Entre 1915 e 1926, Virginia Woolf escreveu regularmente e em grande detalhe sobre os pequenos e grandes acontecimentos do seu dia a dia - marcado no panorama nacional e internacional pelos esforços da Primeira Guerra Mundial e mudanças políticas sísmicas, e na esfera privada por perdas, conflitos, momentos de grande criatividade e também de grande sofrimento, ensombrados pela doença mental.
Este diário, anotado e enriquecido com cartas e ensaios de Virginia Woolf, permite-nos conhecer de forma íntima e sem filtros os pensamentos de um dos maiores nomes da literatura, com rasgos líricos surpreendentes e passagens de uma inteligência acutilante.
(Adeline) Virginia Woolf was an English novelist and essayist regarded as one of the foremost modernist literary figures of the twentieth century.
During the interwar period, Woolf was a significant figure in London literary society and a member of the Bloomsbury Group. Her most famous works include the novels Mrs. Dalloway (1925), To the Lighthouse (1927), and Orlando (1928), and the book-length essay A Room of One's Own (1929) with its famous dictum, "a woman must have money and a room of her own if she is to write fiction."
"Mas também de que vale viver se não se é precipitado?" 💬
Nos diários, vemos uma Virginia Woolf que não era perfeita, longe disso. Este talvez seja o problema dos diários - que não é um problema para mim -, vemos os escritores tal e qual como eles eram. Conhecemos o escritor no seu íntimo e isso quase nunca é bom.
Virginia Woolf era uma snob, era praticante e adepta de mexericos... A tia Ginny diz mal de praticamente toda a gente, ninguém escapa à análise crítica desta mulher. Era elitista, classista, dizia mal de mesmo toda a gente (incluindo dos amigos).
Mas também era vulnerável. E é isso que eu espero de um diário: vulnerabilidade e honestidade. Não condeno escritores que só escrevem coisas bonitas e pensadas num diário, cada um tem o seu método, mas eu aprecio muito a honestidade. Gosto de ler pensamentos tal e qual eles foram pensados, pensamentos que não foram tolhados pelo julgamento interno ou da sociedade.
Iniciado em 1915, quando a Primeira Guerra já durava há alguns meses, são muitas as descrições de ataques aéreos que podemos ler pelas palavras de Virginia Woolf. O diário passa por datas muito importantes da História da Inglaterra e do mundo, como a aprovação da Lei do Sufrágio pela Câmara dos Lordes a 11 de Janeiro de 1918, que dava o direito de voto às mulheres com mais de 30 anos
Há ainda referências a Thomas Hardy, T.S.Eliot, E.M. Forster, Katherine Mansfield, que Viriginia Woolf amava e invejava ao mesmo tempo? A amizade e rivalidade com Katherine Mansfield e o impacto da morte da amiga em 1923 foram das partes mais intensas e mais verdadeiras do diário. "Provavelmente, tínhamos alguma coisa em comum que nunca mais vou encontrar em ninguém." 🥺🤍
Como "avaliar" um diário? Impossível! Apenas posso avaliar a minha experiência de leitura que foi maravilhosa :) Adorei, super fácil de ler, super acessível e cheio de pequenas confidências. Muito, muito expactante quanto ao segundo volume! Este volume terminou com a publicação do "Mrs. Dalloway" e portanto ainda vem aí grandes títulos como "Rumo ao farol", "As ondas" e "Orlando" para mencionar apenas alguns. Mal posso esperar por devorar o segundo! Super recomendo!