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336 pages, Paperback
First published January 1, 1958


"Manuel Louvadeus dum galão subiu os degraus. Em cima, no patamar, topou a porta fechada e deteve-se, quando ia para bater, como quem toma fôlego. Com a breca, achava tudo tal e qual! Os dez anos de ausência apagaram-se como um sopro perante a obsessiva eternidade que se lhe oferecia ao lance de olhos. (…) Que distância, anos e anos que correram na levada do tempo, e as coisas conservarem-se ali iguaizinhas, estáticas, teimosas no seu ar de encantamento! Talvez mais velhas… Sim, mais velhas, ferradas mais fundo pelos dentes da morte e a despenhar-se na voragem como as telhas do beiral."
(p.11)
"E a evasão ao quotidiano, que parece ser uma necessidade visceral do homem com a sua carga de deveres obrigações, a cada passo atira-o para a serra. Em suma, a psique do meu serrano precisa de penedos, vales reclusos, penhascais, morros esburgados de vegetação, como um cão precisa de ossos. Foi deles, da sua premente visão, que se lhe formou a cartilagem moral."
(p.209)
