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Perguntem a Sarah Gross

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Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah.

Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador.

Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.

Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. a obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.

448 pages, Paperback

First published April 17, 2015

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1763 people want to read

About the author

João Pinto Coelho

6 books564 followers
João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Licenciou-se em Arquitetura em 1992 e viveu a maior parte da sua vida em Lisboa. Passou diversas temporadas nos Estados Unidos, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque e dos cenários que evoca neste romance. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Auschwitz (Oswiécim), na Polónia, trabalhando de perto com diversos investigadores sobre o Holocausto. No mesmo período, concebeu e implementou o projeto Auschwitz in 1st Person/A Letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e que o levou uma vez mais à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e extermínio. A esse propósito tem realizado diversas intervenções públicas, uma das quais, como orador, na conferência internacional Portugal e o Holocausto, que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2012. Perguntem a Sarah Gross é o seu primeiro romance.
Em 2017, venceu o Prémio Leya com o romance Os Loucos da Rua Mazur.

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Community Reviews

5 stars
1,067 (54%)
4 stars
659 (33%)
3 stars
192 (9%)
2 stars
34 (1%)
1 star
14 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 351 reviews
Profile Image for Carmo.
726 reviews566 followers
September 23, 2016


Não me lembro de nenhum outro livro de um autor português que tivesse causado tanto burburinho em tão pouco tempo como este "Perguntem a Sarah Gross". E se não arrecadou o primeiro lugar no Prémio Leya, o público atribuiu-lho por unanimidade.
Não me parece haver nada a acrescentar aos rasgados elogios testemunhados, dentro e fora do Goodreads.
Faço coro com todos os que exaltaram a fidelidade histórica dos acontecimentos narrados e que servem de pano de fundo ao lado ficcional, a qualidade da escrita aliada a uma capacidade descritiva claramente fotográfica, a estória dentro da história bem encadeada entre duas épocas distintas e, sobretudo, o inesperado do desfecho que nos deixa à deriva entre a surpresa, a compaixão e alguma revolta. E é aqui que temos também o nosso momento de revelação e conformação: o holocausto foi real, cabe-nos a todos não o deixar cair no esquecimento, para que gerações futuras não corram o risco de o desacreditar e permitir a sua repetição. As dúvidas, essas, continuarão a receber o silêncio como resposta.

Não é um livro perfeito (se tal existe...) mas foi dos que mais gostei de ler em 2015 e junta-se a um pequeno grupo na prateleira dos favoritos. Foi lido - como outras leituras anteriores focadas no mesmo tema- com grande emoção, num misto de horror e fascínio, revolta e descrença.
De salientar que o livro é mais que este triste pedaço de história da humanidade. Num outro espaço temporal fala-se de outros abusos: racismo, violação de menores, prepotência, mas também de grandes amizades e cumplicidades, de gente resiliente que não baixa os braços e luta por aquilo em que acredita.

Posto isto, resta-me parabenizar o autor pela estreia prometedora, pela proximidade que criou com os leitores; esclarecendo dúvidas, falando do seu e de outros livros, revelando uma disponibilidade que não é muito comum e que o público certamente aprecia.
E já agora, seria bom que a editora levasse Sarah Gross além fronteiras, acredito que este livro tenha todos os ingredientes para fazer sucesso noutros mercados e que João P. Coelho possa figurar ao lado de outros nomes portugueses que obtiveram destaque noutros países.
Profile Image for Lénia.
Author 6 books760 followers
August 26, 2015
Eu achava que já se tinha escrito tudo sobre Auschwitz. Bom, escreveu-se quase tudo. Faltava este livro. Comecei a ler sem investigar a fundo sobre ele. Sabia que valeria a pena mas não estava preparada para o que aconteceu a seguir.

A escrita é simples, cinematográfica, nada rebuscada, nada desnecessariamente complexa. Começamos a ler e damos connosco em Shelton e damos connosco em Oshpitzin e damos connosco sentados ao lado daquelas personagens todas. Aquelas pessoas existem, são reais, feitas de carne, osso e passado e conseguimos vê-las e senti-las como se as tivéssemos à nossa frente.

A história constrói-se devagar. Vamos mergulhando e, quando damos por nós, estamos a muitos metros de profundidade, mergulhados sem botija. E falta-nos o ar. E falta-nos o chão.

Há muitos anos, quando li o "Ensaio Sobre a Cegueira", dei por mim sufocada, sem conseguir respirar, tal era a densidade da trama e a mestria com que estava escrita. Ontem, a ler os capítulos finais de "Perguntem a Sarah Gross", voltei a sentir o mesmo. Ou mais ainda: chorei. Dei por mim de lágrimas a escorrer pela cara. Uma angústia sem fim. E foi muito difícil regressar à superfície.

Este livro foi finalista do Prémio Leya - devia ter sido vencedor, sem dúvida nenhuma (não que o vencedor não tenha mérito, mas isso é pano para outra conversa).

Este livro, insuspeito e ainda sem passado (editado há pouco tempo, a fazer o seu caminho devagar, como é normal na obra de um escritor em início de carreira), tornou-se num dos meus livros preferidos. Hei-de sempre lembrar-me de Sarah, de Esther, de Daniel (principalmente de Daniel).

Acredito que aos escritores, mais do que contar histórias, interessa fazer com que os leitores sintam coisas. Nem sempre acontece - quantos livros já lemos que não nos fizeram sentir nada, não por serem maus ou por estarem mal escritos, mas apenas porque lhes falta aquele ingrediente secreto que só os grandes escritores conseguem utilizar? Este livro tem este mérito maior: faz-nos sentir. Mexe-nos com as entranhas, revolta-nos a alma, desassossega-nos.

Leiam. Explorem. Descubram o que esteve para lá de Auschwitz. Este livro é absolutamente imperdível e acredito que ficará certamente mais pobre quem passar pela vida sem o ler.
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
April 26, 2017
Não vou dizer muito sobre “Sarah Gross”, pois, por vezes, os silêncios dizem mais do que as palavras. E, também, porque creio ser preferível que cada leitor entre neste livro de olhos fechados e se deixe levar de surpresa em surpresa, de emoção em emoção.
Leiam este livro! Aprendam com ele. Encantem-se com a prosa envolvente e irrepreensível; com a história belíssima, embora muito triste; e com as maravilhosas e inesquecíveis personagens.
(Até as páginas finais de agradecimentos são bonitas!)
Profile Image for João Carlos.
670 reviews315 followers
May 17, 2016
Decepcionante…

SPOILER ALERT

A escrita é muito boa, numa palavra, eficiente, mas a história ou as histórias são fracas, demasiado previsíveis.
Nas primeiras duzentas páginas a narrativa arrasta-se desnecessariamente, demasiado repetitiva, destacando-se apenas algumas sequências: a temática do segregacionismo racial, o diálogo entre Clement e Kimberky, na biblioteca a verem o Pinus strobus, a leitura por parte do Dylan Hightower do texto referente ao TPC, o diálogo entre a Kimberly e o pai do Dylan Hightower, o senador Rufus Hightower, e pouco mais…
Depois, gostei da estrutura do romance, duas narrativas desenvolvidas em paralelo, no espaço e no tempo, em dois "espaços" principais (EUA e Polónia - um pouco na Alemanha) e em dois períodos temporais (1968 - 1969 e 1923 - 1943).
Depois, fiquei sem perceber porque é que a Sarah Gross é assassinada. Em que medida é que essa sequência é determinante para o desfecho do romance? Na minha perspectiva não acrescenta absolutamente nada.
Depois, as duas principais personagens femininas – a Kimberly e a Sarah Gross – são excessivamente “idênticas” (acabando por se “anularem”, uma à outra): inteligentes, independentes, decididas, lutadoras, carismáticas, detentoras de dramas e segredos traumáticos; ambas foram violadas – a Kimberly pelo tio Emmett, a Sarah pelo nazi Max Kirchmann.
Depois, mesmo na parte final em que a história é, substancialmente, mais interessante, não existe nada de verdadeiramente arrebatador, que já não tenha lido - no contexto da WWII, da ascensão do nazismo e do extermínio dos judeus nos campos de concentração - noutros romances ou, mesmo, em livros de não-ficção sobre a referida temática.
Depois, gostei muito da reconstituição histórica, sobretudo, do período entre 1923 e 1943, na Polónia.
Depois, fiquei perplexo com a ligação entre o bibliotecário Clement Chandler e homem da Gestapo – Max Kirchmann.
Depois, detestei as “explicações” finais da Esther.
Depois, não vislumbro a necessidade do Epílogo.
Depois, não percebi o título.
Depois, o booktrailer é excelente.
(https://www.youtube.com/watch?v=SOhor...)
No Goodreads há 268 classificações a ”Perguntem a Sarah Gross” - apenas 3 com 2 Estrelas (1%) – o que revela bem que eu não percebi ou não compreendi este romance…
Apesar de tudo - Espero ler o próximo romance do escritor João Pinto Coelho (n. 1967).
Profile Image for Rosie.
459 reviews56 followers
July 20, 2017
Quando nos apaixonámos por um livro sentimos muito mais responsabilidade no comentário que nos sugere e o nosso maior receio é defraudá-lo. O defeito será inteiramente meu se não se sentirem compelidos em lê-lo.

Diálogos inteligentes, textos pertinentes, um livro contido, superficialidades e corriqueirices à parte, tudo é revelado com intensidade, com verdade. Um livro impactante, precioso. Uma capacidade descritiva emocionante que nos leva ao seu encontro, estamos lá, assistimos e sofremos as suas dores, as suas emoções.

Denota uma pesquisa e um trabalho de fundo imprescindível à qualidade que conseguiu imprimir.


Lamento tanto publicidades imerecidas a escritores banais, a livros medíocres, que se destacam muitas das vezes apenas por se rodearem das pessoas certas e que os transportam para a ribalta... será que se deu (ou dá) o devido enfoque a este nosso escritor?
Façamos, pelo menos, nós, leitores, jus a este MARAVILHOSO LIVRO!
Muitos parabéns a João Pinto Coelho com votos de que não mais deixe de nos presentear com a sua escrita. Obrigada!

Fiquei obviamente fã incondicional e farei a minha parte na divulgação de um bom livro para ler!
Profile Image for Célia Loureiro.
Author 30 books960 followers
January 15, 2019
Desisti

Não me orgulho de desistir, mas a verdade é que, daqui em diante, iria sempre gostar menos do livro. O nosso casamento já tinha azedado. Tentei ficar por aqui e guardar os pontos positivos:

- Estreia arrasadora, para uma primeira viagem nas letras o discurso é muito bom, bem articulado, com momentos de reflexão que oferecem um vislumbre do que o autor é capaz;
- A parte na Polónia é muito interessante, a pesquisa admirável e bem conjurada nos diálogos e trechos passados antes da II Guerra (onde fiquei) cimentou-o com primor. Esses capítulos do passado eram o sítio do livro onde eu gostava de estar. Eram o seu palco mais agradável, melhor composto, mais enriquecedor e exemplificador do potencial do escritor, e a solenidade em torno do núcleo de judeus e das suas tradições e ancestralidade é muito sólido e acolhedor;
- O retrato de St. Oswald's é bastante nítido e pormenorizado, as descrições não são maçadoras e parece-me que, em geral, o cenário é sólido e implanta-se com facilidade na mente do leitor.

A partir daqui, explico porque o livro não me arrebatou, ou porque não consegui ser mera leitora :

Perguntem a Sarah Gross é o romance de estreia de João Pinto Coelho, e acho que o autor tem muito de que se orgulhar por ter inaugurado a sua contribuição para a literatura com esta obra.
A nível pessoal, não li tantos livros assim sobre a Segunda Guerra Mundial, e o principal motivo é o achar que o assunto está muito explorado numa série de plataformas diferentes, sobretudo no cinema e na literatura, e a cada nova estação literária sai um novo livro sobre a sapateira de Auschwitz, ou a costureira, ou o carteiro, etc. São poucas as abordagens a esse período negro da História da Humanidade (70 milhões de vidas perdidas directa e indirectamente do início ao fim do conflito, por todo o globo) que trazem algo de novo, por muito que o horror e as suas muitas frentes sejam uma fonte quase inesgotável de histórias (de amor, de ódio, de discriminação, de vingança, de redenção, de superação, de resistência, etc... de tudo o que nas nuances do ser humano e das suas emoções há). Arriscaria dizer que é do conhecimento geral o que eram as SS, a Gestapo, as particularidades da cultura judaica que denunciavam o judeu, o que é um ghetto, o holocausto, mais ou menos quando tudo isto se passou, etc. Mais difícil, para alguns, seria entender o que foi a Batalha de Aljubarrota, quais os envolvidos e porque se deu tal conflito. Enfim, não deixa de ser um assunto interessante, mas tento manter-me longe dele e focar-me nas pequenas desgraças nacionais e/ou menos reportadas, noutro contexto menos complexo e mais pessoal. Por aqui já fica claro que não é dos meus temas favoritos, pelo menos do prisma Polónia/EUA, que é o que mais nos chega.

Lista de romances que li a respeito do tema: Expiação, O Grande Amor da Minha Vida (foi inovador espreitar a guerra da janela de uma Leninegrado cercada), O Rouxinol, A Rapariga Que Roubava Livros, O Fim da Aventura, etc …

Não me consegui abstrair de algumas coisas que acredito que o autor venha a limar de futuro, valendo-se da sua evidente destreza expressiva:

1) Se tanto o setting quanto os intervenientes no cenário são estrangeiros, acho que não faz sentido recorrer a expressões idiomáticas portuguesas, como “c’o a breca”, ou “genica”, ou “essa encomenda” referente a uma pessoa difícil. Por vezes, quando surgem, pergunto-me como se traduziria isto para o inglês/polaco/iídiche/alemão que as personagens falam, sem chegar a uma conclusão satisfatória, o que me arranca ao diálogo e me recorda de que é uma obra, e não acontecimentos reais, quebrando o feitiço do livro;

2) Um pouco menos de tell, sobretudo quanto ao carácter das personagens: é preferível deixar-nos tirar as nossas conclusões. Até à página 115, a jovem Sarah Gross, nas analepses dos anos 20, esteve praticamente estática. Isto é, víamo-la através da preocupação dos pais e das pessoas às quais era apresentada, sem que chegasse a dirigir qualquer situação, a tomar uma iniciativa, ou sequer a tecer um comentário. Nunca "ouvimos" a sua voz. E surge descrita como complexa, muito inteligente, sentia-se o espectro da palavra “especial” a pairar muito próxima da personagem mística que o autor procura elevar, como alicerce-mor da sua primeira obra. Porém, do que nos é oferecido na acção, nada leva a crer que assim seja. Não se vê uma decisão, uma birra, uma palavra, um pensamento exposto que nos permita entender o porquê do aparente fascínio das pessoas pela jovem Sarah, à excepção da sua grandiosa beleza.

3) As personagens Justin (negro) e Dylan (filho de um senador racista), parecem-me decalques. Têm pouca profundidade, surgem como acessórios e, a eles, juntam-se Therese, também acessório, apenas para vocalizar o horror da descriminação e provar que nem todos os brancos são maus, e que a Sarah e a Kim não estão assim tão sozinhas no mundo.

Quando abandonei o livro, fi-lo com a sensação de que a parte de 1968/69 passada em St. Oswald's era quase dispensável. É evidente que algo haveria de vir daí, julguei que fosse a discriminação, o confronto do tradicionalismo patriota americano com a abertura dos tempos aos diferentes mas, por essa altura, os eixos desse núcleo estavam desagregados, e o assunto "racismo" esfriara. Porém, algo aconteceu, ou a sugestão de algo insinuou-se, a culminar num tema muito delicado, que me fez pôr o livro de lado para evitar mais amarguras em torno dele.



E desisti sem que conseguisse evitá-lo, porque senti que se agigantava um livro dentro de outro, e que me estava a dispersar. As parecenças entre as duas personagens principais faziam com que, na minha cabeça, as duas se misturassem a uma mesma voz.

Talvez um dia o termine, o marcador está lá. O romance é um colosso para livro de estreia, mas tem muitas falhas que não consegui ultrapassar.

Estou sedenta por um livro do MAUGHAM Somerset, ou por retomar Steinbeck, ou, mais exigente ainda, chama-me aquele sítio que Lobo Antunes apelidou de Os Cus de Judas, e por isso ponho-o de lado por hora.

2 significa "It was ok".
Profile Image for Dora Santos Marques.
926 reviews484 followers
September 9, 2025
A minha opinião em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9rx6H...

Este foi um daqueles livros que me enganou no final. Fechei a última página a pensar “foi bom, mas não arrebatou” e só passado algum tempo percebi que me tinha tocado mais do que achei no momento. A escrita é cuidada, nota-se a investigação e a experiência de quem conhece o terreno. O peso da memória está lá, sobretudo nas últimas páginas, que são duríssimas.

O que me aborreceu foi o tempo excessivo passado com a Kimberly, que para mim retira intensidade ao que realmente interessa: a parte do Holocausto. Ainda assim, a forma cinematográfica de narrar e a forma como o autor mostra a vida dos judeus antes da guerra, mais abastados e integrados, dá uma perspetiva nova e muito válida. Não me arrebatou para as 5 estrelas, mas é um 4 seguro, daqueles que recomendo sem hesitar a quem gosta do tema.
Profile Image for Ana.
633 reviews119 followers
March 22, 2016
Muito já foi dito sobre este livro, de maneira que, nem que quisesse tentar, não saberia o que dizer.
As palavras não me assistem ao tentar descrever o efeito que este livro teve em mim.

É um livro maravilhosamente bem escrito, com uma história cativante e comovente, que nos arrasta, página após página, através da vida de duas personagens extremamente interessantes.

Não percebo como é que este livro foi simplesmente "finalista do prémio Leya" e não vencedor com louvores máximos. É para nos vir confirmar mais uma vez, (não que tivesse muitas dúvidas), que não são só os que ganham prémios que são bons ou merecedores da nossa atenção.

Só posso desejar que o autor volte a publicar novamente, porque eu de certeza que irei ler.
Profile Image for Carla.
285 reviews85 followers
February 2, 2016
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“Nunca mais esquecerei este silêncio nocturno que me privou, para a eternidade, do desejo de viver.”
Elie Wiesel, "Noite"
Profile Image for Tânia.
477 reviews
August 30, 2015
“A Segunda Guerra fascina-me porque condensa tudo o que há de pior e de melhor na humanidade. É a tragédia das tragédias, a maior epopeia da História, o romance infinito, um reservatório de histórias terríveis, patéticas, esplêndidas, heróicas, que parece não se esgotar nunca. É mais forte que a Ilídia, mais forte que Ésquilo, mais forte que tudo. É o terror e a piedade, e para mais é tudo verdade”. Laurent Binet in HHhH Operação Antropóide (Sextante Editora).

Considero perfeitas estas palavras de Laurent Binet para descrever o fascínio suscitado pela Segunda Guerra Mundial e em particular pelo Holocausto. Talvez porque, não obstante ser um tema muito debatido, estudado, investigado, retratado e recriado por palavras e imagens, suscita tantas questões e fornece tão poucas respostas.

Perguntem a Sarah Gross é uma obra que se desenrola em dois espaços temporais e geográficos, Polónia (1923 a 1945) e Estados Unidos da América (década de 60), mas percebe-se que o tema central é o Holocausto, pois a acção centrada na década de 60 nos Estados Unidos da América serve principalmente para desvendar o passado na Segunda Guerra Mundial, com a lucidez e clareza que só o distanciamento temporal proporciona. O único tema autónomo tratado sobre a década de 60 nos EUA, é o da segregação racial, mas de forma pouco aprofundada. Ainda assim, certamente que não foi inocente na mesma obra intercalar a questão do extermínio religioso com a segregação racial.
O tema do Holocausto já foi muitas vezes tema central na literatura, mas o autor de Perguntem Sarah Gross conseguiu retratá-lo de uma perspectiva, para mim, original. Focando a história na comunidade judaica que vivia em Oswiecim (ou Oshpitzin em iídiche), cidade onde iria ser construído Auschwitz. O livro reflecte um enorme interesse do autor por essa época histórica e a sua biografia confirma-o. Foi com grande prazer que mergulhei em alguns pormenores da religião judaica e sua organização, tal como sobre os campos de concentração. Diria que poderia ser João Pinto Coelho a proferir as palavras de Laurent Binet. Apesar de todo o rigor histórico houve algumas questões que o livro me suscitou, nomeadamente sobre se existe algum suporte real que permita acreditar que era admitido a uma alta patente da Gestapo albergar e proteger uma judia.

Quando à estrutura do livro considero que a intercalação temporal e geográfica muito bem conseguida, contudo quanto ao desenrolar da(s) história(s) julgo que a primeira parte, consubstanciada na chegada de Kimberly ao Colégio e toda a descrição sobre esse embate, é muito prolongado, por contraponto ao final do livro que me pareceu um pouco abrupto, em que o destino de certas personagens é retratado de forma muito resumida, nomeadamente considero que seria interessante que tivesse sido desenvolvido o que sucedeu à alta patente da Gestapo depois da Segunda Guerra Mundial, de que forma saiu do país, conseguiu chegar aos Estados Unidos da América e esconder-se sobre outra identidade. Na reportagem/entrevista publicada no Público consta que o autor “tinha a história de um criminoso de guerra que conseguira escapar para uma aparente vida normal”, e os exemplos reais de Eichmann e Mengele, revelam a existência de material que permite, com rigor histórico, aflorar um pouco esse aspecto. Talvez para a próxima obra do autor…
Também julgo que seria interessante perceber como foi a convivência entre vítima e carrasco durante tantos anos nos EUA.
Não posso deixar referir a inteligência na escolha do título do livro, que “nasce da desistência por parte do autor de encontrar uma resposta.”

Recomendo o livro a todas as pessoas que se interessem pela Segunda Guerra Mundial e que queiram deliciar-se com uma história bem contada e uma escrita fluída e cuidada.

A reportagem/entrevista ao autor pode ser lida aqui: http://www.publico.pt/culturaipsilon/...
Profile Image for Célia | Estante de Livros.
1,188 reviews275 followers
November 3, 2017
Na maioria das ocasiões, vou alinhavando ideias ao longo da leitura e depois, quando chega a altura de escrever a minha opinião, trato de juntar as peças e tentar montar o puzzle. Mas, por vezes, acabo um livro e não faço ideia do que vou escrever sobre ele. Estou desde ontem, quando terminei Perguntem a Sarah Gross, a tentar perceber como explicar o que este livro me trouxe, o que me acrescentou enquanto leitora. E mesmo agora, quando começo a conseguir juntar umas palavras a seguir às outras, não estou certa que o vá conseguir.

Antes de mais, queria dizer que já tinha este livro por ler há mais de dois anos. Comprei-o por ler boas recomendações, e continuei a tê-las ao longo deste tempo. No ano passado, fui ter com o autor à Feira do Livro de Lisboa e pedi-lhe um autógrafo. Mas tenho para mim que há livros que nos vão escapando entre as mãos porque a elas querem voltar no momento certo. Este livro escolheu-me agora, e agora foi o momento certo.

Acho que posso afirmar com alguma segurança que não é muito comum um escritor português escrever ficção sobre / decorrida no Holocausto. João Pinto Coelho escolheu essa via – arriscada, quanto a mim – com a segurança de quem desbrava o seu caminho rumo à (quiçá) inalcançável compreensão do que se passou naqueles anos terríveis, no aproximar da metade do século XX. O livro não é sobre o Holocausto, note-se, mas as suas garras não mais o largam assim que dá um ar da sua graça.

Aprendi bastante com este livro. A nível histórico, porque não sabia muito sobre a realidade das comunidades judaicas polacas no período que antecedeu a 2.ª Guerra Mundial. É notória a pesquisa intensa que precedeu este livro, a tal ponto que quase se tornou desnecessário apontá-lo nos agradecimentos finais. Mas a minha aprendizagem não se limitou a questões históricas. Houve um acontecimento neste livro que me fez doer o coração, que me rasgou por dentro, e que me fez crescer enquanto mulher e mãe, porque me fez sentir agradecida por cada momento de felicidade que vivo. Acho que será difícil alguma vez conseguirmos imaginar uma parte infinitesimal do sofrimento por que as vítimas do Holocausto passaram, mas este livro faz-nos chegar lá perto.

Dito tudo isto, só posso mesmo recomendar: vão descobrir quem foi a Sarah Gross e a vida incrível que viveu. Escreve-se bem em português, e que bom é perceber isso.
Profile Image for Maria.
1,035 reviews112 followers
January 29, 2016
Logo que li a sinopse de "Perguntem a Sarah Gross" que decidi que tinha que ler este livro. Não o consegui comprar logo, mas mais cedo ou mais tarde ele veio parar à minha estante e, logo que chegou, da estante saltou para as minhas mãos, pois então.

Muito se tem falado deste "Perguntem a Sarah Gross". De facto, estava curiosa para saber se tantas opiniões favoráveis tinham fundamento. Daí ter partido com expectativas demasiado altas em relação ao livro, o que nem sempre é bom. A desilusão podia ser grande. Felizmente foi uma verdadeira surpresa.

Opinião completa em: http://marcadordelivros.blogspot.pt/2...
Profile Image for Martina .
202 reviews
August 7, 2018
» Opinião no blog aqui.

Esta foi a leitura que sucedeu a O Meu Irmão , vencedor do Prémio Leya, em 2014, e, curiosamente, esta mesma obra foi finalista desse prémio, nesse ano.
Perguntem a Sarah Gross vai dar ao seu leitor um leque de variadas personagens, épocas e localizações, sendo o objetivo principal dar a conhecer mais sobre a vida de Sarah Gross, uma das personagens principais do livro. De relembrar que se trata de um livro de ficção.
Digo uma das personagens principais porque, de facto, o livro acaba por ter duas: a Sarah, cujo passado iremos explorar e conhecer minuciosamente, e a Kimberly, encarregue de nos guiar pelas ações correntes, no momento presente.
Tudo começa quando, um dia, Kimberly decide candidatar-se ao cargo de Professora de Literatura, num dos colégios mais conceituados dos Estados Unidos, St. Oswald’s. É aí que irá conhecer Sarah, uma mulher de ideias fortes e com um carisma próximo do revolucionário, já que o colégio que dirigia tinha doutrinas extremamente discriminatórias: as raparigas foram, durante muitos anos, privadas de lá estudar e, além disso, todos os alunos de St. Oswald’s são caucasianos/brancos, tendo, na sua maioria, uma mentalidade fechada, muito à semelhança dos pais e, até, de alguns professores do referido estabelecimento de ensino.

"Este corpo docente é tão estável como um jardim de árvores secas. Qualquer flor que lá nasça destaca-se a léguas." (pág. 58)

Ao longo do livro percebemos que, efetivamente, a diretora de St. Oswald’s tem ideias diferentes. Sarah quer tornar aquele colégio um local onde exista igualdade e, para conseguir atingir o seu objetivo, vai lançando certos cartuchos que nem sempre caem bem nas graças dos pais dos estudantes do colégio e dos professores que nele lecionam.
Mas nem só de colégios para meninos ricos e vazios é feito este livro. Quando somos introduzidos a narrações da década de 20 e 30, vamos presenciar uma outra realidade, mas, no fundo, quase semelhante à anteriormente caracterizada. Realidade de uma Europa destruída e da ascensão dos regimes fascistas e ditatoriais, focando, com maior incidência, o nazismo de Hitler.

"(...) um povo humilhado é como um animal ferido, senhora Gross. Quando se perde tudo, o ódio pode ser a única fonte de alento. Resta saber qual o alvo escolhido." (pág. 134)

É um enredo ambicioso, aquele que João Pinto Colho se propõe a oferecer nesta obra literária. No entanto, a história está extremamente bem conseguida. Aliada à sua forte capacidade de contar histórias, temos a grande base de informação de que o autor dispõe. Basta lermos a pequena biografia apresentada numa das badanas do livro para percebermos que este é um autor que efetivamente percebe do que fala. A mero título de exemplo: "Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Auschwitz (Oswiécim), na Polónia, trabalhando de perto com diversos investigadores sobre o Holocausto".

"No fundo, Auschwitz era assim e, enquanto o mundo rodasse ao contrário, as histórias de sobrevivência continuariam a ser escritas com sangue e lágrimas." (pág. 418)

As personagens, são, também elas, de grande interesse. Todas elas, sem exceção. Isto porque se desfloram em várias camadas, não são de modo algum superficiais, o que eleva o enredo a um patamar de excelência.
Por fim, quanto à escrita do João Pinto Coelho tenho apenas elogios a dar. Realmente, a sinopse promete um cenário cinematográfico e cumpre a promessa. A escrita do João é tão visual que, ao descrever as décadas de 20, 30, 60 e 70 e localizações como os EUA, Polónia e Alemanha, o visitante do seu livro sente quase que, ao comprar um livro, acabou por comprar um bilhete de avião para viajar por diversos países e outro para viajar no tempo.
Apesar de, por tudo o que acima referi, julgar Perguntem a Sarah Gross uma obra excecional, recheada de informação (fruto de uma vasta e notória investigação do autor), não posso dizer que tenha sido um livro que me marcou, de todo. Estou já careca de dizer isto, mas livros com o ambiente do Holocausto não funcionam comigo. Já li alguns e nunca consegui apreciar nenhum. Gosto de ler livros sobre a 2ª Guerra, mas passados, por exemplo, na Alemanha, como é o caso d'A Rapariga Que Roubava Livros que é um dos meus livros favoritos de sempre, ou em Inglaterra, explorando um pouco a estratégia das forças aliadas, até mesmo na França ocupada, presente, por exemplo, n'O Rouxinol (ainda está por ler na estante). Mas leituras que tenham por base o Holocausto não são para mim. Não me perguntem porquê, porque nem eu sei.
Decidi, mesmo assim, dar uma oportunidade a este livro porque só ouvia maravilhas. Aliás, uma antiga professora de Português com quem ainda mantenho contacto recomendou-me este livro. "Vais ver que é bom", disse ela. E é. É muito bom. Na minha opinião, em termos de qualidade, é livro acima da média, sem qualquer tipo de dúvidas. Enredo bom, escrita fantástica e um resultado final extraordinário. Mas este livro não me tocou. Nunca me consegui conectar à histórias ou às personagens, apesar de, mais uma vez, considerar ambas muito boas. Portanto, a frase que melhor descreveria melhor a minha experiência com este livro é uma repetida e chata frase utilizada entre os membros de um casal: o problema não és tu, sou eu. Porque é exatamente essa a situação.
Não hesitaria a recomendar o livro a ninguém. É mesmo muito bom. Comigo, não funcionou, mas, enfim, não podemos gostar todos do mesmo, certo?
Termino esta opinião com a frase que nos introduz, após a nota do autor, ao livro. Já por si esta frase é dona de um poder imenso.

"Ergue os olhos e contempla o céu: é um cemitério, um cemitério invisível, o maior da História."
- Ellie Wiesel, The Holocaust, Voices of Scholars
Profile Image for Xana.
848 reviews45 followers
September 12, 2016
Este livro foi, sem dúvida, a maior surpresa que tive nos últimos tempos.
Li muitas opiniões, mas nada me prepararia para o misto de emoções que senti ao longo desta leitura.
Primeiro explico que nunca tinha lido nada acerca do tema, foi uma estreia.. e que estreia. Depois digo que esta leitura está totalmente fora da minha zona de conforto, não costumo ler nada do género e, devido a isso, andei a adiar pegar nele. Não sei se fiz mal, mas senti que foi a altura certa.
Acabei o livro com um aperto no peito, chorei até me cansar, sem motivo nenhum em especial mas por tudo o que li e tive de absorver pelo caminho.
Adorei Sarah, que mulher fantástica. Adorei a Kimberly também.
Aquele final fez-me lê-lo de novo!!
Adorei e merece cada estrela
Profile Image for Carla Geraldes.
413 reviews19 followers
May 2, 2015
Dizer que gostei imenso é pouco. Adorei, apesar de ser o tema que é. Aliás, dizer que gostamos de um relato sobre o holocausto é quase uma heresia. Mas a verdade é que a história e os factos que nos são dados a conhecer através deste livro, obrigam-se a dizer que gostei e muito.
O livro conseguiu prender-me logo a partir da primeira página. Não peloo enredo, pelos personagens interessantes, mas pela simplicidade deles. Cativam-nos, cada uma à sua maneira.
Sarah Gross, directora de um colégio de elite, que gere com punho de ferro, mesmo chocando muitas mentalidades com as suas atitudes "progressistas". Kimberley, professora que se candidata a este colégio porque vem a fugir de um passado "negro". Até Miranda, a extravagante professora que se torna amiga de Kimberley. Todas elas nos entram no coração de uma forma ou de outra.
Numa viagem entre os primeiros anos de 1920, e o fim de 1968 somos transportados pela história de vida de Sarah.

Posso dizer que este vai ser mais um daqueles livros que me vai marcar
Profile Image for Cat.
1,161 reviews145 followers
March 24, 2016
'Perguntem a Sarah Gross' é um daqueles livros que me fazem arrepender de ter colocado as minhas expectativas tão lá no alto.

Embora já tivesse comprado o livro no ano passado, só agora é que chegou a altura de o ler. Este livro estava na lista de leituras do clube literário a que pertenço e saiu como livro a ser discutido em Abril. Eu, que até fui ao lançamento do mesmo na Fnac do Chiado no ano passado, não cabia em mim de contente por finalmente poder meter as minhas mãos e os meus olhos nele.

E, agora que o acabei, nem sei bem o que sinto. É o problema de resenhar um livro "a quente", sem deixar as ideias assentar cá dentro.

Mas adiante...

Comecei a ler este 'Perguntem a Sarah Gross' e bastaram poucas páginas para perceber que o livro não me estava a prender. É verdade que ando com pouco tempo para ler, mas também é verdade que este livro não me fez querer lê-lo em cada momentinho livre que tivesse. Não me fez sentir suficientemente entusiasmada para o querer fazer.

Os temas abordados são fortes. Holocausto, particularmente no que disse respeito aos judeus polacos, a segregação racial no final dos anos 60 nos Estados Unidos, já para não falar de segredos e problemas familiares, nada disto me conseguiu prender à história.

Não sei bem o que se passou para que um livro destes falhasse em conseguir cativar-me. Será que o li na altura errada da minha vida? Durante a maior parte da história não fui capaz de me emocionar. Talvez tenha sido a forma como as coisas iam sendo apresentadas, mas para mim não funcionou. Não que tenha sido uma má leitura, mas é a tal coisa: não me agarrou por completo. E esse facto dói-me um bocado.

Já as últimas, sei lá, cem, cento e tal páginas conseguiram a proeza que o resto não conseguiu: emocionar-me, prender-me, querer saber mais. É de facto notável a pesquisa que o autor fez para descrever a vida num campo de concentração nazi. Não deve ter sido fácil. Por todos e quaisquer motivos que se possam imaginar.

E foi essa descrição, mais a revelação inesperada no final, que me fizeram dar três estrelas e meia, arredondadas para quatro, a este livro. Gostaria que fosse de outra forma, de poder dar mais, mas não consigo.

Seja como for, espero vir a ler mais livros deste autor. É bom saber que temos autores portugueses que não se coíbem de escrever sobre temas difíceis ou polémicos.
Profile Image for Cátia Santos.
240 reviews37 followers
June 13, 2015
Já muito se escreveu acerca deste tema, mas há livros que continuam a surpreender-nos.

"Perguntem a Sarah Gross" é muito mais do que um relato sobre o holocausto. É a história de duas mulheres fenomenais que tentam, cada uma à sua maneira, expiar os seus segredos mais profundos... é o relembrar de que Auschwitz nem sempre foi o inferno pelo qual hoje é recordado, e até o detalhe de "Oshpitzin" traz de volta a identidade perdida... é um relato da Polónia nas décadas de 30-40, com base em factos históricos muito bem descritos...

A escrita de João Pinto Coelho é uma lufada de ar fresco, mostrando que há uma nova geração de escritores portugueses que vieram para ficar!

Fiquei fã do autor e espero que nos brinde com mais histórias, já que talento não lhe falta.

Booktrailer
Profile Image for Luís.
2,370 reviews1,358 followers
September 4, 2020
The action of this book developed in two places and different times - the Northeast of Poland between 1935/1941, Paris between 2001/2002 - in an apparent metafictional game with the reader.
Profile Image for Ana.
230 reviews91 followers
April 13, 2017
Estava com um certo receio de ler este livro, porque, com tantas críticas tão favoráveis e tanto empolgamento à sua volta, as expectativas eram naturalmente elevadas, situação que já me proporcionou umas valentes desilusões literárias. Claramente, não foi este o caso. “Perguntem a Sarah Gross” merece todos os elogios que lhe têm sido dedicados. É um romance que nos reconduz aos horrores do Holocausto, mas não só. É também uma história que nos fala de momentos felizes, de amor incondicional, de amizades, de cumplicidades, de superação e, sobretudo, uma viagem aos mistérios da alma humana e ao modo como conseguimos sobreviver para além dos demónios do passado.
“Os seus olhos eram espelhos. Ao olharmos para eles, descobríamo-nos de uma maneira como nunca nos víramos, pois Sarah devolvia-nos um reflexo de verdade. Mas os espelhos têm uma limitação: não deixam ver através.”
Parece-me existir também um alerta para que não nos sintamos tentados a concluir que tudo o que é História é passado; a humanidade parece conter sempre algumas sementes malévolas, prontas a germinar noutros contextos e a gerar o mal sob uma nova roupagem. Nas palavras da própria Sarah: “ A Europa sofre de medievalismo e, de vez em quando, tem uma recaída.” E não só a Europa, como a própria Sarah acabará por perceber vários anos depois.

A reconstituição histórica e a criação de cenários são brilhantes e os personagens são construídos de forma inteiramente credível: os protagonistas, redondos, plenos de densidade; os secundários tão importantes na construção dos cenários (a exuberante Miranda é tão a década em que nasci!). A componente descritiva transporta-nos para contextos e locais de uma forma profundamente sensorial, numa viagem onde experienciamos, de forma muito vívida, cores, cheiros, ambientes, memórias e emoções. Curiosamente, em diversas situações mais sensíveis ou dolorosas, resiste à tentação de nos servir o horror numa bandeja ensanguentada e adopta um tom mais contido, utilizando imagens que nos atingem de forma mais certeira do que qualquer exposição detalhada:
“(...) Então saberia que algo terrível acontecera, pois há sempre um mau prenúncio num brinquedo abandonado.”
A estrutura narrativa, assente em dois planos geográfico-temporais, que nos são apresentados de forma alternada, desenvolve-se num crescendo de tensão que mantém o leitor completamente cativo. A escrita é um misto de simplicidade e rigor, que eu descreveria recorrendo às palavras que o autor utilizou para falar dos textos de Justin: “Era ali que Justin se manifestava da forma mais límpida, numa prosa intensa e provocadora, mas lavada daqueles excessos tão comuns nos jovens da sua idade.”

Se no final há questões que ficam por esclarecer? Talvez. Se isso é relevante? Não. Porque nem sempre as perguntas têm uma resposta inequívoca. Porque cada um lida com os seus fantasmas à sua maneira; e alguns haverá que encerrámos para sempre no quarto escuro:
“Trancou o passado dentro de si, apagou a luz e deitou fora a chave.”


175 reviews3 followers
December 2, 2020
Foi preciso chegar ao fim do ano para dar as primeiras 5 estrelas de 2020. Mas ja tinha saudades de um livro que me agarrasse do inicio ao fim. Este livro é brilhante. Foi finalista do prémio leya 2014 mas merecia ter vencido, na minha opiniao, não desmerecendo o jovem escritor vencedor (e de quem aqui disse que iria muito longe). Sobre este livro direi pouco, pois merece ser descoberto pela leitura. Digo apenas que é uma história muito bem contada, com personagens muito bem construídas e que nos consegue emocionar e surpreender. O horror da guerra está presente e nota-se que há um grande trabalho de pesquisa mas há muitos outros temas abordados que tornam a leitura muito rica. E ainda nos leva a viajar no tempo e no espaço numa visão quase cinematográfica. Ficou a vontade de ler outros livros deste escritor.
Profile Image for Maria Carmo.
2,052 reviews51 followers
May 30, 2015
What can I say about Sarah Gross?
This is a jewel of a book! Extremely touching, yet very serene in its construction of the plot. It is rigorous in its historical background, characters are larger than life and yet eminently believable, and Kimberley, Sarah, Esther, Henryk, Anna, Max, are archetypes of Humanity itself.
The construction of the book is quite clever, and the different registries (past and present, different characters points of view, etc.) are expertly woven to make this an exquisite tapestry!

Sarah is breathtaking: she gives back to you your true image, as if her eyes had a mirroring quality to themselves... but maybe exactly because of that quality, Sarah's soul keeps out of reach, beyond the mirror...

The book is also about goodness (Sarah's goodness regarding Esther, for instance); it is also about loss and human dignity (Anna and Henryk facing together their destiny, Sarah bidding goodbye to her eyes'light...

I loved reading this book and I believe it should be translated because it will be a major best-seller if it is.

Congratulations to the Author! What a tremendous first romance! I am expecting more!

Maria Carmo,

Lisbon, 30 May 2015.

Profile Image for Adelaide Silva.
1,246 reviews69 followers
May 8, 2015
Cansada de leituras um tanto frustrantes, iniciei o Perguntem à Sarah Gross. Cativou-me do início ao fim.
Sabe-se lá porquê mas gosto de ler livros que focam a temática da II Guerra Mundial, este porém é muito mais do que isso.
É um misto de sentimentos. Raiva, impotência, tristeza, alegria,amizade, amor incondicional e haveria muito mais adjectivos para nomear.
Confesso que após o ter terminado fiquei desmoralizada, os que possa ler a seguir vão-me deixar um vazio.
Parabéns ao jovem escritor João Pinto Coelho
Profile Image for José Jorge.
42 reviews9 followers
July 28, 2015
Expectativas elevadas, expectativas superadas!
Um livro muito bom, com uma carga emocional elevada. Há partes que nos deixam mesmo abalados.
Com este livro João Pinto Coelho pode ter sido apenas um finalista do prémio Leya, mas a meu ver foi um verdadeiro vencedor! Está de parabéns!
Recomendo vivamente.
Profile Image for Bárbara Modesto.
60 reviews11 followers
January 10, 2019
Ainda não consigo escrever a review que este livro merece porque me ficou a doer o coração. E a alma. E tudo.
Profile Image for Anabela De Sousa Azevedo.
126 reviews3 followers
June 13, 2021
A partir de um título intrigante, esta obra induz o leitor ao questionamento constante. Numa narrativa dividida em dois espaços geográficos, dois tempos históricos e intercalada por desabafos anónimos , o autor apresenta-nos um conjunto de personagens cativantes, empáticas e marcantes cujas ações conduzem à reflexão sobre a natureza e a condição humana. Uma excelente e perturbadora leitura.
Profile Image for Ana Rute Primo.
275 reviews46 followers
September 20, 2022
Parti para esta leitura sem saber de que temas tratava e tive uma bela experiência.

É uma narrativa muito bem construída em quatro tempos diferentes, cujo foco principal é o Holocausto e a vivência das comunidades judaicas na Polónia, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

A ação decorre lentamente, muito pormenorizada, não deixando nada ao acaso. A sensação de medo é palpável durante grande parte da narrativa. Gostei muito da história embora ache que as motivações da personagem principal, Sarah Gross, tenham sido um bocadinho rebuscadas, especialmente no final, quando ficamos a conhecer detalhadamente a sua vida.

É uma leitura muito imersiva sobre o empoderamento feminino, sobre as batalhas que escolhemos travar e aquelas que se nos impõem. Um livro historicamente muito bem fundamentado.

Recomendo!
Displaying 1 - 30 of 351 reviews

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