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Cuidado com o alemão

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Depois de quinhentos anos da Reforma, Martinho Lutero ainda é uma figura impactante para a igreja cristã. Este livro é uma prova de sua relevância para nossa época, sobretudo para a igreja. O Reformador, com seus dentes afiados, dá três dentadas que são marcantes para o nosso contexto A primeira chama-se “Maldade”. Nela o Reformador diz que somos piores do que pensamos. A segunda chama-se “Meninada”. Nela o Reformador dá um exemplo de educação dos filhos. A terceira chama-se “Música”. Nela o Reformador corrige-nos o ritmo. É só quando Lutero nos ofende que aprendemos alguma coisa com ele. Este livro não é um tratamento objetivo da personagem histórica. É uma apologia de Lutero e só cumprirá seu propósito se incomodar o leitor.

199 pages, Paperback

Published October 1, 2016

36 people want to read

About the author

Tiago Cavaco

12 books12 followers

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Displaying 1 - 8 of 8 reviews
Profile Image for Paulo Norberto.
4 reviews2 followers
April 30, 2019
Provocante, e não podia ser diferente por sem quem é. Muito além de falar sobre Lutero, Cavaco consegue fezer aplicações muito boas sobre o que Lutero dizia, mas vai além, pois se respalda na Palavra pra nos trazer palavras de confronto e reflexão. Recomendo a leitura!
2 reviews1 follower
March 23, 2024
Ao ler “Cuidado com o Alemão”, uma obra que aborda Lutero, o seu impacto histórico e a sua relevância para a atualidade, obtive uma renovada apreciação pelo tópico. O qual anteriormente estava limitado a breves referências na igreja e ao filme Luther de 2003.
Portanto, a fasquia para informar um leigo nestes assuntos como eu era bastante baixa. No entanto, Tiago Cavaco vai além de informar, ele quer provocar mudanças no leitor. E cuidado com o Tiago porque esse objetivo é enfatizado em detrimento da simpatia, este homem chega a afirmar que os filhos de muitos, possivelmente incluindo os de alguns leitores, se estão a tornar em atrasados mentais.

Outra coisa que ele afirma, tanto no início como no final, é que este é um livro que busca a conversão de quem o lê. Mas, esta postura de afirmar em vez de justificar não parece ser a mais adequada para este fim.
Um exemplo de como esta disposição é antagónica à busca de uma conversão pode ser encontrada no assunto do mal. Tiago diz que somos maus mas não apresenta o porquê de sermos maus. Não avança com argumentos ou evidências de que essa é a verdade. Mas avança com o porquê deste ser um facto importante. “O conceito de que precisamos de Jesus enquanto Deus para nos salvar do pecado será sempre irrelevante para uma cultura que,… deixou de acreditar no pecado.” Isto funciona para motivar, quem quer dar Jesus a conhecer às pessoas, a dar-lhes as más notícias de que são escumalha. Mas não para alguém que nem quer Jesus nem quer pensar que é mau. Em termos de evangelização, dizer que alguém precisa de saber que é mau para depois perceber porque é que precisa de Jesus é pôr o carro à frente dos bois.

Esta postura de dizer como as coisas são, e avançar para as suas consequências é presente em todo o livro e ajuda a enfatizar ainda mais o carácter não apologético dele.
Portanto acho que a promessa feita no início da obra, de que deseja evangelizar, falha.
Mas eu não quereria este livro de qualquer outro modo. Porque a dissonância destes momentos em que se fala do objetivo envangelistico do livro são gotas de caos num mar de harmonias transversais ao livro. Que harmonias são essas? Ainda bem que perguntas.

A harmonia entre o tema da reforma e a postura não evangelística do livro. Como assim? A reforma não foi um movimento envangelístico, foi um movimento de correção do que estava errado com quem já era crente e com as instituições religiosas a que eles pertenciam. E a sua postura é a mesma deste livro: Chamar à atenção daquilo que realmente importa, para aqueles que já partilham das mesmas bases, apelando a essas mesmas bases. Sem papas na língua porque está-se a falar para quem conhece a verdade e reconhece, ou deve reconhecer, que merece as dentadas.

A harmonia da elevação constante do simples e inteligível, num livro constante na sua simplicidade e inteligibilidade. Pronto para um leigo como eu, mais uma vez, dentro do mesmo espírito da reforma.


A honestidade com que se falam palavras que chocam as sensibilidades da atualidade, o estilo do discurso, a estética que permeia o livro todo fazia-me me pensar em punk rock, e para meu espanto o próprio autor escreveu “o protestantismo é punk rock”. E mais uma vez é criada uma harmonia entre o que é dito e o que é feito.

Esta harmonia entre o que o Tiago Cavaco defende e o que ele faz adiciona uma dimensão de honestidade à sua obra. Ninguém gosta de hipócritas, e quem defende a reforma num livro completamente embebido no espírito da reforma, mostra que o autor sente até ao osso o que escreve. Ou então é um psicopata que por motivos sombrios se está a fazer passar por protestante.

E por fim dada a nossa natureza caída, aconteça o que acontecer, os homens irão sempre afastar-se do sagrado. Temos por garantido que o protestantismo estará sempre em luta contra as tendências do mundo. E contra a corrente vamos ter sempre algo de negativo para dizer, um sabor amargo para deixar na boca de alguém, palavras que merecem ser gritadas e o ódio de quem quer o sossego. E este espírito punk rock manterá-se até ao fim dos tempos.
Profile Image for Pedro Lima.
10 reviews
July 4, 2021
Esse é um livro apaixonado, mas a paixão não é fofa— é a verdade, doa quem doer. Não vem trazer lições, vem trazer dentadas.

O pastor Tiago Cavaco apresenta aqui um ótimo contexto de quem é Martinho Lutero, qual era o seu tempo, e de que forma o protestantismo é caracterizado historicamente. Ele trata muito bem, no primeiro capítulo, da vida do reformador: são 64 páginas que tratam da sua vida, mas não num estilo biográfico; está mais para um grande sermão, como o próprio Cavaco admite. E isso é positivo, pois faz o livro ser extremamente didático, com referências culturais (esse primeiro capítulo, por exemplo, não começa com o nascimento de Lutero, mas com a experiência de Tiago com a cultura coach aos 12 anos de idade; em seguida ele trata essa consideração desmedida do próprio potencial como uma "religião do Deus na barriga", e enfim, chega a Lutero e como ele ataca essa concepção atual) e senso de humor. Depois da biografia, seguem-se as três dentadas: 1. Maldade, que é o legado de Lutero (hoje negligenciado, mas verdadeiro) de perceber o homem como imperfeito e mal no próprio coração, por natureza; 2. Meninada, que é o legado de Lutero na atenção à educação, pois a Palavra tem o poder de transformar (e por isso não depende da capacidade do indivíduo— quem puder ler pode ser transformado; não é necessário ser um gênio, é a Palavra que vem até nós); e 3. Música, que é o legado na busca de garantir capacidade de expressão à todos— revolucionando a música, para que fosse simples o suficiente para ser cantada, dando aos crentes a capacidade de agradecer a Deus com suas próprias bocas (Tiago cita a estrutura de estrofes e refrões como herança disso, pois a intenção é permitir que todos possam acompanhar e cantar junto com facilidade).

Eu diria que o principal ponto positivo desse livro é esse: Aqui está o Lutero em paráfrase. Tiago faz bem poucas citações diretas do reformador; antes, prefere resumir o raciocínio de forma que mantenha o ritmo do texto— ele usa muito padrões do tipo "Lutero pensava que o modelo medieval...", "Lutero discordava de sua época por mostrar que...", o que funciona bem, deixando o texto mais fácil de ler e acompanhar, apresentando ao leitor, assim, uma boa familiarização com as ideias de Lutero sem bagunçar o texto com citações longas que precisam de muito contexto. É um pastor pregando Lutero de um jeito que a congregação entenda o que ele pensa, e isso é muito bom.

Em suma, esse livro é uma conversa que se vale da história e do pensamento de Lutero para mostrar, positivamente, as diferenças mais radicais entre o protestantismo e o catolicismo. Para garantir que a mensagem seja entendida, com frequência o autor usa frases como:

"[O catolicismo aprecia mistério como algo desconhecido e por isso sublime.] O protestantismo, que aprecia o mistério como aquilo que foi revelado, só sabe fazer uma coisa: não ficar calado. O católico, se realmente encontra Deus, cala-se; O protestante, se realmente encontra Deus, não se cala."

Enfim, o livro é edificante e tem uma leitura muito agradável (vale lembrar que é escrito por um português; algumas expressões são diferentes, mas se entende perfeitamente); as páginas não são brancas, são em papel avena; o texto tem boa margem e é bem diagramado.
Que Deus nos abençoe de modo que este livro deixe um legado de edificação na nossa vida como também Lutero o deixou na igreja!
Profile Image for Marta.
24 reviews10 followers
February 26, 2018
Mostra-nos Lutero, mais através do que Lutero defendeu e por que lutou, do que pela sua própria história. É um livro onde para se honrar o protagonista se dá voz ao que ele gritou, em vez de o pôr num pedestal. Muito bom!
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