Rodrigo costumava dizer à mãe, Mila, que falava com Jesus e que iria morrer - «Vou para um sítio muito lindo, muito verde.» Aos 7 anos, um acidente causado por um camião levou-lhe a vida e a do seu pai. No dia do velório de Rodrigo, uma mulher de meia idade e olhar sereno aproximou-se de Mila e disse-lhe: «Sou uma mãe que também perdeu um filho. Queria dizer-lhe que ainda vai ser feliz. É uma felicidade diferente, mas vai ser.» Enquanto presidente de uma associação de apoio a pais em luto, Mila viria a conviver de perto, ao longo dos anos que se seguiram, com centenas de homens e mulheres que, tal como ela, carregam a maior das dores que alguém pode sofrer: a perda de um filho. Os Anjos não Comem Chocolate fala-nos de amor, sofrimento, coragem - e, acima de tudo, da extraordinária capacidade do ser humano de encontrar um sentido para tudo. Até para o impensável.
Um livro sobre um tema difícil, que não é condescente. Aborda a dor da perda dum filho e um pouco o percurso da associação A Nossa Âncora, entretanto extinta, mas que teve um papel determinante na ajuda a estes pais.
Leitura interessante, que me permitiu essencialmente aprender a ajudar.
Livro interessante, muito bem escrito sobre uma temática triste. Lê-se bem, nunca sendo perturbador mas conseguindo transmitir a profundeza do tema. Tenho é uma questão sobre o próprio conceito do livro, que penso ser enganador (não pela autora mas por quem o editou). O título (horroroso, na minha opinião), a capa e a sinopse, tudo aponta para uma obra quase "romance" ou um livro de auto-ajuda. Mas não, trata-se de uma reportagem jornalística, pura e dura, sem qualquer aspeto de romance, sobre uma associação e as pessoas que por ela passaram. E assim devia ser vendido o livro, até melhor seria estar enquadrado numa coleção de reportagens. Assim, com esta capa e este título, é só enganador.
Como mãe que perdeu um filho, este livro descreve aquilo que sentimos sem floreados de romance. Obrigada Andreia pelo trabalho, obrigada aos pais que partilham.