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A Glória e Seu Cortejo de Horrores

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A glória e seu cortejo de horrores, novo romance de Fernanda Torres, autora de Fim, acompanha as desventuras de Mario Cardoso, um ator de meia idade, dos dias de sucesso como astro de telenovela até a total derrocada quando decide encenar uma versão de Rei Lear – e as coisas não saem exatamente como esperava. Mescla eletrizante de comédia de erros e retrato do artista, o livro atravessa diversas fases da carreira de Mario (e da história recente do Brasil), suas lembranças de juventude no teatro político, a incursão pelo Cinema Novo dos anos 60, a efervescência hippie do Verão do Desbunde, o encontro com o teatro de Tchékhov, a glória como um dos atores mais famosos de uma época em que a televisão dava as cartas no país. Um painel corrosivo de uma geração que viu sua ideia de arte sucumbir ao mercado, à superficialidade do mundo hiperconetado e, sobretudo, à derrocada de suas próprias ilusões.

216 pages, Paperback

First published November 10, 2017

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About the author

Fernanda Torres

14 books203 followers
Fernanda Torres was born in Rio de Janeiro in 1965. She has enjoyed a successful career in the theatre, cinema, and on television for thirty-five years and has received many awards, including Best Actress at the 1986 Cannes Film Festival. She is a columnist for the newspaper Folha de São Paulo and the magazine Veja-Rio and contributes to the magazine Piauí. The End is her first novel.

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3 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 86 reviews
Profile Image for Saymon Nascimento.
4 reviews6 followers
December 19, 2019
Em resposta a um repórter da Folha de S. Paulo que lhe perguntava se o verdadeiro massacre sofrido pelo protagonista do seu novo livro era uma reação aos homens estúpidos do mundo artístico da zona sul carioca, Fernanda Torres disfarçou, e foi existencial: "Eu castigaria qualquer um. As coisas me vêm com ironia; a vida é trágica". A Glória e Seu Cortejo de Horrores, o seu segundo romance, é de uma virulência sem fim, mas a sua navalha, ao ferir os seus personagens, não os despe de humanidade. A vida é trágica - a violência não é nada pessoal.

Admirador ferrenho de Fim, a estreia quase acidental de Fernanda Torres na literatura, cheguei a essa obra nova com o medo terrível de estar diante de uma fraude, da evidência de que a qualidade estarrecedora do livro anterior fosse sorte de principiante. Não é. Acompanhando a imprensa, até agora não achei nenhuma crítica de verdade ao livro, como se até o resenhismo mais maldoso tivesse medo de se aproximar. Como lidar com o fato de que uma atriz talentosa, filha de dois "monstros sagrados! da tv, teatro e cinema brasileiro, ainda por cima escreva de modo espetacular e publique dois dos melhores romances deste século no país?

Não é uma hipérbole, é disso mesmo que estamos falando, e já que estamos no terreno do reconhecimento do talento e do privilégio que esse talento - mais um - representa, é bom dizer que o misto de desencanto carioca e ironia perturbadora faz com que Fernanda Torres mereça ser mencionada como pertencente ao mesmo veio literário que Machado de Assis.

Não se trata aqui de comparar os dois - não seria justo - mas de perceber como esse romance pontiagudo opera de modo muito parecido ao do mestre da Rua de Matacavalos. No fundo, a tragédia da vida é mais evidente quando uma existência é contada em fast-forward, como Machado e Fernanda fazem, em cenários parecidos, mas separados por pouco mais de um século. O humor que transborda do texto parece bater em falso, propositadamente - em vez da gag, o que se evidencia é um profundo entendimento do patético.

É como se os eventos da vida, reduzidos ao essencial, revelem sempre a sua face mais deprimente, por melhores que sejam os momentos isolados, ou mais vívida a lembrança de alegrias marcantes. Um grande momento do livro é o transe do protagonista, um ator, na memória do seu maior sucesso no teatro, num papel em uma peça de Tchekhov. É embriagante, mas é um átimo, e as consequências que até mesmo as alegrias acabam por reverter-se para o mal. Um casamento de 15 anos, espetacularmente narrado em algumas páginas, rompe-se num segundo, num momento preciso, sem que o texto faça qualquer esforço para torná-lo um grande momento. Até os lances decisivos da vida têm a marca da banalidade.

Além dessa nuvem massiva de pessimismo que se abate sobre as nossas cabeças durante a leitura, chama muito a atenção o fato de Fernanda Torres ser tão desenvolta narrando em primeira pessoa as agruras de um personagem tão masculino. É incrível - parece que o fato de ser atriz faz com que ela se ponha precisamente no lugar de qualquer outra pessoa, e o gênero nem de longe é uma barreira. Apesar da familiaridade do cenário - Rio, artistas, teatro - o texto tem uma precisão muito específica do que é ser homem, algo que ela já tinha logrado com maestria em Fim.

Essa precisão, por outro lado, não se manifesta em diálogos, como se esperaria de uma atriz que começou a escrever ficção como uma peça de teatro. A ação é interna, mas cheias de marcas de oralidade. O livro é um relato não dito, represado. Está todo na mente do seu protagonista, como se Fernanda, antes de escrever um romance, estivesse compondo uma personagem e levando essa composição às últimas consequências. Há atores que criam histórias para as personagens que interpretam - Fernanda desenvolve romances inteiros para personagens que nunca vai interpretar.

A marca da tragédia sem sentido - sim, ela cita a passagem shakespereana do som e a da fúria no romance, por sinal, muito erudito em referências, mas jamais reverente - pode não desaparecer em nenhuma página, mas se há algo que redime a experiência dessa leitura de ser um mergulho unidimensional na depressão é o entendimento de que se a arte não muda o fato de que a existência é um horror, ao menos dá as pessoas algum alento para enfrentar a vida. O epílogo dessa história de derrocada - mais uma vez, espetacularmente bem escrito - mostra que esse alento não é pouca coisa. É tudo o que temos.
Profile Image for Fabian.
1,004 reviews2,116 followers
August 23, 2020
Translated to English "Glory and Its Litany of Horrors"

Life in Brazil is like life in Shakespeare's times. There is violence, laughter, monarchy, anarchy... prestige and lowlifeism. Our hero, call him Hamlet--more than Lear or Macbeth (which he plays)--is undergoing a crises. Remember 8 1/2? Remember Birdman? This may be the literary equivalent with an extra ingredient: it paints the Portugese in Brazil in such bright colors. The picture is painted in fine, fine colors. That the writer herself was/is an actress really shows: Mario's plight is very realistic, enough to make the commoner (American?) confirm to himself that FAME certainly is a bitch.
Profile Image for Ricardo Motti.
395 reviews21 followers
January 3, 2018
Digamos assim: o segundo livro da Fernanda Torres é o segundo disco do Franz Ferdinand. Mais direto, mais duro, lembra o primeiro, tem trechos brilhantes e também tem uns pedaços que poderiam ser cortados.

E digamos também: ninguém retrata a decadência masculina como ela.

Profile Image for Jenny (Reading Envy).
3,876 reviews3,710 followers
September 11, 2020
I've been a subscriber to Restless Books a few years now. This came out about a year ago and I've had it on my shelves ever since. So I picked it to read for the #readwhatyouown and #readtheworld21 challenges.

Set in Brazil and written by a well known Brazilian actress, it's about an actor named Mario and his fall from grace. It contains many analogies to Shakespeare which I feel someone deeper into Shakespeare will appreciate more than me. There's also a lot here for theater lovers to love, with some application, shall we say, of method acting, etc. It also covers themes of aging parents, revolution, and of course, fame.

This would also be a good read for next year's Women in Translation Month, as the author is female but the translator is male.
Profile Image for Luiz da Motta.
55 reviews3 followers
December 26, 2017
Uma beleza. O livro me trouxe uma leitura da arte, do Brasil e até mim mesmo. Além de trechos hilários, que me faziam parar a leitura para dar saborosas gargalhadas.

(Confirmou minha impressão sobre a leitura anterior. O livro do Milton Hatoum, que aborda a mesma época e traz personagens semelhantes, perdeu a oportunidade de se aprofundar em tudo isso que o livro da Fernanda esmiuça, investiga.)

Só achei que a autora acelera um pouco a narrativa a partir do meio do livro. (Ou foi minha impressão, por não querer que a leitura acabasse?) Ela resume passagens marcantes na vida do personagem em parágrafos construídos com frases curtas, sintéticas. Por que será? Sugestão editorial? Será que mais tarde sairá uma "edição do autor", sem cortes?

Por que falar em 200 páginas o que se pode falar em 500?
Profile Image for Andrea Wirkus.
74 reviews2 followers
April 12, 2019
sobre a Fernanda Torres romancista só tenho a dizer o seguinte: QUANDO SAI O PRÓXIMO?!
mó escrita pontente, céloko.
Profile Image for Escotilha.
20 reviews3 followers
July 7, 2018
Lançado pela editora Companhia das Letras, A glória e seu cortejo de horrores é uma obra escrita pela atriz e escritora Fernanda Torres. A obra é o terceiro livro lançado pela autora, que já publicou os títulos Fim, seu primeiro romance, e Sete anos, obra que reúne crônicas que foram publicadas em revistas e jornais. Atualmente, Fernanda é colunista da Folha de São Paulo, da Veja Rio e também é colaboradora da revista Piauí.

Na primeira parte do livro, escrito em primeira pessoa, o leitor já descobre, no início, que o título é, na verdade, um “presente” da mãe da autora, a atriz Fernanda Montenegro. Entre alguns depoimentos, em entrevistas para veículos de mídia a atriz já apontou que a frase foi dita por sua mãe, que sempre a atentava: “É a glória e seu cortejo de horrores, Fernanda”.

O romance narra a vida de Mario Cardoso, ator de meia idade, que experimenta o sucesso e as derrocadas da profissão. O livro que não é segmentado necessariamente por capítulos: apresenta logo na primeira parte da obra a cena que dá o tom de toda a narrativa: o desastre de uma encenação de Rei Lear, tragédia teatral de William Shakespeare.

O pano de fundo de A Glória e seu cortejo de horrores é o Brasil dos anos 60. A história que se passa em grande parte, na cidade do Rio de Janeiro, narra em conjunto com a história do ator e o teatro, as configurações políticas da época. As peças de cunho político cultural frente ao regime repressivo da Ditadura Militar (1964-85), contexto social, a incursão no Cinema Novo o e sistema capitalista selvagem da época podem ser percebidos ao longo da trama à medida que o personagem desenvolve sua história.

Por Leticia Queiroz
Íntegra da resenha em: http://www.aescotilha.com.br/literatu...
Profile Image for Carla Coelho.
Author 3 books28 followers
August 19, 2018
Em que momento abandonamos os nossos ideias em nome do conforto material e do sucesso, esse nectar inebriante? Muitas vezes, esse caminho não se faz de modo abrupto ou consciente. São pequenas opções que se vão fazendo, portas que se fecham ali, janelas que se abrem acolá. E, de repente, aquilo em que acreditávamos já não nos norteia. Vivemos uma existência voltada para o exterior. Para muitas pessoas essa verificação não traz especial dor. Ou encontram um mecanismo de compensação à altura do problema, tóxico de forma evidente (como as drogas ou o álcool) ou não (como a adopção de princípios pseudo-esotéricos que nos trazem conforto). A personagem central deste livro não tem esse luxo. Jovem actor politicamente empenhado acaba por se desiludir com a ideia de que a arte pode mudar o mundo. Segue-se o sucesso mundano, as novelas, os comerciais, enquanto a vida se desmorona. Porque o seu interior também foi destruído. E um dia todo o edifício que era aquela homem descamba. Assistimos, então, ao esforço para apanhar os cacos. E a uma redenção dura onde os pequenos laivos de comédia que acompanham a narrativa desaparecem de vez.
Já conhecia Fernanda Torres como actriz e sei que publicou outros livros. Este foi o primeiro que li. A maturidade da escrita e a solidez das opções narrativas fazem desta história, hiperbólica nos seus contornos, um texto em que nos podemos questionar sobre as opções que tomamos e o caminho que pretendemos trilhar.
Profile Image for Fabio Augusto.
172 reviews6 followers
September 23, 2018
O livro deixou em mim a mesma sensação do primeiro (Fim): bem escrito, com boas tiradas, escrita fluida. Por outro lado, assim como Fim, não deverá ficar na minha mente.

O contexto do livro me lembrou um pouco A Humilhação do Philip Roth, um livro menor e melhor para o meu gosto que o da Fernanda Torres. Enfim, um livro médio. Divertido, mas longe de ser imperdível.
Profile Image for Lucas Rossi.
96 reviews2 followers
October 26, 2024
É uma delícia a escrita da Fernanda sobre a decadência dos seus personagens. O Rio de Janeiro é também personagem um tanto decadente, ilusionista e glorioso. A cabeça do ator passeia por quase 50 anos de Brasil. Uma navalha na carne com Shakespeare sintonizando na tv dos bispos. Morreu ou foi pra Record?


Profile Image for Alysson Oliveira.
385 reviews47 followers
November 28, 2024
É melhor concentrar no Oscar que o Nobel tá mais difícil, galera! Não vou negar que o livro é engraçado. É engraçado pra caraleo, especialmente no começo antes de ficar patinando em si mesmo. É um romance mais adepto ao descrever do que ao narrar, e, assim, tudo é dolorosamente descrito, idas e vindas no tempo. Uma cena qualquer precisa dessa espécie de muleta, senão, não chega ao fim.

A trajetória do ator Mario Cardoso, dos anos 60 estreando com Hair à decadência como ator de novela bíblica – passando por experiências fracassada no Cinema Novo, sucesso e fracasso em novelas de grande audiência, e uma crise de risos em Rei Lear que quase decreta o fim de sua carreira – é bradada na contracapa, por Heloísa Buarque de Hollanda, como “é entrar em contato com uma artista [no caso, a autora, atriz, roteirista, celebridade do momento] e tanto, cheia de talento e domínio da escrita”.

Não vou negar que o livro é engraçado. É engraçado pra caraleo, mas, também, é pueril e meio sonso. Seu afã de capturar a trajetória de uma espécie de esquerda brasileira decantada na figura do protagonista – talvez Lukács o chamasse de herói típico – é superficial e repleta de momentos que, se fosse um filme, resultaria em mêmes na internet.

A desenvoltura da autora está em captar um métier que lhe é bem conhecido, assim, coisas soam como piadas internas, que deixarão aos não-iniciados no mundinho das artes um tanto alienado. É um livro de referências, de situation dropping que não avança em sua narrativa, e gira sempre nos mesmos pontos. Mas, não vou negar que o livro é engraçado. É engraçado pra caraleo. Ri bastante, especialmente, no começo, quanto tudo é novidade, mas depois a gente percebe que as estratégias são sempre as mesmas e vai perdendo a graça.

Ao fim, tenho a impressão de que, ao final, continuo sem saber: Que Mário é esse?
Profile Image for Dandara.
59 reviews1 follower
November 4, 2022
Estava muito entediada com esse livro. Decidi lê-lo após quase 1 ano de adicionado na minha lista para cumprir um desafio. E por Fernanda Torres, claro.
Mas no início~meio, eu me perdia várias vezes na narrativa, na passagem de tempo, acho que eu não estava prestando atenção o suficiente.

Mas o final mudou tudo. Trágico, genial.

Mesmo assim é uma leitura que foge do habitual pra mim e não sei se recomendaria pra outros.
Profile Image for Pascoal Martorelli.
247 reviews2 followers
August 3, 2024
Tenho certeza que ela teve a ideia sobre atores fazendo golpes do sequestro e para não desperdiçar mandando o roteiro para o Porta dos Fundos, escreveu uma trama maravilhosa ao redor dela. Parei a leitura no meio para ler Rei Lear, obra tão citada e que dá impulso ao livro, é legal, mas não precisa. O problema é que chegando ao final você vai querer ler Macbeth.
Fernanda Torres é extraordinária, merecia lugar de melhor destaque no mainstream.
Profile Image for Big Al.
302 reviews336 followers
December 19, 2019
This novel chronicles the rise and fall of an aging Brazilian actor’s career. I personally didn’t care much for the character at the centre of this novel, but it was well worth reading for the detailed insider’s perspective of the acting industry. I quite enjoyed reading about each of Mario’s acting gigs and how they continually compromised his morals/warped his soul in a new way.
Profile Image for Mariana.
5 reviews
September 17, 2023
um agrupamento de bagagem cultural sem conteúdo. tem quem goste. não eu, infelizmente.
Profile Image for Marcelo Alves.
127 reviews
June 13, 2025
“Fui feliz no começo, aos vinte, e também aos trinta, quando larguei o teatro e emendei uma sequência de sucessos na televisão. Famoso, vivi o apogeu da minha arrogância. Comi muita gente, gastei mais do que devia, humilhei subalternos, acreditei em destino. Não mais. O contrato polpudo me transformou num ator preguiçoso.” (Pág. 29)

A história de ascensão e queda de Mário Cardoso é a de muitos artistas que conhecem a fama e se perdem no meio do caminho de suas vidas profissionais. Narrada com elegância, tons de sarcasmo e um molho tipicamente carioca, “A glória e seu cortejo de horrores” é uma deliciosa tragicomédia brasileira. Ou melhor, carioca.

No livro, Fernanda Torres navega por um oceano que lhe é bem conhecido. A vida de um ator no Brasil e suas diferentes fases no teatro, na TV, no cinema. Seus altos e baixos, suas glórias, seus fracassos. Torres conhece cada pedaço dessa realidade. Seja pelo que viveu, seja por colegas de profissão com quem conviveu. E este trunfo faz com que “A glória e seu cortejo de horrores” soe tao verdadeiro, tão autêntico, mas ao mesmo tempo com um toque saltimbanco que tire o livro suficientemente fora da ficção documental.

Comparativamente com seu romance anterior, “Fim”, Torres manteve o cenário, este Rio de Janeiro purgatório da beleza e do caos, mas olhando um pouco mais para a Zona Norte, o subúrbio, e todas as suas idiossincrasias. De certa forma, ela expandiu o Rio em “A glória e seu cortejo de horrores”. E as diferenças sociais, demográficas e de classe entre os bairros viram pano de fundo para o estado de espírito e financeiro do seu Mário Cardoso.

Além de uma atriz de primeira grandeza do Brasil, Torres reafirma em seu segundo livro o quanto é uma escritora fascinante. Demorei a ler seus livros apenas para agora desejar que ela crie ainda mais histórias. Torres é uma cronista do Rio de Janeiro moderno e ler as suas histórias é como vivenciar a vida pulsante e as contradições de uma cidade tão única como o Rio de Janeiro.

Por mais paradoxal que possa parecer, o livro é uma bonita tragédia carioca.
Profile Image for Beatriz Polidoro.
31 reviews6 followers
Read
May 4, 2025
ainda não sei bem o rating, por isso não vou colocar. estava com imensa curiosidade em ler algo da fernanda, e de verdade não sabia bem o que podia esperar - temos sempre medo de que os artistas que amamos sejam ótimos numa arte, e medíocres noutra.. certo?
Bem, não é o caso da fernanda torres - sempre me habituou à sua eloquência, forma apaixonante de falar de temas que adora, palavreado rico e citações de inspirações, que carrega no peito - nunca se coibindo de as demonstrar e dar crédito às mesmas.
eu adorei lê-la, e muitas vezes ouvia a voz dela na minha cabeça aquando lia certos parágrafos - uma maravilha. Sendo o livro acerca um homem, artista frustrado, que tudo o que sempre quis fora ser reconhecido e amado pelo público e eternizado - num sentido geral - e que, nas palavras deles, entre o amor a dar/sentir por alguém e o amor próprio, ele sempre escolheria o segundo - temos realmente em mãos alguém que merece a nossa atenção. Os homens serão sempre e eternamente menos interessantes que as mulheres, e eu sei que a Fernanda sabe isso, mas ela deu-nos a história do Mario, em vez da história da Raquel - NANDA ESCREVE A DA RAQUEL!!!!!! spin-off!. e há um sentido e um mote nisso, e eu tb lhe sei dar valor, juro. Adorei o amor ao e pelo teatro como algo vital, como algo que calibra a personalidade, o rumo de vida, a crença na vida. e houve atropelos completos ao meu coração em muitas passagens - mas o que para mim não funcionou tanto foi a menção de personagens e não lhes dar uma oportunidade mais profunda ou dinâmica de as conhecer, parecia que ja estava tudo assumido na cabeça do Mario, personagem principal, e que nunca chegavamos ao cerne de nada qt ao que o rodeava, o que custava muito na leitura uma vez que a vida dele só tinha relevância devido ao papel dessas pessoas no seu caminho. nao sei se faz sentido..... mas foi isto que senti.
por fim, tenho mesmo de elogiar o integrar a importância (e a atualidade) da obra de shakespeare nos dias de hoje, e a possibilidade tão latente de nos identificarmos com personagens que foram criados há seculos e seculos.
"solo en el teatro serás libre, Mario"
Profile Image for Monique.
114 reviews
November 5, 2024
Magnífico!!!
Que sensação deliciosa ler um livro com esse nível de profundidade no enredo, com inúmeras referências literárias e teatrais, que consegue não soar pedante e nem subestimar a bagagem do leitor.

Fernanda consegue fazer com maestria uma mescla perfeita de intelectualidade com uma história da vida cotidiana de um personagem totalmente realístico, ora detestável mas, inquestionavelmente, adorável.
Profile Image for Natali Fischer.
96 reviews10 followers
July 24, 2025
Gosto da forma que Fernanda escreve, mas o personagem Mário não me cativou.

Achei legal o fato dela trazer - acredito que até influenciada por vivências pessoais - como os artistas, muitas vezes, acabam sucumbindo aos seus ideias em função do mercado e da superficialidade digital. A forma que ela narra isso, com sarcasmo e autocrítica, é bem interessante. Acho Fernanda inteligentíssima na sua escrita. Mas esse livro não me pegou como “Fim”, por exemplo, que eu amei!
Profile Image for Amanda Mendes.
16 reviews
October 28, 2020
Iniciei me apaixonando pela escrita de Fernanda Torres com o seu livro “Fim”, agora, gostei ainda mais desse livro por estar na posição de estudante de teatro e identificar as ricas referências do mundo cênico que a escritora trás. Evoé, Fernanda!
Profile Image for Mirielen de Arantes Corrêa.
134 reviews7 followers
November 17, 2019
4.5
A Glória e seu cortejo de horrores são as memórias de um ator, Mario Cardoso, um ator que se inicia nos anos 70, vive seus anos de glória e, agora, vivencia a derrocada de sua carreira e os problemas da sua mãe.
O livro caminha entre o presente e o passado, indo e voltando de modo único, citando algo agora e voltando depois. E isso, que pensei que seria confuso, é muito bem amarrado e até justificado, e extremamente delicioso.
Fernanda Torres tem uma escrita bem característica e continuo afirmando que ela merece figurar na lista de melhores escritores brasileiros. Eu virei fã dela (como escritora) logo que li seu primeiro romance, Fim.
Ela consegue retratar o Rio de forma única, e os seus personagens são sempre bem humanos (mesmo sendo machistas e isso me dando uma azia do caramba) e sempre arrancam boas risadas.
Fernanda já é uma das minhas "auto-buy authors" e mal posso esperar para seu próximo livro!
Profile Image for Carolina Vita.
65 reviews
November 4, 2024
Ninguém retrata a decadência e a fragilidade do homem cis hétero melhor que essa mulher!

A escrita é uma delícia, engraçada, mas um pouco prolífica demais. Tem uns trechos muito geniais que me fizeram rir alto, coisa que raramente acontece quando eu leio - e outros que poderiam ser cortados. Acho que o texto será melhor aproveitado por leitores envolvidos com as artes cênicas no Brasil, pois traz infinitas referências desse universo. Eu, conhecedora superficial, me senti alheia a diversos trechos, sem entender de fato o que estava sendo dito. Mas nada que comprometeu o entendimento geral da história.

A relação do Mario com a mãe e sua doença me pegou bastante e meus olhos até encheram de lágrimas em alguns trechos. Mais uma evidência da escrita maravilhosa da Fernanda.

Conclusão: prosa genial, porém a história em si não me cativou tanto quanto o "Fim", o outro romance da autora.
Profile Image for Anna.
177 reviews
October 24, 2018
Fui bem surpreendida por esse livro. É deprimente e engraçado ao mesmo tempo, com uma linguagem intrigante sem ser indecifrável. Difícil encontrar autores brasileiros com essa proposta. O enredo em si acabou me lembrando bastante a série Bojack Horseman.
Profile Image for Fernando Ferrone.
Author 3 books20 followers
September 27, 2019
Gostei muito da narrativa de F. Torres. Pretendo ler seus livros anteriores. Raro encontrar alguém que queira te contar uma história hoje em dia e não apenas impressionar os coleguinhas com exercícios metalinguísticos & intertextualidade de qualidade duvidosa.
Profile Image for Camila.
86 reviews5 followers
November 23, 2019
Gostei muito da escrita de Fernanda Torres. Achei o livro uma delícia de ler, com uma trama interessante que mistura humor e desespero de forma muito bem amarrada. Acima de tudo, achei a linguagem do romance formidável. Não sou muito fã do final, mas recomendo!
Profile Image for Barbara.
127 reviews5 followers
March 8, 2018
"...E Mário, conhecedor das fraquezas, da ambição e da loucura do personagem, cumpriu, como nenhum ator cumpriria, o seu destino de Macbeth"
Profile Image for Willian Welbert.
40 reviews2 followers
November 21, 2018
Melhor ainda do que "Fim" da mesma autora, que já é um livro ótimo, o personagem principal, Mário, me absorveu e me fez engolir página após página como nenhum outro livro tinha feito há um bom tempo
Profile Image for Ana Nehan.
370 reviews33 followers
January 21, 2025
Reli e continua maravilhoso.



Que saída existe para um artista, pensei, que não a imolação visceral?
Displaying 1 - 30 of 86 reviews

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