Jump to ratings and reviews
Rate this book

O Último Vôo do Flamingo

Rate this book
Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.

256 pages, Paperback

First published January 1, 2000

42 people are currently reading
1342 people want to read

About the author

Mia Couto

107 books1,365 followers
Journalist and a biologist, his works in Portuguese have been published in more than 22 countries and have been widely translated. Couto was born António Emílio Leite Couto.
He won the 2014 Neustadt International Prize for Literature and the 2013 Camões Prize for Literature, one of the most prestigious international awards honoring the work of Portuguese language writers (created in 1989 by Portugal and Brazil).

An international jury at the Zimbabwe International Book Fair called his first novel, Terra Sonâmbula (Sleepwalking Land), "one of the best 12 African books of the 20th century."

In April 2007, he became the first African author to win the prestigious Latin Union Award of Romanic Languages, which has been awarded annually in Italy since 1990.

Stylistically, his writing is heavily influenced by magical realism, a style popular in modern Latin American literature, and his use of language is inventive and reminiscent of Guimarães Rosa.

Português)
Filho de portugueses que emigraram para Moçambique nos meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo).
Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985.
Em 1983 publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Dois anos depois demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

Além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué.

Na sua carreira, foi também acumulando distinções, como os prémios Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra), Mário António/Fundação Gulbenkian (2001), União Latina de Literaturas Românicas (2007) ou Eduardo Lourenço (2012). Ganhou em 2013 o Prémio Camões, o mais importante prémio para autores de língua portuguesa.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
561 (28%)
4 stars
841 (42%)
3 stars
469 (23%)
2 stars
91 (4%)
1 star
17 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 116 reviews
Profile Image for Vasilis Manias.
381 reviews101 followers
June 6, 2020
Αν και μου το σύστησε έντονα και με πάθος ο βιβλιοπώλης μου ως «τρομερά πρωτότυπο κείμενο που τον καθήλωσε» και με τον βιβλιοπώλη μου σχεδόν πάντα συμφωνούμε για τα βιβλία που διαβάζουμε, εγώ δεν κατάφερα να μπω ποτέ στο πνεύμα αυτού του βιβλίου, η παρθενική μου επαφή με την Αφρικανική λογοτεχνία μπορώ με βεβαιότητα να πω πως καταγράφεται μεν ως σουτ στην εστία, χωρίς όμως να μπει γκολ.
Καλογραμμένο, φροντισμένο, στολισμένο με ωραίες πολύχρωμες εικόνες, από ένα σημείο όμως ξεκινάνε και γίνονται πάρα πολλές αυτές οι εικόνες, εικόνες παράλογες και μυστηριακές, πλημμυρισμένες με βουντού και μάγια και στρατιώτες που ανατινάζονται χωρίς αίματα και ίχνη με μόνο απομεινάρι το κομμένο τους πέος, και γυναίκες με πανίσχυρα πνεύματα που δε γερνάνε ποτέ, και περισσότερα πιο σκοτεινά βουντού, και ανθρώπους που μιλάνε ως βουνά σάρκας χωρίς κόκκαλα, και ξανά μάγια και πάλι ματωμένα βουντού και προσευχές στο επέκεινα και...
Παραφορτωμένο για τα γούστα μου και την αναγνωστική μου εμπειρία με το είδος, δυστυχώς δε μπήκα και εγω στο κλίμα γρήγορα, και μετά τη μέση ειδικά δεν είχε πια και νόημα να προσπαθώ οπότε και εγώ από τη μεριά μου αποδέχτηκα νωρίς την ήττα μου και σταμάτησα να παλεύω.
Το τελείωσα βέβαια. Αλλα δεν το απόλαυσα όσο στην αρχή υπολόγιζα και ήθελα.
Έτσι είναι όμως το σπορ της ανάγνωσης.
Δεν αποητευόμαστε.
Προχωράμε.
Profile Image for Beatriz Sertório .
122 reviews59 followers
July 7, 2016
Apaixonada pela forma mágica como se pode escrever sobre um país em crise e traumatizado pela guerra ... Quero ler muito mais Mia Couto!
Profile Image for Suellen Rubira.
950 reviews89 followers
November 19, 2018
A guerra, o pós-guerra e os efeitos da colonização suavizados por ritos, mitos, provérbios e sabedoria popular. Mia Couto é sempre uma leitura necessária.
Profile Image for Rute.
60 reviews1 follower
November 8, 2018
“Quando nascemos sabemos tudo, mas não lembramos nada. Depois, crescemos, vamos ganhando lembrança e encolhendo sabedoria”
Profile Image for Tomás ☁️.
271 reviews78 followers
October 4, 2024
me he leído un libro en portugués sou taaaao intelectual
Profile Image for Rhys.
Author 325 books320 followers
June 24, 2019
One of the best Couto books I've read so far. The extraordinary prose, lyrical and luminous and strange, yet muscular, is enthralling; and the story itself is also utterly absorbing. This is a darkly comical satire on the consequences of the ending of a protracted civil war and the attempts of a ravaged country to become reacquainted with the wider world. Couto has a remarkable style and technique, a little like an African Marquez but wholly original in spirit. One of my favourite authors. A superb novel in every way!
Profile Image for Edwin.
8 reviews1 follower
February 17, 2016
The central image of this novel is that of an explosion. The plot of the novel is driven by explosions. The novel opens with an explosion, and in a masterful reworking of the murder mystery genre, Mia Couto harnesses: the reader’s curiosity over the motive behind the (explosive) crimes; their desire to understand the (explosive) phenomena, and; their indignation over the (explosive) death of innocents. This is what entices us to begin, and continue, reading.

Mia Couto also taps into an extraordinarily powerful vein of historical memory, at least insofar as Moçambique, the author’s homeland, is concerned. For years following the end of the civil war, his country was ravaged by the legacy of landmines sown in the beautiful landscape of east-Africa. Innocent civilians continued to die even when the national and international politics that had instigated the war ceased to be relevant or, in other words, by the time the cold war ended and imperialism had (or should have) become a thing of the past.

In this novel, the explosion is a shocking reminder of the consequences of men’s actions, the butterfly effect with which history is permeated.

And yet, the novel’s principal focus is not the explosions of the past, but the explosions of the present, or as the narrator puts it: “Não tínhamos entendido a guerra, não entendíamos agora a paz” (p. 110).

The most obvious modern issue tackled in these pages is the neo-colonialism inflicted on Tizangara (a Moçambican microcosm and, in turn, an African one) by outsiders, working through NGOs and international organizations like the U.N., attempting to impose order from outside instead of allowing it to grow, organically, from inside. As an example of such externally imposed order, for example, see the orders of the U.N. representative initiating the investigation into the explosions:

…não quero estórias nem lendas […] O seu governo está a receber muito. Agora são vocês a dar qualquer coisa em troca. E nós queremos uma explicação plausível! […] Não quero blá-blá, estou cansado de folclore. (p. 30)

In return for the aid donated by developed nations, the African narratives – the “stories and legends”, derided as “blá-blá” and “folklore” – must be supressed and replaced by a “plausible explanation”, or a narrative acceptable to organizations like the U.N., dominated by foreigners. The Western donor-countries thus “purchase” conformity to a frame of reference that suits them, at the expense of the creative process of self-definition that is practised spontaneously in the local culture.

Mia Couto, however, is not clumsy enough to demonize international organizations as the source of all Moçambican ills. On the contrary, he does what few in the developed world are willing to do; he treats the Moçambican people as grown-ups responsible for their own problems. Some of the characters in the novel, most notably Sulplício, are willing to accept that responsibility: “Isso que ele atacava era não um país de fora, mais uma província de si”. (p. 136) He acknowledges that, if the Moçambican people are being subjugated, it is because they cannot stand up for themselves: “Matar o patrão? Mais dificil é matar o escravo que vive dentro de nós”. (p. 137) Zeca Andorinho, another character whose intimacy with the African tradition is equally pronounced, makes a similar point:

Falam muito do colonialismo. Mas isso foi coisa que eu duvido que houvesse. O que fizeram esses brancos foi ocuparem-nos. Não foi só a terra: ocuparam-nos a nós, acamparam no meio das nossas cabeças (p. 154)

The use of the reflexive in the quoted sentences is revealing; the white man has “occupied” them internally, “setting up camp” in their heads. In near-tautological fashion, Andorinha stresses the concept of an external occupation that becomes a self-imposed, internal one: “ocuparam-nos a nós”.

The “white man” in question is no longer the imperialist European, but a figment of the African imagination. It is a fiction that all Africans know to be a fiction, and yet it is acted out for foreigners, theatrically, flatteringly, in order to perpetuate an hierarchy of dependency that is lucrative for some, but devastating for others:

Era preciso mostrar a população com a sua fome, com suas doenças contaminosas […] A nossa miséria está render bem. Para viver num país de pedintes, é preciso arregaçar as feridas, colocar à mostra os ossos salientes dos meninos […] Estrangeiro de fora ou da capital deve poder apreciar toda aquela coitadeza sem despender grandes suores. (p. 75)

Tizangara, Moçambique, Africa: all are fractured into those who suffer from “hunger”, “contagious diseases”, “wounds”, “protrusive bones”, and those who profit from such “coitadeza”, such “pitifulness”. This is the second major issue tackled by Mia Couto: the parlous state of African leadership, its self-interestedness and corruption embodied in Estêvão Jonas, the local administrator, who appropriates the generator of the local clinic for his own personal use, and swipes the local ambulance to facilitate his son’s drug-smuggling business. In this novel, an old observation is once again given voice:

[…] na minha vila, havia agora tanta injustiça quanto no tempo colonial. Parecia de outro modo que esse tempo não terminava. Estava era sendo gerido por pessoas de outra raça. (p. 110)

The difference is that Mia Couto somehow manages to proffer a means of overcoming the fracturedness of the African nation, of bringing together the pieces that were scattered in the historical explosions of colonization, civil war and subsequent socioeconomic inequality. His suggestions are not simple. In fact, they can only be identified by examining the fabric of the novel itself, its “tissue of quotations”, and treating it as an allegory for life.

To begin with, we must examine the objective identified by the author:

[…] a terra é um ser: carece de família, desse tear de entrexistências a que chamamos ternura. (p. 110)

In order to achieve reunification, or peaceful co-existence, “tenderness” must act as a loom that weaves human beings to each other, as well as to the land they occupy. The image is universal, since “terra” can be translated variously as land, earth, country, or the world itself. Humans are “beings” – and so is the earth (“um ser”) – and in this quality of “existence”, they depend on each other, they are “inter-existences” (“entrexistências”). It is a concept that is expressed differently, and (characteristically) quite simply, by Sulplício: “Na nossa terra, um homem é os outros todos” (p. 140)

The first step to achieving this interdependence (a higher goal than the “independence” that was their first ideal) is for people to understand each other. This is more difficult than it might sound at first, because each person speaks a different language and forms unique opinions, which he/she takes to be the sole truth. The teleological/linear structure of the murder mystery genre is based on the premise that these opinions can be sifted through, that there is a singular, God-like “truth” to be found amidst the chaff. This is the task that Massimo Risi, an Italian, sets himself.

The reality, however, is that there is no singular “truth”, leaving Massimo Risi and others (often humourously) at a loss: “Eu posso falar e entender. Problema não é a língua. O que eu não entendo é este mundo daqui”. (p. 40) The climax of his confusion arrives towards the end of the novel when his reports (including photos) attempting to summarize and explain the occurrences in Tizangara spontaneously erase themselves: “…papéis em branco […] papéis de fotografia, mas em branco. Era esse o mistério – aqueles papéis e aquelas imagens não eram virgens.” (p. 144)

Indeed, throughout the novel, the investigation – the quest for an objective truth – clashes with a traditional and stoical acceptance of man’s ignorance, for which the narrator’s parents are the chief exponents: “Veja você, meu filho, já apanhou mania do brancos! […] Você quer entender o mundo que é coisa que nunca se entende”. (p. 46) As the novel progresses, a heteroglossic mass of subjectivity begins to overwhelm the narrator as well as the reader, the reminders of which flood into the text: “…a verdade tem perna comprida e pisa por caminhos mentirosos” (p. 105) / “Afinal, tudo é crença” (p. 163). Even Massimo Risi begins to be convinced by the advice offered to him by Chupanga:

O senhor pergunta de mais. A verdade foge de muita pergunta […] Sabe o que devia fazer? Contar a sua estória. Nós esperamos que vocês, brancos, nos contam vossas estórias. (p. 106)

The personification employed in this passage conveys the point clearly: “truth runs away from too many questions”. Questions are the tools of an interrogator; they place arbitrary restrictions on the expression of human reality in its entirety, by limiting the respondent to the subjects defined by the questioner. Stories, on the other hand, contribute on each occasion a little more detail to our understanding of the story-teller, adding dimensions and view points ad infinitum.

As he begins to live – to fall in love with Temporina and to listen to those with whom his life is now intertwined – Massimo Risi comes to understand the importance of all stories including his own, each of which is only one thread of subjectivity making up the fabric of the novel, as well as that of the world with all its imperfect beings, be they prostitutes (Ana Deusqueira), unorthodox priests (padre Muhando), witch doctors (Zeca Andorinho), mentally disabled youths or pre-maturely ancient non-virgins (Temporina).

An increased empathy with the other characters in the novel, a more refined understanding of his peers, an ear open to the concerns of others, all contribute to Risi’s realization that the explosions do not necessarily have a material explanation, but rather represent the varying anxieties of each and every inhabitant of Tizangara.

To the village prostitute Ana Deusqueira, for instance, they are a curse transmitted sexually by women – “Somos nós, mulheres, os engenhos explosivos” (p. 83) – and are comparable, as such, to the sexually transmitted diseases (including AIDs) that would preoccupy any African woman in the same line of business. To her, the explosions become a kind of psychological self-defense mechanism, set in a twisted, imaginary realm in which a vulnerable woman of her standing can conceive herself as powerful: “Nós temos poderes, o senhor sabe”. (p. 83)

Deusqueira’s explanation is not only a symptom of her fears, but also reveal her deepest desire, to be loved monogamously. According to her, the explosions are provoked by the jealousy of men:

Obra dos homens, ciumeiras deles que não querem ver mexidas as mulheres da terra. E eu, Excelência, eu até me sinto orgulhada nesses ciúmes deles. É que nunca eu fui de ninguém. Nunca. (p. 85)

Here, once again we encounter the word “terra”, this time presented gramatically as “that to which women belong”. This sense of being the possession of the “terra”, as well as the posited jealousy of men who, via the terra, are supposed to feel a sense of possession over her, allow Ana Deusqueira to momentarily overcome the loneliness of being a prostitute, which is ultimately emphasized by the repeated negatives: “nunca […] Ninguém. Nunca.” Reciprocally, her intimacy with men attunes her to their concerns, to the epidemic of inferiority unleashed when they are exposed to the superior purchasing power (and consequent desirability) of white men: “[…] suas riquezas, ostentadas só para fazer suas esposas tontearem.” (p. 146) The conclusion to be drawn from this passage is that, far from being numbed by her frequent sexual encounters, Deusqueira both craves “ternura” and dispenses it through her relation with the “terra” and the men of the “terra”.

It is obvious, from the above, that this is a novel in which sex, for which the prostitute is the most potent symbol, is not the sinful practise that Christian imperialists once denounced, but rather makes part of the tenderness within the global family previously identified as the “tear de entrexistências”. Massimo Risi’s mother was a prostitute. Temporina’s wrinkles are considered a divine punishment for being a virgin (in a neat inversion of Christian morality): “Castigaram-me porque se passaram os tempos sem que nenhum homem provasse da minha carne” (p. 62).

Massimo Risi, moreover, is only able to enlighten himself when his relationship with Temporina is consummated and when she teaches him to treat the “terra” in which he finds himself as if it were her body:

Desculpa, Massimo, mas você não sabe andar […] Não sabe pisar: Não sabe andar neste chão […] pise como se fosse sobre um peito de mulher. (p. 68)

Here, a simile links the sexualized breast of a women with the “terra”, and Massimo is taught how to love the earth as he loves Temporina, both spiritually and carnally. In this quotation, as in the following one, “mulher”, “terra” and “gente” become interchangeable concepts, linked to each other like the branches of a tree to its roots: “A terra guarda a raiz da gente. Mas a mulher é a raiz da terra”. (p. 200) Tenderness, is universalized, passing through roots and branches like water, and crucially, in the form of protection, it reaches Massimo when he finds himself in a field full of landmines:

Se ele ficara inexplodível era porque beneficiara de uma bondosa protecção. Sobrevivera graças a um amor. (p. 176)

As all of his friends call for him to stop running – “Pare, Massimo, esse caminho está minado!”– Temporina calls for him to walk – “Caminhe como lhe ensinei”– and he passes over to the other side, “como Jesus se deslocou sobre as águas” (p. 200). The last simile is the most formidable, evoking salvation and the universal love of Christ, but never removing us from the African field across which he traverses.

But the novel does not end there, because there is one more explosion waiting to happen. This last explosion is different, and can only be understood in conjunction with the second, recurring image of the novel: the flight of the flamingo; “o primeiro poente” (p. 115); “o ultimo voo do flamingo”. As we reach the final pages, we begin to sense that it is too late for salvation, because there is insufficient tenderness and love: “Faltava gente que amasse a terra. Faltavam homens que pusessem respeito nos outros homens.” (p. 206) With a growing sense of urgency, we are informed that, indeed, the “terra” has disappeared before our eyes:

Foi num súbito: acordei em sobressalto. É que no meu rosto senti o quente bafo das infernezas. Olhei para o lado e quase desfaleci: ali mesmo, onde estava a terra, não havia nada senão um imenso abismo. Já não havia paisagem, nem sequer chão. Estavamos na margem de um infinito buraco. (p. 215)

Instead of salvation, there is hell: an “immense abysm”, an “inferno”, an “endless hole”. The sun sets, the flamingo flies, and Sulplício, who loved the “terra” that has now disappeared, flies with it, to the place where all is light: “lá onde tude é luz. Mas nunca chega a ser dia.” (p. 114) Massimo and the narrator are left behind, feeling, for the first time, fraternity in their loss: “Pela primeira vez, senti o italiano como um irmão nascido na mesma terra”. (p. 220)

The novel closes, and we are left wondering, with the narrator, whether all is lost, whether that was indeed the last sunset: “…me perguntei se a viagem em que tinha embarcado meu pai não teria sido o último voo do flamingo”. Our only hope is in the song of the narrator’s mother, imploring for another sunrise, and the conviction previously expressed by Zeca Andorinho: “Temos que secar a luz de um sol que ainda não há. Esse sol só pode nascer dentro de nós”. (p. 154)

After a false dawn, we find we have experienced a very real dusk, and only in the internal energy of man is there potential for the sun to return. Perhaps one day, Mia Couto seems to say, with our hopes and our own convictions, we can bring another dawn, and the flamingo will return. Maybe then, he dares to whisper, we will have learnt to treat with love and tenderness the “terra” and its people, knowing what it is to lose them.
Profile Image for Mariana Simões.
13 reviews
August 16, 2025
um maravilhoso livro sobre o pós-guerra em moçambique, as nações unidas e pénis.
Profile Image for Xabier Cid.
Author 3 books35 followers
October 19, 2021
Every book by Mia Couto is terribly similar to the previous one. If you love them as I do, you would enjoy this one too; but if you found other works boring or annoying (I wouldn't be shocked at all) this Flamingo will do it too.

A few characters move around a quite magical event, and they talk, very poetically, about fantasy and reality, dream and vigil, past and future, ancestors and oblivion, life and death That conversation, sometimes placid, sometimes angry, happens in liminal locations: a cliff edge, a road's side, a veranda's railings... In this novel, perhaps, a more prevalent discourse on the 'nation' and who is to be blamed for the situation of Mozambique, but quite far from the grounds of a historical or political novel.

Language, as always, is a feast. I would love to meet real Mozambicans to learn how much of this is Couto's invention and what is just popular creation. Even those new words created by repetition, which I guess is a process occurring generally in the contact between Bantu and Indoeuropean languages, could be just a literary effect, invented only in the context of this book. Or perhaps is just the other way round and he's just copying what is happening in Beira or Maputos' streets.
Profile Image for bat.
43 reviews9 followers
January 19, 2020
powieść Mia Couto byla niezwykle... dziwnym przeżyciem. cała ta książka była bardzo nietypowa. obrazuje to fabuła; niekonwencjonalna, niekiedy logiczna i przejrzysta, przeplatana z abstrakcyjnością. trzeba też uwzględnić specyficzną narrację: niby pierwszoosobowa, ale-jednak-nie-do-końca.

ciężko mi cokolwiek napisać na jej temat, było w niej pełno różnych symboli, metafor i przenośni, że w niektórych momentach ciężko było się w tym wszystkim zorientować.

połączono fantastykę z codziennością ludu afrykańskiego: ukazano ich obrzędy, wiary i czary jako coś na porządku dziennym (co dla przejezdnych było abstrakcją). pokazano tutaj jak europekczycy, tworząc nowe wojny, pod przykrywką demokracji wyniszczają tubylców. oraz oczywiście do miłości do ziemii ojczystej; jak zaniedbanie jej może spowodować, że ją stracimy.

książka daje do myślenia, jednak nie mogę przyznać że jestem zachwycona. gdyby nie to, że miałam ją przeczytać na mdkk pewnie nigdy bym po nią nie sięgnęłam; nie są to moje klimaty.

mimo to, mogę szczerze przyznać jej 2.5 (prawie 3) gwiazdki.
Profile Image for Old Man JP.
1,183 reviews75 followers
January 3, 2022
Reading Mia Couto can be a real trip. That's especially true for this book. It's about some United Nations peacekeepers mysteriously disappearing from apparent explosions, leaving no trace but a blue helmet and, how can I put it, a penis. A young translator is assigned to a UN official who has come to investigate the situation and this leads to a very disorienting series of magical happenings. Couto seems to always include a lot of mysticism in his books but this one goes beyond that and is almost hallucinogenic. I really enjoy reading Couto, he writes in very poetic lyrical prose with great imagination.
Profile Image for Carmen.
2,777 reviews
September 22, 2020
Acepté su palabra como la de alguien mayor que yo. Frente a la neblina, en esa espera, me pregunté si el viaje en el que había embarcado mi padre no habría sido el último vuelo del flamenco. Aun así, me quedé quieto, sentado. A la espera de otro tiempo. Hasta que oí la canción de mi madre, esa que ella entonaba para que los flamencos empujasen el sol desde el otro lado del mundo.


¡Realmente fantástico! Recomendadísimo.

(Algunos lo comparan con García-Márquez pero yo lo encuentro más del estilo de Torrente Ballester)
Profile Image for Vasileios Diakovasilis.
Author 5 books45 followers
March 7, 2021
Ένα βιβλίο, που διάβασα τώρα τελευταία, είναι το εικονιζόμενο, από έναν συγγραφέα, τον MIA COUTO, λευκό στο χρώμα αλλά αλλά με αφρικανική ψυχή.
Γράφει στα Πορτογαλικά την επίσημη γλώσσα της Μοζαμβίκης αλλά την πλουτίζει με πλήθος λέξεων και εκφράσεων από τις γλώσσες των αυτοχθόνων φυλών. Αλλά αν δεν ψάχνουμε σώνει και καλά το χρώμα στη λογοτεχνία, η γλώσσα δεν μας αφήνει ασυγκίνητους. Τα πορτογαλικά μιλιούνται σε πλήθος χωρών, συνέπεια του αποικιοκρατικού παρελθόντος αυτής της μικρής, σήμερα, ευρωπαϊκής χώρας. (πλην της Πορτογαλίας και Μοζαμβίκης, μιλιούνται σε Βραζιλία, Αγκόλα, κ.α.). Για σκεφτείτε το μέγεθος των πιθανόν αναγνωστών, στην πρώτη έκδοση. Ο ίδιος ο συγγραφέας αυτοπροσδιορίζεται: "Είμαι λευκός αλλά είμαι Μοζαμβικανός." Αλήθεια, μέσα από ποιες διεργασίες, και πόσο εύκολο είναι σε κάποιον να απορρίπτει την καταγωγή των εξόριστων Πορογάλων γονέων του, από την δικτατορία του Σαλαζάρ (1); Μετά την ανεξαρτησία της Μοζαμβίκης το 1974, αυτός δεν ακολούθησε του 1.000.000 συμπατριώτες του που επέστρεψαν στην Πορτογαλία. Είχε βρει τη δική του Πατρίδα και έμεινε εκεί να την υπηρετήσει. Κύρια εργασία του ω�� βιολόγος, είναι σε ένα θαλάσσιο πάρκο αλλά και η συγγραφική του ιδιότητα είναι ιδιαιτέρως σημαντική. Ήταν εύκολο; Ασφαλώς και όχι! Η χώρα του, όπως και οι άλλες πρώην αποικίες που απέκτησαν την ανεξαρτησία τους, δυσκολεύτηκαν να βρουν τον βηματισμό τους προς τη δημοκρατία. Ένας αιματηρός εμφύλιος ακολούθησε της ανεξαρτησίας ενώ η διαφθορά ήταν πανταχού παρούσα. Σήμερα υπάρχει πολυκομματική δημοκρατία, τα προβλήματα φτώχειας όμως είναι πολύ έντονα.
Στο μυθιστόρημα αυτό, που δημοσιεύτηκε το 2000 διακρίνουμε την αγωνία του συγγραφέα για το μέλλον της πατρίδας του.
Είναι η περίοδος που έχει τελειώσει ο εμφύλιος και οι δυνάμεις των κυανόκρανων του ΟΗΕ, αποβιβάζονται στη χώρα με σκοπό να επιτηρήσουν την ειρήνη. Όταν σε ένα στρατόπεδο τους, αυτοί αρχίζουν να εκρήγνυνται με μυστηριώδη τρόπο. Εξαερώνονται πλήρως εκτός... από τα πέη τους που βρίσκονται, χωρίς ζημιά, σε κάποια απόσταση από την έκρηξη. Για την διαλεύκανση της υπόθεσης στέλνεται στην περιοχή ο Ιταλός λοχαγός Ρίζι, ο οποίος γενικά δυσφορεί με όλη αυτή την υπόθεση που του ανατέθηκε. Δίπλα του, ορίζεται ένας μεταφραστής, ο οποίος είναι κι αυτός που αφηγείται την όλη ιστορία, Υπογράφει ως "Ο μεταφραστής της Τιζανγκάρα" .
Στις ανακρίσεις που ακολουθούν, μία σειρά προσώπων δίνουν τις δικές τους ερμηνείες. Άνθρωποι της εξουσίας, ο χριστιανός ιερέας, ο μάγος με τη σοφία των παραδόσεων, η γνωστότερη μάγισσα και πόρνη της περιοχής.
Σε όλους κυριαρχούν τα βασανιστικά ερωτήματα για την κατάντια της χώρας τους και όλοι τους βλέπουν την κατάσταση με την δική τους γνώση, εμπειρία και συμφέροντα.
Θα σταθώ στην "απολογία" του μάγου Αντουρίνιου, ο οποίος ρίχνει όλη την ευθύνη στους ξένους, που για χρόνια καταπατούν τη χώρα του.
Λέει: "Ακούστε με, κύριοι, εγώ πορεύομαι στη ζήση μου έτσι, στο πρόχειρο, τσιμπολογώντας ό,τι βρω από τα σπλάχνα του μέλλοντος. Γιατί εδώ, στην κωμόπολη μας, δεν έχουμε εγγύηση από κανέναν. Ούτε και η γη, που είναι αποκλειστική ιδιοκτησία των θεών, ούτε και η η γη δεν μπορεί να ξεφύγει από τα κέρδη. Τίποτα δεν είναι δικό μας τη σήμερον ημέραν. Καταφθάνει ένας οποιοσδήποτε ξένος (2), από τη χώρα μας ή απέξω, και μας τα παίρνει όλα και φεύγει, μια και έξω. Μέχρι και το χώμα μας: το παίρνουν και φεύγουν. Δώστε βάση σε αυτό που σας λέω, έχω κάνει αυτοψία: δεν έχω εμπιστοσύνη σε κανέναν τους, μας ωθούν σε αβέβαιο τόπο και χρόνο".
Παρακάτω ο ίδιος επιρρίπτει την αποκλειστική ευθύνη της ανόρθωσης της χώρας του, στους αυτόχθονες κατοίκους της:
"Πολύ λόγος γίνεται για την αποικιοκρατία. Εγώ πολύ αμφιβάλλω αν υπήρξε κάτι τέτοιο. Αυτό που έκαναν εκείνοι οι λευκοί ήταν να μας κατακτήσουν. Όχι μόνο τη γη, κατέκτησαν εμάς τους ίδιους, στρατοπέδευσαν μέσα στα κεφάλια μας. Είμαστε ξύλο που μούλιασε μέσα στη βροχή. Τώρα, ούτε φωτιά παίρνουμε ούτε σκιά δίνουμε. Πρέπει να στεγνώσουμε στο φως ενός ήλιου ανύπαρκτου ακόμα. Κι αυτός ο ήλιος μόνο μέσα μας μπορεί να γεννηθεί."
Υπάρχουν και οι τρυφερές στιγμές στην όλη τη διήγηση του μεταφραστή της Τιζανγκάρα. Μια πολύ όμορφη αφήγηση του ίδιου για την σύλληψη του, την οποία άκουσε από τον πατέρα του:
"Κάθε φορά που αυτός με τη μητέρα μου άρχιζαν τα ζαχαρώματα, κι ενόσω το έκαναν, ο ουρανός πάντα ξεσπούσε σε νεροποντή. Χαλασμός κόσμου, και το ζευγάρι δεν έλεγε να ξεκολλήσει αφήνοντας τις αγάπες. Λες και δεν υπήρχε κόσμος ούτε βροχή. Είχαν τους λόγους του: εδώ και χρόνια, χωρίς καμία διακοπή, έφτιαχναν το πρώτο τους το παιδί. Έλεγαν πως κάθε φορά που έσμιγαν τα κορμιά τους, έφτιαχναν κι ένα κομμάτι απ΄το κορμάκι του αναμενόμενου.
-Απόψε θα φτιάξουμε τα μάτια του.
Και για να είναι αυτά το προϊόν εκείνης ειδικά της νύχτας, διάλεξαν να κάνουν έρωτα στο φεγγαρόφωτο."
Ένα βιβλίο, που στην αρχή σε ξενίζει, ίσως και να σε δυσκολεύει ακόμα να αντιληφθείς πιο είναι το διακύβευμα της όλης υπόθεσης, αλλά όσο προχωράς αντιλαμβάνεσαι τα μεγάλα διλήμματα των λαών που ξαφνικά καλούνται να διαχειριστούν την ελευθερία τους.
Το βιβλίο των εκδόσεων Gutenberg της σειράς ALDINA, έχει εκδοθεί στο πολυτονικό σύστημα, πράγμα που στην ανάγνωση μου περνούσε απαρατήρητο. Ίσως κάποιοι βαθύτεροι μελετητές της γλώσσας να βρίσκουν ένα ενδιαφέρον στα τονικά σημεία, αλλά στον απλό αναγνώστη, που διαβάζει για να απολαύσει μία ιστορία, δεν του λένε και πολλά πλέον.
Profile Image for mrzokonimow.
257 reviews18 followers
August 14, 2021
Refleksyjna i momentami gorzka, a jednocześnie pełna niebanalnego humoru opowieść, ozdobiona barwnymi afrykańskimi przypowieściami. Podobnego stylu, klimatu i nasycenia subtelną magią próżno szukać we współczesnej literaturze europejskiej. Warto!
Profile Image for Marta Camoesas.
2 reviews
February 27, 2020
.
"- Atropelada ou Atropilada?
- Coitado, o gajo ficou manco central!"
Ri-me.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Joy.
128 reviews1 follower
May 22, 2023
Different, a bit weird. 3,5
Profile Image for Giuseppe Palacino.
38 reviews2 followers
August 1, 2025
Este libro me tocó de una forma inesperada. Lleno de misticismo y de creencias locales, te lleva por un país -que pueden ser muchos, incluso de Latinoamérica- en donde los salvadores se convierten en verdugos. Enlata de forma mágica una tragedia que ocurre en todos aquellos países a los que llega la ayuda humanitaria y en donde se cree que el primer mundo es el que sabe cómo arreglar las cosas, dejando de lado y pordebajeando a las comunidades. Cinco aclamado!
Profile Image for Italo Aleixo De Faria.
135 reviews2 followers
September 16, 2020
No magistral Omeros de Derek Walcott, o assunto abordado é a ausência de uma identidade nacional, a falta de raízes que deixa o povo a deriva. Algo similar ocorre na obra de Mia Couto, mas a identidade nacional ancestral foi roubada, as raízes ainda estão lá mas a árvore foi cortada.

Em Tizangara, um vilarejo fictício no coração da África soldados das Nações Unidas começam a explodir misteriosamente. A trama conta a história de um emissário italiano enviado para investigar o caso e que acaba mergulhando na política e vida cotidiana local. O realismo mágico foi concebido como uma resposta ao fantástico europeu para mostrar a estranheza com que os Europeus viam a América Latina e é exatamente essa estranheza para com o diferente que vai nortear a jornada do enviado em Moçambique.

Gosto de ver a obra de Couto como um realismo mágico que dialoga com os de Gabriel Garcia Márquez e Juan Rulfo, mas com um estilo próprio da África (animista). Personagens, crenças e meandros da história se mesclam num insólito onde o mundo dos sonhos, dos mortos e a natureza andam de mãos dadas e tanto os animais, as plantas quanto os espíritos são pilares fundamentais da trama.

Um aspecto poderoso da obra de Couto é a violência (aqui os ecos de Pedro Páramo se fazem presentes), é a história de Moçambique que passou pela colonização, a luta pela independência e uma guerra civil sanguinolenta, é a história da África. As explosões absurdas são tão misteriosas quanto a localização das milhares de minas terrestres espalhadas pelo território até hoje.

Os personagens são um povo que teve sua história roubada, que se apegam a um passado que lhes foi tomado a força. A desilusão com o mundo, desapego com a realidade e o amortecimento psicológico perante à violência, criam um cenário isolado no meio das savanas, uma cidadezinha onde o tempo esqueceu de passar (ou se cansou) e os "caminhos para longe dali" surgem como uma esperança insubstancial.

Uma obra prima, de um dos maiores escritores da história da África, uma obra pesada e reflexiva sobre a violência, ganância e destruição da natureza!
Profile Image for Katerina.
91 reviews14 followers
January 11, 2022
Δεν έχω ιδέα γιατί δεν έχει ασχοληθεί περισσότερος κόσμος με αυτό το αριστούργημα από την Μοζαμβίκη. Εξαιρετική έκδοση, με κατατοπιστικό πρόλογο και πολύ ενδιαφέρον επίμετρο, ενώ η μετάφραση πρέπει να ήταν άθλος. Το βιβλίο διαπνέεται από μία ολόδική του αισθητική και προσωπικό ύφος. Μιλάει για πολύ σημαντικά και φορτισμένα πράγματα, την Αφρική, την αποαποικιοποίηση, την δημιουργία έθνους και γλώσσας, την διαφθορά και την αλλοίωση. Τα κάνει αυτά με τρόπο τόσο εύκολο για τον αναγνώστη, τόσο ευχάριστο, τόσο αστείο ενίοτε που πραγματικά δημιουργεί δέος για το ταλέντο αυτού του συγγραφέα. Μπράβο στις εκδόσεις Gutemberg για την επιλογή τους, ελπίζω να βγάλουν και άλλα βιβλία του Mia Couto στη σειρά Aldina.
Profile Image for Paulo.
56 reviews7 followers
September 15, 2014
Mia Couto é um dos melhores contadores de histórias da língua portuguesa moderna. Neste livro consegue, através de uma história fantástica e bela, ilustrar uma terra em desmonoração devido aos "vários colonialismos". Como diz Mia Couto, "contra a indecência dos que enriquecem à custa de tudo e de todos, contra os que têm as mãos manchadas de sangue, contra a mentira, o crime e o medo, contra tudo isso se deve erguer a palavra dos escritores. " Poucos o fazem como ele, no seu português fantástico que consegue esconder assuntos muitos sérios em trocadilhos e jogos de palavras.
Profile Image for Juliana.
288 reviews
September 25, 2018
2.75

Demorou uma eternidade para eu concluir esse livro. Escrita linda porém difícil de adentrar. Marquei varias passagens, varias frases maravilhosas. Porém de forma geral a história não me cativou nada.

Se eu não tivesse pegado para ler tudo de uma vez nesse final com certeza daria menos estrelas (talvez até abaixe no futuro).

Apesar de terem temas muito interessantes sendo tratados aqui esse livro me deu uma preguiça absurda e completa :/

Acho que não comecei bem com Mia Couto
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
November 24, 2012
Nas primeiras páginas fiquei encantada com as situações narradas e com a forma peculiar que Mia Couto tem de escrever inventando palavras. Cheguei a pensar que este seria um daqueles livros memoráveis, mas quando os mortos começam a falar com os vivos e a realidade a confundir-se com a fantasia, comecei a desinteressar-me e acabei por não apreciar a obra.
Profile Image for Lotta Yli-Hukkala.
508 reviews83 followers
May 7, 2022
No siis jos kirja alkaa niin, että keskelle tietä on yllättäen ilmestynyt penis, kirjan on pakko olla ainakin semihyvä. Mun suhde maagiseen realismiin on selkeästi parantumassa, sillä ihan pidin tästä ja kirja oli jopa hauska!

Lukien maailman ympäri: Mosambik
Profile Image for Mady.
1,360 reviews26 followers
March 8, 2011
First time I've read something from this author from Mozambique. Interesting to read about another culture.
Profile Image for Amanda Paz.
78 reviews
August 22, 2024
(2,7⭐️)

==========================================
Resumo

(guia do estudante)
O livro começa com uma carta do “tradutor”, que é o narrador do livro, onde ele conta os motivos que o levaram a narrar essa história. Pouco tempo depois da guerra terminar em Moçambique, alguns soldados da Tropa de paz da ONU que estavam na região começaram a explodir. Para tentar entender o que estava acontecendo, o italiano Massimo Risi é enviado à Tizangara, cidade fictícia onde se passa a narrativa, para investigar os estranhos acontecimentos. Para tanto, o governante local contrata o tradutor para acompanhar Risi em sua investigação.

Há um pênis decepado largado no chão da cidade e resolve-se fazer uma vistoria para tentar descobrir a origem do órgão ali jogado. Como ninguém sabia o que fazer, resolvem chamar Ana Deusqueira, a primeira e única prostituta de Tizangara, para reconhecer o pênis. Após olhar com ares de especialista, ela informa que o órgão não é de nenhum morador local. Todos partem e Risi dirige-se à pousada local com seu tradutor.

Lá chegando, o italiano é advertido que se aparecer um louva-deus pelo local, não deve mata-lo. Ao ir para o quarto, Risi se depara com Temporina, uma estranha mulher com belíssimo corpo de jovem, mas rosto de velha. Antes de dormir, o tradutor conta histórias de sua infância e de seu pai, o velho Sulplício, para Risi.

No outro dia, o italiano encontra Temporina no corredor e ela diz estar grávida dele, o que Risi nega, já que apenas havia sonhado com a mulher. O hospedeiro, que ouviu a conversa, entra no quarto e adverte Risi para tomar cuidado com Temporina. No meio da conversa, o hospedeiro repara que tem um louva-deus morto no chão e começou a gritar “Hortênsia! Você matou-lhe!”. Risi, sem nada entender, expulsa o homem do quarto e pede explicações para o tradutor.

Então, ele conta que naquela terra acreditava-se que um louva-deus era um ancestral morto voltando para visitar seus parentes vivos. Aquela seria Hortênsia, tia de Temporina e última neta dos fundadores de Tizangara. O tradutor então chama Temporina e pede para que essa conte sua história. A jovem conta que na realidade não tem nem vinte anos e que havia ficado com a cara cheia de rugas e velha por ter recebido castigo dos deuses, uma vez que quando jovem ela recusara todos os homens e acabou passando o “prazo de sua adolescência”. Ela resolve então conduzir Risi à casa de Hortênsia, que fora usada pelos soldados da ONU e talvez lá ele pudesse descobrir algo.

Hortênsia havia sido uma bela mulher que passava os dias na varanda de sua casa toda bem arrumada, somente para se exibir. Nunca tinha saído com nenhum homem e permaneceu sua vida toda solteira. Ao morrer, deixou tudo para um sobrinho tonto. Dizia-se que mesmo após morrer Hortênsia continuava cuidando dele e toda manhã tinha um prato de comida à mesa.

Enquanto isso, Estêvão Jonas, o governante local, escreve uma carta ao Chefe Provincial para informar o que estava acontecendo em Tizangara. Na carta em tom confessional, Jonas conta que os soldados estão explodindo, mas que ninguém sabe o porquê ainda. Além disso, diz ele que quando sua mulher o toca, suas mãos se esquentam como se fossem carvão aceso, chegando um dia inclusive a pegar fogo. Ele teme um dia explodir também.

Massimo Risi e o tradutor vão ao gabinete de Jonas para ouvir o depoimento de Deusqueira, que havia sido gravado pelo governante. A fita começa a tocar e nela a prostituta conta que os homens realmente explodem e o que causa as explosões são as mulheres. Porém, Jonas para a fita diversas vezes e não se entende exatamente o que ela sabe sobre o assunto. Até que a reunião é interrompida por outra explosão.

Sem mais saber o que fazer, Risi e o tradutor resolvem ficar andando pela cidade para se distraírem, ao que encontram o hospedeiro. Ele estava a procurar o irmão tonto de Temporina, que havia saído de casa dizendo que ia matar o italiano. Num dado momento, Risi tem uma visão de Temporina vindo em sua direção e tem um desmaio. Eles resolvem voltar para a pensão e o hospedeiro conta as histórias das primeiras explosões.

Conta ele que quando teve a primeira explosão, as pessoas acharam que ainda era a guerra e se esconderam na floresta. Lá, ele encontrou sua mãe, que lhe contou uma velha história sobre o flamingo. Num tempo em que não havia noite, era sempre dia, um flamingo disse que faria seu último voo e que iria para outra terra, a terra das estrelas. Quando o flamingo partiu, o bater das asas fundiu-se com o horizonte; até que o flamingo se extinguiu e a noite nasceu naquela terra.

No outro dia, prendem o padre Muhando, que dizia ter sido quem causou as explosões. Quando conseguiram conversar com ele, Risi e o tradutor ouvem sua história incerta e não lhe dão confiança. Eles percebem que Muhando, que vivia a xingar Deus pelas ruas, realmente enlouquecera e não sabia direito o que estava falando.

No dia seguinte, o tradutor resolve visitar seu pai e Risi pede para acompanha-lo por temer ficar sozinho. O velho Sulplício não os recebe bem e se recusa a falar com o estrangeiro. Por fim, ele acaba fazendo uma série de críticas à presença estrangeira no país, à colonização e aos dirigentes locais, que se dizem salvadores, mas também fizeram muita coisa ruim. O tradutor conta logo depois que Estêvão Jonas assumiu o comando, Sulplício, na época policial, prendeu o sobrinho de Jonas. Dona Ermelinda ficou furiosa e em um instante o moço estava solto e Sulplício é que ficou preso com as mãos amarradas. Ermelinda ainda tacou sal nas feridas e ordenou que só o soltassem no dia seguinte. Após essas histórias ouve-se uma nova explosão e Sulplício diz que essa não era uma explosão de estrangeiros, mas sim uma das explosões reais, de gente ali da terra mesmo.

Quem havia explodido era o sobrinho tonto de Hortênsia, irmão de Temporina. Risi e o tradutor foram para a cidade tentar entender o acontecido e encontraram o padre Muhando, já liberto, a praguejar contra Deus por ter deixado o moço morrer. Em seguida, encontraram o maior feiticeiro da cidade, Zeca Andorinho, que contou a eles que havia feito sobre encomenda dois feitiços para Risi. Um deles era um likaho de sapo, que faria ele inchar e explodir. O outro, um likaho de cágado, que o protegeria.

Então, Zeca Andorinho diz que fez o likaho de sapo para os homens que explodiram e começa a contar sobre eles, mas sua fala é incerta e não se sabe exatamente o que ele quer dizer com aquilo. Porém, deixa Risi avisado que, apesar de Zeca ter feito o likaho de cágado para protege-lo, o italiano deveria tomar cuidado onde pisava.

Um dia, o tradutor entra no quarto de Risi e o descobre arrumando suas malas para partir. Sem mais saber o que fazer, perdido em um labirinto, ele resolvera ir embora. Então, ele mostra uma gravação que fez de Deusqueira onde ela conta como foi quando o zambiano explodiu.

No dia seguinte o italiano sai com Temporina para ir se despedir do padre Mujando e o tradutor resolve ir à casa de Estêvão Jonas para informa-lo da partida de Risi. Chegando lá, estava uma grande confusão, pois ele gritava e xingava Ana Deusqueira dizendo que ela que havia causado as explosões. Ela, por sua vez, diz que ele é que era o culpado, pois ele desviava o dinheiro destinado para remoção das minas e plantava mais ainda para conseguir mais dinheiro. Dona Ermelinda chega e, para o espanto de todos, acode Deusqueira e expulsa Estêvão de casa.

O tradutor vai informar aos outros o que havia acontecido e Temporina decide ir se juntar à Deusqueira. Um tempo depois, ela volta dizendo que Estêvão e seu capanga, Chupanga, decidiram fugir para outro país e que iriam explodir a barreira para que a cidade toda fossem inundada e não sobrassem provas das minas. O tradutor e outros resolvem ir atrás para impedir, mas Risi deveria ficar ali, pois o negócio deveria ser resolvido por gente ali da terra. Apanharam Chupanga no meio da estrada e o levaram à Tizangara na presença de Zeca Andorinho e do velho Sulplício. Decidem não matar Chupanga, mas ele deve ir embora e levar Ermelinda junto.

Voltam Risi, o tradutor e Sulplício para casa. À noite, o tradutor vê seu pai tirar os ossos para dormir, coisa que o velho sempre disse que fazia, mas ele nunca tinha acreditado nessas histórias do pai. Dormem os três ali fora sob a árvore e, ao despertarem no meio da noite, descobrem que não há mais país. Tudo tinha sido engolido por um grande abismo. Chega, então, um barco carregando os ossos de Sulplício, que os coloca de volta ao lugar e chama Risi para ir ver onde os explodidos se encontravam. O italiano nega e Sulplício entra no barco e vai embora. Risi então escreve seu último relatório dizendo que o país havia sumido. Ele faz um avião com o papel e joga em direção ao abismo. Os dois se sentam e ficam esperando um novo barco chegar, esperando um outro voo do flamingo.


==========================================
Anotações

Sua Excelência era o administrador. Ordem daquelas não se duvida. Ouvimos, calamos e fazemos de conta que, calados, obedecemos. Nem vale a pena invocar ousadia. Existe um alguém a quem primeiro nascem os dentes e só depois os lábios? Quanto mais um lugar é pequenito, maior é o tamanho da obediência.

Entrei. Dentro havia mais fresco. No teto, uma ventoinha espanejava o ar. Eu sabia, como todos na vila: o administrador Jonas tinha desviado o gerador do hospital para seus mais privados serviços. Dona Ermelinda, sua esposa, tinha vazado os equipamentos públicos das enfermarias: geleiras, fogão, camas. Até saíra num jornal da capital que aquilo era abuso do poder. Jonas ria-se: ele não abusava; os outros é que não detinham poderes nenhuns. E repetia o ditado: cabrito come onde está amarrado.

Ana Deusqueira se aproximou dele e disse: — Morreram milhares de moçambicanos, nunca vos vimos cá. Agora, desaparecem cinco estrangeiros e já é o fim do mundo?

— A vida, meu filho, é uma desilusionista. Em fins de tarde, os flamingos cruzavam o céu. Minha mãe ficava calada, contemplando o voo. Para ela, os flamingos eram eles que empurravam o sol para que o dia chegasse ao outro lado do mundo.

Porque o ser negro — ter aquela raça — nos tinha sido passado como nossa única e última riqueza. E alguns de nós fabricavam sua identidade nesse ilusório espelho.

Para ver se Deus me escolhia e me levava. Nunca me levou. Eu sou muito negra, deve ser por causa disso que, mesmo eu ficando frente à igreja, ele nunca me escolheu.

Agora, a situação era muito contrária. Era preciso mostrar a população com a sua fome, com suas doenças contaminosas. juntar os destroços, facilitar a visão do desastre. Estrangeiro de fora ou da capital deve poder apreciar toda aquela coitadeza sem despender grandes suores.

Tenho saudades de minha casa, lá na Itália. — Também eu gostava de ter um lugarzinho meu, onde pudesse chegar e me aconchegar. — Não tem, Ana? — Não tenho? Não temos, todas nós, as mulheres. — Como não? — Vocês, homens, vêm para casa.

Com que então o major, hein? — Que quer, esposa? São questões culturais. — E apanhar no cu também é uma questão cultural? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

As ruínas de uma nação começam no lar do pequeno cidadão.

nosso corpo é feito de quê? De carne, sangue, águas contidas? Não, segundo ele, o corpo era feito de tempo. Acabado o tempo que nos é devido, termina também o corpo. Depois de tudo, sobra o quê? Os ossos. O não tempo, nossa mineral essência. Se de alguma coisa temos que tratar bem é do esqueleto, nossa tímida e oculta eternidade.

Um segredo: com Temporina, tudo era mentira. Ela não era virgem. Eu só soube depois — tinha havido um caso entre ela e o padre. WTF MANOO KKKKKKKKK

Aceitei a sua palavra como de um mais velho. Face à neblina, nessa espera, me perguntei se a viagem em que tinha embarcado meu pai não teria sido o último voo do flamingo. Ainda assim, me deixei quieto, sentado. Na espera de um outro tempo. Até que escutei a canção de minha mãe, essa que ela entoava para que os flamingos empurrassem o sol do outro lado do mundo.

O último voo do flamingo fala de uma perversa fabricação de ausência — a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticado pela ganância dos poderosos. O avanço desses comedores de nações obriga-nos a nós, escritores, a um crescente empenho moral. Contra a indecência dos que enriquecem à custa de tudo e de todos, contra os que têm as mãos manchadas de sangue, contra a mentira, o crime e o medo, contra tudo isso se deve erguer a palavra dos escritores.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Displaying 1 - 30 of 116 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.