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O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto

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Fernão Mendes Pinto é o exemplo vivo do aventureiro português do século XVI, que embarcava para o Oriente com o fito de enriquecer. Curioso, inteligente, ardiloso e hábil, capaz de todas as manhas para sobreviver, vai tornar-se num homem dos sete ofícios, sendo embaixador, mercador, médico, mercenário, marinheiro, descobridor e corsário dos sete mares - Roxo, da Arábia, Samatra, China, Japão, Java e Sião - por onde, durante vinte anos, navegou e naufragou, ganhou e perdeu verdadeiros tesouros, fez-se senhor e escravo, amou e foi amado, temido e odiado. Herói polémico e marginalizado, Fernão participa em campanhas de paz e guerra, da Etiópia à China, sendo também um dos primeiros portugueses a visitar o Japão, onde introduz os mosquetes ali desconhecidos e fica nas crónicas locais como o noivo do primeiro matrimónio de uma japonesa com um ocidental. Através de Fernão Mendes Pinto e dos testemunhos das personagens com quem se cruza, na sua peregrinação pelo Oriente longínquo, a autora faz ainda a narrativa dos principais episódios da grande saga dos Descobrimentos Portugueses, como as conquistas de Goa e Malaca, o heróico cerco de Diu ou as campanhas do Preste João na Etiópia. Em sete mares se divide o romance, por onde o leitor, na pele das personagens, fará uma intrigante viagem no Tempo, ao encontro de si próprio e de mundos e povos antigos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão semelhantes, uma peregrinação na busca incessante de fortuna, encarnada na demanda da mítica Ilha do Ouro.

Unknown Binding

First published October 9, 2012

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About the author

Deana Barroqueiro

35 books50 followers
English:
Deana Barroqueiro contacts:
E-mail: barroqueiro.deana@gmail.com
Homepage: http://deanabarroqueiro.blogspot.pt
Facebook: https://www.facebook.com/deana.barroq...
Grupo Facebook: O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto". https://www.facebook.com/deana.barroq...

Deana Barroqueiro most recent works:
1640 (Casa das Letras/Leya), 2017, This new book is about the conflicts and wars in Europe, during the 17th century, the rebellion of Catalunha and Portugal and the Portuguese Monarchy Restauration.
- The Pirate of the Seven Seas (O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto), 2012. Adapted as a movie script font, by director João Botelho for his «Peregrinação», in 2017.
The book is about the travels and discoveries of the portuguese adventurer Fernão Mendes Pinto, in the Eastern World of the Sixteenth Century, published by Casa das Letras/LEYA.
- The Temptation of the Serpent (Tentação da Serpente)(2012) is a re-edition of The Novel of the Bible (O Romance da Bíblia), published by Ésquilo - Edições e Multimedia. A feminine look into The Old Testament: an original and polemic work about the women and men of the sacred book.See more: http://tentacaodaserpente.blogspot.pt/
- The Spy of King John II (O Espião de D. João II), published by Ésquilo - Edições e Multimedia, in October 2009, is a fabulous adventure of the Portuguese spy Pêro da Covilhã, in search of The Prester John and the route by land to India's rich spices.

Deana Barroqueiro was born in New Haven, Connecticut, in the United States of America, on July 23, 1945. Daughter of Portuguese parents, when she was two years old she went to live in Lisbon, Portugal, with her mother, brother and sister. She always had the passion for reading and writing and she graduated in Portuguese and French Language and Literature, in the Lisbon University, Department of Languages and Literatures.
"I began to write poetry when I woke up from a three days' coma, after an attempted suicide at the age of twenty years. Now I write historical novels and short stories, doing almost all my research and writing at home, in seclusion and through the night, when everybody is sleeping and I enter in another dimension where nobody else has room. I stopped writing when I got married - as these two passions were not compatible - and, in order to mitigate the hunger for writing, which was my true essence, I did with my students countless projects of creative writing of stories and plays, publishing several works with many educational and cultural institutions".
The success of those school publications was an incentive for Deana Barroqueiro to write for a broader public her historical works, having published, from 2000 to 2008, nine novels and two books of tales - the first of them, Erotic Tales of the Ancient Testament, is translated and edited in Spain, Italy and Brazil.
Deana Barroqueiro loves the Portuguese Language and Culture and the World's History of the XV to XVIII Centuries, the period she has been studying for more than twenty years, and being by nature or addiction a storyteller, she couldn't resist to the urge of sharing with everybody interested in the same subjects, her surprising discoveries about the adventurous or tragic (nevertheless so human and close to us) lives of the historical characters that she found in her researches.
On November 21, 2003, in the United States of America, during the gala soirée for the attribution of the Literary Contest Proverbo Awards, of whose jury she was part, the writer received a praise by the Newark Municipal Council, "in recognition of her contribution for the world's culture" and " through the excellence of her written word that has brought pride to the Portuguese-American community of Newark", she was "commended for her commitment and support of the Arts" and by the promotion of the Portuguese language and culture among other communities of America, Canada and Europe.

Other works

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Displaying 1 - 8 of 8 reviews
Profile Image for Artur Coelho.
2,591 reviews74 followers
August 26, 2020
Quando pego neste tipo de livros, fico com a sensação de que temos um trauma coletivo com a nossa história. Talvez por más memórias do que tivemos de empinar como estudantes para passar nos testes, ou como reflexo dos tempos da ditadura que enaltecia uma visão histórica exacerbada e redutora? Deixamos de parte a riqueza de factos e personalidades, que poderiam alimentar inúmeras histórias de aventura. Algo que lá fora não acontece, as aventuras históricas são todo um género explorado em séries literárias e cinema, que nos transportam à era medieval, ao iluminismo, guerras napoleónicas (só este sub-género é uma minha para narrativas de aventura militar em terra ou nos mares) ou tempos mais recentes da história. Parecemos esquecer que também temos um rico substrato, que as nossas histórias e lendas medievas, os feitos e a exploração crua dos descobrimentos, a colonização do Brasil, a relativa decadência setecentista, poderiam alimentar leituras divertidas e empolgantes. Mas é raro encontrar esses livros (e não é uma questão de mercado, por cá devoram-se as aventuras históricas) a falar sobre a nossa história. Notem, isto não é um rant conservador-chegófilo sobre falta de pureza lusitana no nosso mercado editorial, apenas uma observação que o nosso património histórico poderia ser tão bem explorado como o de outras nações.

É este um dos aspetos mais interessantes deste Corsário dos Sete Mares. É um livro monumental, pelo tamanho e ambição. Resume, romanceia e essencialmente aproxima-nos da Peregrinação de Fernão de Mendes Pinto, ao mesmo tempo um clássico histórico da literatura portuguesa e um relato das inúmeras aventuras vividas pelos portugueses que, no século XVI, iam para a Índia em busca de riquezas. Glória e expansão da fé, diz-se oficialmente, mas na verdade, era o lucro a qualquer custo que motivava à aventura. De certa forma, a autora traduz para os leitores uma obra cuja leitura original não nos é fácil, não só pelo estilo mas pelas mudanças linguísticas. As aventuras, ou melhor, desventuras de Mendes Pinto são contadas não como relato, mas como romance, dando à história um caráter de aventura pura. O romancear torna este pesado livro numa leitura leve, estruturada em pequenos capítulos que nos contam episódios da Peregrinação, e não só. A autora consultou uma enorme quantidade de fontes históricas que complementam, ou dão outras visões, sobre as histórias de Mendes Pinto.

Tem um necessário caráter didático, mas como leitor, percebo que o principal motivante deste livro é redescobrir quer a grande história dos Descobrimentos, quer a história pessoal de um aventureiro. Tornar a leitura num romance permite dar corpo e alma às personagens, bem como adquirir uma visão crítica muitas vezes ausente do registo historicista institucional. Ler estas aventuras não é ler uma saga de coragem e heroísmo. Antes, é perceber que a história dos portugueses na Ásia se fez de guerras, massacres, trafulhices, pirataria, e imiscuição nos conflitos locais com o fim último de obter mais lucro comercial. Por outro lado, o confronto entre portugueses quinhentistas e a miríade de povos entre o mar vermelho, Índia, China, e Japão (com um desvio até às terras que hoje são a Austrália) faz-se com uma visão de curiosidade e deslumbramento com culturas e costumes que, aos contemporâneos, deveriam parecer quase alienígenas.

Este recontar da Peregrinação é um livro que surpreende. Confere à história dimensões humanistas, dando corpo a pessoas e factos passados há muitos séculos. Deixa transparecer uma visão crítica, realista, do que foi realmente a atuação portuguesa nas Índias. Mas, e é este o ponto mais importante, é uma belíssima história de aventuras, cheia de reviravoltas intrigantes e momentos empolgantes. Saber que não é ficcional, que foram mesmo vividas por um dos nossos antepassados, dá um gosto extra à leitura.
Profile Image for Fernando Delfim.
397 reviews12 followers
May 10, 2018
“Quem não se quer aventurar não deve passar o mar”

“- Se Deus me der vida e eu volver a Portugal, Coja Ale, é minha tentação escrever o que vi por estes lugares, mas juro-te que não ousarei contar as novidades desta terra, por medo do que de mim dirão os leitores, sobretudo aqueles que viram pouco do mundo, porque, como viram pouco também costumam dar pouco crédito ao muito que outros viram e tachar-me-ão de mentiroso e fantasioso.”

“Não há português que consiga resistir ao sortilégio das mulheres do Oriente – diz Fernão Mendes Pinto, com uma risada. – Enfeitiçam-nos e quase nos fazem perder a alma.”

“Quando falares, cuida que as tuas palavras sejam melhores que o silêncio” (hindu)

“Os homens fazem as leis, as mulheres os costumes!”

“O homem é o seu próprio demónio” (hindu)

“Enquanto não conheceres o Inferno, o Paraíso não será bastantes bom para ti” (árabe)

“Os senhores amam a traição, mas ao traidor não” (português)

“Três coisas são inconstantes: a mulher, o vento e a riqueza” (hindu)

“Não há como a mulher para fazer do homem quanto quer” (português)

“Se os homens pecaram com elas [mouras], ao fazê-las cristãs, ficaram com os pecados perdoados, por ganharem uma alma para Deus.”

“A sorte é como uma mulher, que quer quando não queremos e que não quer, quando queremos” (português)

“A honra é a bússola do homem de bem” (português)

“Uma jornada de mil milhas começa com um único passo” (malaio)

“Não penses que não há crocodilos, só porque a água está calma” (malaio)

“Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantámos” (chinês)

“Vale mais fazer o bem a quem está perto do que queimar incenso à distância” (chinês)

“Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça” (chinês)

“Nunca acendas um fogo que não possas apagar” (chinês)

“Melhor é acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão” (chinês)

“Quando o sábio aponta para a Lua, o idiota olha para o dedo” (chinês)

“Caça, pesca, guerra e amores, por um prazer dão mil dores…” (português)

“Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier” (chinês)

“Quando de cada oito marinheiros, sete são timoneiros, o navio vai a pique” (chinês)

“Quem não sabe suportar contrariedade nunca terá acesso às coisas grandiosas” (chinês)

“Nas viagens mais longas, os navios transformavam-se em prisões flutuantes, onde se amontoavam dezenas de homens […] numa intimidade forçada, durante largos meses”

“Quem pouco viu, muito se maravilha” (chinês)

“Se és paciente num momento de ira, escaparás a cem dias de tristeza” (chinês)

“Quer a faca caia no melão ou o melão na faca, o melão sofrerá” (chinês)

“O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute” (japonês)

“O destino nunca favorece quem não mede as consequências” (japonês)

“Se te queres vingar do teu inimigo, nada faças: senta-te à sua porta e espera” (japonês)

“Tropeça-se sempre nas pedras pequenas, porque as grandes logo se enxergam” (japonês)

“O dever é mais ligeiro que a pluma e mais pesado que uma montanha” (japonês)

“terramoto, trovão, incêndio e pai são as quatro entidades mais temíveis do mundo, porque contra eles de nada serve lutar.”

“Caia sete vezes, mas levante-se oito” (japonês)

“Seja o primeiro para um banquete e o último para uma batalha” (tâmil)

“Meias verdades são piores do que falsidades” (bengali)

“Não se deve mergulhar a perna antes de conhecer a profundidade” (tâmil)

“Nas guerras são sempre as mulheres e as crianças quem mais sofre”

Profile Image for Margarida.
461 reviews43 followers
October 8, 2015
Nesta obra acompanhamos as viagens que Fernão Mendes Pinto executou pelo Oriente e que narrou em a "Peregrinação".
Li excertos da obra "Peregrinação" quando estudei no Ensino Secundário e despertou-me interesse, mas nunca li o original, apesar de estar nos meus planos.
Com Deana Barroqueiro conhecemos as aventuras e desventuras de Fernão Mentes Minto (epíteto que ganha devido aos seus contemporâneos acharem as suas narrativas fantasiosas - Fernão, Mentes? Minto!), que constantemente perde as fortunas que acumula, sofre naufrágios, perde companheiros e amadas, é feito escravo e preso...
O mais interessante desta obra, para além de conhecermos as viagens de Fernão Mendes Pinto, é a forma como a narradora nos apresenta o texto. É feito à guisa de narradores do século XIX ou dos grandes cronistas, como Fernão Lopes, em que o narrador fala directamente com o leitor, "pisca o olho" e pede desculpa por alguns excessos ou saltos cronológicos.
Acredito que a extensão da obra e a forma como é escrita, com linguagem que não é propriamente contemporânea, possa afastar alguns leitores, mas pode aproximar outros e despertar-lhes o interesse para conhecer as viagens de Fernão Mendes Pinto nas suas próprias palavras em a "Peregrinação".
Profile Image for Marlene Teixeira.
57 reviews30 followers
March 21, 2017
Já li este livro à mais de dois anos, mas não dei a minha opinião na altura, por isso, venho rectificar esse facto.
O livro apresentou-me a história completamente desconhecida de Fernão Mendes Pinto e as suas desgraças no oriente.
A forma como gosto de descrever este livro é: uma história dentro de histórias, pois num momento estamos a acompanhar o protagonista e no outro estamos numa história completamente diferente, mas seguindo sempre uma lógica que se enquadra na narrativa principal. Uma forma, bastante eficaz de incorporar factos históricos, contudo, este tipo de narração pode ser um pouco cansativo...
Com muita pena minha, já não me lembro com precisão dos factos históricos apresentados, que são muito interessantes, uma vez que houve o cuidado de apresentar a história da formação do Japão, China, etc, através da mitologia desses países.
Também gostei que no início de cada capítulo fosse apresentado um provérbio de cada país/local por onde o protagonista passava.
Enfim, é um livro com muita informação histórica, o que me agrada bastante, de tal forma que terei muito gosto em relê-lo um dia destes.

Profile Image for Samuel Viana.
Author 3 books6 followers
February 13, 2014
Recomendo este livro a quem não tenha vontade de "enfrentar" o original quinhentista. O cuidado e a atenção da autora com o detalhe é notável, dada a preocupação em usar muitas palavras nativas, assim como muitos termos da gíria dos marinheiros. Dei por mim muitas vezes a ter de recorrer ao dicionário porque palavras como "fusta" não me são nada familiares.
Gostei particularmente do capítulo sobre o Japão, e que tem muito destaque na história daquele país, dado ter sido o primeiro contacto dos japoneses com os europeus.
Lamento é a autora não ter desenvolvido mais a relação entre o protagonista principal e Francisco Xavier, porque me parece que, daquilo que eu conheço do original, na qual o missionário espanhol teve uma grande influência na parte final da Peregrinação, relativamente à decisão de Fernão Mendes Pinto chegar a querer entrar para a ordem de Jesus.
Fiquei com vontade de experimentar os restantos livros da autora.
Profile Image for Inês Montenegro.
Author 49 books147 followers
Read
November 8, 2021
"O enredo indicado tanto pelo título como pela sinopse estrutura-se numa divisão por “livros”, cada qual representando um dos mares navegados, e correspondendo a um episódio em específico (um cerco, um julgamento, um cárcere, etc), que serve de base às diversas histórias. Por sua vez, cada “livro” subdivide-se em capítulos, todos nomeados por dizeres de vários povos, e iniciando-se com o trecho de um documento histórico: uma carta, um registo civil, um poema, ou a citação de uma obra de época, incluindo a própria “Peregrinação”. (...)"

Opinião completa em: https://booktalesblog.wordpress.com/2...
841 reviews
January 13, 2020
Este romance cumpre de facto os objectivos de uma narrativa histórica: transportar o leitor para o tempo dos factos e dar-lhe a conhecer o passado de forma prazerosa. A linguagem e os provérbios que a autora colocou no início de cada capítulo contribuem muito para esse efeito, e protegem o texto de formas subreptícias de anacronismo.
O romance é superior ao filme de João Botelho, não só porque é o original, mas também porque é mais fértil em episódios e peripécias. Quando Fernão está cativo na China torna-se viciante, pois queremos saber como vai Fernão, um herói pícaro, que se crê amaldiçoado e que tem uma história amorosa que causa desde pena a asco ao leitor, vai conseguir sair dos desaires que o perseguem.
Este Fernão é um grande contador de histórias, mestre na sobrevivência. Fica-se com a ideia de que fosse ele inglês já haveria muitos mais romances e filmes sobre este homem, um dos primeiros europeus na China, no Japão, na Indonésia e por outras desvairadas partes.
E este romance antecipa-se também a outros que entretanto surgiram de valorizar o papel das mulheres nos acontecimentos passados. Mas, neste texto, as suas acções são verosímeis, e foram mesmo relatadas por Pinto na Peregrinação.
Entretanto verifiquei que na colecção Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa (vol. 19) publica-se a Peregrinação com múltiplas notas, excelente ocasião para ler a Peregrinação.
Displaying 1 - 8 of 8 reviews

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