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Na minha pele

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Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

152 pages, Paperback

First published June 12, 2017

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About the author

Lázaro Ramos

15 books24 followers

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4 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 108 reviews
Profile Image for Carla Botteon Catai.
175 reviews8 followers
March 27, 2023
uau. um grande uau para esse livro.

não é um tratado sociológico sobre racismo no Brasil, não é uma análise aprofundada, mas é o que o livro se propõe: uma conversa, do ponto de vista de uma pessoa negra que se declara exceção (e que só confirma a regra, como ele mesmo diz), sobre o que é ser negro no Brasil. o livro não tem respostas, ele traz dúvidas, traz reflexões e te bota pra pensar. eu em vários momentos repensei as minhas relações e vivências com pessoas negras ao longo da vida.

há vários momentos do livro em que é possível ouvir a voz dele narrando pra você com aquela risada boa, sabe? eu me apaixonei pelo Lázaro lá atrás na adolescência e ler esse livro só reforçou minha crença de que ele é uma pessoa maravilhosa.

sabe aquela pessoa branca bem intencionada que você conhece, mas que precisa de um sacolejo pra entender melhor o lugar dela nessa falsa democracia racial em que a gente vive? aquela que ainda tem um pouco de dificuldade de entender o lado do outro? dá esse livro de presente.

(quero agradecer a sei lá quem que fez a lista de leitura do Ensino Fundamental esse ano e me deu a chance de ler esse livro com adolescentes)
Profile Image for Paula Cruz.
Author 17 books244 followers
March 18, 2018
Um livro necessário para o Brasil. Fico muito feliz que esteja na 9ª reimpressão, pois mostra a demanda e o interesse do leitor brasileiro não só sobre a trajetória de um dos melhores atores do país, mas também sobre questão racial e tudo que vem junto disso. Lázaro, seja meu amigo!!!!
Profile Image for Matt Lima.
Author 1 book50 followers
May 31, 2020
Lázaro Ramos existe nessas páginas e conversa sobre assunto quanto a sua negritude e sobre questões raciais na sua vivência, convidando as pessoas a uma conversa franca sobre o quão intrínseco está o racismo no Brasil.

"Observem que os imigrantes europeus geralmente sabem descrever com detalhes suas histórias e erguem museus para preservar a memória de seu povo. Onde estão a valorização e a preservação da nossa?"

Desde a ilha de onde morava aos palcos salvador até as telas de todo mundo. Lázaro traça uma linha do tempo da sua ascenção a um dos atores mais memoráveis da sua geração. Mostra as dúvidas que surgiram e sobre as questões da descoberta da sua identidade.

Digo que esse livro é extremamente necessário e que a figura do Lázaro Ramos é importante por si só. Apenas o facto dele aparecer nas telas e palcos do Brasil é um movimento político e ativista para buscar mais representatividade para as novas gerações. Mas para além disso, ele realiza um conversa muito honesta, sensível e empoderada sobre as escolhas de personagens e o do seu programa como fonte de conhecimento racial.

Eu estou completamente encantado por esse livro!

"Viver num mundo onde raramente ou nunca se é o protagonista tira muito de nossas almas".
Profile Image for Barbara Born.
15 reviews1 follower
April 1, 2020
Terminei ontem a leitura do livro de Lázaro Ramos, “Na minha pele”, e confesso que estou até agora em dúvida sobre como escrever minhas impressões acerca da obra. Minha primeira dificuldade está em classificar o livro: comecei achando que estava lendo um livro de memórias, mas ele extrapola - e muito - a simples recordação da vida do autor. É um livro de reflexões, pensamentos, e mesmo proposições. Algo muito diferente de tudo o que já li. Lázaro literalmente conversa com o leitor, estabelecendo um laço de amizade. E acho interessantíssimo como ele se utiliza desse recurso - estabelecer quase uma relação de “intimidade” - para lentamente nos provocar. E quando digo provocar, é no melhor sentido possível. Ele causa incômodos necessários para o leitor - e, espero, especialmente para leitores brancos. Não tem linearidade alguma na história: ele começa contando um caso, faz uma digressão para outra história, insere uma enorme reflexão, e retoma o caso original. Tudo como uma conversa mediada por uma cerveja em um boteco.

A leitura do livro me fez pensar muito sobre o fato de que eu, mulher branca, nunca tive minha existência racializada. Evidente que já havia pensado sobre isso muitas vezes, mas agora era como se um amigo estivesse me provocando de uma forma diferente a pensar meu lugar no mundo em oposição à forma como ele é obrigado a se colocar no mundo. No fundo da minha cabeça, a frase “não basta não ser racista, é preciso ser anti-racista” estava presente o tempo todo. E inevitavelmente pensei em minhas responsabilidades nessa luta anti-racista. Curiosamente, no final de semana eu havia assistido o mais recente show de Aziz Ansari no Netflix, “Right Now” (que também recomendo fortemente), no qual ele faz uma provocação interessantíssima sobre o branco “recém acordado para a existência do racismo”, que quer saber mais sobre o tema do que a pessoa que tem toda a sua existência racializada. O stand-up e o livro me levaram até o momento em que eu, recém acordada para o tema, queria dar lição de moral e explicar o racismo para deus e o mundo. E me lembrou do quanto meus amigos negros me colocaram no meu devido lugar, que é o lugar de escuta, de construção de empatia para o fortalecimento de uma luta na qual somos absolutamente responsáveis - até porque somos nós a razão do problema - mas não podemos ser os donos da narrativa. Lázaro se somou à lista de amigos que pacientemente vêm me ajudando a ser uma pessoa melhor, uma aliada na luta anti-racista. E desejo, de coração, que ele possa se tornar amigo de jornada de muito mais pessoas. Um livro necessário, certamente.
Profile Image for Solaine Chioro.
Author 28 books135 followers
November 19, 2018
Eu confesso que eu não sabia muito bem o que esperar dessa leitura, mas estava animada para ler e ver sobre o que todo mundo estava comentando. E eu não me arrependi! O Lázaro faz essa viagem com a gente, contando um pouco da sua vida pessoal e da sua experiência como ator negro, assim como também aborda um pouco sobre o panorama geral da vida do negro no Brasil, tudo de um jeito bem informal. Essa, por sinal, é a melhor parte do livro, porque parece que o Lázaro tá na sua frente, batendo um papo tranquilo com você e te chamando pra refletir junto com ele sobre todas as questões que ele joga ali. Vale muito a leitura!
Profile Image for Lorrany.
445 reviews60 followers
August 6, 2021
Sou apaixonada pela carreira do Lázaro Ramos desde criança, quando o via nas novelas fazendo personagens icônicos da TV brasileira. Não acompanhei o lançamento de Na minha pele em 2017, mas quando soube que além de ator e diretor ele também é escritor, é claro que me interessei pelo livro. Demorei um pouco para começar a leitura (queria muito ler na versão física e levou um tempo até eu poder comprar), mas a escrita do autor é tão boa que terminei em menos de dois dias. Estou gostando, cada vez mais, de ler biografias e esta entrou para a minha lista de favoritas. Mesmo que Lázaro insista na ideia de que esse livro não é biográfico, é inevitável que, ao trazer vivências dele e de pessoas com quem ele conviveu, ao trazer reflexões diversas sobre ser negro no Brasil e ao trazer o leitor para dentro da cabeça de um dos maiores nomes da cultura nacional, o livro aproxime-se do gênero biografia. A cada capítulo lido, eu aprendia mais sobre a pessoa Lázaro Ramos, mas também aprendia muito sobre mim. Em poucas páginas, o autor proporcionou uma experiência de leitura tão rica, que fiquei triste quando acabou, queria mais. Foram despertadas em mim todas as emoções possíveis, me senti muito abraçada por essa leitura. Sei que é discutível dizer que uma obra é necessária (afinal, devemos nos perguntar: "Necessário para quem?"), mas acredito que ler esse livro, senti-lo, absorver as palavras de Na minha pele, será um ato benéfico a todo leitor.
Profile Image for Natália.
80 reviews7 followers
September 5, 2025
Audiobook disponível na Biblioteca Digital de SP. Narrado pelo próprio autor, que é um destaque da dramaturgia brasileira *chef's kiss*

Lázaro traz as discussões sobre racismo para o cotidiano brasileiro (e não de uma perspectiva norte americana): novelas, entrevistas do programa dele com notáveis personalidades negras do brasil, publicidade e, claro, sua própria biografia.
Profile Image for Kelly Matias.
43 reviews1 follower
June 12, 2024
Um livro muito lindo onde não só aprendi mais sobre o Lázaro e sua perspectiva sobre questões importantes para o negro, mas como sobre o áudio visual negro no Brasil se desenvolveu também.
Uma delícia de ler, parece que estamos em uma conversa com Lázaro.
Ficou muito presente para mim a importância das conversas e cuidados com os nossos mais velhos. É algo que estamos perdendo com sociedades cada vez mais individualistas, mas que no Brasil ainda temos muito vivo e é herança da cultura africana e indígena.
Profile Image for Gio | gioweavingtales.
32 reviews
May 12, 2020
Acho que apesar de ter aprendido mais sobre a questão racial no Brasil com a história dele, a maior parte não trouxe nada novo para mim, esse livro provavelmente vai ser interessante para pessoas mais iniciantes nas lutas de direito civis, provavelmente para um público mais velho, que não está inserido na internet e não tem essa ferramenta da desconstrução, mas acho que para um público mais jovem pode ser muito básico até comparado com outros livros super didáticos que a gente tem recentemente visto no mercado editorial.

Estava até satisfeita com o livro, ia dar 3 estrelas de 5, até que eu cheguei no capítulo que ele decidiu falar sobre feminismo, fora alguns gafes misóginos que ele comete durante o livro, por exemplo ele falar que a história dele com a Tais Araujo começou como um conto de fadas, com ele dizendo para um amigo (antes mesmo de ter qualquer conversa com ela, depois da primeira vez que a via de relance na vida real): “Tá vendo essa moça aí? Vou casar com ela. E vai durar” (só para deixar claro que isso apesar de ser considerado "romântico" só serve para ilustrar a cultura do estupro na nossa cultura e sociedade). Ou o fato dele ter achado um absurdo a amiga dele dar o primeiro beijo só com 14 anos, por que imagina, 14 anos é muito velha para o primeiro beijo! Referência a uma animação inspirada no Bill Cosby (que estuprou mais de 35 mulheres) e enfim, vários e vários e vários outros problemas. Acho que se ele tivesse ficado no campo de lugar de fala dele teria sido muito melhor ou ter falado de feminismo e mulheres com MUITO mais cuidado, assistência e ajuda apropriada.

Mais uma menção honrosa a choro de homem e como é sofrido ser homem na sociedade: num capítulo que terminava com: "Eu, como amigo, te digo: trate bem o seu amor.*" ele deixa uma nota.

*"Na verdade, a frase que encerrava este capítulo era: “Eu, como amigo, te digo: cuide bem de sua preta”. Mas daí surgiu uma ponderação, por causa do sentido, implícito, de que essa mulher precisaria de um homem para cuidar dela. Devemos pensar nesse costume do homem achar que tratar a mulher em pé de igualdade é, na verdade, cuidar dela. Eu não disse a frase com esse sentido ou intenção, mas o verbo “cuidar” acabou abrindo espaço para essa interpretação. Foi com dor que abri mão da frase. Tá vendo como não é fácil?"

Não é fácil mesmo. Esse capítulo foi uma mistureba de várias coisas que ele queria falar sobre a mulher, feminismo, a esposa e no final foi só um espaço que ele muito polidamente usou para reclamar do feminismo e como é difícil para ele. Recomendo Djamila Ribeiro sobre feminismo e racismo.
Profile Image for André Bocuzzi.
50 reviews17 followers
May 9, 2018
"Cor da pele é patrimônio, nascer com a pele clara e o olho claro dá aos brancos um patrimônio que nós não temos. Não digo isso porque não sei o valor que temos ou podemos ter, mas porque há um mundo que diz que não valemos tanto assim. Vocês, meus amados amigos brancos que tanto me amam, precisam saber o que significa esse patrimônio, precisam saber mais sobre nós, têm que olhar o nosso precipício e a nossa luz. Sim, nós somos iguais, mas também não somos iguais. E vocês precisam assumir esse compromisso de, juntos, encontrarmos um caminho. Não é possível que não haja um caminho! Tem que haver um caminho! Tem que existir um novo pensar, um novo formar, um novo amar. Por que é tão difícil? Por que vocês não enxergam? Por que vocês não nos escutam? Por que não têm interesse em nos escutar? Por que, quando tocamos nesse assunto, já na segunda frase vejo suas expressões me dizerem claramente que estão desesperados, buscando alguma frase feita para encerrar o assunto? Sim, eu reconheço esse desejo em vocês, sei que estão esperando a minha pausa. Maldita pausa. Quisera eu ter fôlego para não dar pausa nenhuma e inundar a sala e a mente de vocês com todas as palavras que sei e as que me faltam também. Meus amados amigos brancos, vocês têm, sim, que pensar muito sobre isso ao educar seus filhos. Afinal, eles têm que ter o compromisso de tornar toda essa merda um lugar um pouco melhor. Têm que saber que tem gente que recebe tapa na cara da polícia com dez, doze anos de idade, só por uma suspeita. É pouco? Você acha mesmo pouco? Você acha mesmo lógico? Tem gente que, só por ter as características que tem, é considerada de menos valor. O seu filho, que é branco, não experimenta essa sensação. E isso molda o ser humano. O olhar molda o ser humano." Lázaro Ramos
Profile Image for Paulo Vinicius Figueiredo dos Santos.
977 reviews12 followers
September 7, 2019
Na Minha Pele é um livro muito importante para podermos entender até onde vai o preconceito étnico em nossa sociedade. Em poucos capítulos, Lázaro Ramos desconstrói a nossa visão de que nossa sociedade é igualitária. Fruto de uma falsa compreensão de democracia racial, vivemos uma realidade onde o preconceito se tornou "normalizado". Usamos diversas expressões que julgamos não ser preconceituosas, mas que conseguem afetar a auto-estima. Os exemplos fornecidos pelo autor são inúmeros e chocam justamente pelo fato de que o leitor fez ou passou por aquela situação em algum momento de sua vida.

Fugindo do padrão das escritas biográficas, Lázaro consegue entregar uma leitura simples, porém muito reflexiva. Os capítulos são bem encadeados e as palavras foram escolhidas apropriadamente. Nos sentimos quase em uma conversa de bar ou uma roda de amigos junto com ele. Se o leitor desejar ele pode facilmente terminar a leitura em uma ou duas sentadas. Não recomendo porque várias das questões abordadas na narrativa são aquelas que demoram a ser absorvidas.

A importância da luta social dos povos negros também é trabalhada por Lázaro. A importância de lembrar de que somos iguais e pertencemos a uma mesma "raça": a humana. A necessidade de lutar pelos direitos, de entender a necessidade de determinadas políticas públicas. Não é tornar todos revolucionários da noite para o dia, mas entender que as diferenças precisam ser combatidas. Fora que existem vários tipos de luta, conforme o autor nos explica em sua narrativa.

Achei todas as histórias muito valiosas. Não só representam um depoimento de vida, contando um pouco sobre como Lázaro chegou ao estrelato, mas mostrando um pouco das pequenas batalhas do cotidiano. E, novamente, ele foge do padrão linha do tempo das biografias, com uma abordagem bastante informal e gostosa de se ler. O leitor vai sendo enredado por suas histórias. Leitura recomendadíssima para todos, sejam brancos, negros, amarelos... O que importa é que possamos refletir sobre nossas ações e pensar sobre possíveis caminhos a serem seguidos.
Profile Image for Júlia Forbes.
157 reviews3 followers
September 1, 2020
Começar falando: ler esse livro via audiolivro foi a melhor decisão que eu poderia ter tomado, porque 1) fez as minhas caminhadas serem mais interessantes, 2) foi muito bom ouvir o próprio autor contando a sua história e 3) a voz do Lázaro é muito gostosa de ouvir.

Dito isso, eu sofri um pouco na segunda parte, porque ele citava muita gente e muitos dados e eu tive um pouco de dificuldade de acompanhar tudo. Teria me incomodado mais se esse tivesse sido o meu primeiro contato com o debate racial, mas, na verdade, eu já conhecia muitas das pessoas e das informações que ele citou.

O livro é um meio do caminho entre memórias e uma introdução ao debate antirracista, e eu achei que o Lázaro fez essa transição muito bem. Achei lindo como ele constatou que não poderia só contar a sua própria vida sem entrar nesse debate, sem se apoiar nos acúmulos históricos do movimento negro.

Como eu disse, eu já conhecia algumas das referências das quais ele falou. Mas, enquanto mulher branca, eu achei muito importante ouvir esses dados no contexto da vida de uma pessoa. Acho que o melhor jeito de estudar a teoria da luta contra opressões é lembrar como elas afetam a vida de uma pessoa. Especialmente quando você tem privilégios, o que sempre é difícil de reconhecer.

Achei que o livro transita muito bem entre um tom mais combativo, um mais emocional e outro mais leve e meio cômico. E é com certeza uma ótima leitura para qualquer pessoa, independentemente do quanto de contato ela já teve antes com os debates que o Lázaro propõe. Ele tirou proveito da visibilidade dele para propor reflexões tão importantes e, principalmente, acertou na forma de fazer isso.
Profile Image for Matheus Silva.
22 reviews4 followers
July 23, 2019
Me fez muito feliz o Lazaro, apesar de não querer, ter conduzido esse livro como um tipo de biografia. E nem por uma questão de identificação, porque nisso ele já me pegou no primeiro relato/dedicatória a mãe dele. Nessa ele simplesmente me deu as palavras que eu nunca tinha parado buscar pra falar da minha, que por acaso também partiu dessa quanto eu ainda era um adolescente bocó sem noção nenhuma do mundo.

Não, não é só isso. Lazaro Ramos conduz um precioso, rápido e didático bate papo sobre dificuldades, questionamentos, entraves e bloqueios que o racismo impõe sobre o jovem negro no Brasil. Demonstrando a importância de vozes como a dele se fazerem valer dentro desse meio e para além dele. Sinto que fato d'eu ter pensado tantas vezes que "caramba, tu também passou por isso!!???" não é um mero detalhe pessoal meu.
Profile Image for Erika Almeida.
6 reviews1 follower
July 19, 2017
O livro é uma coleção de relatos e reflexões sobre a vida pessoal e profissional do autor, permeadas pelas dificuldades de ser negro no Brasil. O livro é, muitas vezes, confuso. Na minha opinião, contudo, isso ressalta a emotividade do autor em relatar e tentar analisar os momentos marcantes que passou em sua vida. É um relato rico, instigante, cru. Não se trata de uma análise do racismo no Brasil, mas do compartilhamento de experiências e sentimentos pessoais (que, ainda assim, dão voz à tantas outras pessoas que passam por situações semelhantes). O livro nos obriga a refletir sobre o racismo velado (e as vezes nem tão velado assim) no Brasil, e a tentar ver o mundo sob a perspectiva de quem convive constantemente com o problema. Definitivamente, valeu a pena ter ter lido.
Profile Image for Juliana Costa.
289 reviews10 followers
March 13, 2018
"Não há vida com limite preestabelecido. Seu lugar é aquele que você sonhar estar"

Se antes eu admirava o ator Lázaro Ramos, agora também o admiro como pessoa e escritor. Esse é um livro para refletir e não só sobre a vida dele, mas sobre a nossa própria. O autor apresenta dados de pesquisas, artigos, entrevistas e experiências pessoais sobre o racismo. Não aborda o tema de maneira agressiva ou acadêmica, e sim como uma conversa entre amigos.

Profile Image for Jessica Morelo.
197 reviews33 followers
October 24, 2020
Muy poderoso este libro, tiene unos análisis muy importantes y necesarios no solamente para la comunidad afrodescendiente, sino para todos.

Durante toda la lectura, aunque es un libro corto, me hizo hacerme muchas preguntas, pensar en cosas que había dejado atrás y verlas con un ojo más crítico, vinieron a mi esos momentos que he tenido que pasar por mi color de piel y que no les di mayor importancia, ahora veo que ese fue mi mecanismo de defensa.
Profile Image for Augusto Guibone.
Author 1 book46 followers
July 2, 2021
O livro de Lázaro Ramos se torna necessário por uma série de questões. O autor começa propondo uma viagem e, de fato, consegue fazê-lo. Eu ouvi a versão em áudiolivro, então pude de fato entrar e acompanhar a voz de Lázaro (que narra e escreve belissimamente bem!), que nos leva por diversos episódios de sua vida mas também traz inúmeras reflexões e informações sobre a questão racial no Brasil. É um livro de extrema importância e que eu definitivamente recomendo!
Profile Image for Carol.
105 reviews15 followers
July 11, 2018
sempre fui muito fã do lázaro, e depois desse livro sou mais ainda. adorei ler sobre sua jornada e adorei o debate que ele promoveu. acho que esse livro deveria ser lido por todo mundo. super recomendo.
Profile Image for Rodrigo.
68 reviews2 followers
September 29, 2023
Uma conversa absurdamente necessária! Longa e que precisei de tempo para ouvir com atenção.

Um daqueles livros que te transforma.
Profile Image for Thiago André.
32 reviews6 followers
August 14, 2017
Confesso que iniciei a leitura achando que seria mas uma autobiografia água com açúcar e cheia de dedos. E de fato, no início é essi que parece se desenhar. Mas esse livro nem é uma autobiografia e muito menos água com açúcar.
Em um dado momento o livro dá uma guinada e engrena em ótimas reflexões a respeito de masculinidade, paternidade, autoestima, empoderamento em novos espaços sociais e mais um monte de coisas, tudo sob a perspectiva de um homem negro vivendo no Brasil.

Além de tudo nos deixa com uma lista outros livros para leitura e aprofundamento em diversos desses assuntos. Esse livro é uma excelente maneira de começar a conversa sobre as alegrias e tristezas compartilhadas pela comunidade negra.
Profile Image for Mácio Meneses.
62 reviews2 followers
November 29, 2017
Uma análise feita pelo Leandro Karnal faz uma ótima síntese do livro:

"O livro é excepcionalmente bom. Por quê?
- seria já uma boa narrativa de um ator famoso com uma vida significativa no auge da carreira. Atenderia à curiosidade de fãs. Porém, Lázaro usa a sua história para refletir sobre a função do ator e a questão do racismo. Assim, fosse Lázaro um desconhecido, o livro já seria importante, pois traduz uma experiência que oscila do indivíduo à universalidade. Sendo a combinação de alguém muito conhecido com histórias cotidianas, fica mais rico. O resultado final da obra é que surge, além do Lázaro, o próprio Brasil e suas coisas divertidas e trágicas. É uma narrativa biográfica e poética de como ele, Lázaro, tomou consciência das coisas vendo sua mãe trabalhar como doméstica, sendo parado num caixa eletrônico, vendo, com seu filho, jovens negros sendo revistados à beira da Rodrigo de Freitas e dezenas de outros episódios. Cada peça como O Topo da Montanha e cada filme foram acrescentando experiência e reflexão. O livro é o itinerário de uma consciência. No caso de Lázaro, uma consciência privilegiada. Mais do que uma biografia, é uma trajetória."
Profile Image for Paulo Sora.
Author 2 books3 followers
July 9, 2018
Um livro níveis acima do essencial. Uma viagem narrativa de um jeito que nunca pensei que o Lázaro me levaria.
Cada página virada, cada ponto contado, uma História entremeada com uma narrativa leve e realidades sociais que, certamente, uma pessoa branca nunca passou/passará.
Ao mesmo tempo que é uma biografia, é um manifesto, e essa transição se dá de forma tão suave e prazerosa que acabei o livro querendo mais e mais.
A sensação que fica é a de que Na Minha Pele é um livro necessário não só para brancos entenderem as dores negras, nem somente para negros entenderem o valor de sua existência, mas para que todos possamos caminhar pra um futuro onde sejamos cada vez mais e mais iguais, pois é só através da empatia que se começa o trabalho para melhorarmos.
Profile Image for Edson Coelho.
7 reviews1 follower
December 28, 2017
Com este livro tive a oportunidade conhecer o Lázaro Ramos, pois não acompanho onde ele atua, ou seja em teatros, novelas e filmes.
O livro tem um início leve, parecendo que seria uma auto-biografia, mas lentamente os assuntos centrais "racismo" e "preconceito", aparecem em relatos fortes e contundentes. Quem já passou por estas situações reconhece claramente o quanto é dificil.
Mas mesmo com todos os obstáculos Lázaro Ramos, persistiu e conseguiu um lugar de destaque no panorama artístico nacional.
Excelente leitura para todos que queiram conhecer como acontecem situações, nas quais ficamos com um certo desespero, e ao reclamar ainda somos os "chatos".
Edson Coelho
Profile Image for Helga Picarra.
50 reviews2 followers
June 28, 2019
Óptimo livro!
Lázaro partilha nesse livro acontecimentos da sua vida, de forma cronológica, analisa e reflecte sobre a construção da sua ''identidade negra'', em questões de amor, família, afecto, acção afirmativa, etc.
A sutileza com que Lázaro aborda este tipo de questões comprovam mais uma vez a sua versatilidade como artista.
Profile Image for Paula Monteiro.
92 reviews
July 16, 2017
Um livro interessante mas que se perde às vezes na confusa reflexão do autor. Quando se mostra indignado deixa de passar a mensagem e provoca a raiva no leitor. Algo não positivo.
Profile Image for Roseane Corrêa.
49 reviews7 followers
January 26, 2020
Na minha pele é um livro que não tem a pretensão de ser uma biografia, mas um livro para falar de experiências de vida, segundo o autor.

Lazaro Ramos é um jovem ator negro de muito sucesso. Rompeu barreiras inimagináveis para um corpo negro masculino e nordestino pois essa tríade é muito determinante, para ela o seu lugar no mundo já e marcado. Mas Lázaro rompeu as fronteiras fantasmagóricas forjadas pelo racismo e está traçando suas trajetórias de sucesso.

Acredito que por ter nascido e criado em um ambiente de proteção racial pois ele vivia em uma ilha onde havia apenas uma moradora branca, ampliando assim o convívio com seus iguais, Lazaro foi criado como uma criança bonita, elogiada, aprendeu a ver valor e beleza nos seus iguais.

Na experiências de muitos outros e eu me incluo, o mundo é desde muito cedo uma eterna concorrência, vai desde ser chamada de neguinha do morro por usar tranças nos cabelos, nunca ser a auxiliar da professora para apagar o quadro, nunca ser escolhida pra ser anjo, noivinha e outros locais de destaque para as meninas e no caso dos meninos já ser lido como delinquente aos 7 anos de idade e iniciar uma vida de eterno suspeito de qualquer coisa de errado que aconteça em seu entorno.

Lazaro mesmo filho de pais separados tinha uma família muito presente e essa foi sua base. Família acolhedora, amorosa. Dindinha, mulher negra que ao meu ver é uma das presenças mais forte da família batalhou para a vitória de muitos. A relação de Dindinha com Caó me deixou de queixo caído. Dindinha é porreta e seu buraco atrás do fogão não me deixa mentir.
Ao sair desse ambiente de proteção, mesmo sem saber nominar, começou as experiências de sua diferença no mundo, ele tinha um corpo marcado!

De uma forma muito inusitada descobriu o seu talento para as artes, sacrificou o seu tempo livre, o seu dinheiro do almoço e começou a se dedicar de verdade até se profissionalizar. Teve muita gente boa atravessando seu caminho. Oh Sorte! Foram escritores, diretores teatrais, historiadores , mães de santo, atores, abolicionistas... as influencias positivas foram muitas. A maioria dos corpos negros masculinos são forjados pela desigualdade, violência policial, falta de empatia. Há muitos que resistem a tudo isso e cruza a fronteira, mas esse não deveria ser um lugar normalizado. O normal para todos é ter família, segurança, saúde, moradia...

Namorou mulheres brancas, mas preservou os ensinamentos de sua infância e teve habilidade em ver beleza e romance em uma mulher negra. Esse olhar deve ser treinado, a sociedade força a hipersexualização e outros estereótipos no corpo negro feminino. A destruição de nossas famílias fazendo com que rejeitemos os nossos iguais afetivamente é uma ferramenta do racismo que não nos quer nos amando. Nós mulheres negras também somos factíveis ao amor e romance queremos xodó e cafuné e Lazaro mandou FLORES para Thais, um gesto romântico.

A leitura desse livro é uma excelente coleta de teóricos que nos ajudam a entender as questões raciais, procurem saber quem são: Nei Lopes, Cidinha da Silva, Muniz Sodré, Vanda Machado, Florestan Fernandez, Zózimo Bulbul, Giovana Xavier... façam com já foi ensinado, joguem esses nomes no Google.

Falar de questões raciais, sendo uma pessoa publica é um grande desafio.
Vivemos em um país racista e que a pouco tempo estão tendo que lidar com os negros questionando a branquitude. Tem sido bem doído para muitos, mas é necessário.

Racismo não é apenas chamar o outro de macaco, racismo e uma tecnologia de poder onde hierarquiza seres humanos. Corpos com cor de pele diferente tem lugares bem marcados na sociedade. O nosso saudoso e talentoso Antonio Pompeo não resistiu e sucumbiu. Em nome dele não podemos parar de lutar.

Parabenizo Lazaro por não escolher a zona de conforto. Ele botou a cara, cutucou a ferida e está contribuindo de forma bem positiva para o debate racial.

Leitura gostosa e bem educativa. Eu indico.
Profile Image for Marcos Henrique Amaral.
125 reviews10 followers
March 24, 2019
“Na minha pele” conjuga autobiografia à narrativa dos esforços de individuação de Lázaro Ramos mormente enquanto ator negro, uma posição incômoda que, ao longo de sua carreira, orientará suas tomadas de posição: “fui tratado como uma exceção, como um ator negro. A minha pele foi mais enfocada do que meu trabalho”, constata quando estampa, pela primeira vez, a capa da revista TPM.
.
A partir daí, Lázaro nos leva à reflexão referente ao posicionamento dos artistas negros sempre postos como Outros, nunca como o Mesmo: para que o Outro não se transforme no Mesmo é preciso que se sujeite a esse ponto de vista alheio. Na dramaturgia, produzida pelo Mesmo - branco -, isso tem significado a reprodução de estereótipos que associam os não brancos a posições de uma subalternidade resignada, à criminalidade, à malandragem.
.
Quando, ali em cima, disse que a posição de Outro ocupada por Lázaro Ramos orientou suas tomadas de posição quis me referir precisamente à sua busca por subjetivação - e sua fuga à sujeição, para usar termos do sociólogo francês Vicent De Gaulejac - ao negar papéis estereotipados nesse inóspito mercado: “Banquei escolhas de que muitas pessoas não sabem (...). Eu não estava (e ainda não estou) a fim de usar calça de algodão cru e ser chicoteado para depois ser salvo por uma mulher branca. (...) Recusei muitos trabalhos em que teria que usar armas de fogo. Recusei porque a imagem que ficaria era a de um negro com uma arma na mão... e isso num contexto de normalidade”.
.
A recusa dos estereótipos que dizem qual é o lugar de pertencimento do outro não seria muito eficiente “per se” e isso levará o ator a novas tomadas de posição que passam ao largo das demandas racistas: passa a militar em favor da liberdade estética e da liberdade de escolha - “seu lugar é aquele onde você sonha estar”. Se a alteridade não é um absoluto e, se é variável dependente dos acontecimentos históricos, pode desfazer-se.
.
@olazaroramos nos mostra então a importância da reconstrução da memória, de sua genealogia - “a necessidade de contar a própria história passa pela conquista da identidade (...). Trata-se de uma busca para descobrir quem cada um é, e de afirmar e reafirmar com orgulho suas identidades” -, de uma solidariedade de trabalho e interesses junto a outros artistas e da performatização como política de reconstrução histórica. Percebe-se, ele mesmo, como tela de representação que pode personificar a mudança, “recriar o passado” e “transformar o presente”.
Displaying 1 - 30 of 108 reviews

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