«É embaraçoso! Ainda há pouco — que digo eu? —, ainda há um instante apenas, enquanto escrevia o título, estava convencido de que ia começar a minha narrativa como se iniciam os romances e que a única diferença seria a sua veracidade. Mas eis que descubro, subitamente, o que faz o artifício do romance, o que faz com que nunca possa ser uma imagem da vida: um romance tem um começo e um fim! Hyacinthe Danse matou a amante e a sua própria mãe no dia 10 de maio de 1933. Mas quando é que o crime realmente começou? Terá sido em Liège, quando ele publicava o jornal Nanesse, do qual um acaso inverossímil me fez, aos dezessete anos, um dos fundadores? Terá sido quando, em companhia de Deblauwe, deambulávamos pelas ruas da cidade? Ou terá sido bem antes, durante a guerra, quando umas miúdas nos sussurravam que, por trás das portadas fechadas de uma certa livraria… E Deblauwe? Em que momento se tornou ele um assassino? E o Fakir?»
Georges Joseph Christian Simenon (1903 – 1989) was a Belgian writer. A prolific author who published nearly 500 novels and numerous short works, Simenon is best known as the creator of the fictional detective Jules Maigret. Although he never resided in Belgium after 1922, he remained a Belgian citizen throughout his life.
Simenon was one of the most prolific writers of the twentieth century, capable of writing 60 to 80 pages per day. His oeuvre includes nearly 200 novels, over 150 novellas, several autobiographical works, numerous articles, and scores of pulp novels written under more than two dozen pseudonyms. Altogether, about 550 million copies of his works have been printed.
He is best known, however, for his 75 novels and 28 short stories featuring Commissaire Maigret. The first novel in the series, Pietr-le-Letton, appeared in 1931; the last one, Maigret et M. Charles, was published in 1972. The Maigret novels were translated into all major languages and several of them were turned into films and radio plays. Two television series (1960-63 and 1992-93) have been made in Great Britain.
During his "American" period, Simenon reached the height of his creative powers, and several novels of those years were inspired by the context in which they were written (Trois chambres à Manhattan (1946), Maigret à New York (1947), Maigret se fâche (1947)).
Simenon also wrote a large number of "psychological novels", such as La neige était sale (1948) or Le fils (1957), as well as several autobiographical works, in particular Je me souviens (1945), Pedigree (1948), Mémoires intimes (1981).
In 1966, Simenon was given the MWA's highest honor, the Grand Master Award.
In 2005 he was nominated for the title of De Grootste Belg (The Greatest Belgian). In the Flemish version he ended 77th place. In the Walloon version he ended 10th place.
Ha sido curiosa mi experiencia con Simenon, mi idea era leer algún título policiaco, pero tanto el primer libro que leí como este segundo están un poco alejados de ese género.
En Los crímenes de mis amigos, una suerte de novela autobiográfica falsa, Simenon es el narrador y realiza un análisis sobre el ambiente postguerra que se vive en Bélgica, Francia, y Alemania, como los jóvenes afrontan este clima de zozobra, escasez y caos, narra sin concesiones, hay madres, hijas, novias que se prostituyen por hambre, chicas que se prestan a relaciones con varios, con hastío e indiferencia, jóvenes que se emborrachan, destruyen, se reúnen para despotricar, para rebelarse, pero al mismo tiempo guardan un poco de cordura o al menos la mayoría.
En una especie de homenaje centra su narración en 4 personajes que no logran preservar esa cordura y hacer la transición a adultos que consiguen un trabajo, se casan y viven una larga vida, de esos 4 personajes la mitad morirá joven y la otra mitad asesinará por distintas motivaciones.
El narrador se pregunta y reflexiona sobre esta época brutal, buscando razones, motivos, de porque aunque todos eran tan iguales, los finales de algunos fueron tan distintos.
In diesem autofiktionalen Roman beschäftigt sich der belgische Schriftsteller mit seiner Jugend in Lüttich und verfolgt die Schicksale derer, mit denen er sie verbracht hat. Im Zentrum steht dabei die Frage "Warum nicht ich?", denn zwei der Weggefährten wurden zu Mördern, einer brachte sich selbst um, ein weiterer starb durch Alkoholismus. Geprägt von Krieg und relativer Armut schlägt sich die Clique durch die beginnenden Zwanzigerjahre, immer wieder gegengeschnitten mit Erzählerkommentaren. Dabei wechselt Simenon zwischen intern und nullfokalisiertem Erzähler, das Erzähltempus wechselt, gleich einer Zoombewegung, zwischen Imperfekt und Präsens, eingewoben werden Vorausdeutungen und Rückblenden, mal geht der Erzähler scheinbar dokumentarisch vor, zitiert Polizeiberichte, bringt dann wiederum bewusste Unklarheiten ein. Dadurch erzeugt er einen Effekt der Zeitvermischung, als würde der Erzähler tatsächlich in der Zeit zurückreisen. Leider sind die Verbrechen das uninteressanteste an dem Text, und die episodenhafte Erzählweise wirkt bisweilen ungelenk, wenn zu Beginn neuer Abschnitte sehr häufig auf bereits Bekanntes bezug genommen wird. Trotz seiner spannenden Anlagen insbesondere auf der Ebene des Erzählens ist der Roman an seiner Form gescheitert und am Ende ein bisschen das, was in seinem Schlusssatz über die Ereignisse selbst gesagt wird: bloß banal.
3.5 - letto nella terza raccolta Adelphi dedicata a Simenon, tutti i racconti presenti nel volume ne esplorano la dimensione autobiografica più o meno esplicita, e questo breve scritto non fa eccezione. Le vicende realmente accadute vedono protagonisti figure di giovani anarchici nella natia Liegi, ha il sapore di un memoir in cui l'autore compare infatti con il suo vero nome.
Reading Georges Simenon’s “Three Crimes” was mysteriously thrilling since we could keep reading and wondered why the two convicts named Hyacinthe Danse and Ferdinand Deblauwe, in different episodes, finally committed their crimes in cold blood. From its nine-chapter narration, it took time from the beginning to read and follow the story that gradually revealed Danse’s and Deblauwe’s personality, ways of living, colleagues, etc.
Percebi, depois de ler Os Três Crimes dos Meus Amigos, que estou longe de conhecer a obra de Georges Simenon. Neste caso não se trata de saber quem matou ou quem foi morto ou ainda perceber como foi investigado o crime ou descoberto o assassino. Ao longo deste romance, em que sabemos à partida quem mata quem, a questão é porque o fizeram e porquê eles e não ele mesmo, Simenon, que era amigo dos três: "Eu não desconfiava de nada e os meus amigos eram assassinos! Nem desconfiava de nada uns anos depois quando comecei a escrever romances policiais, ou seja, relatos de falsos crimes, enquanto aqueles com quem eu tinha vivido outrora, que tinham respirado a mesma atmosfera do que eu, partilhado as mesmas alegrias, as mesmas distrações, discutido os mesmos assuntos, se punham a matar de verdade (...) Não é estranho que, durante esse tempo, eu escrevesse romances policiais onde me esforçava por desenhar verdadeiros criminosos? Talvez seja menos estranho do que parece, se olharmos mais de perto, se lermos com mais atenção, porque então vemos nos meus livros, intactos pela minha fraca imaginação, os cenários, as atmosferas, os estados de alma que levaram aqueles três... Os três crimes dos meus amigos parecem-se a todos os crimes que eu contei, porém, porque são verdadeiros, porque eu conheço os seus autores, é-me impossível escrever: - Ele matou porque...." Não sabemos se se trata de um livro autobiográfico, embora ele, o narrador, se apresente como Simenon ("Olha um tipo ainda mais estúpido do que Simenon, porque este nem pede dinheiro!" pg. 75) e descreva as condições de vida do período da sua juventude, profundamente marcada pela guerra: "Era culpa de Dostoievski e de Verlaine? Não seria antes culpa daquela guerra (I Guerra Mundial) que, quando crianças, tínhamos vivido sem compreender e que nos tinha marcado sem sabermos?" (pg. 85) É um relato inquietante porque a questão permanece sem resposta. Li depois que este romance foi escrito em fascículos, e isso é muito visível na parte final de cada capítulo, que deixa em aberto questões e mesmo perguntas que só a continuação da leitura poderão resolver.
Voilà un roman dur bien atypique. En est-ce d’ailleurs vraiment un ?
Simenon raconte ici sa jeunesse interlope et celle de trois de ses amis d’alors. Proxénètes, mythomanes, manipulés ou manipulateurs, suicidés ou meurtriers.
Autobiographie ou roman ? Probablement un peu des deux. L’occasion pour l’auteur de se questionner sur la destinée. Pourquoi eux, pourquoi moi ? Quels furent nos choix, à quel moment furent-ils décisifs ?
Un roman un peu vide, à l’instar de ces questions dont on ne réussi à trouver de réponse
A wonderful odd semi-autobiographical little novel. It has elements in common with the other (longer) semi-autobiographical novel -- Pedigree. It's not a whodunit. The reader knows from the outset what the crimes are and who committed them. The question of why -- why these perpetrators and not others (indeed, why not Simenon) -- is asked but not answered. Simenon makes the case that the story of a crime does not start and with the crime, that the backstory, without a clear beginning or end, is equally essential. One of the best, though not like any other