sua escrita.
Aconselho vivamente!
Profile Image for Ludgero Cardoso.
94 reviews166 followers
January 14, 2016
A estória não foi nada de especial, mas, ainda assim, apaixonei-me pela escrita de Afonso Cruz, que é maravilhosa.
Profile Image for Paula M..
119 reviews53 followers
December 9, 2018
Lê-se em "dois tempos" e diverte-nos.
Profile Image for Inês Sousa.
211 reviews36 followers
September 12, 2021
2,5
Este mês no grupo das Bambinas combinámos ler 2 autores portugueses e este foi um dos livros escolhidos. Infelizmente, eu vou fazer parte do grupo da minoria, que não gostou do livro.

O autor apresenta-nos a história da vida de Rosa e de sua avó, Antónia, no Alentejo profundo. Com a doença de Antónia a piorar, a neta decide realizar o único desejo da avó, visitar Jerusalém antes de morrer.
Parece simples, certo?

Este livro é tudo menos isso. Para já começa com a vida triste desta família que parece indicar como vai acontecer todo o livro; o foco na brejice das pessoas da aldeia; religião vs ciência; e o pior de tudo, para mim, toda a sexualização à volta de Rosa.

Apesar do autor ter uma boa escrita e boa imaginação (muito criativa) senti que ele se perdeu a meio do caminho na ideia de "criar uma Jerusalém" e optou por inserir filosofias no meio do ridículo e dar ênfase à vida sexual de Rosa.

Fica aqui um excerto do livro que para mim resume o mesmo:
"A vida de Rosa é partilhada por todos e não tem nada de único. Todos os seres humanos são únicos, menos Rosa. Ela pertence a todos, como o pão da missa que se divide pela humanidade."

Não é um livro para qualquer pessoa. Já se sabe que nem todos gostamos do mesmo. Mesmo assim, leiam e partilhem com todos. ☺️
Profile Image for Zé Filipe Melo.
74 reviews2 followers
October 23, 2024
Afonso Cruz consegue expressar beleza nas condições mais vis do ser humano. Consegue fazer-nos rir no meio da infelicidade e mostrar, sem voyerismos, o lado animal do homem. Um livro brilhante, que me faz querer explorar mais deste autor.
Profile Image for Inês.
217 reviews65 followers
May 21, 2013
Este livro foi a maior surpresa do ano até agora. Eu imaginava que fosse bom, mas as minhas vistas curtas nunca me permitiriam entrever que fosse TÃO bom.
Já a imaginação de Afonso Cruz é um completo universo em expansão, não existem limites para aquilo que ele é capaz de criar. Jerusalém no Alentejo? A última ceia com cerveja? O livro que uma personagem está a ler anexado ao próprio livro? Um ensaio sobre a importância das nádegas na formação de um cérebro capaz de pensar? A originalidade desde senhor é assombrosa.
Como vem sendo hábito nesta geração de escritores, voltamos ao ambiente rural, ao provincianismo, à disforia e à injustiça da vida. No meio de tanta tristeza salva-nos o humor negro e a ironia que nos fazem rir com prazer («Pegou numa corda e pendurou-se numa figueira. Foi o mais estranho fruto daquela árvore.»; «(...) e até ela comer a nossa farmácia.»).
O capítulo 37 foi uma das coisas mais bonitas (e mais tristes) que li nos últimos tempos.
Resta-me o pânico de imaginar que posso ter lido o melhor livro dele e o medo de afirmar que, depois disto, a par com Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz é o meu jovem escritor português preferido.

Trago uma pergunta cá dentro que grita à procura de resposta, resposta essa que só Afonso Cruz me poderia dar. Preciso de saber, afinal, se Rosa leria este livro. E, se sim, o que acharia dele.

«Mesmo os lugares mais rarefeitos, como o espaço sideral e a estupidez humana, são preenchidos por alguma coisa: luz, metais leves, preconceitos, partículas e subpartículas dos átomos, radiações, chavões e telenovelas.»

«Nós só temos um cérebro capaz de pensar na lógica de Aristóteles e na teologia de Tomás de Aquino porque temos umas nalgas extrovertidas.(...) Acaba-se com o traseiro e vai-se o pensamento mais piedoso.»

«É evidente que ninguém é verdadeiramente Deus se não experimentar passar umas tardes a jogar dominó e lerpa nos jardins e nas praças, enquanto desenvolve a bizarra capacidade de apreciar rosé com gasosa.»

«- O amor não se compra.
- Mas paga-se caro.»
Profile Image for Cristiana de Sousa.
305 reviews23 followers
September 13, 2016
Este foi o primeiro livro que li do autor e fiquei logo rendida à escrita e à forma como ele nos narra a estória. Outro aspecto que me fascinou foi a caracterização das personagens. Na realidade acho que se não conhecemos ninguém como alguns personagens que encontramos aqui, pelo menos já alguém nos contou que conheceu alguém deste género. Uma velha muito religiosa mas que tem um bigode maior que de um homem; Uma rapariga ingénua mais peluda que um macaco. Homens machistas mas que se matam por amor. Este tipo de pessoas existem mesmo, não são inventadas. E acho que foi isso que mais me cativou nesta obra. Adorei. E agora quero ler todos os livros do autor. Já! Imediatamente.
Profile Image for Marlene Sofia.
71 reviews28 followers
October 29, 2021
Adorei este livro!! Adoro a escrita... A forma como as palavras são ligadas!! Recomendo
Profile Image for Rita.
163 reviews
February 9, 2016
"- Trouxe bolinhos...
Ari levanta-se e sorri, pega em três ou quatro de uma vez e empurra-os para dentro da boca.
- Não sabem a canela.
- Estes não sabem.
- Não há bolos de canela que não sabem a canela.
- Claro que há. Tal como há pessoas velhas que morrem novas e há horas que passam em segundos e há sonhos que acontecem quando estamos acordados, há bolos de canela que não sabem a canela."

Isto é Afonso Cruz, do melhor que se escreve em português.

Opinião no blog:
http://clarocomoaagua.blogs.sapo.pt/o...
Profile Image for Bárbara Reis.
223 reviews25 followers
November 2, 2022
O Afonso Cruz é capaz de escrever prosa que parece poesia. Acho que parei em todas as frases para refletir e que me enterneci em cada capítulo. Há uma descrição da vida de forma tão bela, mesmo quando falamos de dor ou morte, que nos leva a pensar que é impossível o autor viver na mesma realidade que nós. Parece que vê aquilo que para todos é invisível. É uma privilégio poder ler livros como este. Obrigada.
Profile Image for Sofia.
1,034 reviews129 followers
November 4, 2015
Depois do "Para onde vão os guarda-chuvas?", este livro soube-me a pouco.
Profile Image for Saif.
299 reviews200 followers
September 26, 2024
"إن الموت لا ينكث عهوده"

فلسفة الموت وعبثية الحياة بقلم أفونسو كروش وأسلوب سرده الغريب الذي يطيش من هنا وهناك خارجاً عن مسار الرواية
ولكنه أسلوب محبب رغم ذلك
Profile Image for Carla.
184 reviews25 followers
July 5, 2023
O livro "Jesus Cristo Bebia Cerveja", do escritor português Afonso Cruz, é já o sexto livro que leio do mesmo e, tal como me aconteceu com alguns dos livros deste autor, começo por gostar da história que é narrada, mas um pouco antes do seu desenlace, a bondade e até uma certa beleza que se vislumbram nas suas personagens e no desenrolar dos acontecimentos, é substituída por uma crueldade desnecessária, que parece não se enquadrar na trama que nos é contada.

Não penso que as pessoas intrinsecamente puras não sejam capazes de cometer atos violentos em situações limite, mas fiquei genuinamente surpreendida com o final da história deste livro, bem como do último que li deste autor, "Sinopse de Amor e Guerra", possivelmente porque tenho a crença errónea de que as pessoas de bom coração, ainda que carreguem muito sofrimento, não praticam o mal.

O livro narra a história de Rosa, uma jovem que vive numa zona rural do Alentejo, com a sua avó idosa e doente, a qual teve uma infância difícil e marcada pelo abandono da mãe e pelo suicídio do pai e do avô.

Apesar do seu passado doloroso e de um presente cheio de carências económicas, Rosa desfruta de tudo o que a vida lhe oferece: gosta muito de ler "livros de cowboys", que eram do seu pai, adora a sua avó de quem cuida e enamora-se de um amigo de infância, o pastor Ari, que já amava a mesma antes sequer de Rosa se aperceber desse sentimento.

O sonho da avó de Rosa, Antónia, era conhecer Jerusalém antes de morrer. E Rosa, com o auxílio de Borja, um anterior professor universitário que, já reformado, foi viver para o Alentejo, tenta concretizar o sonho da sua avó, após o segundo ter tido a ideia de convencer uma inglesa muito rica a transformar uma aldeia alentejana que havia comprado, na cidade de Jerusalém, com muita imaginação e com a ajuda dos habitantes desse local, bem como de um feiticeiro nigeriano e de um budista indiano, que a inglesa trouxe com ela quando decidiu ir viver para o Alentejo.

Mas o padre da aldeia onde Rosa habita opõe-se à encenação e tenta impedi-la. Além disso, o namorado de Rosa, Ari, também se zanga com esta por causa da sua crescente amizade com o professor Borja.

A história, que tem momentos de muita criatividade e de muito humor, pois todas as personagens são deveras interessantes, pelo seu passado e pelas escolhas que fizeram na vida e que as conduziram até ao presente, em que as ligações entre as mesmas são muito bem exploradas pelo seu autor, a partir de certo momento, segue um caminho em que o idealismo dá lugar a uma certa aura de destino trágico tão característica de alguns escritores portugueses, que me parecem transmitir que as pessoas pobres e as pessoas infelizes sê-lo-ão sempre e nada se pode fazer para mudar este "fado", de um modo de ser tão caracteristicamente luso.
Profile Image for Rosa Ramôa.
1,570 reviews85 followers
May 22, 2014
“Rosa nunca se sente única. Isso nunca lhe acontece na vida. Todos os seus momentos são minimizados com um "isso também já me aconteceu". A vida de Rosa é partilhada por todos e não tem nada de único. Todos os seres humanos são únicos, menos Rosa. Ela pertence a todos, como o pão da missa que se divide pela humanidade.”
Rosa adorou este livro...
Único!
Afonso Cruz...
A espalhar humanidade desde 1971.
Um 'pontinho':-)
Mesmo bom!
Dizem que é o melhor jovem escritor português.
EU CONCORDO!!!
Não há limites para a imaginação!
Humor negro.
Ironia e prazer.
Livro!
Tão bonito que é!
Nádegas em pensamento!
" É evidente que ninguém é verdadeiramente Deus se não experimentar passar umas tardes a jogar dominó e lerpa nos jardins e nas praças, enquanto desenvolve a bizarra capacidade de apreciar rosé com gasosa".
...
“Sabe, sargento, a loucura, quando dá a um grande número de pessoas, chama-se sociedade contemporânea. Quando dá a uma pessoa só, interna-se essa pessoa.”
...
“A sabedoria vem com a idade, com a velhice, e suspeito que nos come os órgãos, pois quando mais sabemos das coisas, mais o fígado se queixa, mais os rins têm insuficiência, mais o coração pára. A sabedoria come tudo.”
...
“Numa sociedade, se houver espaço, nunca há conflito”
...
“O universo, ao expandir-se, arrefece. Está continuamente a arrefecer, raios partam o universo.”
...
O meu avô pisava as uvas para fazer vinho.Mesmo!
Um 'pontinho'!
Que expressão fofeira*
Profile Image for Ana.
112 reviews43 followers
May 21, 2016
Não me peçam para comentar este livro. Ainda não recuperei da leitura e já passaram umas duas horas. Fiquei com ele no colo depois de fechar a contracapa preta.

É o primeiro livro de Afonso Cruz que leio e confesso que me apaixonei pela sua escrita.
Quantos post-its eu colei naquelas margens... Quantas frases eu encontrei que me deixaram a pensar, que me deixaram dar uma pequena risada.

Sabe, sargento, a loucura, quando dá a um grande número de pessoas, chama-se sociedade contemporânea. Quando dá a uma pessoa só, interna-se essa pessoa.


Tanto humor negro. Tanta paixão. Tanto que nos faz transbordar em sentimentos.

Poesia em prosa.

De cada vez que deixamos de ser percebidos, morremos. Quando somos enterrados deixamos de ser percebidos por toda a gente, mas quando os outros já não olham para nós, ficaram condenados para um número limitado de pessoas, a uma morte em tudo idêntica à outra. A nossa morte não acontece quando somos enterrados, acontece continuamente: os dentes caem, os joelhos solidificam, a pele engelha-se, os amigos partem. Tudo isso é a morte. O momento final é apenas isso, um momento.
Profile Image for Maria João (A Biblioteca da João).
1,385 reviews248 followers
October 30, 2020
6 de 10*

Que me perdoem os amantes deste livro, mas comigo não resultou. Se comecei por gostar da história e, principalmente, da escrita, fui perdendo o interesse na mesma ao longo das páginas deste livro.
Em obras anteriores do autor, gostei muito da sua escrita peculiar e original. Daquelas que primeiro se estranha, mas depois se entranha, acabando por construir uma narrativa sólida e muito interessante. Neste livro não o encontrei. Não senti a magia da sua escrita, as personagens não em cativaram, a história não me convenceu…

Comentário completo em:
https://abibliotecadajoao.blogspot.co...
Profile Image for Patrícia Véstias.
77 reviews32 followers
February 24, 2024
A escrita de Afonso Cruz assenta precisamente em si própria: na escrita em si, nos aforismos, nos recursos estilísticos, na preocupação com a beleza de cada parágrafo e não apenas no contar de uma história.

Um belo livro sobre sonhos e gentes comuns.

“Rosa não repara nas vedações de arame farpado (…) porque sempre viu a paisagem assim. O arame farpado é como o funcho e as beldroegas que crescem em todo o lado, é como o ar, é como o céu. Deus fez muito bem em esconder-se, ou ninguém jamais pensaria nele. Seria uma vedação de arame farpado, sempre a ladear os caminhos das pessoas, mas sem que ninguém olhasse para Ele ou pensasse verdadeiramente n’Ele. Ao esconder-se criou os padres, a teologia, os brahmins e a metafísica.”

“As árvores que caíram na Primavera ainda se ouvem no outono (…) as nossas dores acompanham-nos até morrermos, como cães fiéis atrás dos donos. (…) O professor também caminha com os seus cães e Rosa também e Antónia também. Como toda a gente (…). Quando um homem cai, ouve-se para sempre”.

“É certo e sabido que o final feliz é uma invenção humana, uma necessidade de obliterar a morte. A vida nunca acaba bem. Porque todas as histórias de seres vivos acabam misturadas com a terra, acabam no caixão. Esta não é excepção, porque é fiel ao fatalismo da nossa condição de mortais com pretensões a outras coisas.”

“Os bombeiros deveriam andar a combater o fogo, o elemento de Heráclito. Em vez disso lutam contra o tempo. Uma luta quimérica. Para combater o fogo usam o seu grande inimigo, a água, mas para combater o tempo só têm uma maca, um medidor de tensão e uma garrafa de oxigénio. E claro, os velhos continuam a morrer. Os bombeiros deveriam ter mangueiras a deitar juventude, deveriam andar a apagar a velhice.”

“Rosa encosta os lábios aos ouvidos dela e grita-lhe o nome. Não há reacçao. (…) Invoca Cristo e todos os Santos, a Virgem e os beatos. Que são surdos como a avó, e não comparecem.”

Não dou 5, porque preferi Flores e Onde param os guarda chuvas.
4,5⭐️
Profile Image for David Pimenta.
373 reviews19 followers
January 28, 2016
“Uma corda estica até ao seu comprimento, mas pode passar uma vida dobrada sobre si mesma, enrolada para dentro. Uma corda comprida pode não passar de um pequeno rolo. A nossa vida também é assim, como uma corda. Por vezes, estende-se sobre o abismo, por vezes está enrolada na arrecadação. Pode unir dois lugares distantes ou ficar arrumada, dobrada sobre si mesma.”

Homem de muitos ofícios – escritor, ilustrador, músico e cineasta –, Afonso Cruz é apontado como “uma das vozes mais criativas da nova literatura em língua portuguesa”, tal como referiu Mia Couto, e as críticas positivas não deixam de chegar, tanto por parte da imprensa nacional e internacional como, também, dos leitores.

Seja pelo título provocador, a quem não conhece a história, seja pela escrita de Afonso Cruz, a verdade é que a edição de bolso e limitada de Jesus Cristo Bebia Cerveja (Alfaguara, 2015) veio mesmo a calhar. Se há leitoras que se queixam de não conseguirem levar livros nas malas, então a desculpa acabou. A imagem provocadora da primeira edição foi substituída por outra mais simples, mais clean mas nem por isso menos bela.

Várias personagens dão vida à história de Jesus Cristo Bebia Cerveja numa pequena aldeia alentejana. Toda a acção decorre à volta de Rosa, uma simples jovem rapariga sem muitos estudos e com o estranho hábito de chupar pedras para relembrar, com essa dor, certos momentos do passado. Sem notícias do paradeiro da mãe e com a morte do pai e do avô, Rosa vive para a sua avó Antónia. Uma pobre mulher levada pela idade, com os pés inchados e as “veias a rebentarem de azul”, que passa grande parte do seu tempo a dormir.

Para continuar a ler, no Deus Me Livro: http://deusmelivro.com/critica/jesus-...
Profile Image for Ana.
300 reviews40 followers
August 11, 2014
Esta review chega já bastante atrasada, infelizmente.

Foi com uma boa dose de curiosidade que me mergulhei nesta leitura. Até ao momento, não tinha lido nada deste autor, mas a premissa deste livro cativou-me. Parecia fora do comum, com uma história no mínimo peculiar, mas que parecia prometer momentos memoráveis.

No geral, gostei do livro. Fiquei especialmente fascinada pelo estilo do autor, que me cativou desde a primeira página. Quanto às personagens, e apesar de não ficado fã de nenhuma em particular, reconheço que estavam muito bem delineadas e conseguidas, destacando-se pelas suas personalidades e passados completamente distintos. O cruzamento entre algumas delas acabou por ser inesperado, mas essa foi uma das razões que me levaram a apreciar este livro.

Finalmente, quanto ao enredo em si, confesso que de início pensava que era uma história essencialmente sobre nada, mas rapidamente me apercebi que era precisamente o contrário e que se podia retirar muita coisa das suas mensagens.

Em suma, um livro que vale bem a pena ler.
Displaying 1 - 30 of 421 reviews

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