Do primeiro livro de poesia, Presságio, de 1950, até o último, Cantares do sem nome e de partidas, de 1995, o amor atravessa toda a produção poética de Hilda Hilst. Em constante diálogo com a tradição de odes, trovas e cantares, os poemas tematizam o amor em suas múltiplas formas: a entrega ao amado, o desejo ardente, a expectativa pelo encontro, o medo da despedida.
Com vasto repertório de imagens, Hilda cria um universo admirável composto por terra, árvores, cascas, frutas, raízes, plantas, flores. "Deitamos a semente/ E ficamos à espera de um verão", escreve. Os pássaros também pousam com frequência nos versos, com suas asas que nem sempre simbolizam a liberdade: há asas de fogo, de espanto, mas há também asas de ferro, asas arrancadas. Há, sobretudo, a vontade urgente de ser lida, compreendida, olhada outra vez: "Me fizeram de pedra/ quando eu queria/ ser feita de amor".
Hilda de Almeida Prado Hilst, more widely known as Hilda Hilst (Jaú, April 21, 1930–Campinas, February 4, 2004) was a Brazilian poet, playwright and novelist, whose fiction and poetry were generally based upon delicate intimacy and often insanity and supernatural events. Particularly her late works belong to the tradition of magic realism.
In 1948 she enrolled the Law Course in Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo(Largo São Francisco), finishing it in 1952. There she met her best friend, the writer Lygia Fagundes Telles. In 1966, Hilda moved to Casa do Sol (Sunhouse), a country seat next to Campinas, where she hosted a lot of writers and artists for several years. Living there, she dedicated all her time to literary creation.
Hilda Hilst wrote for almost fifty years, and granted the most important Brazilian literary prizes.
Envergonho-me ao dizer que nunca havia ouvido falar de Hilda. Mas ainda bem que existe a FLIP.
O que temos é uma coletânea de 50 poemas das principais obras da autora, desde "Presságio" (1950) até "Cantares do sem nome e de partidas" (1995), passando por "Júbilo, memória, noviciado da paixão" (1974). É uma edição belíssima, de capa dura e com ilustrações de Ana Prata. Uma coisa linda!
"Se te pareço noturna e imperfeita Olha-me de novo" #LeiaHilda
Um livro pra quem gosta de falar de amor. Ou quem sabe: silenciar de amor. Daqueles pra deixar na cabeceira e ir sorvendo aos poucos. E se deixar apenas beijar por cada poema. Um deleite não só de palavras, mas também de imagens. Assim é “De Amor Tenho Vivido”, que, além da reunião da poesia de Hilda Hilst, é ilustrado por pinturas a óleo, carregadas de delicadeza, da artista mineira Ana Prata.
A coletânea publicada pela Companhia das Letras foi lançada em 2018 por ocasião da homenagem que Hilda recebeu na Festa Literária de Parati daquele ano. A seleção dos 50 poemas abarca a produção lírica da autora na temática do amor, desde “Presságio” (1950) até “Cantares do sem nome e de partidas” (1995). Considerada uma das maiores escritoras do século XX, Hilda Hilst teria feito 90 anos no dia 21 deste mês. Além da poesia, escreveu ficção, teatro e crônicas. Ela faleceu em 2004, em Campinas, onde viveu por quase quatro décadas em sua Casa do Sol, residência que construiu na propriedade da família para fomentar a criação literária e onde hoje abriga o Instituto Hilda Hilst.
Um livro bonito. Gostei especialmente dos poemas que envolvem água. A tensão entre a busca por segurança (ilha) e a realidade da transitoriedade (mar).
Meu primeiro contato com a poesia de Hilda Hilst (com a autora, em geral). Não estou megamente impressionada - preciso de mais do que apenas esses 50 poemas para formular uma opinião que se preze -, mas gostei bastante do estilo dela. Suas palavras parecem certas e comedidas, suas poesias contam histórias em tão pouco espaço.
Em suma, gostei e me interessei pela escrita de Hilda, sem particularmente me conectar a este livro (apenas destaquei 3 poemas para reler no futuro). Quero mais dela, quero descobrir mais.
Comecei a ler esse livro pela primeira vez numa fase tensa da minha vida, onde eu certamente não estava vivendo de amor. No entanto, pelas minhas lembranças e pelas minhas próprias marcações no livro, é visível o quanto eu tinha fé no amor, na amizade, na vida. E talvez justamente por isso eu me sentia tão atormentada. Hoje lendo tenho um entendimento melhor, não preciso reler tanto pra absorver o poema e o livro me toca diferente. Agora sim tenho vivido de amor – amor esse que clareia minha visão e minha mente – e cada vez mais viverei de amor.
A poesia de Hilda Hilst vai da erudição grave ao versinho curto e rimado com naturalidade e sem solavancos. O tema central dessa coletânea - lindamente ilustrada pela artista Ana Prata - é o amor, ou, mais precisamente, as diversas formas e deformas do amor. Acho que é uma introdução certeira à obra poética dela.
Conheci Hilda Hilst (e poemas, de modo mais específico) por meio desta coletânea, lindamente ilustrada. Foi um bela inauguração para alguém mais habituado à prosa. A edição é bonita, de capa dura, boa impressão e papel. Foram selecionados poemas na temática do amor. Leitura breve e gostosa.
“E que se fale de amor Tão sem rodeios Assim como quem fala Dos inúmeros roteiros De um passeio.” Esse é de longe um dos livros mais especiais que li na minha vida. A escrita de Hilda arrepia, emociona, tira o fôlego e nos faz querer declamar para todos.
Foi uma indicação para começar a conhecer mais sobre poesia e me surpreendeu bastante. A visão da autora me deixou encantada e entretida. É possível sentir os sentimentos e a visão de mundo da autora em diversas fases da sua escrita.