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Trilogie de la Terre #1

Políticas da Inimizade

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"Ao terem fomentado miséria e morte à distância, longe dos olhos dos seus cidadãos, as nações ocidentais temem agora o reverso da medalha, num desses piedosos actos de vingança exigidos pela lei da retaliação. Para se protegerem de tais instintos de vingança, servem-se do racismo como lâmina afiada, suplemento venenoso de um nacionalismo esfarrapado."

Num mundo que ergue fronteiras de arame farpado e em que o estigma do estrangeiro se inscreve a ferro e fogo no quotidiano, Políticas da Inimizade é um lúcido ensaio sobre a hostilidade e as formas que ela assume nas sociedades contemporâneas. Retrocedendo, na senda de Frantz Fanon, à tirania dos regimes coloniais e esclavagistas como semente da inimizade global contemporânea, Achille Mbembe analisa os vectores desta violência planetária – que se manifesta na ressurgência de nacionalismos atávicos, na guerra contra o terrorismo, sacramento da nossa época, e num racismo de Estado que, a pretexto da defesa da civilização, varre réstias de democracia e suspende direitos dos cidadãos. Políticas da Inimizade relembra, em suma, que seremos sempre seres de fronteira e fragmentos de uma mesma humanidade.

256 pages, Paperback

First published January 1, 2016

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About the author

Achille Mbembe

60 books421 followers
Joseph-Achille Mbembe, known as Achille Mbembe (born 1957), is a Cameroonian philosopher, political theorist, and public intellectual.

He has written extensively in African history and politics, including La naissance du maquis dans le Sud-Cameroun (Paris, Karthala, 1996). On the Postcolony was published in Paris in 2000 in French and the English translation was published by the University of California Press, Berkeley, in 2001. In 2015, Wits University Press published a new, African edition. He has an A1 rating from the National Research Foundation.

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Displaying 1 - 11 of 11 reviews
Profile Image for Miguel Duarte.
132 reviews54 followers
November 10, 2017
http://www.comunidadeculturaearte.com...

Aos olhos do Ocidente, a história de África (mas também da América) começa com o Colonialismo, a partir do séc. XV, que aos olhos dos colonizadores, era responsável por trazer África (e a América) para o mundo, ignorando os milhões de Homens que já viviam nesses continentes, com a sua própria história, aniquilados, quando não escravizados, pelos colonizadores. Só no século XX, com as Guerras de Libertação Nacional, estes povos subjugados se conseguiram soltar das amarras do colonialismo que, entre outros, tinha trazido a escravatura e a discriminação.

Essa nova independência e liberdade não viria, no entanto, a resolver todos os problemas causados ao longo de cinco séculos, que haviam deixado graves fissuras nos colonizados. Porque, se se pode dizer que a escravatura foi efectivamente abolida e é repudiada pela grande maioria dos ocidentais de hoje, os estragos que causou não foram apagados simplesmente pela mesma ter deixado de ser imposta, já nem referindo os séculos de trabalho forçado que se seguiram. Num mundo pós-colonial, onde os povos colonizados conseguiram finalmente auto-administrar-se através de estados independentes, a memória do que se passou e, mais do que isso, as suas consequências, ainda estão inteiramente presentes quer na vida Ocidental, quer, essencialmente, na dos povos anteriormente colonizados.

Em Crítica da Razão Negra, publicado pela Antígona em 2014, Achille Mbembe, filósofo e cientista político camaronês, um dos pensadores maiores do pós-colonialismo, propõe-se agregar num livro os diferentes conceitos e abordagens que marcaram o pensamento raciocinado sobre o Negro, enquanto raça, enquanto ser. Partindo dos conceitos desenvolvidos por pensadores antes de si, dos quais Frantz Fanon merece o principal destaque, a obra remete-nos para a Négritude de Aimé Césaire ou para o Movimento Pan-Africano de Marcus Garvey, aos quais reconhece imensas valências, mas que critica por perpetuarem o conceito de raça, a distinção entre Negro e Branco. Assim, estes resgatam o Negro da subalternidade, dando-lhe uma identidade própria, tão relevante quanto a do Branco, mas continuam a manter a raça enquanto conceito diferenciador. Urge, então debater esta razão negra, como o próprio explica:

“A expressão razão negra remete para o conjunto das deliberações acerca da distinção entre o instinto animal e a ratio do homem – sendo o Negro o testemunho vivo da própria impossibilidade desta separação. (…) Debater a razão negra é, portanto, retomar o conjunto de disputas acerca das regras de definição do Negro”
O que é, portanto, ser Negro? Nos dias de hoje, a raça é tomada como dado adquirido, mas “longe de ser espontânea, esta crença [na raça] foi cultivada, alimentada, reproduzida e disseminada através de um conjunto de dispositivos teológicos, culturais, políticos, económicos e institucionais, dos quais a história e a teoria crítica da raça acompanharam a evolução e as consequências ao longo dos séculos.” O Negro é, então, uma criação do colonialismo e do imperialismo, através do retirar de toda a humanidade de alguém que usava apenas em proveito próprio. Da mesma forma, “o Branco é, a vários respeitos, uma fantasia da imaginação europeia que o Ocidente se esforçou por naturalizar e universalizar.” Tudo feito para justificar um projecto imperial em que o homem branco, “confundido a “civilização” com a própria Europa”, seria, segundo o próprio, o único a possuir vontade e capacidade de construir um percurso histórico, impondo-se, com recurso à força e à violência indiscriminada, às indígenas sociedades primitivas, regidas pela “mentalidade selvagem.”

Com o apogeu do tráfico de escravos a dar-se em pleno séc. XVIII, durante o Iluminismo, o conceito de modernidade será, então, inseparável do colonialismo, “o seu advento coincide[nte] com o surgir do princípio de raça e com a lenta transformação deste princípio em paradigma principal, ontem como hoje, para as técnicas de dominação”, e do capitalismo, sendo “a colonização (…) uma forma de poder constituinte, na qual a relação com a terra, as populações e o território associa, de modo inédito na história da Humanidade, as três lógicas de raça, da burocracia e do negócio (commercium), (…) onde um sistema económico fundado na escravatura contribuirá de maneira decisiva para a acumulação primitiva de capital.” Desse modo, “as ideias modernas de liberdade, igualdade e até de democracia são (…) historicamente inseparáveis da realidade da escravatura.”

Além de “operação do imaginário”, erguida de modo a perpetuar a relação de forças e a acumulação de capital pelas potências europeias, a raça era “um dispositivo de segurança fundado naquilo que poderíamos chamar o princípio do enraizamento biológico pela espécie”, onde a diferença de qualidade entre as raças se fazia da mesma forma em que, antigamente, recorrendo à temática do sangue, se assegurava os privilégios da nobreza. Neste período pós-colonial de hoje, no entanto, o lugar da biologia foi substituído pela cultura e pela religião, tornando-se estas o novo argumentário discriminatório. Protegidos atrás de uma política de assimilação onde o objectivo é dessubstancializar a diferença, consideram-se cidadãos aptos para usufruir dos direitos cívicos apenas os indígenas “convertidos” e “cultos”.

O seu mais recente livro, Políticas de Inimizade, publicado este ano também pela Antígona, é o aprofundamento destas questões, principalmente no que toca às convergências do pensamento do autor com o de Frantz Fanon, e tomando em conta os acontecimentos que vão marcando a segunda década do séc. XXI, como a crise dos refugiados, ou o aumento securitário face às recentes vagas de terrorismo.

Para tal, parte da própria noção de democracia que, segundo o próprio, “contém em si a colónia” mas sobretudo da de soberania, expondo a sua interligação com a violência. Mbembe vai além do conceito de biopoder, de Michel Foucault, falando então de necropoder, a utilização da morte enquanto sistema de poder. Para tal, utiliza exemplos como Israel (e a Palestina), mostrando como a soberania é agora exercida através da criação de zonas de morte, onde esta se torna o último instrumento de domínio e a principal forma de resistência.

Não é só fora do Ocidente, no entanto, que os conceitos de violência e soberania estão interligados. A própria soberania, segundo o autor, demonstra a inexistência do estado de excepção, especialmente em foco nos dias de hoje em casos como o estado de emergência em França, onde, recentemente, Emannuel Macron decidiu inscrever na lei medidas que estavam consagradas apenas no dito estado de emergência, tornando-as permanentes. Atacando os direitos, da mesma forma que o fazem os actos terroristas, “o Estado securitário alimenta-se de um estado de insegurança que ele próprio fomenta e para o qual pretende ser a resposta” utilizando a “reprodução alargada do sentimento de terror” para “fabricar espantalhos destinados a meter-lhes medo.” Nada disto, irá, portanto, parar num futuro próximo, já que “a paz civil no Ocidente depende, assim, em grande medida das violências à distância, de fogos de atrocidades que se acendem, de guerras de feudos e de outros massacres que acompanha o estabelecimento de praças-fortes e de feitorias nos quatro cantos do planeta” e “da institucionalização de um regime de desigualdade à escala planetária.”

Na Europa, colocam-se “agora questões mais ou menos semelhantes àquelas que, há bem pouco tempo, inúmeras sociedades não-ocidentais, apanhadas nas malhas de forças muito mais destrutivas – como a colonização e o imperialismo – enfrentaram”. Teme-se a chegada de quem vem de fora, não se pensando que, nesses locais de onde as pessoas saem, a mesma reflexão terá sido feita quando, em termos bem mais violentos, os ocidentais lá chegaram em séculos anteriores.

Fruto desse imperialismo europeu, que levou à migração coerciva de seres de tantas outras partes do planeta, somos, e seremos sempre, seres de fronteira, “feitos de pequenos empréstimos de sujeitos estrangeiros”, e a nossa identidade não “uma questão de substância mas de plasticidade, (…) de composição, de abertura para o exterior de outra carne, de reciprocidade entre múltiplas carnes e os seus múltiplos nomes e lugares.” No entanto, “o sujeito racista reconhece, em si mesmo, a humanidade não naquilo que o faz a mesma coisa que os outros, mas naquilo que o distingue deles”, numa permanente divisão entre eles e nós, responsável pela “reprodução a uma escala molecular da violência de tipo colonial e racial.” Nesse ponto, Mbembe é muito claro: só é possível “imaginar um mundo verdadeiramente comum e uma humanidade verdadeiramente universal” quando formos capazes “de assumir as memórias de Todo o Mundo.” Até lá, muito há ainda por fazer, mas talvez ler Achille Mbembe seja um dos passos importantes nessa direcção.
Profile Image for Fabi.
77 reviews
Read
February 12, 2025
Überraschend aktuell über die politischen Entwicklungen seit 2015, aber immer orientiert an den längeren Geschichten von Rassismus (sowie Antisemitismus) und dem Zusammenspielen mit demokratischen Ideen und der nationalstaatlichen Demokratie an sich. Im Endeffekt sehr nahe an Agambens Inklusion durch Exklusion, aber mit überzeugender Herleitung aus der kolonialen Praxis, auch wenn manche Aussagen zu unkonkret und pauschal sind. Am stärksten und interessantesten ist das Kapitel über Frantz Fanon und das Kapitel über den Afrofuturismus.
Die Übersetzung ist ähnlich wie bei der Kritik der schwarzen Vernunft wieder stellenweise Erklärungsbedürftig, da der Négritude-Kontext im Deutschen komplett fehlt und es so mindestens erklärungsbedürftig ist, das N-Wort in der Übersetzung ohne jeden Hinweis auf frankophone Kontexte zu verwenden
Profile Image for Guilherme Smee.
Author 27 books189 followers
December 14, 2022
Li mais ou menos três livros de Achille Mbembe ao mesmo tempo este mês: este aqui, Brutalismo e Necropolítica. Mbembe é mais famoso por Necropolítica, que é um livro pequeno e curto. Brutalismo foi o livro dele que mais gostei e que mais vou poder utilizar nos meus estudos. Já Políticas de Inimizade, é um livro legal, mas não me pareceu tão legal quanto os outros dois. Dos três que li, achei o que menos acrescenta. Mesmo assim, as politicas de fronteira que Mbembe apresenta neste livro são muito interessantes, porque ele acredita que é na contrução de fronteiras, sejam eleas semióticas, corporais ou territoriais, que os inimigos são contruídos. Depois, o livro acaba se lançando em outros temas menos interessantes para mim e que não chamaram muito a minha atenção. De toda forma é um livro importante e gostoso de se ler e se acompanhar.
Profile Image for José Moura.
Author 1 book1 follower
August 2, 2018
Este livro é um livro difícil. É um livro de ideologia centrado no combate ao racismo, em particular o do branco face ao negro, do colono face ao colonizado e ao escravo. Mas a sua dificuldade reside na avalanche de termos e, sobretudo, da sua desconstrução e reconstrução que o autor realiza com grande perícia. Outro ponto fundamental no livro são as ditas políticas de inimizade e a economia de guerra que também desenvolve com perspetivas inovadoras. A obra de Frantz Fanon é um suporte habitual nos livros de A. Mbembe que nutre grande admiração por Fanon. Globalmente, a estruturação do livro acusa uma certa debilidade, denotando-se uma concatenação forçada de vários ensaios de modo a constituirem a obra.
Apesar de uma certa dificuldade na apreensão e assimilação de diversos conceitos, tanto pelo modo exuberante e quase "explosivo" a que o autor recorre na sua exposição, fica-nos sempre bastante da obra lida - pelo que a recomendo.
28 reviews
October 12, 2024
Pour moi, ce livre est difficile a comprendre. Achille Mbembe a une vision du monde qui m'inspire, et me affraye un peu. C'est pourquoi je le lis et espère de lire encore plus de lui.
Profile Image for Paulina Palacios Herrera.
482 reviews1 follower
January 31, 2025
reflexiones fundamentales para revisar todo lo que estamos pensando sobre el posible futuro de la humanidad, pone en duda sin afán demoledor, todo concepto y categoría.
Profile Image for Paulo Mota.
172 reviews
October 14, 2018
Demorei algum tempo a decidir-me sobre o que escrever. Quando vi o livro fiquei muito impressionado e interessado pelo que projectava nele. Adorei os primeiros capítulos, arrisco a dizer até, assim por alto, 60% do livro. Separa situações delicadas em entendimento e tece um manto que almeja albergar humanidade, coesão e muitas coisas mais através da sempre boa e educada diplomacia.
O problema está mesmo em sentir que o livro foi construído através de uma projecção e não de uma ideia, que ao ser materializada ficaria sedenta por encontrar os seus pares em muitos mais capítulos.
Que é como quem diz, atrás desta diplomacia existe raiva, existe rancor e muita humanidade a chorar por um mundo melhor. E com isto, todos podemos simpatizar com - especialmente dado a algo tão grotesco como a segregação. Mas uma parte de mim também falou mais alto. Eu reconheci-me neste livro, no passado e infelizmente muitas vezes ainda também faço o mesmo. Eu utilizo estruturas de conhecimento que consigo desconstruir e reconstruir facilmente para expor pensamentos complexos que almejam dar forma à minha vontade, mas nesses momentos entendo também que certas coisas são incomunicáveis. Porque a nossa vontade é subjectiva, digna apenas da nossa experiência. Existem termos, objecções lógicas e como tal muito plausíveis que bloqueiam muitos argumentos e possibilidades, mas não são razão, são entendimento. O entendimento que nós temos da vida através da nossa experiência. A vida é sentida de forma subjectiva e sim não existe muita responsabilidade no dia a dia, porque nós não entendemos nem queremos assumir a responsabilidade da subjectividade.
Parte desta irresponsabilidade tem bom fundo, eu acredito, mas parte desta irresponsabilidade tem como hábito pedir subjugação, neste caso a uma estrutura de conceitos muito bem fundamentada que pode servir de mandamento. Mas este é o problema de muitas religiões, a noção de mandamento.
Muitas vezes ao sentir esta raiva escondida senti-me vulnerável à minha fragilidade. À condição a que todos estamos expostos, a da incerteza. Simpatizo muito com as causas do senhor Achille Mbembe e admiro muito as capacidades do seu discurso, mas a sua raiva a pedir humanidade, muito bem disfarçada, uma raiva que admito ter encontrado em Nietzsche (e que me afastou de comunicar com ele até aos dias de hoje), levou-me a criar alguma distância.
Eu encontro estes mecanismos que considero de defesa em muitos filósofos modernos, criam uma linguagem quase que hermética num dos sentidos, o de fora para dentro, mas aceita-os a todos e deixa que depois de um processo de inclusão a mesma se dê de dentro para fora, nos outros.
Mas esta teimosia extrema serve apenas para ganhar batalhas temporárias. E existem alturas na vida de um Homem em que é necessário atacar a estratégia e não lutar com melhores armas apenas. (Sun Tzu, "O Guerreiro experiente não luta, ele ataca a estratégia). E Achille Mbembe, tal como muitos filósofos modernos, caiem nesta ilusão, a de acharem que um discurso intelectual com capacidades polimórficas de desconstruir a própria vida em si, pode esconder o desequilíbrio que é necessário para criar tal discurso. Um discurso que muitas vezes vive de um orgulho ferido, de uma necessidade de auto-afirmação reflexiva, a vaidade que sangra. A luta contra a alienação. Sim estamos a lutar, mas com armas mais evoluídas, continuamos a compactuar com a estratégia.
Volto a dizer, simpatizo muito com a sua causa. Mas a vida é disruptiva, não se pode enganar a vida, mas sim lembrar os outros onde se encontra a vida, nem que seja apenas aos nossos olhos. E lá pelo meio, acredito que um dia vamos encontrar muita paz, ou pelo menos uma paz que dure o suficiente para ser relembrada.
Infelizmente, com isto, quero dizer: Toda a política tem como base a inimizade. Porque toda a política diz, "eu estou mais certo que ele", mas isso é uma meia-verdade, mesmo perante a situação mais pecaminosa, e isto magoa, fere qualquer ser humano entender isto. Não existem lados, somos todos seres humanos. Somos todos consciência.
Não se muda o mundo, só podemos mudarmo-nos. É aqui que se sente a humanidade dilacerante de Franz Kafka, "Na luta entre ti e o mundo, apoia o mundo."
(Com todo o respeito à luta digna de Achille Mbembe por um mundo melhor - e peço desculpa o texto mal organizado, mas infelizmente o tempo não me permite melhor e sinceramente, muito sinceramente, tenho medo que o tempo em si leve a vontade que eu tenho de manifestar estes sentimentos)
Profile Image for Wilson Décembre.
Author 4 books1 follower
May 16, 2019
Un peu en dessous du niveau de pertinence de son "Critique de la Raison Nègre", mais l'intellcetuel camerounais a encore fait un travail de consistance. C'est, entre autres, une analyse très intéressante de la négation de l'altérité telle qu'elle constitue l'une des constantes des rapports humains actuellement au niveau global. L'auteur exhorte à l'homme de ce siècle d'adopter et de cultiver "l'éthique du passant", une attitude très glissantienne (en réf. à Edoaurd Glissant) à travers laquelle l'auteur espère que ses contemporains réussiraient à conjurer les démons du nationalisme atavique.
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