Depois de desmitificar a figura de D. Pedro, a coleção “A História não Contada” apresenta a imperatriz D. Leopoldina. Conhecida no imaginário brasileiro como o vértice frágil do mais célebre triângulo amoroso da história do Brasil, Maria Leopoldina sofreu diante do escândalo que foi o relacionamento do marido com Domitila de Castro, a futura marquesa de Santos. Mas sua trajetória revela muito mais do que a mulher traída à luz do dia. Nascida na Áustria, culta e refinada, ela deixou a Europa em 1817 para uma aventura transatlântica e se tornou uma estrategista política fundamental no processo de Independência. A biografia de Leopoldina, no entanto, ainda parece distante da maioria do povo brasileiro. Sua figura complexa e carismática, sua vida intensa e breve, sua combinação de temores e coragem, força e fragilidade, são nuances reveladas e descritas pelo escritor e pesquisador Paulo Rezzutti nesta história não contada. O livro inclui ainda um caderno de imagens inéditas e parte de documentos originais para relatar as reflexões, crenças e angústias da primeira imperatriz do Brasil
Em 2010, durante pesquisas documentais para a biografia da Marquesa de Santos, Paulo Rezzutti encontrou no arquivo histórico da Hispanic Society of America em Nova York 94 cartas inéditas do imperador D. Pedro I para sua amante Domitila de Castro do Canto e Melo, a Marquesa de Santos. Em 2011, organizou a obra Titília e o Demonão, cartas inéditas de D. Pedro I à Marquesa de Santos, publicado pela Geração Editorial.
Prosseguindo seus estudos sobre a Marquesa de Santos, publicou em 2013 a obra Domitila, a Verdadeira História da Marquesa de Santos finalista, na categoria biografia do Prêmio Jabuti de 2014 e do 2º Prêmio Brasília de Literatura de 2014. Em setembro de 2015, lançou pela editora LeYa a obra D. Pedro, a história não contada. A obra foi vencedora, na categoria biografia, do 58º Prêmio Jabuti de Literatura, em 2016.
Em 2012, devido aos seus conhecimentos a respeito da família imperial brasileira, participou como consultor do trabalho da arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, que estudou os remanescentes humanos dos primeiros imperadores do Brasil sepultados na Cripta Imperial do Monumento à Independência, em São Paulo. Como arquiteto, Rezzutti foi o responsável técnico pelo trabalho de retirada do esquife da Imperatriz D. Amélia, que se encontrava emparedado no local.
É autor de diversos artigos a respeito da história do Primeiro Reinado e seus personagens, bem como a respeito de História de São Paulo. É colaborador da Revista Aventuras na História, Revista de História da Biblioteca Nacional, Revista Carta Fundamental, Revista História Viva, entre outras.
Em 9 de julho de 2012, tomou posse como membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e, em dezembro de 2015, foi nomeado membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes.
Um trabalho incrível de Paulo Rezzutti, na sua maioria por meio da análise de cartas e documentos, que deixa o leitor anestesiado com o relato da brevíssima vida de Sua Majestade a Imperatriz Leopoldina. Apesar de ter ido aos céus tão cedo, a Imperatriz teve atuação forte na vida política e administrativa do Estado - como relata o autor, por exemplo, com a sua atuação na independência do país - apesar da historiografia tentar relegá-la um papel de submissão ao marido e apolítica. A Matriarca do Brasil abandonou a Áustria e sua família, a Casa de Habsburgo, por amor à sua tradição dinástica, qual seja, o estabelecimento de laços matrimoniais como alianças políticas, característica típica da política internacional do Antigo Regime, segundo Rezzutti, criada pelos Habsburgos. Esse fardo, que não aparentava ser nada comparada à humilhação de sua irmã mais velha, Maria Luíza, escolhida para substituir Josefina no coração do imperador francês, alguém tão odiado por toda a família do Imperador Francisco I do Império Austríaco, pai de Leopoldina. Porém, diferente de sua irmã, a Imperatriz brasileira morrera de solidão, ao deixar a rica e intelectual Viena e ser entregue ao Ogro do Atlântico, alguém que, apesar de lhe ter amado, não tinha a maturidade e preparo de um Habsburgo. O árduo trabalho de Rezzutti contribui para uma justiça histórica para com a memória de alguém que se sacrificou pelo Brasil e pela Áustria.
O livro é fruto de excelente pesquisa histórica por parte do autor. Uma infinidade de cartas estão presentes no livro, o que faz o leitor conhecer realmente quem era Leopoldina, seus anseios, medos e talentos diplomáticos. Para mim faltou apenas aprofundar o papel dela na negociação para a independência.
O início do livro é um pouco arrastado e confuso porque introduz sobre a origem de Leopoldina, mas assim que essa parte inicial acaba e o autor começa a contar a história dela no Brasil o livro fica simplesmente impossível de largar. Demorei dois meses pra ler os primeiros 30% e uma semana pra ler os outros 70%. Excelente biografia.
Sempre pego séries com nome de "A História não contada...", "História para leigos", "Guia Politicamente In/Correto", etc. com um pé atrás. Em sua grande maioria são caça-níqueis que os próprios autores depois têm horror em figurar em sua biografia, mas Paulo Rezzutti me surpreendeu.
D. Leopoldina é uma biografia histórica surpreendemente coerente e coesa com os dados apresentados. Esses, diga-se de passagem, permeiam o livro para que o leitor possa ter direto acesso a fonte e sua ilustração.
A tese de Rezzutti é simples: Leopoldina de Habsburgo foi uma figura política atuante durante o processo de Independência do Brasil. Ele traça um perfil europeu condizente com a conjuntura da época, e depois, demonstra como tal entrou em conflito com as variações luso-brasileiras culturais e sociais nos dez ano que a personagem viveu aqui.
São citações de cartas de vários diplomatas e da própria Leopoldina, com apenas algumas vagas especulações, o que é um alívio para qualquer historiador que se interesse em ler o texto. O volume em si é bonito, com várias ilustrações, indíce organográfico e uma parte especial em que o autor forneceu espaço para que pesquisadores da área pudessem oferecer uma ou duas folhas de informação complementar.
Uma dos melhores trabalhos em cima do tema que já vi. Recomendo.
D. Leopoldina, primeira Imperatriz das Américas. Se por um lado é verdade que sua história nos comove e até mesmo nos faz sofrer junto a ela, o livro é extremamente mal escrito. As 200 primeiras páginas não são mais do que mera fofoca ou futilidades da corte- exceto, talvez, os breves momentos em que a educação de Leopoldina é descrita. Mas o que mais incomoda é a escrita feita para analfabetos funcionais:
"E, conforme Leopoldina informa diversas vezes, ela gostava de rir: '[...] Gostaria de ter visto as peças de teatro, pois gosto de rir'." (p.51)
Que pesquisador sério escreve isso? Ou pior ainda, que escritor - vencedor do prêmio Jabuti - tem coragem de por uma frase dessas em seu livro?
Para quem já comprou o livro, recomendo ou que tente trocar, ou que leia apenas o posfácio, escrito por Viviane Tessitore, fornecendo em uma linguagem muito mais aceitável o resumo de todo o livro.
Um ótimo livro que narra, com riqueza de detalhes, a vida da primeira imperatriz do Brasil desde sua infância até sua trágica morte. O autor consegue trazer à tona não apenas os fatos históricos, mas também a personalidade e a força de Leopoldina, muitas vezes esquecida ou subestimada pela história oficial.
A escrita é envolvente e leva o leitor diretamente para aquela época, tornando a leitura fluida e imersiva, mesmo sendo uma obra histórica. Um livro indispensável para quem deseja compreender melhor a mulher por trás da coroa e seu papel fundamental na formação do Brasil.
Meu interesse em entender um pouco essa mulher me levou até a sua biografia. Não me decepcionei.
A vida de Leopoldina se envolve com a nossa história, com a história das mulheres no Brasil e é importante que todos a conheçam.
O livro é rico em detalhes e chega a ser didático, com explicações precisas sobre enredos familiares, contextos históricos e datas. Vale a pena a leitura.
Eu amo história; e amo Leopoldina! Ela foi uma das pessoas mais importantes do Brasil e da Áustria. Só tenho a agradecer a Paulo Rezutti por reunir essa material sobre a Imperatriz do Brasil.
Até o momento a melhor biografia que já li, cujo autor soube contar com maestria toda a vida desta ilustre figura histórica que não é apenas "a mulher de D. Pedro I" ou "a mãe de D. Pedro II" mas sim uma das principais arquitetas por trás da independência do Brasil e uma pessoa incrível em todos os aspectos.
E o livro não é maravilhoso apenas pelo fascinante material que Rezzutti já tinha em mãos para trabalhar, pois ele teve grande mérito em, sem distorcer nenhum fato e sempre ressaltando quando algo ainda era inconclusivo, contar toda a história de uma forma tão intrigante que era como se estivéssemos ali presenciando tudo.
Acredito que é importante para todos nós brasileiros conhecermos mais a respeito de Leopoldina porque ela foi por muito tempo, e ainda continua, escanteada dos livros de História mesmo tendo sido vital para o nosso processo de independência. Por isso recomendo demais essa obra que faz a reparação ideal para isso!