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Ordem Vermelha #1

Filhos da Degradação

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Você destruiria seu mundo em nome da verdade?

A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono.

Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é o preâmbulo da jornada de quatro improváveis heróis lutando pela liberdade de um povo, um épico sobre resistir à opressão, sobre lutar contra o status quo e construir bravamente o próprio destino. Porta de entrada para um novo mundo com inspirações de fantasia medieval, personagens marcantes e uma narrativa que salta das páginas a cada vila, ruela e beco de Untherak. O primeiro livro de fantasia que a editora Intrínseca lança em parceria com a CCXP - Comic Con Experience, escrito por Felipe Castilho em cocriação com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa.

555 pages, Kindle Edition

First published December 7, 2017

48 people are currently reading
832 people want to read

About the author

Felipe Castilho

36 books263 followers
Felipe Castilho é autor da saga O Legado Folclórico, formada pelos livros Ouro, Fogo & Megabytes (Gutenberg, 2012), Prata, Terra & Lua Cheia (2013) e Ferro, Água & Escuridão (2015). A sua fantasia Ordem Vermelha: Filhos da Degradação (Intrínseca, 2017) chegou às listas de Mais Vendidos em 2018. É autor da antologia de contos do audiolivro Futuros Malfeitos, Pretéritos Imperfeitos (Tocalivros, 2018), e recentemente publicou seu quinto romance, Serpentário (Intrínseca, 2019).

Entre suas obras em quadrinhos, Felipe escreveu o "steamfantasy" Desafiadores do Destino: disputa por controle (AVEC, 2018) e Savana de Pedra (2016), obra finalista do Prêmio Jabuti de Histórias em Quadrinhos.

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Community Reviews

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229 (39%)
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14 (2%)
1 star
4 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 105 reviews
Profile Image for Jana Bianchi.
Author 76 books241 followers
January 23, 2018
Eu não sou a maior fã de fantasia medieval, mas conheço a competência do Castilho e gosto muito do que já tinha lido dele. Por isso, sabia que podia criar expectativas diferentes pra Ordem Vermelha, mais altas do que as que eu teria com outro livro do mesmo gênero. Na CCXP, assisti o painel sobre o projeto e essa sensação se reforçou quando o próprio Castilho resumiu o livro como "um encontro de Cidade de Deus com Senhor dos Anéis". Além de ser incrível, é um pitch muito verdadeiro: Ordem Vermelha não é um livro sobre nobres, cavaleiros ou paladinos da justiça. É uma história sobre... bem sobre os filhos da degradação. Sobre pessoas que estão no fundo do poço e, ainda assim, enxergam razões pra lutar contra um sistema que parece (e é) muito maior que cada indivíduo. Confesso que o prólogo não capturou minha atenção de pronto — como disse, não sou super fã de fantasia medieval e a fórmula de apresentar a criação do mundo e das raças é um clichê desse gênero — mas: a) o clichê acaba por aí e b) perto do fim do livro, esse prólogo se mostra mais do que aparenta. Não posso falar mais sem dar spoiler, mas fez eu me sentir boba por não ter curtido o techo hahaha. O ponto mais forte do livro, pra mim, é a mitologia. As raças humanoides existentes no livro são muito especiais, do tipo que me fazia esperar novas informações e peculiaridades delas a cada capítulo (sei que os kaorshs aparentemente são a sensação, mas eu sou #teamsilfo e Ziggy é um personagem maravilhoso). Os personagens são bem interessantes, especialmente suas versões quando a história tá perto do final. Aliás, falando em final, o ritmo fica tão frenético na parte 3 do livro que não dá vontade de largar. Li os últimos capítulos ao longo da madrugada (e quis MATAR o Castilho, aquele sem coração). A última parte de páginas pretas do livro me deixou de boca aberta. É um puta cliffhanger, mas não é um cliffhanger forçado — é muito, muito mais elegante do que uma cena interrompida. Quis matar o Castilho de novo, mas só não mato mesmo porque preciso do livro dois o mais rápido possível!
Profile Image for Emerson.
166 reviews54 followers
March 28, 2018
Um bom livro. O universo construído pelo autor é excelente e bem detalhado com suas diversas raças de seres e com detalhes da história da cidade de Untherak. A trama é envolvente com os personagens tentando derrubar uma deusa ditadora opressora. Porém, sinto que o autor pecou no desenvolvimento dos personagens, não consegui sentir empatia e nem me identificar com a maioria deles, no máximo consegui me identificar com um pouco com Aelian, o protagonista. Não gostei do final, em especial o epílogo, achei que não precisava daquelas informações que só um novo livro poderá explicar o porquê. No mais, é uma livro agradável e vale a leitura.
Profile Image for Jefferson Alberto Ferreira.
29 reviews2 followers
May 22, 2018
3,5/5.

O plot é bem interessante, o worldbuilding e as raças, mas a condução da história não me agradou tanto. Alguns diálogos me pareceram fora de lugar, ficava pensando que nunca em uma situação daquelas aquela conversa iria ocorrer. Parece que o autor não se decidiu se se tratava de dark fantasy ou uma fantasia infantojuvenil. O uso da alcunha "Garota Sinistra" me incomodou pacas, por exemplo. Não parecia adequado com o tom da trama. A maior parte do tempo o Aelian parecia um adolescente, sendo que era um adulto. Mas terminou bem. Tirando o dele, houve pouco desenvolvimento dos personagens. :/

Espero que a história seja mais desenvolvida no próximo volume, pois tem muito potencial. Aguardarei!!
Profile Image for Newton Nitro.
Author 6 books110 followers
January 31, 2018
NITROLEITURAS: Filhos da Degradação (Ordem Vermelha #1) - Felipe Castilho | Fantasia Brutal e Épica com referências da CULTURA BRASILEIRA! NITROLEITURAS #fantasia #literaturabrasileira

Um excelente livro de fantasia épica e brutal, com elementos do folclore brasileiro, escrito pelo Felipe Castilho, autor da também ótima série "Ouro, Fogo & Megabytes".

Filhos da Degradação (Ordem Vermelha #1) - Felipe Castilho | 448 pgs, Intrínseca 2019 (1st ed 2002) | Lido de 26.01.17 a 31.01.17 | NITROLEITURAS #cyberpunk

SINOPSE

Você destruiria seu mundo em nome da verdade?

A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls.

Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos.

No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono.

Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados.

Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?

Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é o preâmbulo da jornada de quatro improváveis heróis lutando pela liberdade de um povo, um épico sobre resistir à opressão, sobre lutar contra o status quo e construir bravamente o próprio destino.

Porta de entrada para um novo mundo com inspirações de fantasia medieval, personagens marcantes e uma narrativa que salta das páginas a cada vila, ruela e beco de Untherak.

O primeiro livro de fantasia que a editora Intrínseca lança em parceria com a CCXP - Comic Con Experience, escrito por Felipe Castilho em cocriação com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa.

Felipe Castilho é paulistano, sagitariano e não acredita em horóscopos. Apenas acha que centauros são legais, e por isso faz questão de reforçar seu signo. Autor do livro Ouro, Fogo & Megabytes (Gutenberg, 2012) e Prata, Terra & Lua Cheia (2013), também publicou em diversas antologias de fantasia, terror e ficção científica, como Alterego (Terracota, 2012) e Erótica Fantástica (Draco, 2012).

RESENHA

A literatura de fantasia brasileira ganha mais um livro sensacional, provando o desenvolvimento e o amadurecimento desse gênero por entre nossas terras tropicais.

A saga da Ordem Vermelha é ambientada no reino de Untherak, separada de um grande deserto por muros.

A cidade é governada por três indivíduos poderosos, Una, uma deusa formada pela mesclagem de seis deuses antigos, a entidade Centípede e o general Proghon.

O reino de Untherak é um lugar brutal, onde todas as criaturas, sejam elas humanos, anões, gnolls, gigantes, e raças específicas do cenário como sinfos e kaorshs, sofrem em um regime escravocrata.

Existem duas esperanças para os escravos: a possibilidade de comprar uma condição de semi-liberdade por valores exorbitantes ou pela vitória no terrível Festival da Morte, coisa que ninguém jamais conseguira realizar.

O livro tem uma narrativa ágil e bem fluida, com bons diálogos, cenas de ação, muita tensão, e revelações progressivas, até culminar em um clímax bem épico.

A prosa é bem apropriada para o gênero de fantasia, com foco no desenvolvimento dos personagens, e um uso alternado de Pontos de Vistas fechados com Ponto de Vista onisciente em algumas partes.

A construção de mundo é um dos grandes destaques, com elementos do folclore e da cultura brasileira espalhados pelo cenário e lhe dando grande originalidade, quando comparado com a fantasia gringa.

Os personagens são bem construídos e bastante diversos, em termos de gênero, raça e sexualidade.

Gostei muito dos protagonistas, Aelian, Raazi, o anão Harun, o misterioso Aparição, que aumenta a tensão no melhor estilo "estranho encapuzado carregando uma espada enorme", Venoma e principalmente o sinfo Ziggy, que, em cima de seu betouro Thrul, se tornou o meu favorito desse volume da Saga da Ordem Vermelha.

A interação do grupo é bem divertida, pois cada membro possui personalidades bem diferentes entre si.

A trama contém várias reviravoltas, principalmente com um final muito bem feito e dramático, fechando os arcos do livro, e ainda deixando um gancho tremendo para os próximos livros da série!

Para a turma que curte RPG e fantasia, seguem alguns detalhes das raças originais do livro:

Adorei a raça dos sinfos, que tem algo de elementais, são pequenas criaturas ligadas à natureza e aos animais, de vida breve.

Castilho também fez uma mudança nos tradicionais gnolls do Dungeons and Dragons, que no livro são descritos como criaturas ligadas à agua, mas se tornaram quadrúpedes e ferozes.

E, depois dos sinfos, também adorei os kaorsh, uma raça que possui uma forte ligação com as cores.

Como camaleões, os kaorsh tem o poder alteram suas próprias cores. Além disso, eles são capazes de alterar as cores de outras coisas.

O interessante é que eles chamam aos seus corpos de "canvas", como se fossem telas brancas para se pintar o que quiser.

As cores tem um papel importante na trama, e dão uma grande originalidade ao enredo, gostei muito.

Livro também traz uma protagonista do sexo feminino casada com outra guerreira, dando mais diversidade ao elenco de protagonistas.

Bem poético!

Essa característica também os tornam perigosos, visto que a cor Vermelha, por motivos misteriosos, é proibida no reino de Untherak!

Recomendado para os fãs de fantasia épica e brutal, e para quem curte um cenário fantástico que mistura elementos da cultura e do folclore brasileiro com os tropos tradicionais do gênero.

TRECHOS

"Mais perturbador do que fugir do lugar onde se perdeu tudo é retornar por vontade própria.
Nunca pensou que retornaria a Untherak através do rio Abissal. Aquelas eram lembranças mortas da última vez que estivera ali — fugindo, de uma maneira que ninguém poderia imaginar.

Equilibrava-se de pé em um pedaço de madeira bem na hora em que a velha balsa chegava ao Portão Oeste. Antes, as grades se cravavam no rio, mas o nível da água tinha baixado tanto que agora havia espaço suficiente para destroços e restos de embarcações entrarem na cidade.

A lua se escondia atrás do monte Ahtul. À frente, ele via as seis faces da colossal Una: um monumento erguido num passado sombrio e que já perdera o sentido. Também conseguiu distinguir a silhueta dos Assentamentos à esquerda. Não poderia dizer se algo naquela região havia mudado recentemente, pois, mesmo em seus tempos como servo, o lugar sempre fora uma metamorfose constante.

A despeito do manto vermelho esfarrapado e da imensa espada às costas, ninguém o viu saltar em terra firme. Mantinha os passos leves, ainda que parecesse não ter ninguém em um raio de quilômetros. Outrora, o portão do rio não ficava nem um minuto sem um gigante como vigia.

Entrou pelas ruas estreitas, sempre subindo. Não sabia se reconheceria os lugares mais familiares — o Pâncreas de Grifo, ele já não tinha esperança alguma de encontrar, tampouco entes queridos. Como seus olhos estavam acostumados à escuridão, não precisou correr o risco de acender um archote.

Ficou claro que os barracos e as casas mal-ajambradas no início da subida do morro tinham pegado fogo, algo corriqueiro nos Assentamentos. Quando isso acontecia, os moradores saíam do local, as casas eram reconstruídas e a encosta do morro, refeita — o que não ocorrera dessa vez. Tempos difíceis, que ficariam ainda piores.

Havia corpos calcinados dentro de construções enegrecidas."

FILHOS DA DEGRADAÇÃO - Felipe Castilho

ONDE COMPRAR

AMAZON
Filhos da Degradação (Ordem Vermelha #1) - Felipe Castilho
https://goo.gl/ybcndm

CONTATO

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Profile Image for Carol Chiovatto.
Author 31 books436 followers
January 17, 2018
É um livro absurdamente bom - uma fantasia distópica, digamos assim -, que explora questões muito além das diferenças entre raças que costumamos ver numa fantasia habitual.

Certamente um dos melhores livros de alta fantasia já escritos. E, honestamente, um dos melhores livros de qualquer gênero. O autor consegue mesclar cenas de ação com reflexões profundas sobre a identidade de um povo, e como essa identidade pode ser manipulada e convertida em alteridade. O estado religioso mostra-se como um teatro capaz de esconder quem de fato domina o jogo.

Estou torcendo pro Aelian encontrar/ter encontrado a Raiz :'(
Profile Image for iris fonceca.
33 reviews4 followers
February 27, 2019
CACETA DE LIVRO.

senti muita raiva, alguma esperança, torci por casais, tive experiências quase sinestésicas em certos momentos e acho que isso só enriquece ambientações. senti tristeza demais e achei bem pesado e... bom... toda fantasia tem realidade contida. e aqui tem demais.
o universo de untherak. a mitologia. as personagens riquíssimas e bem construídas, representatividades (a maioria das personagens mulheres nessa história tornaram-se minhas preferidas, principais e secundárias e o ziggy). é tudo muito bem construído; os plot twists, aAaaa.
é engraçado que eu tenha voltado tantas vezes nessa review hoje: esse livro não é um dos fáceis de sair da cabeça.

p.s.: além das referências óbvias, achei lindas as homenagens sutis a harry potter. e peguei uma vibe bem westworld em determinados momentos.

p.s.2: agora eu entendi porque todo mundo fala do epílogo. P****

p.s.3: tenho perguntas.

p.s.4: morte a una.
Profile Image for Thiago d'Evecque.
Author 7 books67 followers
June 10, 2018
Enredo, raças e mitologia fantásticas iniciadas aqui. O trabalho em conjunto com ilustradores deve ter sido uma experiência maravilhosa para criar tanta coisa legal. Só acho que o livro cambaleia muito entre o YA e a fantasia sombria, sem nunca escolher um lado. Isso se reflete, por exemplo, em alguns diálogos meio bobos, no comportamento adolescente de alguns personagens adultos e em passagens que lidam com emoções e sensações internas. No mais, uma história excelente que termina com um gancho digno de se pescar baleias.
Profile Image for Uva Costriuba.
396 reviews13 followers
August 30, 2023
Gostei de ler. Narrativa rica, desafiadora, interessante. Um livro bem pensado e com momentos muito bacanas.

É uma obra para aficcionados do vocabulário formal de Senhor dos Anéis, Crônicas de Shannara, Discworld, e outras narrativas com anões serralheiros mineiradores, elfos sinistros, etc. A "Ordem Vermelha" navega essa atmosfera de forma original e com requintes criativos importantes.

As Kaorshs foram personagens muito bacanas de se ler. A Centípede também foi uma grande fonte de ansiedade pelas páginas seguintes. Por mais que Una e Ziggy já tivessem as tragetórias anunciadas por pistas, foram bem divertidos. Harun foi a personagem que menos me interessou, talvez por ser um homem machista que não divide suas motivações políticas (e alucinações) com a esposa. Aelian também não impressionou. Venoma talvez ainda tenha momentos mais complexos que a dêem a chance de surpreender.

A planta da cidade parece ter sido inspirada na lógica de panóptico sem levar em conta a planta baixa de Atenas (e o foco na Ágora). Se as prisões circulares reproduziriam os efeitos propagandeados, a vivência urbana tem outros parâmetros de ocupação e visualização. A sensação de clausura e o conforto visual são temas arquitetônicos que talvez possam contribuir com essa construção de Untherak.

O volume é bonito e o projeto gráfico está de parabéns. Talvez uma edição menor, mais fácil de acomodar nas mãos, pudesse tornar a leitura mais confortável. E o mapa talvez tenha pesado nos custos do livro um tanto além da sua utilidade. As páginas lavadas de preto já são um atrativo gráfico doador de sentido e fonte de apelo visual que dispensa o mapa. Minha opinião é mais de produtora gráfica do que de leitora de ficção que ama mapas maiores.

Ficarei esperando a continuação e desejo boa sorte ao autor. Tomara que a primeira edição esgote e o segundo volume venha mais fluido ainda.
Profile Image for Alfredo.
470 reviews606 followers
January 11, 2018
Esse livro tem MUITOS pontos positivos. Para citar seis...

- REPRESENTATIVIDADE. O autor diz que os personagens são da periferia porque são essas histórias que ninguém vê no holofote que ele quer contar.
- MITOLOGIA. Felipe criou um mundo completamente novo, com seus próprios deuses e criaturas.
- BRASIL. Tem muitas referências "escondidas" aos costumes e lendas do nosso país.
- REVIRAVOLTAS. Eu fui a única pessoa que jamais teria imaginado aquele final.
- PERSONAGENS BEM ESCRITOS. Cada personagem tem seu próprio jeito e se diferem um dos outros.
- ESCRITA MADURA. A escrita do Felipe não oscila durante o livro. Ele já encontrou o próprio jeito de contar uma história.

Quando aos negativos... acho que só o fato de não me apegar tanto à história e aos personagens, acho que alguns elementos poderiam ter sido colocados aos poucos no livro, como falar mais da cultura de cada povo e da trajetória pessoal de cada personagem.

Em geral, eu amei a leitura.
Profile Image for Cláudia.
Author 7 books77 followers
March 12, 2018
Que livro foi esse?!
Muito, muito bacana. Levei meu tempo com ele, em especial no começo, que estava lento, como quase todo livro de fantasia. Ali pela página 100, engrena LE-GAL - ainda mais quando você já conhece bem os personagens e as coisas pelas quais cada um ali luta, no que cada um deles acredita. É inevitável gostar de todo mundo.

Já esperava dois dos plot twists~ mais tensos do livro, mas de resto, foi fabuloso. Uma leitura brasileira de boa qualidade e muito fôlego. Que abra muitas portas pra literatura fantástica nacional nas grandes editoras! Sem dúvida vou ler a continuação!
Profile Image for Wesley Pasheco.
259 reviews12 followers
April 20, 2019
Dentro desse mundo intenso cheio de raças e animais/insetos domésticos me senti preso e sugado dentro de Untherak que é mais um personagem do que um mundo parecido com a atmosfera de Mad Max contado pelo Tolkien. Me senti sugado dentro desse livro, foi uma semana cheia de aventuras e descobertas para destruir a Una e seu sistema opressor, mesmo não estando acostumado a ler alta fantasia esse livro foi bem surpreendente e cheio de ação do início ao fim.
Profile Image for Eduardo Mezzavilla.
54 reviews5 followers
January 9, 2018
Castilho além de ser uma ótima pessoa é um puta escritor.
Criou um mundo em detalhes muito bem trabalhados, melhor que muitos escritores renomados pelo mundo afora.
Única coisa que senti falta foi uma presença maior de magia, todavia isso foi compensado com as diversas espécies que nos é apresentada.
Em suma: Livraço. Aguardo ansioso pela continuação.
Profile Image for Lucas Mota.
Author 8 books138 followers
October 24, 2023
Na boa, o Castilho merecia um abraço por ter feito uma alta fantasia animal dessa com referência a favelas e ainda colocar uma guerra de narrativas anos antes do assunto virar mainstream aqui no Brasil. Se você encontrar o Castilho na rua, dê um abraço nele. Pode falar que fui eu que mandei.
Profile Image for Ana Rüsche.
Author 46 books95 followers
February 12, 2018
"Ordem vermelha, filhos da degradação" é um primor de livro! Não somente pela forma na qual o livro é construído - trama amarrada firme durante o longo tomo, personagens cheias de vida, reviravoltas e surpresas - mas também pelos temas que suscita: poder e controle.

Talvez o livro possa ganhar você por algumas semelhanças com o universo de Senhor dos Anéis - veremos raças como sinfos, kaorshs, anões, humanos, gigantes (e gnolls, transformados em bestas), um protagonista um tanto frágil de partida, além de uma distinção clara entre o que é o bem e o mal.

Entretanto, as semelhanças param por aí. Untherak é um universo sufocante e claustrofóbico. Qualquer aventura ocorre dentro de seus portões, entre Assentamentos, o Miolo, lugares perigosos, sujos e violentos. Pessoas trabalham em regimes inumanos, com castigos frequentes, torturas.

Una, a deusa que parece tudo controlar, representa um poder que não tem páreo, não parece nunca ter fim, nunca pode ser desafiado. Nas proibições de Una, a cor vermelha. Nas suas ameaças, uma substância que se assemelha a piche, a Mácula. Sua força é completada por um regime marcial. Parece impensável que haja alguma alteração neste cenário de desgraça e abuso. É a respeito disso que a narrativa roda: como conseguir mudar o que parece imutável?

A narrativa então deslancha quando um grupo de personagens de diferentes raças - um garoto que é servo, uma kaorsch, uma humana lutadora, um anão e um sinfo - que irão procurar transpor os preconceitos mútuos que não permite que se vejam como iguais e tentar desestabilizar o regime. Se não fazem por idealismo, fazem para salvar a própria pele.

O livro apresenta uma diversidade grande na construção de personagens - cito a homoafetividade e protagonismo de mulheres com direito a cenas impressionantes de luta (sim, elas também lutam e como!). Esta consciência do autor nos traz um respiro grato diante do panorama da literatura fantástica produzida no Brasil nas últimas três décadas.

O livro é chamado à coragem em tempos sombrios. Trata da importância de tecermos novas narrativas, com outras possibilidades e outras visões. É disto que se faz a literatura.
Profile Image for Leonardo Tupinambá.
68 reviews5 followers
July 5, 2022
Tenho esse livro a uns 4 anos e nunca tive vontade de ler, até pensei em vender ele no futuro mas, por algum motivo, olhei pra ele e pensei em dar uma chance e que bom que fiz isso. Que livro incrível. Espero que venha uma continuação por aí.
Profile Image for Emily.
550 reviews43 followers
December 17, 2017
Bom, gente, vamos lá: Todo mundo já sabe que eu amo muito O Legado Folclórico do Felipe Castilho e que esse homem é um dos meus autores favoritos da vida. Então quando eu fiquei sabendo que ele ia lançar um livro novo na CCXP 2017 eu já fiquei ANIMADA porque, né, era LIVRO NOVO DO FELIPE CASTILHO. Alta fantasia, gênero que eu acho ok, mas era LIVRO NOVO DO FELIPE CASTILHO então tá tudo bem.

Comprei o livro na CCXP (e consegui autógrafo e ele foi um amor e chorei um pouco etc) e peguei pra ler. E achei o começo meio difícil. Em parte porque Filhos da Degradação nos apresenta todo um mundo novo, com novas raças, crenças, moedas, política e tudo mais que a alta fantasia nos proporciona. E, sei lá, eu me perco um pouco com essas coisas. Mas daí continuei lendo e, quando dei por mim, eu tinha lido quase 200 páginas numa única tarde. E só fui perceber quando olhei pro relógio e fiz as contas.

Filhos da Degradação começa acompanhando Aelian Oruz, o falcoeiro de Untherak (a última região habitada do mundo) e Raazi, uma kaorsh empenhada em participar do primeiro Festival da Morte depois de mais de vinte anos sem um evento desse tipo. E tem também uma deusa, Una. E um sinfo, Ziggy (MEU PERSONAGEM FAVORITO ). E um anão, uma Aparição, uma assassina, maculados, umas treta loca, um general horrível e por aí vai. É alta fantasia do jeito que alta fantasia é, confusa no início mas que vai fazendo cada vez mais sentido conforme você lê e de repente cê tá chorando e rindo e sofrendo e TÁ GOSTANDO.

O que é legal em Ordem Vermelha e me trouxe vários momentos de felicidade é que o Felipe Castilho cria todo um mundo novo mas as referências brasileiras estão NA CARA. Desde a kaita, que é uma versão diferente da capoeira, até o ciclo de vida dos sinfos, uma coisa meio elfos encontram sacis e curupiras, sempre tem uma coisinha aqui ou ali que grita FOLCLORE E CULTURA BRASILEIROS. Eu amei as referências que peguei e sei que vou dar mais uns gritos quando alguém apontar outras porque é BEM ISSO QUE EU QUERO LER. Essa semana Filhos da Degradação já apareceu na lista de mais vendidos do Publishnews e era só ver as fotos da CCXP, onde o livro foi lançado, pra ver como ele tá bombando e eu tô só aqui chorando e torcendo por mais, principalmente agora que eu li, PORQUE É ISSO QUE ORDEM VERMELHA MERECE.

Pra terminar, queria dizer que curti muito Filhos da Degradação, mesmo quando um trecho ou outro no começo me parecia um pouco cara-de-roteiro-demais-pro-meu-gosto, e que os personagens principais todos agora são MEUS FILHOS e estou em um conflito interno entre berrar que quero a continuação de Ordem Vermelha (EU QUERO SABER MAIS SOBRE TODO MUNDO E SOBRE UNTHERAK!!!), o quarto livro de O Legado Folclórico ou qualquer coisa que Felipe escrever porque, a essa altura, já sei que vou amar tudo.
Profile Image for Zoni.
Author 5 books26 followers
January 23, 2018
Filhos da Degradação é o primeiro livro da série Ordem Vermelha de Felipe Castilho, e foi lançado pela editora intrínseca na CCXP.

Eu adoro a série “o legado folclórico” do autor, então minhas expectativas para essa história estavam lá em cima. Eu não via a hora de ler a história que me parecia ser incrivelmente espetacular. E não me decepcionei de maneira alguma, é uma ótima fantasia e vai abrir portas para quebrar o preconceito de que fantasias brasileiras, não podem ser tão boas quanto fantasias estrangeiras que enchem as prateleiras das livrarias e vendem aos montes

Vamos conversar um pouco sobre a história, Felipe, mais uma vez nos dá uma história envolvente, com um ritmo rápido e um entendimento fácil, a história é criada através da inveja e da busca do ser humano pelo poder, as coisas parecem não mudar nunca, e em como toda história de busca pelo poder e tirania, temos personagens que buscam ir contra a todo aquele sistema, e aqui não é diferente, mas o que mais chama atenção são as motivações desses personagens, eles não estão ali apenas para encaixarem os vazios da trama e ser o clichê de todo “quebrador de regra do sistema ficcional”, todos esses personagens estão ali por um motivo importante e suas motivações são reais. A mitologia e o mundo criado pelo autor unidos aos personagens cativantes transaformam a narração tão gostosa que não da vontade de parar de ler.

O livro nunca para, nunca nos dá um alívio, está sempre acontecendo algo com os personagens, há sempre alguém bolando um plano, ou uma cena de ação, e por falar nessas cenas, só posso dizer, obrigado, Castilho. A forma como você descreve as lutas nos faz imaginar que estamos ali lutando junto aos personagens. O mundo apresentado na história é cruel, árido e muito palpável, me lembrou bastante o barril, criado por Leigh Bardugo em Six of Crows. Mas Felipe, transforma isso em algo ainda mais cruel já que em sua cidade não existe liberdade, nenhum dos seus personagens são livres, nem mesmo os que ele nos faz acreditar que sejam.

A diversidade está presente em todo o livro, e isso é a coisa que mais me deixou feliz, o autor lembrou de colocar personages negros e LGBTQ, com grandes destaques na trama, as personagens mulheres são sempre fortes, determinadas, corajosas e poderosas, tudo o que nós esperamos de grandes heroínas, ficamos a cada página torcendo para que essas mulheres apareçam em uma cena de ação quebrando o pau.

Até agora só dei elogios, mas como em toda história a coisas que deixam a desejar, o ritmo que Felipe coloca em sua história e que eu já elogiei ali em cima nos faz odiar. O final é rápido demais e me deixou ligeiramente confuso, precisei reler para entender, o epílogo também me deixou confuso, mas super ansioso para ler a continuação, preciso continuar, preciso entender muito da história, esse primeiro volume me deixou ávido por respostas.

É um ótimo livro que com certeza indico de olhos fechados, se você é fã de fantasia provavelmente vai amar o livro tanto quanto eu.
Profile Image for Társis .
240 reviews2 followers
May 17, 2018
Decidi prestigiar o livro do Felipe para dar apoio ao trabalho dele, que acompanho e gosto muito (HQs e livros da série O Legado Folclórico) e apoiar tb a ideia da CCXP de lançar material próprio, uma ideia não apenas genial mas necessário para o mercado. O que pesava contra foi saber que era um V.1 e por razões de falta de tempo e paciência, (mais essa primeira) estou evitando ler livros/séries que não tenham começo, meio e fim. Por sorte, essa foi uma leitura que me instigou a conhecer mais e entender aquele universo em outros volumes. Tomara que no máximo uma trilogia, viu, Felipe?
Bom, o universo ficcional de Untherak é um dos mais legais (e angustiantes) que conheci. Os personagens (humanos, anões, sinfos, kaorshs e gnolls) são parte do universo de fantasia a là D&D, mas com peculiaridades que fazem diferença. São personagens cativantes. Pessoalmente limparia um pouco algumas descrições de pessoas, lugares e situações que achei demais em alguns momentos no decorrer da história. Não prejudica a leitura, apenas eu tenho um limite para lidar com descrições em qualquer leitura (pronto, para não dizerem que eu não achei nada "negativo").
É um livro muito bem escrito, são várias camadas, metáforas muito oportunas e ação. E o que está valendo pra mim: realmente tem um final instigante: que venha o V.2.
Não vou me alongar ou eu precisaria dar Spoilers. Quer passar horas boas de leitura e conhecer um mundo familiar porém diferente que vai agradar fãs de Conan, D&D, Marada, Senhor dos Anéis e afins? Não perca esse livro. Gostoso de ler e bom de debater sobre depois da leitura.
Profile Image for Laura AP.
871 reviews
January 6, 2018
Eu estava TÃO empolgada pra ler esse livro, e não me desapontou!

A escrita do Felipe é bem fluída, e ele constrói um mundo de fantasia digno de nota -- adorei o worldbuilding, como baniram a cor vermelha, e como o Felipe trabalha o elemento da importância de uma narrativa dentro de um reino. As batalhas são bem descritas e contém os elementos que já conhecemos de fantasia, e também novos, como os kaorsh (eu realmente adorei como são capazes de manipular as cores e tudo ao seu redor). Eu só senti que a trama se perde um pouco no Ato 3, e que as coisas ficam um pouquinho confusas como um todo, e não temos uma conclusão meio certeira, como se perdesse o fio da meada pelo menos nesse livro. Mas no geral, isso não decaiu de forma alguma a qualidade do livro, e estou ansiosa pelo próximo!
Profile Image for Renan Santos.
Author 38 books10 followers
April 14, 2018
Essa obra é foda, mas com ressalvas. Ordem Vermelha é a prova de que literatura fantástica pode (e deve) ser relevante. É a prova de que temas atuais e necessários podem (e devem) ser trabalhados dentro de uma trama de fantasia. Até porque, o gênero fantástico é perfeito para servir de metáforas\analogias\simbolismos do mundo real. É exatamente isso que Felipe Castilho faz em sua obra. Mas é preciso deixar bem claro que ele comete alguns deslizes.
Pois bem, vamos falar do que mais me impressionou no livro: worldbuilding. Mano, que construção de mundo fenomenal. Acada capítulo eu me surpreendia cada vez mais com aquele universo. A começar pelas seis raças, que não são lá muito originais (anão, gigante, humano já tá meio batido), mas os sinfos e principalmente os kaorshs me fizeram ter orgasmos literários. Não sei de onde Felipe tirou a ideia da habilidade dos kaorshs de mudar a cor de sua pele, mas achei muito legal. Eu queria ter tido essa ideia. A “fauna” do mundo também é de cair o queixo, com seres impressionantes (e assustadores), que demonstra um grande trabalho imaginativo do autor. Eu quero um betouro como animal de estimação!
Mas certamente o ponto de maior destaque é a história do mundo. O livro abre com uma espécie de prólogo, onde é narrado a criação de Untherak, e a impressão que tive ao lê-lo foi “hum, não pode ser isso aí, tem caroço debaixo desse angu”. Eu esperava sinceramente que não fosse aquilo, pois faria o livro cair num clichêzão tosco de fantasia, absolutamente desnecessário. Felizmente eu estava certo, o que não tira o brilho da surpresa. Conforme a leitura avança, vamos descobrindo cada vez mais da verdadeira face de Untherak, e é um baque atrás do outro. Algumas coisas são previsíveis, mas o autor conseguiu me surpreender mesmo nesses momentos. É tanta coisa fascinante nesse mundo (Una, a deusa de seis faces, o General, a Mácula, os maculados, a Centípede, …) que eu fico eufórico só de pensar.
O tom do livro também muito me agrada, assim como sua miscelânea de gêneros. A história é sombria, sem medo de ser cruel, e tem toques de dark fantasy, distopia e terror, muito bem medidos.
A trama é envolvente, embora demore para engatar. Quando você já está suficientemente dentro do universo, ela se torna alucinante, do tipo que você quer avançar cada vez mais para saber o final. O texto é repleto de simbolismos, metáforas e críticas sociais absurdamente atuais. Ordem Vermelha trata de temas polêmicos e delicados, nem sempre de forma sutil, mas bastante válida. Temas como: manipulação de informações, religião como forma de controle e instrumento de autenticidade de um governo, exploração do povo, segregação racial, privação dos direitos básicos, alienação de massas, etc. Tudo isso torna Ordem Vermelha uma obra atual e necessária.
Os personagens são muito bem construídos. E, após os eventos do primeiro ato, quando um grupo é finalmente formado, eles se assemelham muito a uma party de RPG, cada um com suas peculiaridades. Eu sempre gosto quando um autor insere elementos rpgísticos em sua obra. Mas eu realmente não fui com a cara do protagonista Aelian. Não me pareceu carismático o suficiente, além de ser um lesado. E apesar de saber que ele era um homem adulto, eu não conseguia não imaginá-lo como um desses jovemzinhos que protagonizam distopias adolescentes.
A trama, apesar de fascinante, é previsível em certos pontos, como já mencionei. Eu simplesmente adivinhei o primeiro plot twist, e acertei todo mundo que morria. Aliás, morrer nos braços do amigo falando suas últimas palavras bonitinhas é um clichê imperdoável para mim. Nunca mais faça isso, Felipe Castilho, por favor. Outro deslize são as cenas de batalha. Elas são bem descritas e tem grande carga de tensão. Mas ficar de papinho durante as lutas chega a ser descuido por parte do personagem (e por parte do autor, que escreveu dessa maneira). Isso acontece mais de uma vez.
Pondo tudo na balança, posso dizer que Ordem Vermelha foi a melhor leitura do ano, até agora. Leiam, pois vale muito a pena.
Profile Image for Mayara Da silva.
192 reviews2 followers
February 5, 2024
4,5
No começo você não entende nada. Daí na metade continua sem entender, quando chega em 70% tudo começa a fazer sentido e o final acaba com tudo novamente. Amei esse livro. Real oficial quero ler o segundo.
Profile Image for Aline Servilha.
90 reviews2 followers
January 26, 2019
Sensacional!! Ação do começo ao fim, história bem construída e personagens cativantes. E que final foi esse? Felipe e Intrínseca cadê o segundo?!?!
Profile Image for Paulo Vinicius Figueiredo dos Santos.
977 reviews12 followers
June 3, 2018
Uma coisa que leitores de fantasia nacional precisam concordar comigo é como os autores brasileiros são ousados. Raramente eu vejo uma obra comum no meio dos livros publicados por aqui. Seja uma fantasia com tons orientais, uma escola de magia no Brasil que lida com tráfico de drogas, uma matilha de lobos motoqueiros do Brasil Central é impossível encontrar o comum. Talvez pelo mercado nacional ser tão agressivo com autores novos e preferir best-sellers internacionais. Ou seja, para alguém se destacar ele precisa realmente se diferenciar do normal. E é isso o que Felipe Castilho faz em A Ordem Vermelha: se diferenciar.

Algo que me impressionou desde o começo da narrativa é como o autor é seguro. A escrita dele dá pouca margem para instabilidade. Tudo é construído de uma forma progressiva para que o leitor seja absorvido pouco a pouco pela narrativa e consiga se tornar empático com aquilo que está acontecendo no mundo. Nada é colocado por acaso entre os capítulos; tudo vai desembocar em algum momento posterior. Essa segurança na escrita não é algo que vemos frequentemente por aí. Muitos autores novos pecam porque a narrativa se torna muito instável, sofre de altos e baixos o tempo todo. Aqui temos um ritmo reto e constante do início ao fim. Apesar de isso ser uma virtude, também é um defeito. Se o ritmo (ou como alguns gostam de falar: o pacing) é constante, ele não dá margens para muitos altos. A narrativa progride em seu próprio compasso e isso pode desagradar alguns fãs que esperam uma ação mais desenfreada e frenética. A gente até tem isso nos momentos finais da narrativa (com os capítulos em contagem regressiva), mas não é isso em 90% da trama.

Para mim, que gosto de um desenvolvimento mais lento e seguro, é excelente. No final do livro eu já estava vendido para tudo o que o autor tinha colocado. Porém, preciso enxergar do ponto de vista também daqueles que esperam algo distinto. Por essa razão, o pacing vai afetar a narrativa em si. Mas, pensem no seguinte: a maior parte das grandes séries sofrem com o primeiro livro. A síndrome do volume inicial afeta a todos porque o autor precisa estabelecer as bases nas quais ele vai trabalhar posteriormente. Apresentar o mundo, mostrar as relações entre os personagens, desenvolver a política, introduzir o tema a ser trabalhado... isto é, mostrar a você o status quo, o padrão narrativo. Isso para que o autor possa quebrar o padrão ao longo da série. A narrativa é apresentada em terceira pessoa a partir de alguns personagens como Aelian, Raazi e Harun. Estas são as principais vozes narrativas.

Os personagens são lentamente trabalhados pelo autor. Ele dedica algum tempo mostrando suas motivações e objetivos finais. Muitos acham que o Aelian é o protagonista. Eu discordo. Para mim, os três pontos de vista principais são os protagonista. O autor equilibra o tempo de tela de cada um. Claro que se eu tirei uma coruja da avaliação final, preciso justificar o motivo. E este vem no sentido de que o autor passa muito tempo na construção de mundo o que acaba por deixar alguns momentos de lado entre os personagens. Aliás, dá até para desconfiar que o verdadeiro protagonista de A Ordem Vermelha é a própria Untherak e não os personagens em si. A sensação que eu tive é que o Felipe usou de um expediente semelhante ao que Bradley Beaulieu fez em Twelve Kings of Sharakhai. Ao descrever a cidade com tanto esmero, ela ganha vida e parece se mover com um propósito junto dos personagens. Algo que acontece na cidade afeta o próprio universo literário do autor. Quando uma das construções é derrubada lá pela segunda metade da história, o acontecimento fica cercado por todo um gravitas, toda uma urgência.

"Cada um repara de um jeito na areia que cai na ampulheta, seja grão a grão ou num fluxo contínuo. O tempo é relativo (...)"

Com esse foco na cidade, as relações entre os personagens e dos personagens com o mundo fica um pouco de lado. Pelo plot twist no final da história, já deu para perceber que esse deve ser o foco do volume final da série (sim, é uma duologia). Mas, algumas coisas que eu gostei foram o fato de o autor nem sempre ser óbvio (apesar de ele empregar alguns clichês) e da representação feminina na narrativa. Esta última ficou excelente com personagens bem realistas no sentido de que não é nenhum estereótipo feminino, mas sim mulheres que pensam, agem, sentem. Quanto aos clichês que alguns reclamaram, a mim não incomodaram. Até uma das "mortes" que o pessoal tanto reclama teve o impacto emocional em mim. Mesmo a gente sabendo o que pode acontecer, sentir é diferente de saber. Eu sabia que aquilo ia acontecer, mas me entristeci da mesma forma. É difícil nos dias de hoje não usar algum clichê; eles estão aí para serem usados. Uma velha ferramenta continua a ser uma boa ferramenta quando bem empregada.

Já fiz as críticas sobre a narrativa lá em cima, portanto agora eu sou só elogios. Como me agradou as temáticas trazidas pelo autor. Dá vontade de soltar um palavrão aqui de como é libertador ver um cara usar tantos temas contemporâneos com tamanha desenvoltura. É isso que a gente precisa. Destemor. Não vou falar de todos porque aí eu estragaria algumas das surpresas que o Felipe aprontou na história. Antes de mais nada eu vou tocar no tema da alienação. E aqui fica claro que a religião de Una é o ópio do povo. Toda aquela exploração que Una faz há mais de mil anos foi assimilada pela população. O status quo é ser explorado... é ser um servo. Isso formou uma sociedade acomodada e estática que depende do jeitinho para ter algum nível de conforto. No começo da narrativa, Aelian é a própria imagem perfeita dessa exploração. Apesar de ele entender no seu âmago o quanto aquilo é ruim, se tornou tão parte dele que qualquer coisa diferente não é compreendida. O mais curioso é que mais à frente quando os paradigmas começam a ser quebrados, algumas pessoas não conseguem aceitar a exploração que lhes havia sido imposta. Muitos lutam contra isso. Mesmo a verdade estando ali na cara deles, os séculos de exploração se manifestavam com força. Felipe discute com clareza a noção de alienação... aliás, se os leitores conseguirem fazer a associação, não é diferente dos dias de hoje. Qual é a diferença entre o que os Autoridades faziam em Untherak e o que os políticos fazem em Brasília? A própria figura da deusa pode ser associada facilmente a outra figura de autoridade tupiniquim.

Outro tema tratado é o da revolta popular. O que acontece posteriormente em Untherak é fruto de séculos de exploração, fazendo o caldeirão se encher cada vez mais e mais. Rousseau, um filósofo francês do século XVIII, apontava ser impossível conter a insatisfação popular por muito tempo. Existe um limite pelo qual um ser humano tolera ser explorado. O problema maior é a imobilidade. Assim como na Revolução Francesa, em A Ordem Vermelha temos uma insurreição popular onde faltava apenas uma cabeça para que o movimento pudesse seguir adiante. Aparição usa de táticas de guerrilha para tentar minar o poder de Una. O papel de Aparição é apenas conscientizar as pessoas da necessidade de uma mudança real: o fim da escravidão, a suspensão de privilégios, a separação entre religião e Estado. Todos são ideais iluministas de um filósofo que foi precursor de Marx.

Ah... só para deixar um último detalhe: aquele final se parece muito com o Êxodo em que o povo de Moisés foge do Egito. Se o Felipe colocar um Mar Vermelho a ser separado no segundo volume não vou estranhar nada.

Só tenho a dizer com o quanto eu fiquei impressionado com a leitura. Não é um livro perfeito, nada disso, mas é muito acima do que temos hoje no mercado. Isso porque além de o autor ser muito bom, ele teve uma equipe que lhe auxiliou com revisão, copidesque, divulgação. A Ordem Vermelha serve para mostrar a outras editoras grandes o quanto uma boa plataforma pode colaborar para um livro de sucesso.
Profile Image for Ícaro de Brito Pereira.
203 reviews7 followers
June 24, 2025
FOOOOOOOOOOOODA.
O início é um pouco lento (mas ainda assim, cativante). Apresentação dos personagens e tal. E putz, a gente já super se simpatiza com o Aelian, o Bicofino, a Raazi e a Yanisha <3 . Então chega num ponto em que a gente não consegue parar de ler. E mais personagens intrigantes: Ziggy, Venoma <3, Harun e APARIÇÃO!
Eu fiquei bem chocadão quando vi quem era Aparição. E bem chocadão quando percebi que o vilão da história não era quem eu esperava. FALA SÉRIO, E AQUELE FINAL?

Filhos da Degradação não segue uma estrutura tão convencional. É como se fosse um prólogo. MAS UM PRÓLOGO MEGA FODÁSTICO QUE TE FAZ PERDER O FÔLEGO VÁRIAS VEZES! Por essa e outras, a pré-venda de Ordem Vermelha 2 vai contar com meu dinheiro.

Além do mais, a arte do livro físico é magnífica. E AQULEE MAPA DE UNTHERAK? CARALHO, É UMA OBRA À PARTE.

Fiquei super fã das sequências de luta, dos efeitos "câmera lenta" e matrix. Aquela parte da Arena Obsidiana é uma das que eu mais gosto. Aaah Raazi e Yanisha <3 Amo essas duas.

O mundo fantástico também é incrível. Começa em algo fechado, e depois vai expandindo, expandindo e não para de expandir. A gente encontra ali naquelas páginas a realidade das classes baixas do país, a alienação por parte do Estado, a religião como forma de controle social, "política de drogas", "política de trabalho", e consegue ver até que ponto um povo consegue suportar antes de estourar uma revolta. É uma leitura mega pertinente e inspiradora para os dias que vivemos hoje. Depois dessa, venero o Castilho. Eu não esperava ficar tão empolgado com uma leitura como fiquei com essa. Recomendo super!
Profile Image for Natália Lopes.
612 reviews44 followers
December 20, 2022
“Alguns infernos duram mil anos; outros, um dia. Mas nenhum é melhor que outro.”

This was a good surprise - it's been a while since a national book got my attention, especially a fantasy one. The world-building here is very interesting, I liked the characters and there were a few good surprises along the way. The way it flitted from past to present, slowly revealing how things reached the point we see in the prologue, kept me interested. I recognized some Brandon Sanderson influences here (there were a LOT of parallels with Mistborn), as well as Tolkien ones, but you can see they were just inspirations because the author managed to create his own thing, his own mythology.

That being said, there was a rhythm problem - it takes a while for the story to unfold, and while I understand the need to present the world, the characters and get the readers used to everything, I think it took longer than it should. After things started to happen, though, the pages flew by. Although not totally amazing (throughout the entire thing I had a sense I've read something like this before), it was a solid introduction to what I'm guessing will be a trilogy, and I really think there's a lot to expand on here and by the end, there is this interesting path I see the story walking towards. I'm curious for volume 2, hopefully this will become a strong Brazilian fantasy series to rival with any famous ones.
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