Esta é uma edição de capa alternativa para o ISBN 9788571645585
Depoimento de Gabeira sobre sua vivencia sob Ditadura militar no Brasil, seus anos de guerrilha e participação direta no sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick (em 1969), prisao,tortura e posterior exilio na Europa.
O sequestro em questao culminaria com a libertação de 15 presos politicos enviados pra Cidade do Mexico e uma derrota politica na propaganda militar. Foi transformado em filme do mesmo nome na decada de 90.
Fernando Gabeira, escritor, jornalista e deputado federal do Rio, nascido em 1941, e mineiro de Juiz de Fora e carioca por opcao desde 1963. E pai de duas filhas: Tami e Maya. Destacou-se como jornalista, logo no inicio da carreira, na funcao de redator do Jornal do Brasil, onde trabalhou de 1964 a 1968.
A leitura destas memórias foi como a história de uma amizade. No começo achei o autor um chato que só falava em teoria e história política. Mas aí ele me contou como entrou na clandestinidade, e eu achei que talvez valesse a pena conhecer um pouco melhor. Continuei lendo. Ele foi contando histórias incríveis, do sequestro de um embaixador, da fuga que seguiu, e da tortura e resistência nas cadeias até que começou o exílio. Só contou muito pouco da vida pessoal, familiar, ou íntima, mas eu não achei problema nenhum nisso; o que interessou mesmo para mim foi a vida dele como “terrorista”. No final senti que fiquei conhecendo tão bem o autor que não quis me despedir.
Comecei o livro sem muitas expectativas, talvez por pretensiosamente achar que já sabia o que era uma ditadura. No entanto, este relato de Gabeira me surpreendeu em muito, tanto pelas suas reflexões acerca do que estava acontecendo à sua volta quanto pela crítica ao próprio movimento do qual fazia parte. Como fechar os olhos diante de tudo isso? Ainda mais em tempos sombrios quando parece que esquecemos o que aconteceu na ditadura ou que até duvidamos da sua existência.
"Nós éramos prisioneiros dos militares mas, num certo sentido, éramos também prisioneiros de nossa lógica. Quando um deles (inocentes) chorava no seu canto, todos se resignavam porque, afinal de contas, os inocentes não tinham problemas em chorar. Nós tínhamos toda a imagem por trabalhar; imagem diante dos companheiros, diante da repressão (...) O intenso processo de racionalização a que éramos forçados pelas circunstâncias, e com base na nossa formação política, naturalmente nos poupava sofrimento. Mas também nos roubava o lado inocente que, nos olhos deles, aparecia com toda a força: o escândalo diante da violência; a saudade da vida lá fora, da liberdade nos seus mínimos detalhes".
WARNING: Essa é uma resenha enorme, com visões políticas altamente impopulares. Leia por sua própria conta e risco. Ainda estou em choque com essa leitura, e já começo admitindo francamente meu pouco conhecimento sobre a Ditadura Militar. Cresci ouvindo histórias, da minha família (que é quase completamente de esquerda), sobre atrocidades injustificáveis e que "a vida era tolerável, pra quem soubesse manter a cabeça baixa e longe de problemas". A história dos sequestros de embaixadores estrangeiros sempre me pareceu de uma burrice enorme, não entendia o motivo daquilo, e nisso Gabeira me abriu os olhos: era o último e desesperado recurso para tirar presos políticos dos porões da tortura. Eu entendo melhor, agora. Acho que o livro abordou pouco sobre "a necessidade da ditadura", que é reconhecida popularmente como algo "inevitável" para a época, em que o governo estava afundado no caos, o que deixa uma premissa perigosa para os tempos atuais. Particularmente, odeio o socialismo e praticamente tudo que é de esquerda (quase tanto quanto odeio tudo que é de direita), mas jamais apoiaria uma intervenção militar. Gostaria que os militares cumprissem o seu papel de defender as fronteiras e de ter a segurança que em caso de invasão (com esse mundo louco de presidentes retardados, nunca se sabe, afinal de contas) ou guerra, e sinto que isso está muito longe da realidade. Uma das consequências mais prejudiciais da ditadura foi esse medo que faz com a maioria dos brasileiros tenha pavor só de ouvir em um exército mais equipado e melhor treinado, e a culpa é dos próprios militares. A quantidade não oficial de 434 mortos em 21 anos de ditadura parece justificar, para alguns, que "a ditadura era ruim apenas para os comunistas, ladrões e bandidos"; eu já considero uma morte demais! Militares parecem ter uma certa dificuldade em aceitar que os seus salários saem dos nossos bolsos, hoje em dia, imagine na época. O absoluto despreparo para um governo militar remotamente decente parece ter sido nítido para o mundo inteiro desde o início, exceto para os próprios militares. Estudar técnicas de tortura é, para mim, uma comprovação absoluta que eles eram completos imbecis que não mereciam o comando nem de uma patrulha de cachorros, quanto mais de um país. E não é verdade que, no período da ditadura, a vida era ruim apenas para os comunistas e bandidos. Eu, como assalariada, ficaria absolutamente fula da vida caso houvessem cortes de salários arbitrários, toques de recolher e repressão das comunicações; e eu não poderia ser mais diferente de um comunista nem mesmo se eu tentasse. Já de um bandido... (aqui vai uma opinião largamente impopular). Na presença de um governo tão imbecil e totalitário, a única opção política que faz sentido, pra mim, é o completo anarquismo. Não tenho absolutamente nada contra a resistência, desde que seja armada e o mais violenta possível. Jamais iria em passeatas, para ser alvo de tiros com munições verdadeiras utilizadas nas multidões. Mas, poderia ajudar caso decidissem explodir um prédio ou dois. Me dói os olhos ler a quanto tempo o governo investe em deixar a população cada vez mais burra e alienada. É desesperador perceber o quanto eles se empenham "no pão e no circo", que mesmo no auge da tomada do poder e a dissolução do governo, muitos se preocupavam mais com a novela e o futebol... É um desanimo sem fim perceber o quanto estamos longe de um país bem educado politicamente, o que pra mim, é a única e última esperança de melhora. No fim, eu só posso agradecer por não viver em uma ditadura, e embora discorde de muitos, muitos pontos de vistas que Gabeira explora nesse livro, eu entendo melhor quando me queixo desse governo de merda e meu pai me responde: "já vi governo pior"...
Muito interessante a análise histórica que serve como plano de fundo do livro, mas acima de tudo o que me prendeu na leitura foi acompanhar o desenvolvimento do movimento estudantil juntamente com o desenvolvimento dos próprios estudantes que passaram por esse processo tão importante na história da democracia brasileira. Gabeira consegue trazer as preocupações comuns dos adolescente universitários, trazendo até um momento descontração no trecho em que relata a primeira experiência sexual dos combatentes como se fosse pré-requisito estudantil, evidenciando não apenas o forte envolvimento dos companheiros de luta, como a notável juventude dos mesmos. Impressionante notar como o autor deixa ainda que subentendido um certo desapego sobre a questão da ditadura militar por outras camadas da sociedade brasileira, que se torna um fato bem claro no anúncio do AI-5 onde os jovens e os operários parecem ser as únicas camadas da sociedade que tinham conhecimento de que esse ato significava a ruína total das condições mínimas de preservação dos direitos humanos. Desligamento esse que parece ser finalmente vencido quando ocorre o sequestro do embaixador americano Charles Burke (fato narrado detalhadamente) trazendo finalmente à realidade a chamada guerrilha urbana tão sonhada por Carlos Marighella. É de surpreender que essa alienação existisse mesmo com tantas ocorrências de tortura e perseguição à artistas e estudantes e até em muitas vezes, de pessoas sequer envolvidas na ~clandestinidade~. Mas analisando a sociedade brasileira contemporânea, se percebendo que é majoritária, para não dizer unânime, a presença de estudantes universitários nos protestos em prol da renuncia de Marco Feliciano na comissão de direitos humanos e minorias, por exemplo. Infelizmente, chega a soar infantil, na óptica nossa de quase 50 anos depois do golpe, o sonho da criação de uma guerrilha rural como nos moldes do socialismo europeu. Em si um livro com bastante informação, trazendo no final das contas, aquele lembrete que toda a liberdade que temos direito hoje foi a custo de sumiços muitas, torturas e idealismo estudantil.
Li quando era adolescente pra justificar teoricamente a minha rebeldia e a minha sede política. Reli, hoje, e me emocionei muito mais. Cada dia mais rebelde. Sempre, e mais, resistir. Que a gente nunca apague a chama do 1968 que há em nós. Que sejamos todos herdeiros das lutas Democráticas. Que a gente levante bandeiras mais inteligentes. Que a gente se rebele, todos os dias, contra o cinismo canalha, que é burro e que deixa dormente cérebro e coração. Esse não é um livro sobre uma época obscura da História do Brasil. Esse é um livro sobre o ser humano, a vida e suas infinitas (im) possibilidades.
razoável. o livro se divide em 3 partes: uma introdução, o sequestro do embaixador americano e o desenrolar dos envolvidos após o evento.
a primeira parte faz uma descrição confusa e subjetiva das esquerdas brasileiras à época do golpe de 64 e de um anseio quase infantil pela luta armada. para o leitor que consegue ultrapassar o chatíssimo início, a narrativa do sequestro finalmente cativa. a terceira parte, por sua vez, cumpre importante papel de nos lembrar que a ditadura militar não pode jamais ser esquecida pela história.
This is a interesting book about the adventures of Fernando Gabeira (today a well respected politician in Brazil) into the underworld of communism during the 1964-1985 dictatorship. The book seems to extrapolate a little his influence in the most well designed and influential plan to take over the military dictatorship but still it is very interesting to read about how a group of ideological teenagers stood up to one of the most gruesome dictatorships in Latin America.
Comprei esse livro anos atrás, em meio a uma "obsessão" por leituras sobre o periodo da ditadura. Apesar do tempo que demorei para ler, não perdi o interesse e nem senti que tinha deixado passar o "momento certo" pra ler. O relato é bastante pessoal, e a linguagem usada pelo autor aproxima o leitor. Achei interessantíssima a escolha de como iniciar, trazendo à tona um momento posterior ao sequestro, e à prisão, em que o autor se encontra em exílio e a partir daí se recorda do que viveu no Brasil. Uma boa escolha ao invés de simplesmente despejar sobre o leitoras informações sobre a vida na militância e na clandestinidade. Ao invés disso, vai nos introduzindo aos poucos, inclusive "traduzindo" o vocabulário desse meio. Os trechos referentes à prisão e tortura são bem angustiantes e difíceis de ler, como já era de se esperar, mas com certeza os mais importantes de recordarmos e passarmos adiante. Verei o filme em breve.
A primeira vez que ouvi falar sobre Gabeira foi por uma citação numa crônica de Mario Prata no Estadão - nos idos tempos em que as pessoas ainda liam jornal em papel. Naquela época, ele já era um deputado inexpressivo, mas seu livro é diferente.
O que é isso, Companheiro? é um relato do sequestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick, durante ditadura militar.1964, pelo MR-8 (Movimento Revolucionário Oito de Outubro), do qual o autor fazia parte.
Porém, as quase trezentas páginas do livro não são focadas no evento, mas nas justificativas e romantização que Gabeira tece em torno de si, de seus co-particípes e da própria vítima. Todo o texto parece ser regado a entorpecentes e álcool para que ao retorcer as páginas tenhamos a impressão de que não havia outra saída se não um dos atos considerados mais torpes pela sociedade: a privação da liberdade.
Há ainda parágrafos e mais parágrafos em que o autor descreve os eventos como uma churrasqueada de domingo, em que Elbrick teria sido tratado a whisky e churrasco enquanto os guerrilheiros mal-suportavam a ideia de fazer mal a outro ser humano... Isso vindo daqueles que assumiram publicamente o uso de armas-de-fogo.
Não estou discutindo aqui o direito de alguém de lutar pela democracia, e sim, pela tentativa de fabricar uma narrativa em que os fatos crus são reinterpretados de forma que adquiram uma consistência mais palatável, açucarada até.
Enfim, é como se diz: Quem conta um conto, aumenta um ponto.
A experiencia de ler esse livro é bastante diferente. Aos poucos fui me identificando com o Gabeira, afinal, qualquer um com um pouco de pensamento crítico tomaria a mesma posição em se opor a ditadura. O tom levemente humorado trás doses de respiro e te arranca um leve riso em meio a tantas descrições de violência do Estado. A repressão era enorme, mas todos ali sabiam que não duraria para sempre. Nadar contra a maré era a única coisa que fazia sentido. Afinal, ninguém perde pessoas, amigos, conhecidos, familiares, entes queridos e segue a vida como se nada tivesse acontecido. A resistência se faz necessária sempre. Devemos sempre rememorar nossos heróis que lutaram contra a tirania do Estado.
O mineiro, natural de Juiz de Fora, e “carioca por opção”, Fernando Paulo Nagle Gabeira, jornalista, ex político (foi deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro de 1995 a 2011) e escritor foi, no final da década de 1960, quando vigorava no Brasil o regime de exceção imposto pelos grupos vitoriosos na quartelada de 1964, parte integrante dos grupos guerrilheiros que acreditavam que a ditadura militar só seria deposta pelo poder das armas. Na condição de guerrilheiro ativo do grupo intitulado MR 8, Gabeira foi um dos protagonistas do célebre sequestro do embaixador dos USA no Brasil, Charles Burke Elbrick (1908/1983) em 1969, em plenos “anos de chumbo”, em que vigoravam os brutais termos do Ato Institucional número 5 (AI 5). Em troca da libertação do embaixador foram libertados 15 presos políticos e um “manifesto revolucionário” teve que ser divulgado na grande imprensa. Essa “vitória” da guerrilha exacerbou a repressão e Gabeira “caiu” poucos meses depois sendo baleado, encarcerado e torturado. Em 1970 foi libertado em troca do embaixador alemão, que também havia sido sequestrado, e banido do Brasil. Gabeira, então, passou pela Argélia, França, Chile, Itália e Suécia. Pôde retornar ao Brasil em 1979, graças à anistia ocorrida naquele ano e, logo em seguida, publicou “O que é isso, companheiro?” que se transformou em best-seller com direito a uma boa adaptação cinematográfica em 1997. No seu mais famoso livro o autor descreve com interessantes “pausas analíticas” aqueles anos em que interrompeu uma bem sucedida carreira na imprensa (redator no JB) para mergulhar na luta clandestina contra a ditadura militar, seu envolvimento no MR 8, sua participação no sequestro de Burke Elbrick, sua prisão e as torturas a que foi submetido nas várias prisões para onde foi levado pela ditadura. Tudo isso sem idealizações, sem romantizações, sem “vitimismo” e com muito senso crítico, sem atenuar qualquer aspecto da ditadura civil-militar que comandava com mão de ferro e sem “escrúpulos de consciência” o Brasil naquele momento histórico e, detalhe importante, com muita “mea culpa” em que disseca de forma precisa as contradições da luta armada e do próprio ideário da extrema esquerda da qual participou. Um livro vital, que é mais atual do que nunca, e ideal para entender um pouco mais aqueles “anos de chumbo” além de obrigatório para todos aqueles que ousam enaltecer um regime que encarcerava sem julgamento e submetia cidadãos brasileiros à abominável prática da tortura. Excelente pedida!
Surpreendente. Com ironia e lucidez, Gabeira descreve os acontecimentos em que esteve envolvido, como o sequestro do embaixador americano em 1969.
No lugar de fazer um elogio cego ao combate (justo) à ditadura, ele nos traz um relato que mostra que se de um lado o estado perdeu a noção de direto, do outro não havia muitas propostas viáveis. Muitos dispostos a lutar, mas poucos com alguma idéia sobre o que fazer após a vitória (que não veio).
Excelente livro.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Socorro, Deus. Que livro é esse. Amei demais. Meus olhos encheram de água várias vezes nessas últimas páginas. O começo é um pouco lento e demorei pra me engajar na história, mas uma vez que ele começa a te contar realmente a sua história, não dá mais pra largar o livro. Muito interessante, muito bem escrito e envolvente. Gostei demais demais.
Embora conte acontecimentos importantes do período ditatorial, é, nitidamente, uma autoconstrução do autor. Além de se dar um protagonismo exagerado nas ações do MR8, Gabeira tenta se colocar como o primeiro autocrítico da esquerda armada dos anos 60. Há outros livros que tratam com maior respeito a memória ditatorial, os quais eu recomendo mais a leitura.
Neste livro, Gabeira descreve a luta armada, a militância numa organização clandestina, a prisão, a tortura, o exílio - e elabora um retrato do Brasil dos anos 60 e 70.
Gabeira foi um coadjuvante na luta armada e um dos seus melhores intérpretes, providenciando um relato de memórias e percepções únicas sobre um dos períodos mais sombrios da história do Brasil. Além disso, o livro é de boa qualidade literária.
Dois momentos me chamaram atenção em especial: 1. A vista das manifestações estudantis na Avenida Rio Branco a partir do escritório do JB, que fizeram com que Gabeira entrasse nos movimentos políticos;
"Esta pequena multidão que vejo caminhando contra o trânsito, aqui da sacada do jb, é fruto da luta contra a Lei Suplicy de Lacerda e sofre, de alguma forma, a influência dos debates que se travavam no interior da esquerda. Eles caminham de cabeça erguida, começam com o "Mais verbas, menos tanques", mas quase sempre acabam gritando: "Abaixo a ditadura". Se se fosse um pouco mais conhecedor daquilo tudo, se os carros não estivessem buzinando tão furiosamente, talvez se pudesse ouvir um ou outro grito solitário: "Só a luta armada derruba a ditadura".
2. E suas trocas com Antônio Duarte, mesclando lembranças do pré-golpe com o convívio dos dois no exílio na Suécia.
"E as armas, Antônio? As armas que você traria para nós, Antônio Duarte, da Associação dos Marinheiros? Quantas vezes não perguntei isso durante as partidas de xadrez do exílio. E quantas vezes você não me repetiu essa história, sempre com sabor daquele conto da infância. Alguém foi à festa, vinha trazendo um docinho para nós, vinha passando por uma ponte e pluft, caiu o docinho no rio. Pena."
¨O que é isso, Companheiro?¨ had been on my shelf for years. I am spending quarantine at my old childhood house, so I found it.
First disappointing aspect of the book is that I believed it would cover a lot more of the MR-8 kidnapping of the US ambassador in the 70´s.
Regarding everything else covered in it, the book just felt like a big memoir of a privileged person trying to promote the uprising of the proletariat in Brazil.
I know it is easy to judge history when you already knows its ends, but nowadays reading the story just feels dull: these are upper middle class people who traveled to Europe and lived in expensive neighborhoods in Rio de Janeiro (i.e., Leblon) who were trying to promote an organized rising of the proletariat. They committed crimes such as theft and forced themselves into ¨poverty¨ experiences such as living in proletariat houses in order to ¨infiltrate¨ the lower classes. Some of them got caught, incarcerated and tortured. Some went to Paris (poor them), where they lost their minds.
Again, I cannot judge someone who has been incarcerated and tortured, but reading this memoir nowadays feels as dull as reading one of those antique Brazilian literature books in school just to understand the historian point of view at that time. There is always someone value into this, but in general I would never recommend this to anyone.
Sempre admirei Fernando Gabeira como político e comentarista, mas nunca havia lido nenhum de seus livros. Apenas conhecia o filme inspirado neste livro e foi com essa expectativa que comecei a leitura. Para minha surpresa, “O que é isso, Companheiro?” vai muito além do filme, que se concentra em parte da história de Gabeira.
O livro começa em 1964, quando Gabeira trabalhava como jornalista no Rio de Janeiro, passa por sua crescente politização e ações contra a ditadura militar, culmina com o sequestro do embaixador americano em 1969 e sua prisão em 1970, após ter sido baleado em uma tentativa de fuga. O relato termina em 1974, quando Gabeira e outros presos políticos foram libertados em troca do embaixador alemão, iniciando, então, uma década de exílio.
Publicado em 1979, Gabeira consegue olhar para seu passado de maneira crítica e irônica, sem receio de expor seus erros, contradições e a inocência política de muitas que se dedicaram a lutar contra o regime militar, o que torna o livro uma leitura envolvente e divertida.
O livro é muito bom, mas um pouco confuso de vez em quando, porque o Gabeira faz muita digressão. Ele abre um capítulo dizendo que está trabalhando na Suécia, tomando um vinho chique em Montmartre (bairro de Paris), e termina falando sobre os garçons dos botecos na Barra da Tijuca. O livro é surpreendentemente engraçado, o que ajuda bastante a ler sobre um assunto meio mórbido, e só fica triste no final, você vai entender o porquê quando chegar lá. Eu achei esse livro tão essencial para entender sobre a ditadura no Brasil, que me surpreende que a leitura não seja obrigatória no colégio.
sabe, metade do tempo você luta pra entender. os detalhes são muitos, especializados, até. ter estudado isso em um passado longíquo na escola não vai te ajudar aqui. mas da mesma forma, não precisei entender toda e qualquer palavra que o Fernando escreveu. não me importei muito na ordem dos fatos ou o que aconteceu e quando. essa pintura intimista é agradável (no limite do possível) e fluida; eu gosto do Fernando, eu torço pelo Fernando, eu rio com o Fernando e onde dói em Fernando, doeu em mim. belíssimo livro 💙
O começo do livro é bem confuso. O autor oscila bastante entre tempo presente e passado, só que de uma maneira que realmente não entendemos quando é um e quando é outro. Porém, a partir do capítulo que começa a abordar o sequestro do embaixador estadunidense, o livro fica bem interessante. Dali até o fim, achei uma narrativa muito interessante e muito significativa do que foi a tortura e perseguições políticas que muita gente sofreu na ditadura militar brasileira.
Um relato pessoal do tempo de Fernando Gabeira na luta contra a ditadura militar no Brasil. Gabeira, que participou do sequestro do embaixador americano, conta sobre os grupos revolucionários em que participou, as ideias que discutiam, a lenta reação do Brasil aos militares e as torturas que sofreu. É uma leitura rápida que cobre muito território, e Gabeira também critica o seu próprio movimento revolucionário. Um ótimo reconto de um período sombrio da história do Brasil.
O ritmo é lento, os capítulos vão sucedendo-se um após o outro sem muito propósito e em alguns momentos soam "não lineares" e confusos. Gabeira reserva os melhores momentos de seu livro para o final, narrando as suas experiências no sequestro do embaixador e em suas memórias do cárcere. Pode até ser uma leitura interessante.