Da Prosa

by Hilda Hilst

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Da prosa reúne pela primeira vez toda a ficção de uma das vozes mais originais da literatura brasileira, homenageada na Flip 2018.

Em 1950, aos vinte anos de idade, Hilda Hilst lançou seu primeiro livro de poesia, Presságio, dando início a uma vasta obra poética que se estenderia por 45 anos. Sua intensa porém breve produção para o teatro teria início e fim na segunda metade da década de 1960, quando, instalada na lendária Casa do Sol, a autora deixou de lado a atribulada vida paulistana para se dedicar integralmente à escrita. Sua estreia na ficção, no entanto, aconteceria em 1970, com Fluxo-floema, celebrado título que foge às categorias fáceis: ao longo de cinco textos de prosa com alta voltagem poética, a autora revela seu talento extraordinário.

Em Da prosa, este e todos os outros títulos da lavra ficcional da autora de Rútilo nada aparecem reunidos pela primeira vez. A cada página, o leitor pode notar como a escrita de Hilda, que nos anos 1990 daria "adeus à literatura séria" para se dedicar a sua trilogia erótica, se mantém profundamente autêntica, transgressora e, sobretudo, atual.

Esta edição inclui textos inéditos de Daniel Galera e Carola Saavedra — dois aclamados escritores da nova geração, leitores e admiradores de Hilda — e de Alcir Pécora, que organizou a obra da escritora nos anos 2000 para a editora Globo.

Da prosa reúne os livros Fluxo-floema (1970), Qadós (1973), Ficções (1977), Tu não te moves de ti (1980), A obscena senhora D (1982), Com meus olhos de cão e outras novelas (1986), O Caderno Rosa de Lori Lamby (1990), Contos d'escárnio/ Textos grotescos (1990), Cartas de um sedutor (1991), Rútilo nada (1993) e Estar sendo/ Ter sido (1997).

Genres: Fiction

888 pages, Paperback

First published June 1, 2018

About the author

Hilda de Almeida Prado Hilst, more widely known as Hilda Hilst (Jaú, April 21, 1930–Campinas, February 4, 2004) was a Brazilian poet, playwright and novelist, whose fiction and poetry were generally based upon delicate intimacy and often insanity and supernatural events. Particularly her late works belong to the tradition of magic realism.

In 1948 she enrolled the Law Course in Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(Largo São Francisco), finishing it in 1952. There she met her best friend, the writer Lygia Fagundes Telles. In 1966, Hilda moved to Casa do Sol (Sunhouse), a country seat next to Campinas, where she hosted a lot of writers and artists for several years. Living there, she dedicated all her time to literary creation.

Hilda Hilst wrote for almost fifty years, and granted the most important Brazilian literary prizes.

Reviews

[Adriana Scarpin · Rating 5 out of 5]

Antes dessas reedições da Companhia das Letras e demais editoras que ficaram com os direitos que foram da editora Globo eu já havia lido a obra completa de Hilst e a entronado na santíssima trindade da literatura brasileira, ao lado de Machado de Assis e Guimarães Rosa. Por questões de pesquisa acadêmica pude agora reler sua prosa bombástica com um olhar mais orientado e crítico só para reiterar o que já havia fico evidente na primeira leitura: Hilda é um gênio maior de nossa literatura, tanto na prosa quanto na poesia.

[♡ MARI ♡ · Rating 4 out of 5]

Muito difícil dar uma review pra esse livro, já que reúne toda a prosa da Hilda. Gostei. Eu acho. Queria muito conversar com alguém que entendesse muito bem o trabalho dela, porque acho que não consegui alcançar a grandiosidade do trabalho.
Li Do Desejo (poesia) dela há anos e logo em seguida, O Caderno Rosa de Lóri Lamby, que não tinha nada a ver com a poesia dela. Eu amei o livro de poesia. Fiquei em choque com a Lori Lamby, mas quando soube do Pornô Chic e do livro como um protesto e tudo, passei a amá-lo. Então li A Obscena Senhora D e... gostei, mas não tinha muita opinião. Quando comecei Fluxo-Floema, esperava algo muito diferente da Lori Lamby e da Senhora D, porque já estava sabendo que em 90 foi quando ela despirocou, mas não sei... eu acho que não consegui acompanhar o desenvolvimento muito bem, porque senti como se as ideias fossem todas muito soltas e nada fizesse muito sentido, como se fosse um sonho e, de repente, alguma parte me chamava a atenção e eu gostava e tinha também algo engraçadinho e depois eu me perdia novamente na leitura. E não percebi qual foi a grande ruptura que houve na escrita dela a partir da década de 90...
Talvez ler tudo de uma vez sem conhecer as obras anteriormente tenha afetado de maneira não tão positiva e sinto que me diverti mais na segunda parte da prosa dela. Talvez porque eu já tinha lido alguns e, também, talvez por já estar mais habituada à escrita dela (passei quase o ano inteiro lendo ela). Acho que valeria a pena reler os livros dela em um futuro não tão próximo e separadamente.

[Erwin Maack · Rating 5 out of 5]

A Obscena Senhora D” é um livro intrigante pela criatividade nas e pelas palavras, nos sentidos, no enredo e na finalidade. Sem recorrer à loucura como método, Hilda Hilst tocou numa verdade fundamental para nós, seres humanos: a verdade que nos foi concedida é aquela que mistura os sexos — como já o fizera Platão —, e que capacita a escrita como arte, imitando o gesto do grego que se atirou ao Etna, deixando apenas suas sandálias para provar sua unicidade com a criação.

Hilst desregulou os sentidos, as frases, o português e a pontuação. Nada ficou de pé. Apenas a mensagem — vinda dos pensantes não pensantes, dos delirantes vivos e dos neófitos. Pode-se considerá-la a musa da paciência: aquela que coloca a bosta na gaiola e espera até que ela cante.

[nix _love_x · Rating 5 out of 5]

Não sei nem o que dizer...