Um passeio por um dos romances mais importantes do século XX ao lado do tradutor e especialista Caetano W. Galindo.
Depois de publicar "Ulysses", James Joyce disse que a receita para se tornar imortal era simples: bastava manter os críticos literários ocupados por décadas a fio. Foi a partir dessa ideia que Caetano Galindo, cuja tradução do "Ulysses" venceu os prêmios Jabuti, APCA e da Academia Brasileira de Letras, pensou neste guia. O leitor conhecerá melhor os passos de Bloom, Stephen e Molly naquele 16 de junho de 1904, mas também irá aprender sobre a própria natureza do romance e mais dezenas de assuntos que povoam essas páginas. Irá, sobretudo, ter um contato privilegiado com a leitura de um dos maiores especialistas em Joyce no Brasil, uma leitura calorosa, erudita e, mais que tudo, surpreendente.
CAETANO W. GALINDO nasceu em Curitiba, em 1973, é professor, pesquisador, tradutor e escritor. Sua tradução de Ulysses recebeu os mais importantes prêmios literários do país.
É autor de Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce (2016), finalista do prêmio Rio de Literatura, e do livro de contos Sobre os canibais (2019). Ensaio sobre o entendimento humano, livro não comercial, com tiragem limitada, recebeu o prêmio Paraná de Literatura em 2013.
Um guia de “Ulisses” escrito em português e em 2016, por Galindo, o tradutor premiado da tradução brasileira de "Ulisses" de 2012 .
O trabalho apresentado por Galindo é muito bom, cumpre aquilo a que se propõe: alavancar a leitura, oferecendo algumas interpretações, por vezes quase traduções, do mundo joyciano para o leitor comum, capítulo a capítulo. Não é feito em profundidade, mas porque exatamente tem como missão servir um público mais alargado.
O modo mais interessante de leitura é enquanto companheiro de leitura de "Ulisses", ou seja, ler um capítulo de “Ulisses” seguido do capítulo de Galindo, assim se cria uma espécie de conversa a três — leitor, Joyce e Galindo.
Apesar de recomendar, recomendo também algum distanciamento, já que Galindo é um adorador de Joyce, como tal, tudo em Joyce é excelente, brilhante, e magnífico. É preciso ir pondo algum sal na fervura, já que muitos de nós não vemos, nem sentimos muita dessa adjetivação. Existem imensos superlativos utilizados, inclusive generalizações quanto ao que os leitores comuns gostam em “Ulisses”, que saem completamente fora da realidade, já que estão claramente apenas a falar de um grupo restrito de fãs de Joyce e “Ulisses”.
Por outro lado, esta adoração ajuda a compreender o misticismo em volta de “Ulysses”, porque percebemos que as obras não são universais, não o podem ser. Existem obras que conseguem grupos maiores e menores de seguidores. E reconhecer a qualidade de qualquer arte não obriga a que nos tornemos devotos.
Galindo( o tradutor da nova versão em português de Ulysses) neste livro de forma humilde e cuidadosa ,tenta ajudar o leitor a entender o labirinto de Ulysses , apesar que eu senti falta das traduções das frases em diversas línguas que permeiam o texto , principalmente o latim. Mas de um modo geral o livro ajuda muito, não tentando de maneira nenhuma decifrar o indecifrável, mas sugerindo caminhos, que possam levar a pelo menos a uma noção do que pode estar ocorrendo.
Podem reparar que cito, " decifrar, entender, labirinto, ter uma noção", porque várias vezes o próprio Galindo, ser humano como nós, não consegue entender.
Mas se estão procurando um guia para ler Ulysses, esse é o melhor que pude encontrar.
Caetano W Galindo é um dos tradutores brasileiro que traduziu o Ulisses. É autor deste volume que introduz o mais desatento leitor à obra de Joyce. Existem ainda inúmeros vídeos dele a dar aulas sobre esta obra e autor.
Este guia foi mesmo uma ajuda consideravelmente positiva no processo de leitura do Ulisses.
deus abençoe esse livro quando vc tem três meses pra ler ulyssão e entender e você nem é o meme do guri que leva dois dias pra ler uma página do bagulho assim puf
Durante alguns anos, Ulysses foi um lastro para os outros livros da minha estante. A edição traduzida pelo nosso Galindo é pesadinha, escorava bem. Depois, Ulysses virou um suporte para elevar a altura do meu monitor. O livro é espesso, funcionava. Agora, Ulysses é um dos melhores livros que já li.
Não me cabe dizer qualquer coisa sobre Joyce ou Galindo, então deixo apenas meu "leiam Ulysses"!!!. E leiam com guia, porque o lapso temporal e cultural etc. etc, vocês sabem.
Sobre o guia, recomendo deixar a seção "informações preliminares", paradoxalmente, para depois de terminar o livro. Algumas coisas aqui antecipam pontos importantes (demais) da obra pra quem, como foi meu caso, tá nessa pela primeira vez. Não são spoilers (são), mas... Para uma primeira leitura eu começaria pelas notas do capítulo 1, Telêmaco.
Por ultimo, é legal conferir ulyssesguide.com e joyceimages.com para uma noção visual da ambientação e das referências estéticas do livro.
E é esse o papel do guia. Diferente de Ulysses Annotated, não é uma lista das referências, mas sim um lembrete para o leitor, do tipo "repare nisso", "atenção aqui", "guarde esta informação". E Galindo vai além. Ulysses é um livro em que a forma deve servir - e serve - ao conteúdo. Ou seja, cada episódio é escrito de modo a refletir e representar estilisticamente a história e o ânimo ou desânimo dos personagens. Tomemos como exemplo o episódio 7, Éolo, que foi o mais longe que cheguei em minhas tentativas infrutíferas.