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Depois a Louca Sou Eu

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O primeiro ataque de pânico de Tati Bernardi, espirituosa cronista e guionista brasileira, foi num aeroporto em Paris? Ou foi deitada debaixo da cama dos pais da amiga Daniela, quando tinha seis anos? Também pode ter sido no supermercado, no desespero de não conseguir escolher um melão.

Talvez não seja possível determinar quando começou, mas a autora foi aprendendo a viver com a ansiedade — recorrendo a terapias convencionais ou muito alternativas, vários comprimidos, mantendo‑se perto de lugares seguros ou, como acontece em Depois a Louca Sou Eu (livro que decidiu escrever num dia em que se convenceu mesmo de que o avião ia cair), através do humor.

Este livro é um desabafo autobiográfico que contém uma forte dosagem de honestidade frenética, com substâncias activas como medos, manias, taquicardias e desesperos, e que, contra tudo e por vontade da autora, ainda deixa espaço para uma gargalhada.

144 pages, Paperback

First published January 1, 2016

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About the author

Tati Bernardi

14 books222 followers
Tati Bernardi é uma publicitária, roteirista e escritora brasileira. Paulistana e de família italiana, formou-se em propaganda e publicidade pela Universidade Mackenzie.

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592 (38%)
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114 (7%)
1 star
22 (1%)
Displaying 1 - 30 of 148 reviews
Profile Image for Cláudia Azevedo.
394 reviews218 followers
February 22, 2022
Tati Bernardi começa bem, mas cedo se perde e se transforma numa caricatura, numa das suas personagens ou no somatório de várias. A descrição que faz da ansiedade e dos ataques de pânico não é a regra e, mesmo que bem-intencionada, pode até aumentar o estigma relativamente à doença mental ao associá-la a preconceitos comuns. Passo.
Profile Image for Maluquinha dos livros.
319 reviews134 followers
October 14, 2023
No dia 10 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Apesar de ser um tema cada mais falado (e ainda bem), ainda há muito caminho a desbravar nestas questões de saúde mental. Há preconceitos, estigmas e muito desconhecimento sobre o que é, afinal, a saúde mental e a sua importância. Foi por isso que decidi ler este livro neste dia. Se é um dos melhores sobre o assunto? Creio que não. Não passa de um conjunto de crónicas autobiográficas que narram os ataques de pânico e o que é viver com a ansiedade e depressão, revelando a maneira como estas condicionam a vida da autora. Num ritmo algo desgovernado e com um humor que me pareceu, por vezes, algo exagerado, a autora narra, corajosamente, episódios reais que exemplificam o que é viver com estas patologias. Além dos diversos medicamentos que toma para vencer esta sua condição, a escrita é também uma forma de cura.
Sem dúvida que é um livro em que a autora se expõe. Sem dúvida que falar sobre saúde mental é sempre positivo e, neste sentido, a autora tem o seu mérito: consegue expor-se, rir-se de si mesma e abordar estes temas de forma sincera. Não gostei tanto do ritmo quase claustrofóbico, apesar de entender que a cabeça de alguém que vive em constante estado de ansiedade deve ser mesmo assim.
Profile Image for Joana da Silva.
471 reviews782 followers
September 25, 2021
Quick and easy read but not light. This is not a light book, especially if you've dabbled with anxiety (which I think all of us did at some point in our life, even if not as excruciating as this experience). This book reads like a clear view into an anxiety-filled brain and how incapacitating it can be to coexist with it. Tati Bernardi made no attempts in trying to glamourize or soften her reality, which is why I say this isn't a light book.
Profile Image for Carla.
285 reviews85 followers
June 26, 2019
Um dos livros que li em que a autora mais se despoja e revela ao leitor numa viagem emocional intensa, vibrante e sempre com um precioso toque de humor.
Profile Image for Margarida Galante.
463 reviews41 followers
January 24, 2025
Tati Bernardi é escritora e guionista. Neste pequeno livro autobiográfico aborda os seus problemas de ansiedade com humor e sem tabus. Organizado em pequenos capítulos, em jeito de crónicas, a autora expõe-se contando como a ansiedade e os ataques de pânico condicionam a sua vida. Fala sem complexos dos medicamentos que tomava, algumas vezes em quantidades pouco recomendáveis, das terapias que tentou, de astrólogos a mestres de yoga e reiki, e de como a escrita a ajudou a controlar a sua condição ansiosa.

Este é o segundo livro que leio da autora e, tal como no primeiro, a forma um pouco exagerada e repetitiva como descreve as situações cansou-me. O tema interessa-me mas esperava uma abordagem um pouco diferente.

Tati Bernardi consegue rir de si própria e que tem a coragem de expor as suas limitações  e dificuldades, e acredito que o estilo claustrofóbico que utiliza ajuda a transmitir de forma mais aproximada o estado de uma pessoa que sofre de ansiedade num grau elevado. Penso que pode ajudar quem sofre com ansiedade e também quem lida de perto com situações destas. Apesar do tom humorístico, não é um livro leve.

"Segundo todas as cartomantes e tarólogas e astrólogas que consultei: com o tempo essa ansiedade passa. Sim, todo mundo morre um dia."
Profile Image for Sónia Carvalho.
196 reviews17 followers
January 31, 2022
"E se para sempre eu sentir esse elefante cego em posição fetal na minha jugular?"

O livro de crónicas autobiográficas "Depois a Louca Sou Eu" foi um bestseller no Brasil em 2016 e foi o primeiro livro da autora a ser publicado em Portugal. Em 2021 foi adaptado ao cinema.

Este livro veio parar-me às mãos um pouco por acaso, quando na minha primeira visita à biblioteca o encontrei ao lado da autobiografia de Rita Lee. Tati Bernardi fala-nos sobre os seus ataques de pânico, a ansiedade generalizada e a forma como essa doença condiciona e sabota a sua vida.

Explica-nos logo no prólogo que utiliza a escrita como um bote salva vidas para evitar a loucura, para não se "assustar ao guardar tanto só para si". A escrita junta-se aos inúmeros comprimidos que toma como um instrumento de cura, que ajuda a escritora a exorcizar os seus medos, mas que ao mesmo tempo a expõe corajosamente.

Posso dizer que sou uma pessoa medianamente ansiosa e que por esse motivo consegui conectar-me com alguns dos pensamentos e sentimentos descritos, mas percebi, logo na primeira crónica, que a ansiedade da narradora é exponencialmente maior, uma vez que dei comigo a ficar incomodada com alguns dos seus pensamentos desgovernados, ruminantes, "alucinados" e pessimistas.

É incrível como a viagem emocional e a forma como as histórias são contadas, criam incómodos físicos e um ambiente quase claustrofóbico. Um óptimo livro para entrar na cabeça de alguém que sofre de ansiedade e que apesar da seriedade com que trata o tema, consegue juntar sempre um toque de humor, que enriquece toda a experiência de leitura.
Profile Image for Luísa Bravo Da Mata.
5 reviews6 followers
January 9, 2023
Por vezes senti estar a ver uma radiografia de mim mesma! Outras vezes vi desespero e descontrolo… Todos temos altos e baixos! Importante mesmo é admitir e pedir ajuda!!!
Profile Image for Inês.
217 reviews65 followers
July 23, 2016
Ritmo alucinante que acompanha todos os pensamentos desgovernados e angustiantes gerados pela ansiedade. Cómico e dramático, viciante e exasperante. É um permanente estado de alucinação e demência. Na verdade, somos todos um pouco loucos.
Profile Image for Beatriz.
313 reviews98 followers
May 10, 2023
2023: a escrever dissertação de mestrado sobre Depois a Louca Sou Eu e a sua adaptação ao cinema.

2022:

2021: continua a ser um dos meus livros favoritos. Genial.

2019:
Opinião completa em: https://fuiprocrastinar.blogs.sapo.pt...

Um relato autobiográfico sobre a experiência de Tati Bernardi como alguém que também foi descobrindo como lidar com esta nuvem constante, a ansiedade, desde os momentos em que o peito fica pesado, até à incapacidade de sair de casa e conviver com outras pessoas, passando pelo estigma, incompreensão e descrédito. É verdade que quem tem dessas coisas é que é visto como "louco", mas a autora acaba por concluir que, de facto, há gente ainda mais louca do que ela sem assim ser rotulado.

O melhor deste livro é, sem dúvida, o sentido de humor (ainda por cima, com a expressividade do Português do Brasil), sem desvalorizar a seriedade com que o tema é tratado - de tal forma que, se lesse o livro antes de dormir, me sentia agitada. Tati Bernardi conta-nos como tem sido viver refém da ansiedade desde criança até à idade adulta. Depois a Louca Sou Eu está dividido em pequenos capítulos, cada um sobre um momento ou uma situação decorrente desta condução: a necessidade de isolamento, a falta de ar, os ataques de pânico surpresa, o medo de sair à rua, as viagens de avião e nos transportes públicos, a racionalidade ao reflectir na irracionalidade das suas próprias acções e emoções, as relações falhadas, a família igualmente disfuncional, o gap geracional porque as gerações mais velhas não falam sobre saúde mental, a evolução profissional e os deveres sociais, a antiga dependência e a recém-descoberta independência de fármacos...
Profile Image for João |.
263 reviews30 followers
June 3, 2023
Um conjunto de crónicas sobre ansiedade que nos deixa ansiosos a cada página. Um grande testemunho de Tati Bernardi sobre a saúde mental e o grande impacto que esta tem sob a vida de cada um.

p.s: é um livro um pouco sufocante, devendo ser lido muito pausadamente, um capítulo/crónica por dia.
Profile Image for Joana  .
169 reviews126 followers
Read
November 17, 2022
Muito bom. Hei de escrever Algo mas só digo: é muito bom e dá trigger a quem tem ansiedade e depressão. Também tem algumas referências a automutilação.
Não pontuo pois é uma autobiografia
Profile Image for Natasha Schiebel brotto.
70 reviews8 followers
January 29, 2021
Ontem à noite participei de uma aula sobre autoficção com a Tati Bernardi. Uma das frases que ela disse durante a excelente conversa resume bem minha percepção sobre este livro: "Ao falar de si, você fala de todos".

Apesar de "Depois a louca sou eu" ser sobre ELA, sobre as crises de pânico DELA, Tati escreve de forma a tornar suas angústias universais. E isso conecta, faz refletir, ajuda o leitor a lidar com seus próprios dilemas. Gostei muito!

E terminar a leitura na manhã seguinte ao curso me ajudou a entender o propósito da Tati não apenas com esse livro, mas com tudo o que ela escreve. Ela escreve para elaborar as situações que vive para si mesma, claro, mas, também, para ajudar o leitor a se entender. E é isso que torna as histórias pessoais dela tão ricas e interessantes. É meio que uma porta de entrada para o mundo da psicanálise. :)
Profile Image for Filipa Rodrigues.
37 reviews39 followers
November 20, 2021
A Tati Bernardi consegue com a sua escrita e o seu humor abordar um tema que continua a ser tabu, a saúde mental. E faz-nos sentir que não estamos sozinhos. Que é normal amar demais, sentir demais e sofrer demais.
Profile Image for Luiza.
40 reviews3 followers
July 13, 2022
Pela primeira vez em dez anos desde a minha primeira crise de pânico na vida, li relatos que me fizeram chorar de tão parecidos com as crises que eu tenho. Chorei porque busquei tantos livros quando adolescente, até não buscar mais. Chorei porque eu sempre soube que não era a única, mas no fundo mesmo, a gente acha sim que somos tão sozinhos e diferentes e só. Foi bom. Mesmo que nem todos os capítulos fossem “tão eu”, porque cada um com suas particularidades e neuras. Foi bom porque através desses causos e das muitas metáforas que ela usa, ela conseguiu descrever tão perfeitamente uma crise de pânico que em dez anos eu nunca consegui descrever.
Achei que esse ia virar o livro que eu indico pra todo mundo que quer entender o que é pânico, masss… ou talvez eu indique mesmo, só com a leve ressalva que existe um abuso de medicamentos retratado no livro – que não é regra – e que “aquele” capítulo em que ela dá uma leve demonizada neles pode vir daí mesmo. E que tá ok ficar medicada. Mas ele não é um livro de auto ajuda, nem sobre síndrome do pânico, muito menos pra informar ninguém. É um livro das experiências da autora, e isso me fez sentir menos sozinha nas minhas próprias experiências. Ainda bem que eu li.
Profile Image for Sonia Teles.
121 reviews17 followers
February 17, 2024
"Depois a Louca sou Eu" reúne uma série de crónicas autobiográficas sobre problemas mentais nomeadamente ansiedade e ataques de pânico e sobre a forma como a autora lidou com esses problemas em diferentes épocas da sua vida. Apesar do sofrimento psicológico que a autora sentiu nestas situações, consegue dar um tom leve e divertido aos seus relatos. A maneira como Tati Bernardi escreve, inspira a empatia do leitor e os seus relatos pormenorizados fazem com que seja fácil sentirmo-nos na pele da autora.
Profile Image for Natália Gomes.
48 reviews4 followers
November 13, 2020
*3,5 estrelas
Um relato preciso do que é a ansiedade. Perfeito pra gente que é ansioso não se sentir tão estranho. Fico observando as outras pessoas e pensando "será que eu sou a única que fico pensando 1000 pensamentos por segundo, me contorcendo fisicamente por causa disso?"; e esse livro me fez ver que eu não estou sozinha. Ansiedade é sobretudo medo. O ansioso tem basicamente medo de viver. Às vezes quer morrer pra parar de sofrer, mas também tem medo de morrer. É um pouco doido, sente muito intensamente as coisas. Uma coisa que eu sempre encarei como ruim, mas o final do livro traz uma reflexão interessante sobre esse ponto: talvez seja melhor sentir muito do que não sentir nada.
Me diverti bastante com o livro até 70% da leitura, porém foi se tornando um pouco cansativa e até (rs) ansiogênica em alguns momentos. Mas no geral foi uma boa experiência, gostei muito da escrita da Tati.
Profile Image for Laura Menegatti Bevilacqua.
31 reviews
February 19, 2021
A maioria dos comentários que ouvi antes de ler, era de que era uma comédia autobiográfica. Mas apesar de rir em diversos momentos, encaro esse livro mais como um porta voz para quem tem ansiedade e crises de pânico. Me reconheci por diversas vezes nos pensamentos da autora e foi acolhedor saber que não passo por isso sozinha.
Profile Image for Vanessa Jaques.
49 reviews
Read
January 20, 2025
Ao início achei que para entender este livro se calhar precisava de consumir o mesmo género de drogas que a autora consumia ao escrevê-lo. Não foi uma leitura fácil, mas vai melhorando quando entendemos que é escrito ao ritmo dos seus pensamentos caóticos de pessoa ansiosa e dramática, sempre com um tom cómico muito característico da Tati, que faz valer a pena.
Profile Image for Ana Rita Silva.
265 reviews27 followers
June 24, 2023
um retrato cru e duro sobre a dificuldade de viver (ou melhor dizendo - sobreviver) quando a ansiedade domina todo o nosso corpo e a nossa vida. o humor de Tati aligeira a dureza de alguns tópicos que são abordados, sem nunca lhes retirar a importância.

«e ele com medo é lama na certa. ele me maltrata, pula em mim, rouba minha fome, me martela o cérebro latindo mais alto que tudo, arranha meu peito, caga no meu caminho, mija nas minhas certezas... só sossega quando volto para casa, para o equilíbrio, para o centro, para o seguro. até que eu seja eu novamente. até que ele me possa soltar para que eu esqueça dele aqui dentro e dos outros lá fora. e siga a dura vida dos bípedes com dores nas costas e dentes grades.»

«eu só quero algo que me devolva a mim. que me deixe ficar sentada, quieta, calma.»
Profile Image for sweetslittlejean :p.
108 reviews
November 13, 2022
Sofrer é de uma arrogância egocêntrica sem limites. Tenho medo de dobrar a esquina de casa. Tenho medo de fazer aniversário. Tenho medo de ser mulher porque mulher é toda aberta a fungos e promessas. Tenho medo de estarem rindo do quanto eu sou feliz quando alguém me abraça e eu me largo um pouco. Minha cabeça pesa quilos demais para o meu pescoço. Alguém, por favor, só me segura um pouquinho? Tenho medo de acordar. Estou quase dormindo, quase. Sinto uma tristeza profunda de ir. Ir é muito triste. E estou sempre indo, apesar das unhas desesperadas eternamente esfolando algum conforto que deixou saudade apesar de nunca ter existido.
Profile Image for Vanessa.
1,493 reviews23 followers
April 30, 2016
Esse livro realmente faz com que as pessoas ansiosas não se sintam tão sozinhas no mundo. Ri demais com as histórias da Tati! Me identifiquei com algumas das preocupações dela. Acho que todos nós já passamos por momentos assim, imaginando tudo que poderia dar errado antes de tomar uma atitude. Eu, pelo menos, não consigo acreditar que exista uma pessoa 100% segura o tempo todo.

{*alerta de spoiler*}
No começo, me preocupei um pouco com a quantidade de remédios fortes que ela tomava. Inclusive, era espantoso o modo natural como dizia: "Ah, mais 0,25mg de Rivotril" - como se estivesse falando de mais uma colher de açúcar. Porém, no final ela conta que decidiu parar com tudo e foi se livrando dos antidepressivos aos poucos. É possível que tenha recaídas, que talvez precise se medicar novamente num futuro, quem sabe. Ninguém está livre disso. Porém, fico feliz que ela tenha encontrado o equilíbrio e a coragem para tentar mudar esse aspecto de sua vida. Só de já ter conseguido até a finalização do livro já foi um grande passo.
Profile Image for Roberta Trevisan Marques de Souza.
59 reviews33 followers
May 8, 2022
É triste ver que muitas pessoas estão dependentes de remédios nos últimos anos. Porque realmente tá insuportável ter de viver sabendo de tanta coisa ruim, ter que conviver consigo mesmo e ver que a gente não é completo, não é perfeito, nunca tá satisfeito, nunca tá bom. É uma neurose sem fim. Eu não tomo nada disso porque tenho medo de morrer. Sou muito fraca pra remédio, bebida etc, não posso ver sangue (às vezes nem o fictício), então, a neurose faz por mim o que essas coisas fazem pras pessoas. No final, não existe ninguém são.
Profile Image for Paola.
124 reviews
April 8, 2016
Li o livro por curiosidade e ele não faz meu estilo. Cheio de piadinhas sem graça, puxando para o lado americano. Muita coisa escrita para não se passar nenhuma mensagem positiva. Uma pessoa que acha engraçado furar fila de aeroporto mentindo que está grávida, só porque se entupiu de antidepressivos e quer chegar logo no quarto de hotel, só mostra o quanto ela é egoísta.Achei bem fraco beirando o ridículo.
Profile Image for Mariana.
13 reviews4 followers
June 19, 2022
Demorei a entender que era uma coleção de crônicas e não uma história com começo, meio e fim. Isso contribui um pouco pra um certo ranço. Infelizmente me identifico com a Tati Bernardi muito mais do que eu gostaria. Às vezes leio e penso: “nossa, é isso mesmo, alguém me entende perfeitamente” mas em outros momentos (a maioria) me vem um: “caramba, isso é tão autocentrado, eu preciso me dar menos importância”.
Profile Image for Ana Luisa.
5 reviews1 follower
February 23, 2016
Uma ode à farmacologia, rs. Bem escrito, engraçado. A moça tem talento.
Profile Image for Henrique Fendrich.
1,022 reviews26 followers
March 4, 2025
O que se espera de uma crônica de Tati Bernardi, antes de ler, provavelmente é que seja leve, descontraída, bem-humorada, que focalize miudezas do cotidiano e, sem se preocupar em ser profunda, consiga render boas risadas, em meio a uma ou outra pequena filosofia sobre o modo como conduzimos nossa vida. O próprio título de “Depois a louca sou eu” favorece essa visão, enquanto sugere um vínculo com a oralidade, de onde certamente a cronista pinçou essa bem-sacada expressão.

Por isso o susto logo na introdução do livro, que começa com a frase “Sempre que tenho uma crise de pânico, a fantasia mais maluca é a de que vou me desintegrar até deixar de existir” e prossegue com “Talvez escrever me salve diariamente de não enlouquecer de verdade”, “O pânico é essa interseção entre a certeza absoluta de que você não importa nada para o mundo e a certeza absoluta de que todos estão comentando o fato de você não importar nada para o mundo”, entre outras mais.

Ao final, a revelação de que se trata de “um livro sobre o medo”, escrito quase como uma promessa após sobreviver a uma crise de pânico. E, de fato, o que se percebe a partir de então é que o livro é um mergulho extremamente corajoso da autora em seus próprios medos, por meio de crônicas absurdamente sinceras em que expõe alguns dos episódios mais críticos que já teve de ansiedade e síndrome do pânico. É a insuspeitada carga psicológica do livro, bem mais pesado do que se imaginaria.

Existe o humor, mas, principalmente nas primeiras crônicas, quando ainda se tenta entender melhor o universo da autora, prevalece no leitor a dor e a empatia por tudo o que a cronista se viu obrigada a passar em consequência de seus transtornos. Tati busca o exagero e o absurdo, que é grande parte da receita do humor, mas sente-se que por trás de tudo isso há um sofrimento incalculável, talvez até indizível, se ela não tivesse, em boa hora, conseguido dar voz e expressão a esse tipo de emoções.

A exposição que a cronista faz de si mesma, não hesitando em revelar tudo o que de constrangedor já foi obrigada a fazer por ansiedade ou pânico, talvez só encontre parâmetros em Marisa Raja Gabaglia, que no final dos anos 1970 expunha a família de tal maneira que chocava o próprio Rubem Braga. Os problemas de Tati não são os de Marisa, mas ambas usam a crônica como um exercício de autoconhecimento extremamente poderoso, capaz de promover a imediata identificação do leitor.

A cronista escreve para retrabalhar, dentro dela, as mais marcantes experiências que o medo lhe deixou, e nesse processo ela chega a lembrar Nelson Rodrigues, que também enxergava na crônica uma utilidade praticamente psicanalítica, como instrumento para auxiliar a compreender suas motivações no tempo presente. Mas é inegável que, ao expor os seus dramas mais pessoais, a cronista também alcança o leitor, porque a ansiedade, patológica ou não, é hoje uma experiência difundida.

Na realidade, Tati mostra ser a cronista que melhor consegue captar um momento muito específico da trajetória da humanidade, que pode ser identificado como “a era da ansiedade e dos remédios controlados”. Basta olharmos ao redor e perceber a quantidade de pessoas que precisam lidar com algum transtorno e que se valem de algum medicamento para tornar mais suportável a experiência de viver. Então a crônica de Tati é absolutamente contemporânea e dialoga com o tempo presente.

O tarja-preta virou o pretinho básico, como ela diz, e todos têm coisas demais para pensar e lidar, em meio à cotidianíssima experiência da ansiedade. “Ninguém está bem”, ela chega a assumir. A cronista expõe todo o pesadelo do “e se…”, o que nos lembra como somos igualmente sozinhos e tristes e assustados, mas não se trata mais de um sentimento desesperador, porque agora descobrimos que, pelo menos, há uma escritora que consegue nos traduzir, e quem sabe isso já possa nos ajudar.

O conjunto de suas crônicas é um eloquente fluxo de consciência sobre o medo, a autoironia é levada a tal extremo que provoca tanto o riso quanto a compaixão, e mesmo o humor à Dorothy Parker, mesmo os exageros com efeitos cômicos, são dolorosos. Em meio a esse ambiente psicologicamente sensível, a cronista ainda consegue promover momentos de lirismo escrachado, de poesia crua, caso de “A louca do jardim”, e tudo isso fortalece o impacto que esse livro provoca.

“Depois a louca sou eu” é um dos mais significativos livros de crônicas lançados no presente século, porque, por mais pessoal que seja, consegue ir muito além do ego da autora e oferecer um panorama sobre uma realidade cada vez mais comum aos brasileiros, mas poucas vezes expressada com tamanha ousadia e sinceridade, em um estilo saboroso que, além de tudo, já não é tão comum assim no gênero.
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