Bem vindos à revista Trasgo, uma revista de contos de ficção científica e fantasia. Queremos trazer os melhores contos em língua portuguesa, de autores novos e consagrados.
Por que Trasgo? Trasgo é uma criatura do folclore português, confundidos com duendes ou trolls. Mas também pode ser o nome de um planetoide distante, lar de um único ser vivo. Uma maldição que sai de sua caverna escura à noite, ou uma pequena nave mineradora com tripulantes suspeitos.
Rodrigo van Kampen é escritor, editor da Revista Trasgo, redator publicitário e foge de moto nos fins de semana. Já publicou em coletâneas da Aquário, Draco e em publicações independentes. Mora em Campinas com sua esposa e uma vira-lata, escreve em viverdaescrita.com.br e pode ser encontrado no Twitter como @rodrigovk.
Este talvez seja meu número favorito entre os 17 da Trasgo lidos do ano passado para cá. Histórias muito consistentes!
Felicitas Ex Machina, da Alexandra Cardoso, apresenta um futuro distópico numa vibe Admirável Mundo Novo, em que as pessoas têm casamentos arranjados e sexo não é muito interessante. Nesse mundo as crianças são acompanhadas por Inteligências Artificiais muito customizadas, e a da protagonista busca ajudá-la a ser feliz sem fugir dos desígnios extremamente limitantes da mãe. Achei a história muito cativante, certamente leria mais sobre esse mundo e essas personagens!
Já Último Dia, de Rodolfo Salles, é uma trama de viagem no tempo que vai se descortinando aos poucos, numa estrutura meio similar à do filme Amnésia. Criativa e bem construída.
M.I.A., por sua vez, escrito por Victor Gerhardt, apresenta um futuro mais pro utópico que pro distópico, em que M.I.A. é uma imensa IA que conduz os rumos de todo o planeta, mas que passa por uma crise. Um expert programador e uma psicólogia de IAs tentam resolver a questão. O tema da Inteligência Artificial me fascina, e ter duas histórias na mesma edição da Trasgo foi demais, são minhas duas favoritas deste volume.
André Caniato traz uma temática radicalmente oposta em A Folia dos Mortos, uma narrativa poética sobre infância e velhice, e uma festa de finados no estilo da mexicana.
Gritos, de Erica Bombardi, é muito bem escrito, mas um pouco difícil de interpretar, pois a narração é muito subjetiva, muito emotiva. Não me cativou tanto, mas ainda curti.
Por fim, Esperando Simone, do Rodrigo Assis Mesquita, apresenta um futuro com bastante transhumanismo, e o difícil obstáculo que é a velhice. História doce e bem construída.