Edviges Stout é uma mulher frágil e doente, que dirige com mão de ferro o Grupo Azygus, uma instituição financeira cujos lucros se destinam a filantropia – o que pode ser uma fachada para negócios obscuros. Suspeita que alguém a quer matar e, para o impedir, contrata o detetive Mário França, o maior detetive do mundo, com escritório no Porto, no Muro dos Bacalhoeiros. Ao mesmo tempo, quer saber a verdadeira história do seu pai, Herald Stout, passageiro incógnito num bombardeiro inglês despenhado na praia de Vila Chã, durante a Segunda Guerra Mundial. A investigação irá cruzar-se com acontecimentos do passado e do presente. O detetive Mário França vê-se confrontado com o maior desafio da sua carreira: sete crimes, sete janelas com vista para a morte.
Escritor e médico português nascido no Porto em 1956. Formou-se em Medicina Familiar em 1979 e, desde então, tem exercido a profissão de médico, tanto a nível particular como em hospitais do Estado. Em termos de carreira tornou-se chefe de serviço de Medicina Geral e Familiar. Paralelamente à carreira de médico, dedicou-se também à escrita a partir dos 35 anos. Embora antes já escrevesse regularmente alguns textos que nunca publicou, só em 1991 assumiu a sua vocação de escritor. No verão desse ano teve um hiato na sua carreira de médico e chegou às férias demitido de funções. Sentiu um vazio dentro de si e para preenchê-lo começou a escrever mais a sério e com regularidade. Ao fim de duas semanas já tinha meio romance escrito. O livro viria a ser editado no ano seguinte com o título O Complexo do Sotavento. A partir daí, Miguel Miranda dividiu-se entre a medicina e a literatura, exercendo a atividade de médico durante o dia e a de escritor à noite. A sua atividade literária repartiu-se pelo romance, com especial incidência nos policiais, contos e literatura infanto-juvenil. Assim, lançou Contos à Moda do Porto e Caçadores de Sonhos, ambos em 1996, Bailado das Sombras, em 1997, O Estranho Caso do Cadáver Sorridente, em 1998, Livrai-nos do Mal, em 1999, A Mulher que Usava o Gato Enrolado ao Pescoço, em 2000, A Maldição do Louva-a-Deus, em 2001, Dois Urubus Pregados no Céu, em 2002, A Princesa Voadora, que marcou a estreia na literatura infantil em 2003, e Como se Fosse o Último, em 2004. Em 2005 lançou o romance O Silêncio das Carpideiras, para chamar a atenção para as povoações que no passado foram deslocalizadas devido à construção de barragens, lembrando que este não é um problema exclusivo do Alqueva. Todas estas obras valeram a Miguel Miranda diversas distinções, a primeira das quais o Grande Prémio do Conto APE (Associação Portuguesa de Escritores) de 1996. Depois recebeu o Prémio Caminho de Literatura Policial em 1997 e o Prémio Fialho de Almeida da SOPEAM em 2001. Em 2002 foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro de Mérito Cultural e Científico de Vila Nova de Gaia. Miguel Miranda tornou-se membro da APE, da Associação de Escritores de Gaia, da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e do PEN Club Português.
Recebeu o Grande Prémio de Conto da APE pelo livro Contos à Moda do Porto (1996); o Prémio Caminho de Literatura Policial pelo livro O Estranho Caso do Cadáver Sorridente (1977); e o Prémio Fialho de Almeida pelo livro A Maldição do Louva-a-Deus (2001).
Uma leitura interessante com ironia sempre presente. Gostei imenso dos nomes escolhidos para as inúmeras personagens. Partes no enredo decorrem a pouquíssimos kms daqui - Vila Chã-Vila do Conde. Fique a saber mais algumas coisas que desconhecia, tal como a existência da casa de Sónia Delaunay, que a princípio achei que fosse personagem fictícia, mas na realidade existiu, casa essa pela qual passo muitas vezes, fica perto do LIDL de Vila do Conde. Foi uma leitura que me prendeu a atenção, daí recomendo.
Só terminei este livro por ser curto e de leitura rápida, mas a experiência foi frustrante. O autor adota um tom um pouco pretensioso, recorrendo a um vocabulário rebuscado que não acrescenta nada à narrativa. Além disso, o enredo é confuso e o leitor nunca consegue acompanhar de forma clara o raciocínio da personagem principal nas suas deduções. Há sinais de inspiração em Poirot, mas a execução falha ao trocar o raciocínio lógico por resoluções baseadas em sonhos.
Adicionalmente, a ambientação temporal é inexistente e os nomes das personagens são bizarros e artificiais. Não sei se perdi o contexto por ser, talvez, parte de uma coleção, mas o desenrolar da história é tão desconexo que não recomendo a leitura. Salva-se o Gandolino, o pombo correio, que é, sem dúvida, a melhor personagem da obra, e as descrições sobre as localizações e alguns comportamentos típicos das zonas.
Confesso que a princípio achei o livro um pouco aborrecido. A escrita bastante descritiva do autor dá-nos uma imagem quase real do que se passa, no entanto, também torna o livro um bocado monótono, para um livro que conta a história de um detective, pelo menos foi a sensação que tive na primeira parte do livro. No entanto, quando a acção começou, finalmente, a desenrolar-se, não consegui tirar os olhos do livro. Tem um plost twist bastante interessante e realmente me conseguiu surpreender no final. Vale a pena a leitura.
É um thriller/policial com uma escrita muito inteligente e cheia de imaginação. Mário França é detetive, um homem inteligente, estudado, que gosta de fazer as coisas á sua maneira, tem a ajuda de um pombo e de alguns amigos, para conseguir concluir os vários casos que lhe vão surgindo subitamente. Todas as personagens desta história estão interligadas entre si de alguma forma e a resolução de tudo é impressionante.
Este livro tem algumas passagens engraçadas (gosto da ironia utilizada), mas o enredo é demasiado "non sense" para o meu gosto. Também não gostei do nome estapafúrdio dado a todas as personagens.
“Sete Janelas com Vista para a Morte” é um romance policial envolvente que acompanha o detetive Mário França numa investigação cheia de suspense e mistério. A história combina crime, drama e segredos do passado, mantendo o leitor curioso sobre o desenlace e a forma como todos os elementos se conectam.
O Porto serve como cenário de forma vívida, com ruas e locais bem descritos, criando uma atmosfera realista e imersiva. A alternância entre presente e passado dá ritmo à narrativa e permite conhecer melhor os acontecimentos que moldam a investigação. As personagens têm personalidade própria e ajudam a tornar a história interessante, especialmente Mário França, que conduz a trama com segurança e perspicácia.
Apesar de ser uma leitura agradável e bem construída, dei-lhe três estrelas porque, embora o livro cumpra bem o que propõe, não me surpreendeu totalmente nem me envolveu de forma emocional profunda. É uma história sólida e entretida, mas senti que faltou aquele elemento extra que tornasse a leitura memorável ou inesquecível. Ainda assim, é um bom livro para quem aprecia mistério, investigação e uma boa dose de suspense num cenário português.