E se D. Afonso Henriques não fosse filho de D. Teresa?
Incapaz de vencer Afonso Henriques nos campos de batalha, o seu primo direito e imperador da Hispânia, Afonso VII, lança contra ele uma intriga infame. Nascido com deficiências nas pernas e aleijadinho, Afonso Henriques teria sido trocado à nascença por outro menino. Assim, o verdadeiro filho do conde Henrique e de Dona Teresa não é o usurpador que usa o seu nome, mas talvez um dos filhos de Egas Moniz, que terá inventado um milagre de Nossa Senhora para encobrir a sinistra troca das crianças. A primeira a conhecer esta tenebrosa malícia é Chamoa Gomes, eterna paixão de Afonso Henriques, que por amor começa a investigar a história, ao mesmo tempo que Egas Moniz e outros notáveis portucalenses a tentam afastar da corte, pois não querem que ela seja a primeira rainha de Portugal. Ao longo de sete anos, Chamoa Gomes e Lourenço Viegas, o filho mais velho de Egas Moniz e narrador da história, vão tentar descobrir o que passou trinta e tal anos antes, aquando do nascimento de Afonso Henriques e também no dia da morte de seu pai, o conde Henrique. Enquanto o mistério se adensa, o reino de Portugal cresce no norte e no sul, em lutas permanentes contra os leoneses de Afonso VII e os muçulmanos da Andaluzia. Apesar de falhada uma primeira tentativa de tomar Lisboa aos mouros, Afonso Henriques é reconhecido rei em Zamora, casa com Mafalda de Sabóia e conquista ainda a cidade de Santarém. Mas é só durante o segundo cerco a Lisboa, durante o qual os portucalenses contam com a fundamental ajuda dos cruzados vindos do Norte da Europa, que a vil intriga de Compostela se virá a esclarecer.
Domingos Freitas do Amaral nasceu a 12 de Outubro de 1967, em Lisboa. Depois de se ter formado em Economia, pela Universidade Católica Portuguesa, e de ter feito um mestrado em Relações Internacionais, na Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, decidiu seguir a sua carreira como jornalista. Actualmente, é o director da revista Maxmen, desde o seu lançamento, em Março de 2001. Colabora também com o Diário Económico e a revista Grazia. Antes, trabalhou no jornal O Independente durante 11 anos, além de ter colaborado com outras publicações, como o Diário de Notícias, Grande Reportagem, City, Invista e Fortuna. Colaborou também com a Rádio Comercial e com a SIC. É casado, tem dois filhos - uma rapariga e um rapaz - e vive em Lisboa. Enquanto Salazar dormia...(2006) é o seu quarto livro de ficção publicado pela Casa das Letras, depois de Amor à Primeira Vista (1998), O Fanático do Sushi (2000) e Os Cavaleiros de São João Baptista (2004). Fonte:Webboom
Este terceiro livro da trilogia Assim nasceu Portugal termina com a entrada de D. Afonso Henriques em Lisboa depois da sua vitória sobre os mouros que, até então, dominavam a cidade. Todos sabemos da importância histórica deste facto na construção da autoridade e da legitimação da imagem do nosso primeiro rei face a quem não queria reconhecer Portugal como um reino autónomo: seu primo rei de Leão e o Papa Alexandre III. Se o Tratado de Zamora é de 1143, a bula papal só chega em 1179, anos depois da conquista da cidade em 1147. Mas isto são factos históricos que todos nós sabemos ou devíamos saber. No entanto, neste livro, Domingos Amaral faz mais do que nos dar uma visão da nossa história. Este livro não é sobre reis, ou sobre um rei. Este livro é sobre homens e mulheres que viveram tempos conturbados, onde o poder se podia contar em território conquistado. Mas Domingos faz mais. Domingos Amaral, através do seu narrador, Lourenço Viegas, filho primogénito de Egas Moniz, e amigo de D Afonso Henriques, dá-nos a imagem de um homem que quer honrar os seus ideais, as suas crenças e o seu progenitor o Conde D. Henrique. Neste livro o nosso primeiro rei não é um herói. É um homem, com convicções e contradições, amores e desamores, amigos e interesses e que conquista, mas também falha. Afonso Henriques aparece como alguém que vive num tempo difícil, tentando fazer de um pequeno condado o seu país, o nosso país, sem nunca esconder do leitor os seus sentimentos. Os conquistadores de Lisboa, assim se chama este terceiro volume, é um livro ilustrativo de um tempo em que as personagens são homens e mulheres com os mesmos sentimentos que nós e com as dificuldades inerentes ao seu tempo. Estes homens e estas mulheres vivem com as intrigas, as glórias e as derrotas e, mesmo quando aparentemente tudo pode desmoronar, tentam manter a sua fé na vida, nos seus amigos e em si próprios. Determinados conseguiram superar as fraquezas e tornar este pedaço à beira mar plantado num reino autónomo por direito próprio. Muito bem escrito, com uma investigação histórica apurada, o autor cria uma sociedade à época não esquecendo nunca que se tratava de seres humanos. Importante de referir o papel das mulheres neste livro. Num tempo em que aparentemente estas tinham um ligar secundário face aos homens, aqui, Mafalda, Chamoa e Zaida são peças tão importantes neste tabuleiro que, algumas vezes acabam por condicionar as opções do rei e daqueles com quem convivem mais ou menos de forma intima. Continuo a achar que a construção destas personagens e dos seus movimentos e atitudes são feitas de forma brilhante, dando a dimensão da importância das relações amorosas nos jogos políticos da época. O autor vai ainda buscar, como pano de fundo dos acontecimentos históricos, a célebre polémica quanto à hipótese de D. Afonso Henriques não ser o filho de D. Teresa e do Conde D. Henrique. Interessante como elemento que permite desenvolver a intriga, e que leva Chamoa e Lourenço Viegas a uma aturada investigação. Hoje, na minha opinião, este é um boato sem importância. Como afirma o rei foi ele quem fez as conquistas, foi ele quem elevou o condado a reino e como tal, é ele que merece o reconhecimento. Claro que o autor resolve esta questão, dando-nos a sua opinião de uma forma coerente e plausível. Por todas estas razões, e fundamentalmente pelo prazer que é ler este livro, esta trilogia termina de forma brilhante, com a conquista de Lisboa. Agora, meu caro, Domingos Amaral, falta o além- Tejo.
Gostei um pouco mais deste terceiro volume do Domingos Amaral do que dos dois anteriores. Mas se acho necessário 3 volumes para nos contar como foi a vida de D. Afonso Henriques até a conquista de Lisboa?? Bem, se o objetivo do autor foi enumerar praticamente todas as amantes do rei e seu companheiros de guerra, se calhar temos que esperar por um 4.º volume para ele poder terminar a história. Se o objetivo foi contar aquilo que aconteceu de relevante para a nossa história juntando um pouco de ficção, então num volume ele tinha resolvido a questão…
O terceiro e último livro na trilogia Assim Nasceu Portugal de Domingos Amaral. Adorei, aliás como aos outros dois. Neste livro cheio de peripécias, D Afonso Henriques é finalmente reconhecido como Rei de Portugal. Entre batalhas perdidas e ganhas e cidades conquistadas, D Afonso Henriques deixa a sua marca por onde passa, mesmo com uma nuvem negra em cima da cabeça de todos, relacionada com um intriga antiga. Será ele quem diz mesmo ser? Domingos Amaral tem uma escrita brilhante e uma forma de cativar o leitor ao relatar estes factos históricos extraordinários. Recomendo muito a leitura desta trilogia!
Essa avaliação é para a trilogia como um todo, não somente para esse livro.
A história é interessante, mas o estilo de escrita é muito maçante. As informações são repetidas várias vezes, no mesmo livro ou até no mesmo capítulo. Há muito pouca ação dos personagens, a narrativa é quase toda relatada, com apenas algumas falas soltas que, por vezes, parecem incongruentes. O desenvolvimento dos personagens é extremamente superficial e artificial. O narrador constantemente insiste que Afonso Henriques é um homem impressionante e admirável, mas todas as ações e decisões que o vemos tomar na estória são petulantes, prepotentes, mesquinhas, egoístas, ciumentas ou simplesmente estúpidas. A trilogia é mais palatável do que um livro de escola, mas não por muito.
Comprei o livro "Assim Nasceu Portugal" sem saber (visto que não está assinalado no primeiro volume) que era apenas o primeiro de três livros, o que considerei um golpe a fim de prender/obrigar o leitor a comprar mais livros, dado que a narrativa não termina. Apesar de logo de início ter considerado a história demasiado sexual para a temática e contexto da época - muitas vezes distorcendo a palavra amor no que deveria ser apontado como desejo, orgia ou sexualidade - ainda assim resolvi não desistir da leitura dos três livros, esperando que os volumes seguintes acabassem por se traduzir em algo mais épico. Na minha humilde opinião esta trilogia foi uma desilusão.
O final da trilogia sobre D. Afonso Henriques, em que continuamos a acompanhar o seu percurso enquanto monarca, na reconquista cristã do território que hoje é Portugal. É narrada a conquista de Lisboa e paralelamente a "intriga" que rodeia a legitimidade de D. Afonso Henriques. Gostei da leitura, embora tenha havido alguns momentos em que a prosa e respectiva acção se arrastava até chegar a um momento em que desenrolava rapidamente, preferia que fosse mais homogénea.
Neste terceiro volume, o autor redimiu-se de um segundo volume pouco conseguido. Ainda se notam algumas imprecisões históricas, tais como, a existência de batatas num depósito de alimentos ou o facto de Mem, para ir mais leve, deixar o arco e as flechas e levar a espada. No entanto, são pormenores numa história interessante.
Maravilhosa história, contada com o estilo a que o autor nos habituou. Adorei. Já andava a ler devagar para saborear cada linha. Obrigado, Domingos. Até ao próximo romance.
Adorei o primeiro desta triologia, gostei menos do segundo e o terceiro para mim não tem interesse. É repetitivo, pouco interessante e com umas frases tipo ditados que se tornam ridículas.
Nesse livro Chamoa é a personagem principal mas toda estória ao seu redor é previsível. São muitos os mortos. Por ser previsível a conduta dos personagens, a narrativa é um pouco cansativa.