Os livros são a nossa chave de acesso para nos tornarmos melhores do que somos. A capacidade deles de produzir essa transcendência suscitou discussões, alegorizações e desconstruções sem fim. O encontro com o livro, assim como com o homem ou a mulher, que vai mudar a nossa vida, frequentemente em um instante de reconhecimento do qual não se é consciente, pode ser completamente casual. O texto que nos converterá a uma fé, nos fará aderir a uma ideologia, dará a nossa existência um fim e um critério, podia estar ali a nos esperar na estante dos livros em promoção, dos livros usados e em desconto. Talvez empoeirado e esquecido, na estante exatamente ao lado do livro que procurávamos.
Dr. Francis George Steiner was an essayist, novelist, philosopher, literary critic, and educator. He wrote for The New Yorker for over thirty years, contributing over two hundred reviews. Among his many awards, he received The Truman Capote Lifetime Achievement Award from Stanford University 1998. He lived in Cambridge, England, with his wife, historian Zara Shakow Steiner.
In 1950 he earned an M.A. from Harvard University, where he won the Bell Prize in American Literature, and received his Ph.D. from Oxford University (Balliol College) on a Rhodes Scholarship in 1955. He was then a scholar at the Institute for Advanced Study in Princeton, New Jersey, for two years. He became a founding fellow of Churchill College at the University of Cambridge in 1961, and has been an Extraordinary Fellow there since 1969. Additionally, Steiner accepted the post of Professor of English and Comparative Literature at the University of Geneva in 1974, which he held for 20 years, teaching in four languages. He became Professor Emeritus at Geneva University on his retirement in 1994, and an Honorary Fellow at Balliol College at Oxford University in 1995. He later held the positions of the first Lord Weidenfeld Professor of Comparative Literature and Fellow of St. Anne's College at Oxford University from 1994 to 1995, and Norton Professor of Poetry at Harvard University from 2001 to 2002.
Eu sinceramente esperava mais dessa Biblioteca Antagonista da editora Âyiné, os ensaios da coleção são bem medianos e não causam nenhum grande efeito a partir da consideração de seus autores e aqui não é diferente.
“Aqueles que queimam livros” de George Steiner foi o primeiro livro da @editora.ayine que comprei e, confesso, que essa foi uma daquelas compras que fiz pelo título e capa. - O autor é professor doutor de literatura e já lecionou em diversas universidades ao redor do mundo. O livro é composto de três ensaios. O primeiro dá título ao livro escrito em 2000, foi o que mais me agradou, principalmente por trazer a discussão de que o mesmo livro afeta as pessoas de formas diferentes e imprevisíveis. A mesma pessoa, em tempos diferentes de sua vida, pode interpretar texto de outra forma quando se compara com a leitura anterior. Livros que consideramos perfeitos na adolescência, podem não fazer sentido em uma releitura na maturidade. Há uma cumplicidade entre escritor e leitor, que acabam por criar juntos uma história única. O “Povo do livro” (1999) não conversou tanto comigo, mas a discussão sobre a censura dos livros é sempre válida e pertinente. “Os dissidentes do livro” foi o que menos gostei, deixou a impressão de ser datado e carregado de preconceito, o autor fez algumas previsões para o mercado do livro que acabaram por não se concretizar, como por exemplo o surgimento do ebook acabando com o livro de papel em uma geração tecnológica. Fiquei especialmente incomodada com seu ataque às pessoas que leem ouvindo música como se isso fosse o fim da Literatura, sim com L maiúsculo. Eu sou uma dessas pessoas que, na maioria das vezes, ouve música enquanto tem um livro em mãos. Esse hábito não atrapalha minha concentração ou compreensão do texto lido, é claro que tudo depende - assim como tudo na vida -, da música, do tema do livro, do objetivo da leitura. Às vezes o silêncio é a melhor companhia para um texto. E tá tudo bem. - Foi uma experiência de leitura incrível no começo, mediana no meio e desagradável no final. - https://www.instagram.com/p/BtjdrueAOgM/
Ensaios poderosos sobre o livro. Foge de certas mistificações que me enervam, como a ideia fantasiosa de que os livros salvam ou de que a arte em si é uma fuga da barbárie, e aponta toda a incrível singularidade da escrita, o seu surgimento em meio ao traço muito mais universal da oralidade e de outros meios de expressão como a dança e a música. O que mais me agradou foi a ousadia de apontar as fragilidades da escrita através da própria escrita, de não negar a ela o poder de mudança que possui, mas também não entregar insensatamente ao livro uma certa qualidade essencialmente "boa" ou "civilizada".
Leve e agradável leitura sobre os registros escritos e passados ao longo dos anos. Enfatiza as relações de poder existentes entre quem escreve e aqueles que não decodificam os códigos alfabéticos.
"O encontro com o livro, assim como com o homem ou a mulher destinado a mudar nossa vida, frequentemente em um instante de reconhecimento do qual não se está consciente, pode ser completamente casual. O texto que vai nos converter a uma fé, que vai nos fazer aderir a uma ideologia, que dá nossa existência um fim em um critério, pode estar à nos esperar na estante dos livros de ocasião, usados, com desconto. Talvez empoeirado esquecido, na estante ao lado dos livros que procurávamos. A estranha sonoridade da palavra impressa na capa gasta pode atrair a nossa atenção."
A editora Áyné criou obras de arte de bolso.😌🤣 Tenho vontade de emoldurar todos em quadrinhos e distribuir pelo apartamento. Agora ao livro... Livro sobre livros, dificilmente alguém que ama livros e a leitura não irá se apaixonar pelas palavras de George Steiner. É algo que só nós entendemos, aquele sentimento de plenitude quando pegamos um livro e cheiramos até a linha de costura deles 😌😍
Amo livros. Sempre foram a minha tábua de salvação de um mundo ao qual nunca me ajustei muito bem. Pensar em quem os destrói me causa uma dor infindável. Não é só a destruição física, mas o que está por trás desse ato: preconceito, censura, mentalidade estreita, atraso... Nesse curto livro o autor vai falando desses atos ao longo da história, e fala também do "povo do livro": os judeus que existem em qualquer parte do mundo porque sua história está intrinsecamente ligada aos seus textos sagrados. Também os muçulmanos têm essa conexão essencial com o Corão. Diferentemente dos cristãos, cujo "líder" era fundamentalmente um profeta oral. Não há escritos de autoria de Jesus. Naturalmente, o cristianismo se difundiu através dos escritos principalmente de Paulo. Especula sobre essa oposição entre o livro e a tradição oral, e as qualidades de cada um. Também aponta a característica de a ficção nos influenciar. Qualquer um que seja aficionado de Jane Austen ou super-heróis entenderá. Enfim, um texto curto porém repleto de oportunidades para reflexão.
Setenta páginas que valem por um tratado. Em que pese a grande erudição do autor, os textos são bons e fáceis de ler, e até Derrida fica compreensível nas palavras de Steiner. São três ensaios que tratam, com abordagens diversas, do tema dos livros e das leituras ontem, hoje e amanhã. Uma maravilha.
Uma reflexão interessante sobre o ato de leitura na perspectiva do desenvolvimento da tecnologia. Isso me fez analisar em que ponto me encontro nesse desenvolvimento tecnológico e o seu efeito na memória, leitura e pensamento.