Um épico latino-americano de interesse universal. Maior confronto armado da história da América do Sul, a Guerra do Paraguai é uma página desbotada na memória do povo brasileiro. Passados quase 150 anos das últimas batalhas deste conflito sangrento que envolveu Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o tema se apequenou nos livros didáticos e se restringiu às discussões acadêmicas. Neste livro, fruto de pesquisas históricas rigorosas, mas escrito com o ritmo de uma grande reportagem, o leitor poderá se transportar para o palco dos acontecimentos e acompanhar de perto a grande e trágica aventura que deixou marcas profundas no continente sul-americano. Por uma narrativa repleta de lances surpreendentes, desfilam não apenas os governantes e líderes militares dos países diretamente envolvidos no conflito, que em momentos alternados viveram papéis de heróis e vilões, como ganham luzes as ações e os dramas de figuras menos conhecidas, mas igualmente fascinantes: a ardilosa amante do líder paraguaio Solano López; religiosos implacáveis; combatentes submetidos a dores e privações; mulheres e crianças testadas no limite da bravura; e escravos que viram na guerra o caminho para a liberdade. O livro também se ocupa de discutir (e algumas vezes desfazer) os mitos criados ao sabor dos ventos ideológicos que sopraram sobre o continente em diferentes períodos desde então.
Jornalista, Luiz Octavio de Lima atuou nas redações de O Globo, Folha de S. Paulo, Veja, O Estado de São Paulo, Época e Exame. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2015 com o livro Pimenta Neves, uma reportagem. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 2009. Também organizou os livros O Xingu dos Villas Boas e Maracanã, um lugar na História.
De início a narrativa se mostra um tanto romântica, porém com o desenvolvimento e desenrolar dos fatos, o narrador torna-se mais realista, mais surpreso pelas ações e acontecimentos traumáticos, em certos casos absurdos, desta mórbida e triste etapa da evolução Sul-americana. E o pior é termos ate hoje, entre todos os envolvidos, menções a heróis e mártires de uma guerra desleal, desproporcional e desumana.
Lembrava remotamente da guerra do Paraguai ou como também é conhecida a guerra da tríplice aliança dos meus tempos de escola. A narrativa da obra é ótima e nos permite entender melhor este conflito que ceifou milhares de vidas na América do Sul e foi (infelizmente) importante para o desenvolvimento dos países envolvidos no conflito. Particularmente adorei rever alguns nomes de brasileiros que participaram deste momento histórico e que estavam guardados remotamente em minha memória. Mesmo um momento tão triste de nossa história, ajuda a entender um pouco o ser humano, seus conflitos e suas ambições. Must read.
Ótimo resumo do conflito e seus personagens principais
Gostei do livro porque o autor é fiel às pretensões do livro: ser um resumo do conflito que expõe diferentes versões e opiniões.
O livro portanto não tenta impor uma verdade final, mas traz visões conflitantes e muitas referências interessantes para aqueles que quiserem adentar mais profundamente no assunto.
Destaco ainda que apresenta leitura bastante agradável.
Livro muito muito bom. Entra nos detalhes dá maior guerra dá história dá América Latina. Guerra maldita de fato. Se nós, que eramos chamados de Império, nos sujamos e muito com essa guerra, não é motivo pra chamar aquele tirano do Solano Lopes de herói. Um governante dá pior espécie que quase levou seu povo ao extermínio. Aprendi muito com esse livro que o grande Mark me emprestou. Derruba vários mitos. Os efeitos dessa guerra são sentidos até hoje. Mesmo no Brasil. Uma guerra sem verdadeiros vencedores, só vencidos. Beirando a barbárie.
A fascinante história da Guerra do Paraguai, contada com detalhe e dinamismo
Luiz Octavio escreve a história da Guerra do Paraguai como um jornalista, com precisão e detalhamento dos fatos, mas sem análises profundas sobre o processo. O resultado é um livro agradável de ler, em que a história, que é realmente fascinante, surpreende aqueles que, como eu, não tinham conhecimento aprofundado sobre o período.
Livrão... uma pesquisa muito detalhada sobre a maior guerra da América do Sul, e o mais engraçado é que não aprendemos muito sobre ela nas escolas. O livro apresenta grandes heróis brasileiros e detalha campos de guerra frenéticos. Mas a pergunta que fica é : é justo arrasar um país; ir até as últimas consequências por causa de um homem? . Tirem suas conclusões
Horrível. A obra (se é que se pode chamar assim) tem o pretexto de ser um livro de história mas no primeiro parágrafo já se mostra de ficção. Os capitulos subsequentes são ainda piores com diálogos cuja veracidade é impossível de se verificar e parecem ter saído de um romance de quinta categoria. O que salva essa aberração são as fontes fidedignas listadas e a "imparcialidade" do autor.
Depoimento histórico e com uma escrita nada enfadonha que prende o leitor até os últimos instantes da guerra ao trazer pontos de vistas múltiplos, acrescentando muito ao conhecimento sobre um dos episódios mais marcantes e emocionante do continente.
Cara, o livro é muito leve, escrito de forma atrativa. Não peca no quesito academicismo, lembra o leitor que alguns pontos são controversos a depender da leitura do país. E reforça que esse conflito ainda produz efeitos e que até hoje é uma veia aberta.
Minha introdução a esse tema tão importante, a guerra do Paraguai, história arrebatadora, esse livro me despertou a vontade de ler muitos outros sobre o assunto. Antenor Portela
Excelente livro, prende muito a atenção e puxa bem relações com o momento histórico em outros locais e contextos. a escrita às vezes é um pouco confusa.
Com a narrativa similar a dos livros do Laurentino Gomes, o autor apresenta um retrato muito interessante do conflito. Algumas conversas podem gerar dúvida sobre a sua fidedignidade, mas vi que os trechos são embasados em muitas fontes. A obra desmistifica muitos conceitos enviesados sobre a Guerra do Paraguai e mostra não só o lado brasileiro do conflito, mas de todos os países envolvidos.
A primeira coisa que me vem à cabeça, ao pensar no livro, é a narrativa fluida. Você pode acabar lendo em uma sentada... Apesar disso, não sei se gostei da ideia de introduzir diálogos. Em um primeiro momento, julguei um recurso que infantilizaria a obra, ou a descredibilizaria, mas o fato é que o autor é mui envolvente com a pena, rs.
Sei que a obra do professor Doratioto é a grande referência nacional sobre o assunto, mas acredito que essa tem grande potencial de atingir ouvidos mais improváveis. Esse é o trunfo do jornalista que se atreve a escrever. Você não deixa de receber dados ou fontes. Imagine só! Mas a obra me parece mais uma iniciação ao tema. Ao contextualizar, ela é objetiva demais para um texto que se pretende um clássico.
Além da guerra em si, o livro também traz curiosidades, como a relação entre Coquimbo e Venâncio Flores, a intolerância da família López para com Elisa Lynch, a amizade do Conde D'Eu e Mena Barreto, etc. São elementos que humanizam os personagens e enriquecem a narrativa. Nesse contexto, também foi muito bom saber o desfecho deles para fechamento dos arcos.
E, falando em narrativa, não pense que o escritor vai se furtar de comentar as polêmicas da guerra: participação da Inglaterra no estouro do conflito, culto à figura de Solano López, extermínio da população paraguaia, crueldade do Conde D'Eu, dentre outras.
Daqui parto para o livro do Doratioto, mas com certeza com um interesse muito maior do que eu teria se tivesse começado de cara com ele.
Pra quem é educado na década de 80/90 serve para atualizar a visão (especial da causa) dessa Guerra tão pouco estudada. Às vezes o livro ganha ares de romance, detalhando alguns diálogos, em outros, aponta documentos originais que ajudam a corrigir algumas narrativas interesseiras do passado.