At the age of 10, he left to London, with his father, which was a portuguese ambasssador.
He comes back in 1943 at the time his father was fired by Salazar.
Sttau Monteiro got an advocate degree in Lisbon and only practiced his profession for a short amount of time. He leaves again to London, becaming a Formula 2 racer.
He comes back to Portugal and be part on numerous publications, as Almanaque magazine or A mosca in Lisbon's Diary.
In 1961 he published the play Felizmente há Luar! (engl: Finally there is Moonlight!), being distinguished with the Theater's price. The play was censured and prohibited by the fascist regime.
Only in 1978, the above play was annouced in the Nacional Theater. 160 000 copies were sold.
Sttau Monteiro was arrested by the fascist police (PIDE) in 1967 after the publishment of the plays A Guerra Santa (engl: The Holy War) and A Estátua (engl: The Statue), satires against the fascist regime and the colonial war.
In 1971 he wrote the novel Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão (engl: Hold the Summer, Guida, Hold the Summer), which was adapted to tv through the soup opera Chuva de Areia (engl: Sand Rain) in 1982
"Não posso reconhecer que estou em crise, não apenas porque não o estou, mas também porque aceitar uma situação de crise interior é já simpatizar com essa crise. Se não tenho cuidado começo a falar aos outros na minha crise e na minha dor. Depois começo a fazer versinhos ou a viver isolado ou a falar de mim. Do reconhecimento da crise ao amor a crises só vai um passo."
Um Homem Não Chora - 4* Pôr-do-sol no Areeiro - 4,5*
A maioria das pessoas conhece Luís de Sttau Monteiro, e provavelmente detesta-o, pela leitura obrigatória de "Felizmente Há Luar", mas este autor merece bastante mais atenção e estima. Para mim, está ao mesmo nível que Maria Judite de Carvalho na intensidade da introspecção e no conhecimento da alma humana em momentos de angústia e solidão, tanto de homens como de mulheres, que é algo que nem sempre acontece nos escritores desta geração. Em "Um Homem Não Chora" há um casal profundamente infeliz que não se pode divorciar devido à Concordata, um acordo entre o Estado português e a Santa Sé que impedia o divórcio de pessoas casadas pela Igreja e que vigorou até depois do 25 de Abril. Em "Pôr-do-sol no Areeiro" há uma mulher de classe alta votada à solidão pelo marido demasiado ocupado, aparentemente com o trabalho, e que se deixa levar por um pouco de atenção. Os 25 anos que distam da minha primeira leitura não retiraram o encanto a estas duas novelas.
"Desagrada-me este jogo, que ando eternamente a jogar comigo mesmo, de saber de antemão o que as pessoas vão dizer, de saber de antemão quando elas se vão sorrir. Tenho receio de ter um complexo de superioridade. Porque será, porém, que nunca perco este jogo? Porque será que as pessoas dizem sempre o que eu previra que elas diriam? Porque será..."
"Serei eu que já não sei rir? Será que o país inteiro já se não sabe rir? Haverá alguma lei que obrigue os Portugueses a serem graves, pomposos, eminentemente respeitáveis, com aquela respeitabilidade própria dos adolescentes que desejam passar por homens feitos? Já não haverá gente nova nesta terra que teve tanta gente nova? Estaremos todos, efectivamente, convencidos de que temos uma mensagem a comunicar ao mundo?"
Esta edição da Unibolso contém duas obras de Sttau Monteiro: “Um homem não chora” e “Pôr do Sol no Areeiro”.
Em “Um homem não chora”, acompanhamos quatro dias da vida de um industrial de chapéus na Lisboa do Estado Novo. Os quatro dias sucedem-se com uma preocupação em pano de fundo: obter o divórcio de sua mulher, Fernanda, com a qual havia contraído matrimónio católico depois da Concordata, o que significa que, à data, não era possível fazer cessar civilmente aquele casamento. Com as interações sociais que somos convidados a assistir (um cocktail, um pequeno jantar de comemoração do aniversário de casamento e as deambulações pela cidade, incluindo as conversas com o advogado), vamos conhecendo profundamente a personagem, no que tem de irónico e, em certa medida, humorístico, ao apontar, evidentemente, hipocrisias da sociedade ou de personagens com as quais convive. Ao mesmo tempo, conhecemos também as profundas inquietações e sobressaltos morais de quem não pretenderia viver apenas nas boas aparências sociais e ainda as suas diferentes facetas, numa história que não é – nem pretende ser – feliz. “Um homem não chora” (agora não me refiro ao título do livro) é um dito como tantos outros que, consciencializados pela sociedade, marcaram definitivamente as personagens e os seus destinos que, todavia, têm também livre-arbítrio, nas suas contradições. A escrita é exímia e o livro é excessivamente cru e ácido e, por isso, em grande medida, inquietante.
“Pôr do Sol no Areeiro” expõe as vulnerabilidades de uma senhora da alta burguesia lisboeta contemporânea de Sttau Monteiro (final dos anos 50). A narrativa, através do olhar de diversas personagens que são manifestamente figurantes e atentam naquela senhora, é lúcida e envolve uma necessária experiência psicológica suficientemente densificada. É assim pelo modo como percebemos, em dois dias, como a senhora, ignorada pelo marido, tratava a criada e a cozinheira, como se deixa iludir pelo funcionário de um stand (com necessidades familiares muito concretas e imediatas) e como, afinal, tudo é manobrado pelo próprio proprietário desse mesmo stand (consciente de quem é “anjinho”).
"- Porque sou contra o divórcio, por princípio. - O sr. Doutor decerto não compreendeu o meu problema. Eu não desejo que V. Ex.a se divorcie. Sou eu que me desejo divorciar. Não são, portanto, os princípios de V. Ex.a que estão em causa. São os meus. Confesso que não vejo qualquer motivo para a minha mulher e eu sacrificamos a nossa vida aos princípios de V. Ex.a..."
Gostei da simplicidade e candura deste livro: retrata duas histórias de vida distintas de uma forma real e genuína, nada de sentimentos exagerados, romantizados e irrealistas ;pelo contrário. Gostei muito por esse motivo mesmo. Também gostei da escrita do autor.
“A esta hora a cidade é estranha. Ainda não caiu a noite, mas já não é dia. Aposto que esta hora tem uma relação qualquer com a vida. É símbolo de qualquer coisa. Fosse eu porta e certamente descobria já uma relação qualquer entre esta hora e o meu estado de espírito.”
Esta muito bem escrito, mas e um livro insuportavelmente cruel. As duas estrelas nao reflectem a qualidade literaria da obra, apenas que eu pessoalmente nao gostei.