(Belo Horizonte, 1960) Poeta, músico, produtor cultural, artista plástico e editor. Autodidata, atua em diversas áreas, sobretudo nas poéticas experimentais com a voz. Faz sua estréia na poesia em 1992, com o livro Festim. Em Belo Horizonte, é curador do Festival de Arte Negra - FAN, e coordena projetos como 30 Anos da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, Tricentenário de Zumbi e a Bienal Internacional de Poesia. Faz curadoria de diversas exposições, como Sebastião Nunes: 30 Anos de Guerrilha Cultural e Estética de Provocaçam. Com Adyr Assumpção (1958) monta vários espetáculos multimeios como Jogo de Guerra - Malês, em 1990, Desconcerto Grosso - Poemas de Gregório de Matos, em 1996, e Canudos, Sertão da Bahia, 1897, em 1997. Edita a revista Roda - Arte e Cultura do Atlântico Negro, pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Seus poemas revelam forte afinidade com o movimento concretista e com a etnopoesia. Com visão crítica da realidade, Aleixo faz poesia social, mordaz, seca e irônica. Junta-se a isso seu trabalho de agitador cultural que leva a poesia à integração com outras formas de arte como o teatro, a música e a dança. [Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural]
Putas, como os deuses, vendem quando dão. Poetas, não. Policiais e pistoleiros vendem segurança (isto é, vingança ou proteção). Poetas se gabam do limbo, do veto do censor, do exílio, da vaia e do dinheiro não. Poesia é pão (para o espírito, se diz), mas atenção: o padeiro da esquina balofa vive do que faz; o mais fino poeta, não. Poetas dão de graça o ar de sua graça (e ainda troçam na companhia das traças de tal “nobre condição”). Pastores e padres vendem lotes no céu à prestação. Políticos compram & (se) vendem na primeira ocasião. Poetas (posto que vivem de brisa) fazem do No, thanks seu refrão.